quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

SOB O SIGNO DE LIBRA COM ASCÊNDENCIA EM GÉMEOS - um breve balanço de 2020

Antes de tudo e de mais quero aqui agradecer. Agradecer a quê e a quem? Agradecer à vida. Prontos! Gracias a la vida que me ha dado tanto, como canta Violeta Parra, Mercedes. Agradecer a 2020 e toda a minha gente que contribuiu e contribui para estes breves versos que poderemos chamar de poesia casual. Ah! essa coisa dos signos não é muito a minha praia, pelo meu conhecimento superficial,  mas rima com a época do ano... De signos e astros que terão o seu sentido sem clichés. 


veio o carnaval e o dia internacional da mulher

tod@s na rua

passou fevereiro

veio março

tod@s em casa

estudei

trabalhei

cuidei

descudei

meditei

virei a mesa

refiz a mesa

joguei a mesa fora

voltei à base

perguntei quem sou

na varanda

no teatro

no sobrevento

entre artista e produtores

nos encontros, arteterapeutas e desencontros

no que é ser mulher selvagem reencontrando a potência de amar, de se permitir amar

(re) aprender a silenciar, escutar, observar, contemplar 

livrar-se da culpa de achar que deve levar o mundo nas costas

ser mãe, criadora com humanidade com perfeição da imperfeição

apreciar mulheres sábias que estudam a revolução do auto conhecimento sem ismos nem sede de poder

confiar na intuição

escutá-la intimamente

porque essa nunca será nem poderá ser hackeada

VITÓRIA A QUM SE PRESTA A SE DESCONSTRUIR COMO GESTO DE (AUTO) AMOR!

VENHA 2021!!!


A Piu

BR, 31/12/2020

#anapiu_teatrobalbuinas #mascarizese #viradafeminista #daianebaumgartner

 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

PARA! DIGA-ME comemorando a independência dos países africanos de expressão lusófona, entre outras expressões linguísticas e culturais

 " - E o senhor general despreza as nossas tradições?

- Olhe, meu caro, se por tradições entendermos crimes como envenenar pessoas, queimar crianças, mutilar mulheres, sim, desprezo. Há tradições boas e tradições más. Acho estúpido apoiar uma qualquer prática apenas por ser antiga. Seguindo a mesma lógica teríamos de defender a escravatura. Os meus bisavôs, pretos como eu e você, eram escravocratas. Devo recuperar a tradição familiar?

- Não! Escravatura não!

-- Ainda bem. Olhe, conheço muito boa gente, aqui em Luanda, que tem imenso orgulho no passado escravocrata da família. Os escravos eram o ouro negro da época (...) Havendo procura, havia oferta. Você gosta de samba? 

- Gosto. Gosto muito.

- Então agradeça aos meus bisavós. Se eles não tivessem vendido escravos para o Brasil hoje você não poderia escutar Paulinho da Viola (...) Se não fosse a escravatura o Brasil não teria capoeira, não teria vatapá nem o candomblé. Sem a contribuição dos meus avós e de todas as grandes famílias escravocratas desta nossa bela cidade de São Paulo da Assunção de Luanda, o Brasil não existiria. 

(...) olhou-o aterrado. (...) a escravatura foi uma coisa boa?

- Não. Escravizar alguém é um crime abominável. O tráfico negreiro enriqueceu algumas famílias africanas, não falando dos europeus, claro, mas arruinou o continente.

AGUALUSA, José Eduardo ' Barroco Tropical",Dom Quixote. 2009: Portugal.


Esta escrita luso angolana, por ser honesta e (auto) responsabilizadora, é desconcertante. Penso que responde em parte aquele verso do querido Mateus Aleluia:

 ' Quero contar o sofrimento que eu passei sem razão

O meu lamento se criou na escravidão
Que forçado passei"

Não sei se existe uma moral da história na História. Com certeza que precisamos  de estudá-la em diferentes ângulos e a muitas vozes para não cair no engodo das simplificações, dos lugares comuns como se dum roteiro televisivo e medíocre se tratasse onde não existem complexidades e dobras várias nas estruturas sociais pautadas a hierarquias, status e poder.

Estarmos informad@s e meditar sobre os assuntos abre-nos o olhar para nós mesm@S e para o 'outro' que também somos nós sem reducionismos, frases e ideias feitas. Como há famílias pretas escravocratas, há famílias portuguesas, holandesas, francesas, inglesas de origem operária e do campesinato, que além de exploradas, nunca se favoreceram com esse grande projeto escravocrata, patriarcal que mutila e mata mulheres e é infanticida. Só a titulo de curiosidade: no Brasil existe uma camada social que valoriza mais o seu pet ( animal de estimação) do que os meninos de rua. Só para dar um exemplo.

Todos os dias são dias de meter a mão na consciência e ressignificar o paradigma. Independentemente se é Natal ou Carnaval.

Inté!

A Piu
Campinas SP 28/12/2020




terça-feira, 22 de dezembro de 2020

AMOR EM TEMPOS DE GUERRA - - comemorando a independência dos países africanos de expressão lusófona, entre outras expressões linguísticas e culturais

' Com mãos se faz a paz se faz a guerra/ Com mãos tudo se faz e se desfaz/ Com mãos se faz o poema - e são de terra/ Com mãos se faz a guerra - e são a paz. (...)  De mãos é cada flor, cada cidade/ Ninguém pode vencer estas espadas: nas tuas mãos começa a liberdade" - Adriano Correia de Oliveira

Conheci a Isabel nas andanças do teatro, ainda em Lisboa. Em muitas ocasiões era ela quem fazia o bar do teatro recheando-o com os seus belos petiscos. Nunca conheci a sua história até que um belo dia, por pura coincidência - ou não, partindo do principio que os acasos sempre acontecem por um propósito maior - ela contou-me brevemente a sua incrível e tocante história. Naquela breve viagem de elétrico ( bonde) 28, contou-me que era Angolana e tinha vários pais. Foi encontrada no mato, teria uns 2/ 3 anos por tropas portuguesas. Durante muito tempo não soube a sua idade e quando conversamos mais profundamente para um trabalho em Antropologia sobre parentesco ela ainda desconhecia o paradeiro da sua família biológica e que não tinha a certeza se gostaria de voltar a Angola para os procurar. O tempo passou-se e as peças do puzzle ( quebra cabeças) foram se encaixado como se pode ler na matéria abaixo referida. Foi a Angola, encontrou os seus parentes, a sua tia que ao fugir com ela nas costas, achou por momentos que estava cercada de javalis.

