sábado, 30 de janeiro de 2016

A TRAVESSIA DE BEDUÍNA


Beduína a preto e branco, viajante do deserto, olha o interior dum cacto onde o amor é colorido. Viajante do deserto, beduína, alimenta-se do doce leite onde tudo se torna mais perceptível.
Ana Piu
Br, 30.01.2016
A imaginação é a prática de criar imagens dançantes.

Ana Piu

Mesmo a preto e branco,as beduínas têm um olhar luminoso e penetrante. As tranças são para dançar nas longas travessias, em que a areia brinca de não querer mais ser duna.

Ana Piu


sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O QUERERES Caetano Veloso


Onde queres revólver, sou coqueiro
Onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alta, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão
Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês
Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor
Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói
Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és
Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor
Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
Onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus
O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim
foto: Gala do 2° Encontro Internacional de Palhaços de Vila do Conde, Portugal 2015

SAMPA ME AGUARDE! ( OFICINA DE COMICIDADE POÉTICA COM ANA PIU EM SÃO PAULO)

Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruzo a Ipiranga e Av. São João
É que quando eu cheguei por aqui eu QUASE nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta E DA TCHUTCHUCDA de tuas meninas
JÁ havia HÁ MUITO para mim Rita Lee
O QUE SE PASSA COM O TEU POVO? RETROCEDEU OU NUNCA A LEE ACOMPANHOU a tua mais completa tradução? É SÓ GLOBO!? É SÓ TELEVISÃO?!
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo E AINDA ÉS, MAS VAMOS EM FRENTE!
Afasto o que não conheço E TAMBÉM ACOLHO
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mas possível novo quilombo de Zumbi
E os Novos Baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa

E QUEM FALAR DE REBELIÃO
E NÃO SABER QUE A REVOLUÇÃO ESTÁ NO CORAÇÃO, NA GRATIDÃO E TAMBÉM NO PERDÃO... NADA DE VALE, NÃO!
E NÃO PRECISAMOS DO PADRECO CRISTÃO PARA SABER ISSO DE ANTEMÃO
É SÓ ESCUTAR O CORAÇÃO
ABRINDO ABRINDO E INDO
CAMINHANDO RUMO A NÓS MESM@S
E AQUELES QUE DESEJAMOS BEM E BEM QUEREMOS
Ana Piu
Brasil, 29.01.2016
SAMPA, Caetano Veloso com acrescentos em caixa alta meus
Ajudem a divulgar, a gerência agradece. smile emoticon

  

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

PAÍS TROPICAL


obs: No sábado de manhã quando me dirigia de bicicleta ao supermercado, acompanhada do meu cachorro de biotipo magrela, fui avisada entre os congelados e as bebidas por uma amiga que iam levar o meu cachorro. Porque coitadinho não tem coleira e é muito magro. Depois ofereceram uma saqueta de ração trangénica, ao qual ele nem uma mordisca deu. Só me pergunto porque é que em vez de andarem no meio de Barão à cata do que fazer ao sábado de manhã não se juntam para fazer um trabalho efetivo nas periferias e favelas, pois a desigualdade é uma violência. E esta começa de cima, de quem não inclui e considera-se mais merecedor que os demais. Caso contrário andamos aqui a brincar hipocritamente às grandes causas. Já não falando de alguns comentários xenófobos que ainda tive que escutar. Mas como as redes sociais estão aí, num segundo o mundo internacional está no nosso teclado. Opinião pública dá saúde e faz crescer.

Aqui vão uns versos para começarmos a saltar ao polêmico Carnaval de Barão:


Moro num país tropical, eu e os  meus
E bonito por natureza, mas que beleza
Em fevereiro (em fevereiro!)
Tem carnaval (tem carnaval ?)

Tenho uns gatos, uma cadela e um cão
Sou lisboeta
E sou uma nêga
Chamada Ana Tereza

Sambaby
Sambaby

Sou uma menina de mentalidade cosmoplita rural
Pois é, mas assim mesmo sou feliz da vida
Pois eu não devo nada a ninguém
Pois é, pois eu sou feliz
Muito feliz comigo mesmo

Por isso eu trato desse magrela
que é o meu cachorro!
ai socorro! quando aparecem as senhoras caridosas ao sábado de manhã
dizem que são protetoras do animal
e que eu cuido mal
e toda essa moral!

mas que beleza
num país tropical
se fosse esse o mal
onde a favela ao longe é bela!
mas de perto cai fora
que não é aí que a gente mora!

e o apartheid existe
mas a beneficência insiste
na bolha de Barão
faz-me cá uma confusão

deixem-me a mim e ao meu cão
em paz
se andarmos na rua sem coleira tanto faz

Barão vai verticalizar
e querem o meu cão azarar
e coloca-lo num canil?
com problemas mil...

ai!

