quinta-feira, 17 de outubro de 2013

SER ORIGINAL ou Anita na idade dos porquês




Já tudo feito. Sim, já tudo pode ter sido feito. Qual o problema? Já tudo foi feito. Já tudo foi pensando, criado, realizado. Já tudo foi realizado? De certeza? Então, porque ainda sofremos de profundas desigualdades de oportunidade? Porque ainda vivemos numa hegemonia secular camuflada de democracia? Talvez seja impossível sermos originais. Vivemos no mesmo mundo, no mesmo tempo. Temos inquietações semelhantes algumas vezes sentidas de maneiras diferentes. Não será a originalidade uma invenção bastante recente? A questão talvez não seja ser original ou deixar de ser e sim ter liberdade de pensar, liberdade de errar, liberdade de questionar, repetir, de perguntar, de nos inspirarmos. De termos rigor sem ser rígidos. Porque dizem que a educação está falida? Porque a educação virou um negócio, porque não se é dada importância suficiente ao conhecimento como algo libertador, democratizante. Porque não se substitui carreira por percurso? O que falhou desde a revolução francesa? O que falhou desde o Maio de 68? Porque continuamos a repetir velhos padrões e modelos? Modelos. Padrões. Não nos damos liberdade de sair desses padrões em prole do rigor. Mas concluo que podemos ter rigor sem sermos rígidos. Podemos ter a ética de saber quais os autores que já pensarem inquietações semelhantes sem que nos aprisionemos em modelos de escrita que nos bloqueiam. Podemos citar autores porque com eles dialogamos, porque nos apropriamos de uma reflexão teórica com base na observação, na escuta, na leitura, na prática.  Para que serve a produção de conhecimento? Para onde vai esse conhecimento? Serve quem e o quê? Porque nos desmotivamos? Porque a escola é vista com algum enfado? Porque talvez não se escutem as necessidades do individuo enquanto ser pensante e interveniente num espaço. Talvez porque não é dada atenção a uma realidade ou várias realidades que se vivem no dia a dia.

A piu
br, 17.10.2013



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