' Não fujas que eu não te mato!'. Mas a tia fugiu com uma outra criança e a Isabelita ficou ali, pequenina, a olhar para um batalhão de homens. A maioria deles arrancados das suas vidas, das suas famílias para servir a uma guerra que servia  interesses de muito poucos. Um batalhão é constituído por homens, logo por seres humanos. Homens esses filhos dum Portugal rural, sob o jugo fascismo, onde o analfabetismo chegava aos 90%. A pobreza, a fome eram a pauta da maioria da população portuguesa nesses idos anos 60. Uns já se esqueceram, mas testamos para nos lembrarmos e não defender ideais fajutos, egoicos e nefastos. Homens esses, ainda jovens, que enviavam mensagens de feliz Natal e próspero ano novo através de filmagens realizadas pelo Estado Português. Sempre a sorrir a acenar, porque afinal de contas muitos não voltaram ou voltaram todos estropiados, com sonhos noturnos irreversíveis. Uns garotos que se tornaram adultos traumatizados de guerra.

Batata Doce foi um doce que lhes surgiu nas suas vidas por um fio: ou mato ou sou morto. A minha querida amiga Isabel surgiu no meio do mato, de madrugada, iluminando a noite longa e escura do Imperialismo e do fascismo.

Vivam as andanças do teatro, da poesia, da arte, da educação, da cidadania para nos sabermos gente de verdade com verdade. E o que é essa verdade? Cada um@ terá a sua. Mas não subjugar nem nos subjugarmos já é um pontapé de saída. E nunca esquecer do que nos une que é o amor à vida e respeito a nós e ao próximo. 

ref: https://www.dw.com/pt-002/achada-no-meio-da-guerra-a-hist%C3%B3ria-de-isabel-batata-doce/a-50420764

A Piu

Campinas SP 22/12/2020





domingo, 20 de dezembro de 2020

O MUNDO QUE NOS HABITA QUANDO HABITAMOS NO MUNDO - comemorando a independência dos países africanos de expressão lusófona, entre outras expressões linguísticas e culturais

" O que peço no momento é silêncio e atenção.

Quero contar o sofrimento que eu passei sem razão.
O meu lamento se criou na escravidão...
Que forçado passei.

Eu chorei.
(Eu chorei)
Sofri as duras dores da humilhação.
(Humilhação)
Mas ganhei, pois eu trazia Nãnaê no coração." 

Mateus Aleluia - Cordeiro de Nanã

Estamos perante uma entidade quando escutamos a voz de Mateus Aleluia? Uma voz profunda, doce que carrega ancestralidade e as suas dores passadas e presentes. Infelizmente ainda não é nada simples nem fácil ser negro, indígena, afro indígena e todos aqueles que não tenham uma aparência branca ocidentalizada no Brasil. Os asiáticos, nomeadamente os japoneses, também sofrem de preconceito neste Brasil multi cultural mas muitas vezes de costas viradas uns para os outros. 

Sem nunca desconsiderar as injustiças e tragédias, muitas vezes com o pretexto que para sermos iluminados não precisamos de falar nem meter o dedo na ferida, o que estes últimos cinco séculos trouxeram de positivo - apesar dos pesares- é o encontro entre povos . Hoje duma forma mais rápida, devido à internet. Hoje, em dois segundos podemos ter acesso a movimentos, a ideias, a pensamentos, a produções artísticas, culturais, a práticas ecológicas de toda a parte do mundo. Andarmos informados, meio informados ou totalmente desinformados é responsabilidade nossa. Os estímulos, os canais de conhecimento são muito importantes, para não cairmos na cilada das fake news, das pessoas fake -por detrás de identidades falsas ou não- que fazem-se passar por informadas e até serem "das nossas" ( e o que é ser "das nossas" se assumirmos que somos metamorfoses ambulantes?). 

Ser " das minhas" é na base das bases das bases, básicas do básico, respeitar a integridade física, moral e espiritual de terceiros assim como se auto respeitar.  Também trago aqui, cá dentro dos peitos onde se encontra o coração, o tórax, os pulmanitos e outros adornos necessários ao funcionamento anímico, a importância de nos enxergarmos uns aos outros partindo do principio que a força da sua existência, co criação e trabalho deve ser incondicionalmente respeitada. 

Pessoalmente não admiro a função profissional dos policiais, burocratas e afins que assumem o controle do Estado. Porém, mesmo que em alguns casos tenha que fazer um exercício hercúleo para entender e respeitar o máximo possível, enxergo um policial, um carcereiro, um burocrata e outros como trabalhadores que estão a ganhar a sua vida pelo modo que escolheram ou que acreditaram que era a única escolha. Trabalhadores e trabalhadoras com as suas famílias ou não para sustentar e que muitas vezes são mal pagos e nem consciência de classe têm. Alguns terão. Calro!

Explorar o trabalho de terceiros, além de chato, é muito chato. Não enxergar a outra pessoa como trabalhadora, criando muitas vezes fantasias que esta eventualmente vive de rendimentos ou que o seu trabalho nem é trabalho e sim um hobby, um devaneio que nem família para sustentar terá.... Refiro-me agora à profissão artista, por exemplo ou puro exemplo.

Amo de coração escutar esta música do Mateus Aleluia e sempre fico ali enroscada  naquele verso " Quero contar o sofrimento que eu passei sem razão."

Mas isso fica para o próximo texto que falarei sobre a série " Sankofa - A África que te habita". Vale muito apena assistir. Está disponível on line essa introdução à história de alguns povos africanos que vieram escravizados para o Brasil e que alguns depois retornaram para o seu berço de origem.

Abreijos e até ao próximo texto!