Eu posso não ser uma band leader
Pois é, mas assim mesmo lá em casa
Todos meus amigos, meus camaradinhas me respeitam
Pois é, essa é a razão da simpatia
Do poder, do algo mais e da alegria

Sou do mundê
Tê uma nê
Chamá Terê
Não sou da bolhê
Tê uma nê
Chamá Terê

No nosso Brasil
agora vive a Piu

firifiu

Ana Piu
Barão, 26.01.2016




PIU, A MULHER QUE VEIO DA TERRA DA CARMEN MIRANDA




E você falou que o seu coração não é para se abrir
a minha surpresa foi tão grande
que já estou no ir
entre um touch e outro
você olhou o broto
eu devo dar muito cagaço
nem um abraço!
nem um abraço tu mi dás
e os brotos saíram cá uns chás!
ai muita visualização
e tão pouca emoção!
assim o meu coração não dá vazão
sou um tanto out sider
não tenho nem whatsapp
nem uso botox
mas sei dançar um pouco de foxtrot
sim, sim sou um pouco bamba
quando danço samba
e quanto a dançar o fado!?...
Isso é muita marado!
isso não se dança
e o fado não dá muita esperança!
se não abres o coração
o que posso fazer?
ir ao encontro de quem encontra nesse abrir um prazer!
Ana Piu
Br, 26.01.2016

TELEGRAMA EXPANDIDO, PASSÍVEL DE CÓDIGO MORSE



A
Forma
Altamente
Libertadora e
Transformadora é
Amar
No
Amor
O
Existir
Com
Utopia
Leva-nos
Para
Algo
Dentro de nós
Os
Governos
Os
Valores
Exteriores
Revelam
Nossa
Ociosidade
DE AMAR!
Ana Piu
Br, 21.01.2016

OH BABE! REALLY BABY? ou AI GAROTA! A SÉRIO, BEBÉ?

Ao vir de bike, bicla, bicicleta, até ao lugar onde que me encontro vinha cá nos pensamentos. E quando me cansava deles olhava para o verde das árvores. Entre uma pedalada e outra lembrei-me daquelas coisas que se ouvem e que a pessoa tem de estar prevenida para respirar fundo: "Ai a Europa é outra história! Até os mendigos falam inglês!" Ufa! E agora o que é que eu faço com esta informação? Respondi num impulso... Nem sempre os consigo manter quietinhos, os impulso: " Sabe o que é? É que com o desemprego tem pessoas qualificadas a viver na rua!' Poderia ter sido mais sarcástica e não tão realista... Tipo: "É, a Europa é tão chique que na Inglaterra os mendigos falam em inglês!" Mas aí também estava a ser realista...
Enfim. Entretanto abri o face bock e vejo uma publicação do mê primo! Construção de bicicletas em bambu! Genial! Genial de verdade! Olha! E e aquela pessoal no Gana também fala inglês! Gana pinta! Qui massa!
Ana Piu
Br, 22.01.2016

MOMENTOS DE IMPACTOS DAS SURPRESAS

Procuro naquele Boris Vian que na mala veio, "Canções e poemas" ,um trecho adequado a esta imagem. Mas não resisto a desviar o caminho e partilho o que mais me deixou hoje estupefacta, entre outras coisas... Há dias que são assim! Parece que a Humanidade retrocede. Num formulário da secretaria da educação perguntavam qual a sua religião, no caso eu. Isto a pedido da senhora da secretaria, com alguma insistência. Depois do primeiro embate, logo de seguida a cor da minha pele (!?). Cara, man! EU RECUSO-ME A RESPONDER A ESSE TIPO DE PERGUNTA! A minha espiritualidade só a mim me diz respeito! Nenhuma secretaria de qualquer Estado não precisa de me contemplar nas estatisticas! Quanto à cor da minha pele e das minhas filhas vai do sol que nós absorvemos e AS RAÇAS NÃO EXISTEM, ESTÁ CIENTIFICAMENTE PROVADO. Mas nada como rir um pouco diante do momento do impacto da surpresa.
Ufa! Eles ( Quem? Nós?) fizeram os dias assim!
Ana Piu
Brasil, 22.01.2016

OPINO LOGO AJO

Diante desta frase penso logo opino e se opino é porque a liberdade de expressão é importante. Se é importante então devo pôr em ação. Se ponho em ação assumo o que penso. Opino e faço. Somente opinar não leva a lugar nenhum. Agir nos pequenos detalhes faz a diferença.
Muitas cabeças muitas sentenças. Fala menos e faz mais, dizem.
Dia 29 de Janeiro faz QUATRO anos que saí da velha Europa para o ancestral Brasil, que antes de ser já o era. Já cá estava com as suas gentes antes dos "descobrimentos", dos "achamentos". Ao fim de QUATRO anos tenho me achado e perdido e voltado a me achar. E uma coisa tem se clarificado. Muito blá blá blá e pouca ação dá-me canseira no coração. E como este "novo mundo" é imenso trago no peito a eterna esperança de me aliar a quem sonha sonhos realizáveis. Já encontrei alguns seres humanos por esta terra que quero estar perto com continuidade. Os outros, os blá blá blá que sejam felizes na ala dos blá blá blá que eu estou noutra. É essa a minha opinião. E a minha ação, também. Opino logo ajo.
Ana Piu
Brasil, 24.01.2016

MAZAFINAL O QUÉ O PROVINCIANISMO?

O provincianismo é um ismo como outro qualquer. Agora poderão alguns perguntar: " Nesse caso, um ismo é um provincianismo?" É!Um ismo é uma virose que se instala numa parte do globo ocular que a pessoa em enxergando algo só consegue enxergar com aquela poeirinha que se instalou na vista.
Ora, o provincianismo tem a particularidade de submeter a vista à curtidão do horizonte. A vista curta dá a ilusão de que é aquilo e só aquilo e o que difere daquilo é motivo de estranheza, escárnio, exclusão e nas piores das hipóteses aniquilação.
O provincianismo não é só efetivado fora dos grandes centros. Nada disso! Viver em New York city ou Paris, la cité de l'amour e de la lumiére não significa que a pessoa não seja provinciana! Oh lá lá! A pessoa já é provinciana quando acha que é o centro do mundo!
Viver deslumbrado com os grandes centros que são ou dia já foram império, também é provincianismo. Ser provinciano é não enxergar para lá do nosso pequeno bairro de ruas esconças que é o nosso umbigo.
Quem nunca foi? A questão não é não ser! A questão é detectar quando somos, levantar as vestes e saltar por cima. Porque o mundo é um imenso campo de possibilidades.
Ana Piu
Br, 26.01.2016

CURSO INTENSIVO DE PALHAÇO COM Ana Piu






28, 29 e 30/01. (quinta, sexta e sábado)
VAGAS LIMITADAS.
Info: http://alemdalona.wix.com/circoalemdalona
Foto de Circo Além da Lona.
Siga nos na página oficial do Facebook : Circo Além da Lona

IMPERDÍVEL!

Recomendo vivamente o meu querido professor (porque não chamar mestre de clown?) Ami Hattab com quem tive o prazer de trabalhar algumas vezes na arte da palhaçaria com especificidade na intervenção do palhaço em contexto hospitalar.
" A arte da palhaçaria é um trabalho de relojoeiro." Ami Hattab 
Trabalho detalhado em função dum mecanismo maior.
Ana Piu
Brasil, 26.01.2016

Bonjour Clowns, Comédiens, Artistes du Spectacle:
Stage AFDAS - LE JEU CLOWNESQUE
Avec Ami Hattab Du 19 au 29/04/2016,
à La Cascade, Pôle National des Arts du Cirque, tél: 04 75 54 40 46

Durée : 70h (10 jours - 35h/semaine - 1 jour d'interruption )
Effectif : 12 stagiaires
----
Vous pouvez me contacter pour de plus amples informations,

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O AMOR LIVRE É PARA TOD@S?

Perguntas:

O amor livre foi criado para todos, mas todos foram criados para o amor livre? O amor livre é para todos? Se o amor não é livre como pode ser amor? Liberdade e libertinagem rimam? Liberdade é quando nos respeitamos e criamos laços de confiança e libertinagem é quando usamos e abusamos a nosso belo prazer do corpo e da alma uns dos outros?