A Piu

Campinas SP 20/12/2020













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sábado, 19 de dezembro de 2020

HUMA UNIDADE - comemorando a independência dos países africanos de expressão lusófona, entre outras expressões linguísticas e culturais

 

Há milhares e milhares e mais milhares de anos, que são muitos mas muitos séculos e até milénios, que a escravatura existe. O antigo Egipto foi pioneiro. Outras civilizações e Impérios, assim como grupos menores, sustentaram a sua existência na subjugação, fruto de de disputas e de poder.  Tornar o 'outro', o inimigo, refém, prisioneiro e escravo é uma prática milenar. Nos últimos quinhentos anos, com a expansão marítima, a escravatura ganhou contornos tão nefastos que pode e deve ser considerado o maior genocídio de todos os tempos. Embora quando se pesquisa muito por alto sobre genocídio raramente aparece listado essa projeto mercantil que se iniciou ali por volta de 1500. Enumera-se o Holocausto nazi, entre outras atrocidades planetárias cometidas de seres humanos para seres humanos mas não se fala do colonialismo em África, nas Américas e até mesmo na Ásia realizadas por vários países europeus, onde Portugal e a vizinha Espanha - sua hermanita rival - estão no topo desses crimes cometidos contra a humanidade.

Adianto já que sou portuguesa e que como eu muit@s outr@s conterrâne@s somos contemporâne@s do século XXI, contrariamente a outros que se dizem colonizados mas nem se tocam que são eles os colonizadores. Além de perpetuarem um projeto ultrapassado ainda se acham no direito de serem moralistas escarnecendo e enfiando o dedo na cara em portugueses e portuguesas trabalhadoras fruto dum Portugal que conheceu a democracia há 46 anos e que as riquezas das colónias era para uma elite, e meia dúzia de privilegiados. e não para o povo, para a população. Seria interessante esses seres estudarem um pouco mais, informarem-se digamos das suas origens e da sua própria história e assumirem que estão rodeados de mordomias e privilégios, nos seus condomínios fechados ou até abertos onde os empregados, normalmente de cor escura acessam às suas casas pela porta de serviço. 

Pensar, falar, escrever sobre escravatura é algo que exige fôlego porque além de ser uma ferida aberta é uma prática ainda comum, sendo esta mais ou menos acentuada. Quando alguém não valoriza o trabalho de outro alguém e acha que não deve ser pago ou deve-se pagar uma ninharia é o quê? Quando se aceitam medidas neo liberais em que o vinculo empregatício resume-se a prestações de serviços, desresponsabilizando o empregador e denominando o empregado de micro empreendedor trata-se do quê?

Escrever, falar, pensar sobre escravatura é olhar para a história do patriarcado, quando as comunidades nómadas tornam-se sedentárias, quando a caça é um dos meios de subsistência, quando o homem entende que é ele quem engravida a mulher e por aí vai. Um número infinito de complexidades que levou a humanidade a se desintegrar enquanto unidade com as suas múltiplas e infinitas diversidades.

Incas, Maias, Astecas, Tupinambás, povos dessa imensa África, entre outros são exemplos de quem encontrou na escravidão uma forma de afirmação cultural e social.  Em pleno século XXI urge olhar com olhos e ouvidos de sentir o passado, o presente e o futuro com responsabilidade. Olhar paras feridas abertas, que consistem no tráfico de seres humanos para submetê-los trabalhos forçados e sexuais, e curar. Curar significa não reproduzir no micro esses abusos de poder e confiança. E largar a mão de sermos moralistas e sonsos também é um grande contributo para a Huma unidade.

Até ao próximo texto nesta comemoração dos 45 anos de Independência de Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Cabo Verde e Timor Leste do jugo de Portugal, do meu querido país que precisa de levar uns cascudos assim como o Brasil - ihihih nos seus eurocentrismos mal resolvidos ihihih-.Amo o Brasil, mas precisamos ( junt@S!) de colocar uma água oxigenada em muitos pontos.  Arde? Ah pois arde! Ninguém disse que água oxigena não arde! Ora pois pois pois. Morreram as vacas e ficaram os bois!


A Piu

Campinas SP 19/12/2020

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

O BIZARRO CASO DA MULHER COM TODAS AS LETRAS - p. I da série (su)realismo fantástico

 Era um estranho mistério. Quase desvendável e até previsível, mas nem por isso surpreendente. Quando a chave do enigma se mostrou inteira , mesmo debaixo duma pálida luz duma chama duma vela que dança com uma brisa. " Que brisa!" , pensou. " Granda bizarraria sem graça!! Espera aí! Até até graça! No meio deste samba rockalhada toda isto não deixa de ter a sua graça, porque no final das contas o que sustenta esta maluqueira é amor. Amor?... Será?... Amor ou curiosidade? Uma curiosidade em viver um grande amor ou uma grande curiosidade em saber ou (re)conhecer o que é o amor.?"

Tinha graça também , porque aquele que assumia mas não o assumia o papel de vilão achava que ninguém o sacava, que ninguém o topava, que não estavam de olhos postos em todos os seus movimentos de se divertir (?!?) a brincar de troll, de cyberbulling, de hacker que provavelmente não faria tudo solitariamente! Estava realmente de parabéns pela sua incrível arte do ilusionismo de fazer desaparecer textos de páginas de redes socais, apagar imagens e contatos de celulares alheios e invisibilizar o próprio irmão das redes sociais, quebrando a sua  página temporariamente. 'Ganda' viagem! Bom, sendo ou não uma "ganda" viagem fruto de algumas suposições que poderiam acertar em cheio ao lado, o jovem adulto douto com o seu amadurecimento em curso tinha só uma missão para sair desta enrascada que ele próprio criou deixando os que estavam ao seu redor apreensivos. Essa missão era olhar nos olhos do grande e querido mano que transpirava de longe que lhe queria muito bem e pedir-lhe desculpa por tudo: pelas mentiras, omissões que no combo do emaranhado estava em competir com o seu próprio e querido irmão. Pedir-lhe desculpas, não necessariamente em palavra se sim em atos e gestos, e liberá-lo para ele amar quem ele quisesse da forma que ele quisesse. O que tinha muita graça, não no sentido do divertido embora sermos divertod@s é muito bom, era que no fundo no fundo a grande incrível moral da história é que o sabichão tinha-se metido com uma mUlher com U. U de útero. U de Uivo. E a próxima vez que o Bambambam sacaneasse o irmão,  a mulheR com R de Raspa-te daqui porque se não cai um Raio na tua cabeça que precisa de pensar com o coração e não com a competição fajuta! Aqui quem fala é a mulheR com R  de Rockeira!