Sem pontos de interrogação, só na última:

Alguém que espera ser conquistado do alto do seu pedestal sem mexer uma palha  não pode esperar, tempo algum, em viver um grande amor.
Os grandes amores da vida são ilusões que nós criamos na nossa cabeça para impossibilitar que o nosso coração se abra.
Manter relações verticais de poder é tudo menos amor.
Enquanto o nosso umbigo for maior que tudo dificilmente o amor encontra lugar.
As nossas relações são o espelho do nosso estado, do nosso modo de ser em relação.
O amor não é invasivo. O amor também não é evasivo. O amor é comprometimento consigo mesmo e com o outro?

Ana Piu
Br, 18.01.2016

desenho: Pablo Picasso


PARA E DIGA-ME COMO SÃO AS SUAS AULAS DE PALHAÇARIA E COMICIDADE POÉTICA

Queridos seres humanos,
este mês e no próximo, assim como outros que hão-de vir espero, estou a orientar, ministrar, facilitar- como quiserem denominar- cursos de palhaço, comicidade poética. Tanto em Campinas como São Paulo. Enfim. Isso! Venho deste modo sublinhar , para quem não conhece a minha abordagem e na sequência de algumas mensagens que me foram enviadas nos entretantos, alguns aspectos do meu trabalho. O meu trabalho não se foca na pedagogia do sofrimento e sim na pedagogia do prazer, da amorosidade.
Bem sei, que muitos "monstros" da palhaçaria optam por trabalhar a vulnerabilidade de cada um detonando a pessoa sem dó. A pessoa sai de lá traumatizada e na dúvida se ainda é pessoa, já não falando que não quer nunca mais ouvir falar de linguagem de palhaço. Ora bem! Eu não subscrevo esse método de trabalhar e quando trabalhei com pessoas, reconhecidas mundialmente, que trabalham assim fugi a sete pés.
Deste jeito maneira, sintam-se bem vindos e acolhidos, pois já vivemos num mundo tão vulnerabilizante, onde 'orientar" o outro é rebaixar que eu não compactuo com essa violência pedagógica.
Sintam-se bem vindos nas minhas aulas e cursos na medida da vossa vontade de mergulhar de coração aberto no trabalho. Esse é paradigma, em que o respeito é mútuo. E chega de tristes fados em qualquer parte do mundo!
Ana Piu
Brasil, 18.01.2016

foto: Mário Fernando Crista 

OH MEÇA! ou LA DOLCE VITA, QUE GRANDE FITA!

Seu moço! As mulheres meninas moças não se medem aos palmos.
Ana Piu
Br, 15.01.2016

DANÇAS INTER GALÁCTICAS

Somos um ponto no espaço que se recolhe e expande
uma dança inter galáxica dança dentro de nós
somos harmonia
quando conectados intimamente
somos ilusão de ótica
corpo matéria efémera
somos o que já muitos foram
e ainda serão
desde sempre
somos sonhadores apocalipticos
Ana Piu
Br, 15.01.2016

IDENTIFICAÇÕES COM O OUTRO QUE TAMBÉM POSSO SER OU VIR A SER*

Identificar-se com um outro- índio, chicanos se somos anglos, com negros se somos brancos, com homens se somos mulheres- é um ato de imaginação, um meio de descobrir o que não somos e nunca seremos. Identificar-se com quem um dia seremos é um processo inteiramente diferente. Um "outro" que serei.
Debert, Guita Grin. A reinvenção da velhice. São Paulo: EDUSP/ FAPESP. 1999.
* titulo de minha autoria

Teatro Balbinas Beduinas em Évora, Portugal
com Ana Piu
máscara: Denise Valarini

INFORMAÇÕES ÚTEIS PARA AS REDES SOCIAIS E OUTRAS CURIOSIDADES

Vou fazer um curso de escrita de roteiro para cinema, entre a técnica e a poética! Za ver! Ainda vou fazer cinema sem aqueles requisitos de casting da indústria cinematográfica e seus circuitos próprios que precisamos de beber copos nos lugares certos, conhecer as pessoas certas á hora certa e comportarmo-nos acertadamente.
Já imagino o primeiro filme, em produção baixo custo, ter o titulo " A descabelada aventura-se pela América Latina". Uma espécie de documentário ficção com apontamentos de realismo fantástico! Em suma
( nunca tinha experimentado esta aplicação de bonecagem a sentir alguma coisa), sinto-me fixe. Fixe bacana, legal mais que demais! eheheh
Ana Piu
Br, 18.01.2016