A MULHER com todas as letras levou tempo e mais tempo a descobrir que era um emaranhado e que esses dois irmãos precisavam de desenvencilhar. Porque viver leVe e com Verdade toda a minha gente sai Vitoriosa sem ganhadores nem perdedores. Essa lógica está fa-li-da. Tudo estaria bem quando todos se olhassem nos fundinhos dos olhos dos outros. 

A Piu

Campinas, 16/2/2020

#nossemprecomamor





AFRORESCENDO

 " Afrofuturismo é sonhar um futuro em que as pessoas negras estejam vivas."  Nátal Nei; TedX

Estamos a duas semanas do final deste surpreendente, desafiador e instigante ano de 2020. Vocês acreditam em energia e sua espiritualidade? Esta pergunta foi feita aos interlocutores da imperdível série " Afronta". Eu acredito. Somos feit@s de energia. Está ou não está cientificamente provado?  Pergunto a vossa excelência cética que matou o divino para idolatrar a ciência com uma mera substituição de crenças em que a energia do cardíaco e sua abertura tem sido muitas vezes esquecida. Para muitos doutos falar de energia e caminho do coração é motivo de chacota e também de algum equivoco que mete no mesmo saco esoterismos mágicos levantados e defendidos por uma turma que acredita em raças superiores e inferiores. Enfim. 

Antropologicamente falando, o conceito de raça é uma construção social que serve para segregar e subjugar. Logo, trocando por miúdos, as raças não existem. Existem fenótipos de melaninas diversas com culturas e práticas sociais especificas e também globais. 


A duas semanas do final de 2020, escrevo aqui desde o Brasil, eu uma portuguesa de  tez clara mas bronzeada pelo sol tropical, de olhos azuis, cabelo originalmente castanho claro, como a Marlyn Monroe antes DE pintá-lo (ahaha eu comparar-me à Monroe é o fim da picada!!! Ihihih rir faz bem, galerada! Que o assunto é sério!) .  Primeiro dedico este texto a tod@s do meu convívio familiar, nomeadamente a minha tia Julieta( Pereira) que ontem fez 72 anos e que me relatou que foi professora primária em Cabinda, Angola durante a guerra com Portugal, na circunstância de acompanhar o marido nessa façanha ao qual foi obrigado a ir, já que não escolheu desertar ou até mesmo não teve a possibilidade de fazê-lo. Desde criança guardo na memória as palavras de sua  indignação relativamente à diferença de trato entre as crianças negras, pretas, que eram a maioria, e as brancas que se contavam pelos dedos segundo as fotos que eu cheguei a ver.  Palavras essas que relatavam igualmente que foi avisada de não levantar muita poeira em defesa " dos pretos" para não ser afastada da sua função de alfabetizadora. Enfim, corria o ano de 1971 ou 72 e esta era a realidade  que se vivia em Angola e com certeza em todos os outros países africanos colonizados e escravizados durante séculos por Portugal até se tornarem independentes de Portugal em 1975. Resumindo, há 45 anos que Portugal não é império e eu faço parte da primeira geração dessa grande conquista aliada à queda do fascismo de Tonecas Sal Azar, aquele que caiu da cadeira e bateu as botas sem ninguém lhe dizer que ele já não era o ditador devido ao seu estado avançado de decrepitude.


Ontem assisti a esta série: " Afronta" e recomendo vivamente!!! Colocarmos-mos no lugar de escuta além de importante é urgente e entender ou ir entendendo o que é a ladeira do privilégio, da apropriação aliada ao oportunismo e individualismo, e reconhecer corpos e almas com uma ancestralidade potente que reivindica pela sua dignidade dispensando peninhas e outras sonsices. 


Ah! Também dedico este texto, naturalmente aos povos africanos, afro descendentes, afro indígenas e indígenas. E por consequência às minhas duas filhas, fruto desses encontros futuristas com multi ancestralidades afro indígenas europeias. Também dedico a mim e ao povo português descendente também dos mouros, oriundos do norte de África.


Beijos e abraços e até ao próximo texto sobre este tema!

A Piu

Campinas SP 16/12/2020

A série AFRONTA! é dirigida pela cineasta negra Juliana Vicente e lança luz sobre a potente juventude negra brasileira contemporânea que contam 



segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

A LAS BARRIGADAS

Saia preta agita-se no ar

entre uma pena e uma boiá

se nuvens escuras nos impedem de ver

Enquanto aguardamos a chegada desse GRANDE AMOR
discernindo o que é mentira do que pode ser verdade
O mais precioso é a liberdade
Devemos defendê-la com fé e coragem
Levante a bandeira revolucionária
Esse triunfo incessantemente nos dá
Levante a bandeira da emancipação

e distinga da sua imitação
Esse triunfo incessantemente nos dá
Pessoas de verdade com sentimento que trabalham em pé,
Devemos derrubar a dissimulação e seguir o caminho do coração
Para as barrigadas! Para as barrigadas
Para o triunfo da Coração, vai-te embora Confusão!
Para as barrigadas! Para as barrigadas
Para o triunfo da grande manipulação rimos-mos um tanto e mais um pouco e cai no chão essa dissimulação e seguimos o caminho do coração


versão da palhaça Bell Trana D'Talll ( Ana Piu) de " A Las Barricadas"





sexta-feira, 27 de novembro de 2020

VIVA!!!!!

 

Caramba o mês de Novembro está a chegar ao fim!! Como poderia esquecer de lembrar de não esquecer de lembrar que no dia 11 de Novembro faz 45 anos que Angola é independente da colónia portuguesa ???!!! Que no dia 20 de Novembro comemora-se no Brasil o dia da consciência negra!!!! Ah! E que o escritor português José Saramago que ganhou o prémio nobel da literatura faria no dia 16 de Novembro NOVENTA E OITO ANOS SE FOSSE VIVO!!!

Esta foto tem exatamente 15 anos. Foi tirada na minha terra natal, na cidade que o Saramago fala em vários romances e crónicas suas: Lisboa. Grande Saramago! Escritor maldito dos tugas conservadores! Toma lá bolachas! Na minha frente, e agora na vossa, está a minha filha que aqui chamo de Mary Flower, está o seu pai Bruno, que aqui chamo de Mister Brown e um amigo italiano do mesmo cujo nome esqueci....Veio de propósito do seu país para comemorar o nascimento da nossa filha.

Mister Brown é um ex combatente da guerra civil de Angola que durou entre 1975 e 2002, antecedida da guerra pela independência de Portugal entre 1961 a 1974. O Mister Brown como tantos outros nasceu e cresceu durante a guerra e combateu com os seus irmãos contra aos seus irmãos. No caso ele combateu pelo MPLA ( que era da parte da URSS) contra a UNITA ( que era da parte dos EUA). Citando o Mister Brown, que hoje pôde voltar a Angola sem ser julgado em tribunal de guerra por ter   desertado desta em meados dos anos 90's para um Portugal hipocritamente anti racista, explorador principalmente com imigrantes, e ressentido por ser mau perdedor de algo que não lhe pertence nem nunca lhe pertenceu que são territórios, vidas, forças de trabalho transformadas em escravatura. durante séculos. Ah!  Esqueci de citar o Mister Brown: " Em Angola há mais armas do que brinquedos!" Pois... os amiguinhos yankies e os sovietes são massa do mesmo pão, cara e coroa da mesma moeda. Só para avisar aos que pararam no tempo ou nunca se informaram da História direitinho. 

VIVA A LIBERDADE E O RESPEITO PELA VIDA DE TODOS OS SERES! FIM À GUERRA ENTRE IRMÃOS!!!*

* irmãos é um termo que não necessita de cunho religioso, até dispensa porque ! por mais que seja santa a guerra é a guerra" ( Fausto)


A Piu

Campinas, 27/11/2020

MULHER OLHANDO DE FRENTE COM A MENTE LIBERTA

A sociedade adoece-nos ou nós já nascemos doentes dentro duma sociedade? A doença, em muitos casos, não será uma manifestação no corpo e na alma de algo muito profundo que muitas vezes nem conseguimos enxergar de imediato? Um evento coletivo ou individual traumático, uma relação de amor distorcido ou desamor lá atrás na nossa primeira infância ou na primeira infância de um parente e até mesmo na vida adulta de um antepassado nosso que se perpetua no tempo através do inconsciente.

Existem uns seres humanos que tem o incrível hábito de achar que são um pouquinho de qualquer coisa e não temem em dizê-lo na frente dum profissional dessa coisa: " Ai sabe! Eu trabalho nas finanças mas sou um pouquinho psicóloga para a minha família e para quem eu atendo lá na repartição!". Isso é como afirmarmos que somos um pouquinho economistas porque vamos à frutaria e pagamos as contas lá de casa. Ou que somos um pouquinho médicos porque administramos aspirinas a quem sente alguma dorzita. 

É importante identificarmos características psicológicas, que além de tóxicas podem fazer parte dum quadro clinico de transtorno, mas é preciso muito cuidado para não rotular alguém de " psicopata", sociopata", " narcisista perverso" e afirmar que isso não tem cura, e que a pessoa nasce e morre má só porque lemos no google.

Talvez seja importante saber que existem pessoas, e que nós podemos ser uma delas se não nos auto conhecemos, com comportamentos sociopatas. Por exemplo. Uma sociedade que promove o individualismo, que não se importa realmente em ter uma educação emocional  desde a mais tenra tanto nas escolas como em casa, que desmerece o simples ato de parar para respirar fundo e observar a respiração diariamente durante alguns minutos é o quê? É uma sociedade com traços sociopatas. Ou não?

Uma sociedade que promove  as relações descartáveis, seja estas laborais, sentimentais ou sexuais em que tratar os outros e a si mesmo sem gentileza genuína vinda do coração sofre do quê ? De sociopatia. Uma sociedade consumista onde consumirmos desenfreadamente e que ser comedor(a) de produtos processados e de seres humanos recheados a uma ideia de libido televisivo é o quê? Uma sociedade , por exemplo o Brasil - mesmo não sendo o único a sofrer dessa maleita pois os de dito primeiro mundo são aparentemente mais assépticos mas talvez o facto das coisas acontecerem na calada é tão ou mais sociopata -  que ainda necessita de delegacia de mulheres e as extensões de favela são enormes  e a população presidiária é negra e pobre é o quê? Uma sociedade em que o meio académico move-se de relações hierárquicas abusivas assim como meritocratas é o quê? Já não falando das pequenas, médias e grandes empresas. Uma sociedade pautada pelo imediatismo, julgadora e punitiva que engole verdades fajutas ou mentiras descaradas é o quê?

Por outro lado se nós somos seres viv@s podemos ou não dar aquele passo de nos curarmos das sociopatias sociais e as de foro interno, que ao que dizem é um transtorno e  que precisa de tratamento. Porém é muito bom viver e nesta sociedade que tanto precisa de cura existem seres humanos preocupados com outros seres humanos e seres vivos, mesmo quando colocam limites e tenham que afirmar ao ser humano com comportamentos sociopatas ( você conhece algum? eu conheço um ou outro, mas nem por isso os odeio embora à s vezes dê vontade de levanta-os pelos colarinhos e afirmar que já o sacou há muito tempo assim como quem compactua e não compactua mais com as suas manipulações). Na minha opinião mostrar que existem saídas possíveis para sair desse engodo que cria sofrimento à própria pessoa é um ato de humanidade, de amor ( incondicional). Dizem que os sociopata s não sentem. Duvido... Podem não sentir do mesmo modo, mas sentem e sabem o que é certo e errado e conhecem o medo. Mas sabermos nos proteger e avisar a criatura assim: " Por gentiléze retire o seu calcâneo de cima do calo do dedão do meu pé. E não volte a fazê-lo por que esse hábito não nos apraz. E olhe, saiba que não estamos sós.  Gratinados." Sim, é importante que o ser saiba que talvez possa haver um(a) maluc@ ainda mais maluc@ que o dito. Claro que existem diferentes níveis de transtorno. Mas há uns que são como aqueles bêbados armados em cão com pulgas, mas que passa logo a bebedeira quando alguém abre o peito e mostra que não está a brincar e que o melhor ter juízo. Enfim, mas nunca perde de vista que a pessoa pode se auto superar. E tudo está bem  quando acaba bem. Assim desejo. Como não sou psicóloga nem psicanalista falo e escrevo partir do meu conhecimento teórico, prático e do coração. Ah! E com sorte ainda poderemos todos rir com leveza das faltas de discernimento que um dia aconteceram mas que não se repetem mais. 