CURSO DE PALHAÇO COM ANA PIU NO CIRCO ALÉM DA LONA

Circo Além da Lona

Em janeiro Curso de Férias de PALHAÇO com Ana Piu.
Primeira turma - 21, 22 e 23/01. Segunda turma - 28, 29 e 30/01. VAGAS LIMITADAS. 
Info: www.alemdalona.com
Foto de Circo Além da Lona.

sábado, 16 de janeiro de 2016

AI SE EU ESTIVESSE NA NORUEGA ( odes e cânticos locais globais)


Ai se eu estivesse na Noruega
qual seria a minha entrega?
na neve eu esquiaria
que batimentos o meu coração teria?
contaria até três
e soletraria E-R-A U-M-A V-E-Z
ai se a romântica neve não me congelasse os movimentos
uma linda história de amor seria o conjunto de muitos momentos
ai se a Noruega fosse aqui ao lado
com o teu olhar dinâmico e parado
seria um samba do olé olé
brindado com um café!
ai se a Escandinávia fosse tropical!
como seria fenomenal!
quiçá transcendental!
Ana Piu
Brasil, 16.01.2016

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

MÁRIO, O MEU AVÔ ALENTEJANO

A 15 de Janeiro de 1913, 3 anos depois da instauração da República, nascia o avô Mário num Alentejo latifundiário em que a terra não era de quem a trabalhava e a grande maioria alimentava-se de pão, ervas colhidas nos campos, alho, com sorte um fio de azeite e um chouriço daquele porco que se matava anualmente. Muitos saíram para a grande Lisboa e Setúbal em busca de melhores condições de vida. O avô Mário foi um deles com a sua família no final dos anos 40 num Portugal fascista e 'neutro' em relação à segunda grande guerra. A maioria dos alentejanos não migravam para França, Brasil, Austrália, etc com visão de acumular riqueza. Talvez, digo, saibam intimamente que a riqueza acumulada dos latifundiários fossem efemeridades terrenas. Religiosos, mas non tropo, muitos escapam à beatice moralista. Ufa! Da minha parte respiro de alivio!
O avô Mário era um Mário como outro qualquer. Não era nem o Mário de Sá Carneiro, nem o Mario Soares, tampouco o Mário Botas. Era um homem "simples" de boina com os seus óculos de massa, que ouvia o "relato da bola" na telefonia aos domingos à tarde na marquise com o seu cigarrinho de palha no canto das "beças" e ,talvez por ter crescido em casa de chão de terra, cuspia para o chão... Era um homem de origem simples como a maioria de todos nós, só que há uns que por novo riquismo esquecem. Esse esquecimento, no meu ponto de vista, é piroso, brega. Porém, as suas duas filhas tiveram a possibilidade de estudar. Coisa não muito ou nada recorrente nessa época. Muitas vezes até mal vista! Ai os "lerdos" dos alentejanos na grande Lisboa a quererem ser mais que os outros!
O avô Mário poderia ser uma daquelas personagens do "Levantado do chão" do José Saramago. Livro que não consegui acabar pela dureza duma realidade, em que há sempre uns querendo ser mais que os outros.
A 15 de Janeiro de 1995 iniciava-me como profissional do teatro, atriz, nesse Alentejo querido e árido. Estar na estrada já tinha feito parte da minha formação artística uns anos antes em França, mas foi no Alentejo que descobri a importância de ir onde o povo está com a nossa arte, sem panfletarismo e outros dogmas que perpetuam relações caducas de poder.
Ana Piu
Brasil, 15.01.2016
Alentejo bonito, árido, poético e depressivo.
Que a arte seja um modo transformador pacifista para sermos emocionalmente mais sustentáveis.

foto: Ana Piu com a personagem do criado da peça a Estalajadeira do Carlo Goldoni, "Mirandolina" Teatro ao Largo 1995
 — em Vila Nova de Milfontes.

Ceifando no celeiro do Portugal fascista.


IDENTIFICAÇÕES COM O OUTRO QUE TAMBÉM POSSO SER OU VIR A SE

Anna Bella Geiger
Identificar-se com um outro- índio, chicanos, se somos anglos, com negros se somos brancos, com homens se somos mulheres- é um ato de imaginação, um meio de descobrir o que não somos e nunca seremos. Identificar-se com quem um dia seremos é um processo inteiramente diferente. Um "outro" que serei.
Debert, Guita Grin. A reinvenção da velhice. São Paulo: EDUSP/ FAPESP. 1999.