Assim seja. Assim é! Namachá 'ca agora vou beber um chá para dar aquela educada no ímpeto domeu ser que sabe caminhar por la vida com souplesse, com savoir faire ( dá sempre estilo escrever umas estrangeiradas de preferência em franciu) 

Chauzinho! Bye bye que eu good fico!


A Piu

Campinas SP 27/11/2020


fonte:

https://superandoabuso.com/reconheca-um-sociopata/







segunda-feira, 23 de novembro de 2020

VIDA LONGA À CRIATIVIDADE QUE APONTA SAÍDAS COM ALMA


 Dançando no escuro,( Dancing in the dark) realizado por Lars Von Trier e protagonizado por Bjork conta a história duma imigrante tcheca, mãe sola, que se mudou com o seu filho para os EUA em 1964. Ela sofre duma doença degenerativa em que vai perdendo a visão. Para salvar o seu filho, submetendo-o a uma cirurgia, junta todo o dinheiro ganho como operária fabril, Enquanto ela vai perdendo a visão. A sua grande paixão são os filmes musicais que assiste enquanto a sua comovente amiga Kathy ( Catherine Deneuve) que nutre por ela um grande carinho e amizade descreve por palavras e depois pelo toque o que se passa na tela. O filme dá uma reviravolta quando o seu vizinho policial Bill (David Morse), que lhe aluga um trailer para viver, vem contar-lhe o segredo que a sua herança chegou ao fim e a esposa não pára de gastar e como ele está falido e endividado as autoridades vão-lhe tomar os imóveis. Selma Jezkova ( Bjork) confia-lhe também o segredo das economias para a cirurgia do filho. O Bill, que não é Kid e sim um homem feito e armado que se sente desarmado com a sua esposa esbanjadora e que deseja se suicidar para acabar logo com o tormento, arregala os sentidos e não perde a oportunidade de voltar a casa de Selma para que dissimuladamente finge voltar para a sua e ver onde esta guarda o dinheiro para o roubar. Quando Selma dá por falta do dinheiro logo entende oque aconteceu. Ela está a perder a visão mas não a inteligência. Vai a casa do Bill, homem feito e armado mas desarmado com a esposa para manter as aparências, e pede-lhe o dinheiro de volta. Aí dá-se a viragem trágica! O esposo exemplar já dissera à sua querida esposa esbanjadora que Selma o tinha seduzido... Ela pega no dinheiro, com a esposa lá em baixo logo testemunha não ocular, e este primeiro atira sobre si mesmo e depois pede a Selma para atirar sobre ele. Resultado: suicida-se manipulando as ações desesperadas da Selma. Esta é condenada ao enforcamento e por sentir vergonha e culpa de ter dado à luz o seu filho que herdaria a sua doença e por ser leal à palavra de manter o segredo de Bill mente e é enforcada.


Bjork admira muito a Elis Regina. Diz que mesmo não entendendo português sente que a Elis com a sua voz vai a lugares da alma que ela não tem coragem. Milton Nascimento diz que s inspirou nas vozes femininas com alma para começar a cantar. Milton é um homem que compreende o feminino que existe dentro de si para honrá-lo. Bjork canta Milton mesmo não sabendo português.

Se  este filme ganhou prémios de melhor filme e de interpretação feminina de Bjork, o roteiro mesmo que impactante não convence. Porque uma imigrante Tcheca em pleno regime comunista imigra para os EUA e é incriminada de comunista? Se ela o fosse ficaria no seu país de origem. Ou não? Mesmo assim poderia operar o filho através da rede pública ao invés de ir para um sistema em que a saúde é para quem paga. Porque Selma mente, preferindo ser condenada à morte do que manter-se mãe do seu filho que tanto quer salvar? Uma mãe faria isso mesmo sentido culpa e vergonha de ter escolhido trazer ao mundo um bebé para o ter no colo, mesmo sabendo que ele poderia ficar cego? 

O roteirista não dá saída à protagonista. Se por um lado entende e admira , até um certo ponto, a coragem pueril de Selma mata-a no final, fazendo-a passar por todas as agruras da negatividade.

Lars Von Trier, como europeu dum país exemplar de primeiro mundo, pretende criticar o sistema social dos States? Ou ele mesmo, tendo um sistema de saúde ótimo, eficaz e "gratuito" que se sustenta dos impostos dos dinamarqueses, não tomou a decisão de curar a sua misoginia matando a esperança, a alegria de viver da Selma, a luta pela dignidade e pela vida que ela representa? 

Há quem defenda  que em termos psicossomáticos a cegueira é uma negação de enxergar a realidade com ela é. Pode até ser. Mas  a realidade somos nós que a fazemos e não precisa nem deve ser monstruosa. Também há quem defenda que a frequência vibracional da vergonha e do medo são as mais baixas de todas e que acabamos por atrair para a nossa vida aquilo que vibramos. Tá! Também pode ser... Mas como artistas, criadores, também já é tempo de olharmos para os problemas e propor soluções. Sair do engodo do derrotismo, do cinismo e de levar os outros atrás da negatividade. O Bill não representará o Lars que envolve uma mulher no seu suicídio para a incriminar e a deixar sem saída? E um cineasta que produz umas coisas tortuosas sem saída precisa de se tratar URGENTEMENTE, porque o planeta geme, grita por cura. 


A Piu

Brasil, 23/11/2020

sábado, 21 de novembro de 2020

O ESPIRITO DA ALMA


 Quando o pajé levou João Libertário às aldeias vizinhas para não se esquecer de quem ele era e ao que vinha falou: " Para você saber se um povo é feliz confirme se as mulheres são felizes." 

 - História baseada em relatos verídicos-

A Piu
Campinas SP 21/11/2020
foto: claudia-anduja

O MENINO NA RODA DA CIVILIZAÇÃ0



Quando chegou na idade de seis anos saiu da aldeia pela mão dum missionário para estudar na aldeia grande dos napë.. Despediu-se dos familiares e de tudo o que lhe era familiar. Os xapiripë nunca mais o visitaram em sonhos. Aprendeu uma outra língua e quase quase esqueceu a sua. Uma vez, em sonho, o avô apareceu e sussurrou no seu ouvido esquerdo: " Não se esqueça que é filho do coração da floresta, mas me fale se os napë são tantos como as estrelas que existem no céu. Me conte em sonhos o que eles fazem com o lixo já que vivem todos numa aldeia tão grande a perder de vista."
Agora o menino yanomami adotara o nome de João. Os seus tempos de seminário foram duros, a compaixão , o amor e o perdão ensinados com castigos. Mas sobreviveu.
Depois foram para uma aldeia maior dos napë onde a queda do céu que o seu avô falava em sonhos era verdade, naquela aldeia a perder de vista. Na universidade tornou-se libertário, ateu, defensor dos direitos do seu povo, lá longe com uma memória difusa da sua infância.
Na beira do igarapé João Libertário, como era conhecido na aldeia grande dos napë, conversa com o pajé. Conta-lhe das vantagens de ser ateu, do sentido da vida na aldeia grande dos napë em ser ateu e que realmente com tudo o que tem acontecido com o seu povo o único que resta é ser ateu.
O pajé fica um longo tempo olhando para a água correndo entre as pedras do igarapé e pergunta olhando os olhos no rosto de João Libertário refletido na água,: " Entendi o que é ser ateu. Mas não entendi se você é ateu ou indígena?"
O pajé fecha ligeiramente os olhos e os xapiripë aconchegam-se suavemente nas suas pálpebras.
- História baseada em relatos verídicos-
A Piu
Campinas SP 21/11/2020
foto: claudia-andujar


sexta-feira, 20 de novembro de 2020

DANÇANDO, CANTANDO E ATUANDO NO ESCURO E NA LUZ SEM TRETA

 Daqui a pouco a pouco. umas horitas vá considerando que a diferença são de três horas do Brasil para a Islândia, a querida, talentosa e trabalhadora Bjork  faz CINCO E CINCO ANOS!!! UMA SENHORA! PARABÉNS BJORK E VIDA LONGA, LEVE, DE RISO SOLTO E MUITO AMOR!!!

Bjork significa menina da Islândia. Bjork também é o nome de uma árvore ( birch tree ou bétula). Essa menina da Islândia lembra-nos que somos nas raízes nómadas. Ao pesquisar sobre como foi povoada aquela ilha ao norte da Europa, encontram-se os vikings e as mulheres celtas, que foram levadas ao que consta à força. A Bjork tem traços esquimós. Será que ela é tataraneta dum(a) xamã esquimó que chegou à ilha há muito tempo atrás?

Bjork é uma menina árvore força da natureza, como todas nós podemos ser. Ela brilha desde pequenita. Filha  dum eletricista e sindicalista e duma homeopata e ambientalista viveu com a mesma numa comunidade  hippie. Foi estimulada a gravar lá pelos 10/ 11 anos, muito antes do Lars Von Triers, o cineasta dinamarquês, convidá-la para protagonizar: Dance in the Dark- dançando no escuro-  em 2000. 

Da minha parte eu conheço a Bjork antes de conhecer o Lars. E o Gling- Gló para mim é  O ALBÚM, mesmo que não entenda uma única palavra de islandês. Pelo menos há 25 anos a escutar essa pérola dessa menina mulher moça com ar dócil, inocente. Ela é carismática. Tem uma sensualidade muito dela e parece que quase não envelhece. Mas não significa que a devam infantilizar ou infernizar-lhe a vida. Por exemplo, um fã obcecado e também racista, antes de se suicidar enviou-lhe uma encomenda explosiva do outro lado do oceano até à sua morada em London city. Se existem anjos da guarda ou não cada um cuida das suas crenças, mas que a Scotland Yard fez muito bem o seu trabalho fez! Já o caso do director star Lars Von Triers é aquela pedra no sapato que a Bjork trouxe a praça pública quase depois de duas décadas. Primeiro sem falar o nome do sujeito, embora dizendo que tinha sido assediada por um cineasta dinamarquês. Também aqui ninguém é parvo, bobo, zé mané para não desconfiar que ela fala do realizador de " Os Idiotas", do " Melancholia", do " Dogville", de " Ninfomaníaca" etc etc e etc

Vejam como a Bjork fica apreensiva em falar o nome do sujeito que na frente duma equipe de filmagem joga cadeiras pelos ares porque é contrariado nos seus convites de fazer sexo com a atriz, cantora acrescido à fantasia de fazê-lo na frente da sua esposa. Que a Bjork tem que fugir para outro quarto da equipe no hotel porque bixo não se  controla.  A esposa, segundo o google, ainda está com ele. Escolhas... Ou não... Não escolher cair fora é também uma escolha. Não escolher pedir ajuda e aturar um fulano é também uma escolha. Como tal não nos nos vitimizarmos para lá da conta e nos responsabilizarmos pelas nossas posturas frente a um idiota que acha que tem o mundo na mão e ainda vem desmentir em praça pública o modo nada profissional, muito menos respeitoso em relação a outro ser seja de qual orientação sexual for, é no mínimo cobarde. 


Não sei se a Bjork o processou ao fim de tanto tempo. Talvez não. Mas fez o seu papel: alertar para que outras atrizes não passem pelo mesmo ou pelo menos se posicionem e façam ver ao idiota que escolhe ser como é e acha que é o melhor do seu bairro que o seu brilho é opaco.  Uma espécie de aviso que este pode e deve escolher fazer terapia, pois é um ganho para a humanidade. Dever-se-ia dar óscares e ursos de ouro a bons cineastas como ele, mas só com a condição de serem éticos. 

A Bjork com certeza conhecerá a lei que a protege e que pode meter esse fulano em apuros, mas a sua chapada com luva branca talvez faça parar o Lars do alto da certeza da sua impunidade, pois a opinião pública é potente e e a Bjork saber que não está só é um exemplo para todas nós. Quem é alvo de assédio e outros abusos conhece a lei. Se não a conhece deveria conhecer. Só um idiota para achar que não está a ser poupado e que pode continuar impunemente sem que ninguém saiba. Vá! Vai-te lá tratar e  deixa as pessoas em paz. Torcemos por ti. Eu pelo menos torço.