Teatro Balbinas Beduinas em Évora, Portugal
com Ana Piu
máscara: Denise Valarini

TELEGRAMA

Menina
Uma vez
Liberta 
Humanidade
Emancipada
Rejuvenescida
Ana Piu
Br, 05.01.2016


TELEGRAMAS

Hoje
Os
Machões
Estão
Moribundos
Homens
Oníricos são
Mais
Emocionantes
Nem por isso
São menos
H
O
M
E
N
S
Sonhadoras
Natas
Estão
Maravilhadas com esse tipo de
Homem
Ana Piu
Br, 05.01.2016

ZA A PERCEBERI OU NÃO TÁJ A PERCEBERI?



Depois desta, ontem à noite, ainda tentei pegar nos meus velhos livros do Quino para continuar a risota, mas esta caiu de tal forma no goto que uma piada por dia tá bom! Já doía o estômago! Companheira camarada amigaAnabela Mira many tanques para ti para também por este momento hilariante! Portugal no seu melhor! Já imagino o garçon de palitinho no canto da boca a servir um pires de understands com uma jolinha a estalar ou até mesmo um copo de vinho branco gaseificado! Queres understands? Toma e vai buscari!
Ana Piu
Br, 06.01.2016
( O mais lindo ainda é estar em inglês em primeiro! Significa que foi traduzido para o português e não o contrário! ehehe Chiça! Adoro este jogo de cintura tuga!)

OPORTUNIDADE


Pessoal! Nunca é tarde! E o requicito é de salutar! Senhoras educadas! Cá nada de maluqueiras de competições e outras ostentações! Olé! Um massagista poeta! Um poeta tem sempre ou quase sempre um coração grande. E deve ser também educado! Se for um cavalheiro de fusca ( carocha) ainda melhor! Mesmo assim ele querer todas o que não é bem o meu estilo. ( Sou mais do estilo de sentir-me especial e e olhar e sentir o outro como especial, também. Ninguém é perfeito) Mas!.. Há gostos para tudo! Aproveitam!
Ana Piu
Br, 06.01.2016

ARTE, UM ATO DE RESISTÊNCIA E CEDÊNCIA



Se do abismo viemos
ao abismo não voltaremos
a arte é um ato de resistência
se dos fundos do tempo viemos, entre explosões estrelares e cataclismos cósmicos, ao fundo dos tempos voltaremos
mais leves
mais intemporais
a arte é um gesto de amor desapegado
uma corda que nos une uns aos outros
a partir do nosso eixo que começa no ventre
como o núcleo central da terra
essa imponente bola de fogo
viver sem arte é o mesmo que viver sem amor
uma falsificação da vida
uma mentira que fingimos acreditar
a arte é um ato de amor em celebração à vida
o eterno desejo de nos transcendermos
da vulgaridade dos dias sem sentido
de gestos e olhares viciados por sucedâneos de afeto
arte é algo que está ao alcance de todos
assim como o Amor
uma questão de fazer uma grande e grotesca careta para o abismo
a arte é um ato de amor por nós mesmos e pela vida
quem se recusa a respirar arte ou respirar amor
não estará se recusando a si mesmo?
Ana Piu
Br, 09.01.2016

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

NO DIA EM QUE O HAMOR JÁ NÃO VEM DA CARTILHA NEM DO PALANQUE NEM DO ALTAR

chegará a vez em que cada um de nós de não acreditará mais na mentira institucionalizada
chegará o momento que todas as torres de Babel cairão como um baralho de cartas falsificadas de sentimentos profundos e ligações ancestrais
e desta feita, não precisarmos mais de grandes Verdades professadas por quem só vislumbra poder
chegará o momento que nos riremos do déspota que há dentro de nós, aquele que só opera com relações de poder e desamor
o momento de sermos nós! sem paizinhos, nem padrecos, manda chuvas, nem líderes de comités centrais que nos julgam e nos escorraçam quando questionamos
chegará o momento que numa grande gargalhada coletiva olharemos para o espaço sideral e compreendamos que só somos uma ínfima parte daquela poerinha cósmica que dança invisível entre as estrelas
e se um dia por mero acaso ou numa comunicação planetária nos silenciássemos e ficássemos imóveis por alguns instantes e escutássemos o cântico das árvores?
E se isso começasse a ser uma prática diária ao nível planetário?
as torres de Babel definhariam como estátuas de sal
 como o passar do tempo saberíamos quem Somos realmente.

Ana Piu
Br, 14.01.2016

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A SENILIDADE QUE HÁ EM NÓS NO COLETIVO E NO INDIVIDUAL

" O velho senil reclama de tudo e é incapaz de ver o lado positivo do mundo e de deixar de olhar para seu próprio umbigo."

Debert, Guita Grin. A reinvenção da velhice. São Paulo: EDUSP/ FAPESP. 1999.

Se o mundo está dentro de nós e nós estamos dentro do mundo escutemo-nos e observemo-nos, então. Sem fugas! Ao ler esta frase inserida num capítulo dum livro que trata do último ciclo da vida terrena fiz uma pausa e sorri. Caramba! Eu conheço esta senilidade!, pensei. Conheço um país em especifico, que por acaso ou não ( será que o acaso existe ou são só continuações? pergunto sem especulação sensacionalista ) foi onde nasci! Um país cujo povo é lamuriento, pessimista, com letargia. Claro que falo dum coletivo, pois existem seres humanos que lutam contra isso! Mas, por toda a parte do mundo existem indivíduos que olham a vida com desamor, numa espécie de esquizofrenia. Ora se acham os maiores, os bambam ou se perdem na sua falta de auto estima. Quem nunca passou por essas transições de estado? A questão é ficarmos nelas e recusarmos amar, alegando que estamos muito bem assim! E daí vamos de auto  boicote em auto boicote em termos relacionais, tanto a nível pessoal, amoroso, como profissional. Dias a fio conectados tecnologicamente, mas anos e anos a fio desconectados interiormente.

Se amamos insistentemente quem nos magoa não é essa pessoa que nos magoa realmente e sim somos nós que nos magoamos a nós mesm@s. Deveria ser óbvio, mas não é. Como uma amigo recente lembra: O instinto sexual nós já o conhecemos desde que nascemos, mas nunca fomos realmente educados para o amor e sim fomos educados para mandar ou obedecer! Para servir ou ser servido!

Depois ainda há aquela falácia dos horóscopos. Não é que estes não tenham a sua importância, mas que não sirvam para serem deterministas em relação ao nosso ego vaidoso e endurecido! Tipo género do estilo: "Ah! Eu sou uma pessoa muito difícil para o amor! E estou bem como estou!' :P :D Até fico com vontade de cantar Manu Chao: "Tudo é mentira neste mundo! Tudo é mentira porque será?"
Pois é, agora pergunto-me: Estou interessada em conviver, trocar, ser parceira de seres humanos que se esquecem de SER? NÃO! A resposta é definitivamente: NÃO!

Não estou interessada em ambientes da treta, pois se estiver estou-me a esquecer de SER, de SER NA ESSÊNCIA, NO QUE FAZ SENTIDO PARA MIM.

Para 2016 em diante o meu projeto é SER com olhar no lado positivo do mundo e olhar os seres vivos nos olhos. Não estou realmente interessada na senilidade das relações da treta, em que as pessoas ao invés de se valorizarem competem duma forma negativa, pejorativa em relação a si mesmas e aos outros. VIVA O AMOR, VIVA QUEM AMAMOS E QUE NOS AMA COM RECIPROCIDADE. Que o resto.... É história para boi dormir. Um jovem boi que adormece com a senilidade é um boi que sonha com um mundo mais colorido, tal qual um desenho animado sagrado e profano ao mesmo tempo.


Ana Piu
Brasil, 12.01.2016
Vamos parar de romantizar pessoas que nos magoam.

Amar a vida é amarmo-nos a nós mesm@s, caso contrário como poderemos amar realmente é alguém?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

QUANDO AS ESTRELAS SE APAGAM,MAS CONTINUAM A BRILHAR

Por acaso, pá... A minha mãe até nasceu, pá, como o David Bowie em 1947. E era igualmente capricorniana! Só que ele é de dia 8 e nha mãe de dia 17. Só que o Bowie nasceu na "Língua Terra" , que era como eu soletrava quando era mais pequena´, e nha mãe nasceu um cadinho mais abaixo. Em passando a Lingua Terra, passa-se a França dos franceses,
os Pirineus dos franceses e dos bascos, assim como dos espanhóis, vai sempre em frente passa-se os Depois dos Montes, visto que quem vem de baixo vê os Trás os Montes. Depois é sempre em frente, ir "controlando as pláculas" e parar nos "semógrafos" e já se está em Colos no Alentejo, que é em Portugal. Embora haja um pessoal mais lá para cima que nos chama de mouros. Porque não? Uma moura gosta de andar na moirama e quiçá namouriscar! A minha mãe moura namouriscou o mê pai! "Atão! Assim é que éi!"
Por acaso, a nha mãe foi como um sopro para o espaço sideral a 11 de Janeiro, só que em 1985. Já lá vão 31 anos. Muita fruta! Nunca foi pop star e sim uma funcionária dos correios que sabia cozinhar muito bem e fazer ponto cruz, tricô e crochê, assim como andar de calças boca de sino e cortar-me o cabelo à menino porque dava menos trabalho e era muito mais emancipado.
Conheço algumas pessoas que acham piroso, brega homenagear os mortos nas redes sociais. Oh! Eu?!... Que se lixem as opiniões e deixem-me se pirosa brega à vontade! Pois como a nha professora de filosofia dizia aos meus 16 anos de idade: " As pessoas só morrem quando a última pessoa que se lembrar dela morrer também." Ora vistes"? Toma e vai buscar!
Hoje acordei a desejar que este ano de 2016 não fosse pontuado com mais mortes, pois estes últimos 4 anos, desde que cheguei desta vez ao Brasil, faleceu um rol de pessoas próximas queridas do outro lado do oceano. Só que... enquanto há vida a única certeza que temos é que um dia findamos corpóreamente. Se o nosso espirito e alma andam por aí... uns acreditam, outros não. Quanto a mim, acredito que temos o espaço sideral dentro de nós. Somos energia cósmica, onde as estrelas mesmo depois de mortas continuam a iluminar as noites escuras que antecedem o raiar do dia.
Ana Piu
Brasil, 11.01.2016


ATÉ SEMPRE, QUERIDO BOWIE DE ANDROGENIA INSPIRADORA E LIBERTÁRIA!

Nada do que foi será/ De novo do jeito que já foi um dia/ Tudo passa/ Tudo sempre passará/ A vida vem em ondas/ Como um mar/ Num indo e findo infinito  (Como uma onda, Lulu Santos e Nelson Motta)
Olha meu bem o céu
Vê quanta luz, quanta estrela
Quase todas mortas
Só não é chegado para nós o tempo que se apagarão
A gente tá na lanterna do tempo que virá

TEMPO/ ESPAÇO Lulu Santos



Tudo o que se vê não é/ Igual ao que a gente viu há um segundo/ Tudo muda o tempo todo no mundo/ Não adianta fugir/ Nem mentir para si mesmo agora/ Há tanta vida lá fora/ Aqui dentro sempre/ Como uma onda no mar! (Como uma onda, Lulu Santos e Nelson Motta)

David Bowienome artístico de David Robert JonesBrixtonLondres8 de janeiro de 1947 - 10 de janeiro de 2016) foi um músicoator e produtor musical inglês. Por vezes referido como "Camaleão do Rock" pela capacidade de sempre renovar sua imagem, tem sido uma importante figura na música popular há cinco décadas e é considerado um dos músicos populares mais inovadores e ainda influentes de todos os tempos, sobretudo por seu trabalho nas décadas de 1970 e 1980, além de ser distinguido por um vocal característico e pela profundidade intelectual de sua obra.







terça-feira, 5 de janeiro de 2016

QUASE QUASE SENSUAL ( série Lay Lady lay)

A mulher jogou ligeiramente a cabeça para trás e mastigou pausadamente, como quem olha de cima, fitando no vago. Fez um ar distante, apontando os seios numa e noutra direção, realçando o decote. Suspirou para o lado como sorvesse a pessoa em algumas golfados nasais. Algo quase quase sensual. Não obteve resposta a não ser subtis olhares de interrogação. Depois relaxou. Agora o seu sorriso era mais calmo e brilhante, assim como o olhar mais limpo e claro.

Ana Piu
Brasil, 05.01.2015


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

SE REMOS FOREM NECESSÁRIOS PARA FLUTUAR POR CIMA DAS ÁGUAS


Vem! E o dia será nosso!
Vem! E nós seremos dos dias que flutuam enraizados nos segundos que dançam com as horas!
Vem! Seremos o que somos e não o que aparentamos ser!
Vem! Seremos como estamos, no tão falado aqui e agora, e não no que temos ou deixamos de ter!
Seremos, por que somos o que fazemos, nos mais pequenos detalhes do que sonhamos o que já somos!
Ana Piu
Br,04.01.2016