VIDA LONGA, DE RISO SOLTO E VOZ QUE TOCA A ALMA PARA TI BJORK, TIRANDO DO TEU CAMPO OS IDIOTAS DA VIDA, DANDO-LHES OPORTUNIDADE DE BAIXAREM A BOLA E REPENSAREM QUE A IDIOTICE NÃO COMPENSA!


A Piu

B'Olhão Geral Zen SP 20/11/2020






quinta-feira, 12 de novembro de 2020

DE BEM OU DO BEM?

 

Existem os homens de bem e os homens do bem. Assim como as mulheres e outros gêneros assumidos ou em vias de se assumirem. Mas por ora e agora, neste momento presente que é um presente, reflitamos em quem está presente e quem está ausente, porque já partiu. Talvez todas as certezas são relativas, pois dependem de pontos de vista, mas A CERTEZA é que um dia partimos. Desencarnamos. Uns com a certeza que a vida é só uma porque não tem em mãos o documento assinado em cartório por deus, outros juram a pés juntos que a morte não existe, o que existe é encarnação e desencarnação. Podem não ter nenhum documento assinado, mas também não é por não ser visível a olho nu e cru que deixarão de acreditar. Enfim, partimos. Uns duma forma mais tranquila, porque o ciclo chegou ao fim, outros nem tanto... Outros até fatalmente. E porquê fatalmente? Porque foram alvo de miséria, fome, sede, doença, acidente ou de conflitos armados. Nos conflitos armados o feminicídio está no combo.
Os homens de bem são homens que acreditam na moral e nos bons costumes. Muitos têm família e educam as suas honradas esposas e suas respectivas filhas a serem boazinhas e a obedecerem a essa tal de moral e bons costumes que os mesmos definiram para seu beneficio próprio. São cheio de "ai credo" e como homens de bem vão linchar, na teoria, homens do mal como esse tal de André Aranha e o seu séquito de homens da justiça que inventam um termo à última da hora como " estupro culposo" para alegar que o pobre André, branco e filho dum empresário, não fez por mal estuprar uma menina de 19 anos, ao que consta virgem - se é ou não é com ela, mas acentua o seu não consentimento se o for- ao colocar uma substância na bebida duma garota que estava a servir como garçonete num evento a que o coitado do André foi. Coitado do André que nem percebeu que colocou uma substância à revelia na bebida de Mariana!... Coitado. Ele fez aquilo porque achou graça à novinha ( essa é outra que falaremos depois. A novinha como alguém crocante passível de usar e abusar) e o fez como gesto de enamoramento... Ele é um homem de bem que não sabe ser um homem do bem?
Quantos homens de bem que criticam as oligarquias e seus derivados até chegar na classe pequeno burguesa que tem família e e educam as suas honradas esposas e suas respectivas filhas a serem boazinhas e a obedecerem a essa tal de moral e bons costumes que os mesmos definiram para seu beneficio próprio são um tanto semelhantes? Um homem de bem que critica os homens de mal, mas se constrange com a autonomia duma mulher e a coloca numa gaveta de devassa que pode servir as suas fantasias pequeno burguesas que o mesmo julga não rimarem com as dos homens do mal. Homens do bem esses que dentro do combo do "ai credo" não gostam de ricos, porque no fundo no fundo os invejam e sonham um dia ter o mesmo poder que estes, o mesmo status mesmo que em outras áreas supostamente mais cultas e esclarecidas assim como um poder aquisitivo que acreditam que é fruto do seu mérito. Mérito dum homem que veio lá de baixo mas que nem enxerga que uma moça, uma mulher sai de casa para trabalhar ou até mesmo trabalha no seu lar para além de ser lavadeira, faxineira e recatada. Não enxerga ou tem dificuldade em enxergar, porque os óculos talvez estejam embaciados, que uma mulher trabalha para sustentar a sua família, muitas vezes como mãe sola e para se realizar. Na realidade um homem de bem que se considera culto e esclarecido e joga pedra nos homens do mal, como esse André que além de ser machista, misógino e classista é só um exemplo mais aberrante, grotesco do que um homem de bem de família é mas que seria incapaz de chegar a vias de facto. Pelo menos vamos acreditar que assim é. Mas o homem de bem que não é necessariamente do bem, por ser assim, nem consegue discernir entre o que é desejo saudável, sedução saudável onde ambas as partes dançam a gosto com pornografia barata que menospreza e humilha mulheres e moças.
No fundo no fundo precisamos de agradecer a este caso grotesco em que a Mariana Ferrar e sua família tiveram a coragem e oportunidade de processar, mesmo que o séquito do Andrézinho alegue que não existem provas... Pois é... No caso até existem. Foram feitos exames médicos. Mas em muitos casos, com outros tipos de violência que não necessariamente um estupro e sim psicológica as provas muitas vezes são mais inconsistentes. Então como encarar todas essas dobras sombras e obscuras em alguns casos? Primeiro auto conhecermo-nos. Conhecimento é poder. Saber quem nós somos é o que há de mais potente, porque quando não estamos alinhadas e alinhados com nós mesmes estamos à mercê dos outros. Corremos o risco de ficar na mão de homens, ou mulheres e outres, do mal de bem que resistem a serem do bem. Sermos do bem é termos a coragem de cuidar de nós, colocar luz nas nossa sombras e faxinar a lixarada emocional que trazemos dentro. Um homem de bem não é necessariamente o super perfeito sem defeitos e nada para se trabalhar, o mesmo se aplica às mulheres e outres. Um homem do bem é aquele que compreende que o abuso de poder está fora de jogo, que o ciúme ou a inveja são sentimentos que todos trazemos dentro de nós e que precisamos de trabalhar para não nos prejudicar, nem a nós nem aos outros. Que o ciúme, o que não deve ser o caso deste André, é um dos principais motivos de crimes passionais. Logo o ciúme não é manifestação de amor e sim de insegurança. Fica aquela dica básica: se a pessoa da qual nos enamoramos provoca-nos ciúmes precisamos nos perguntar se realmente é isso que queremos trazer para a nossa vida. Já que esta é tão desafiante, não é fixe bacana legal criarmos vínculos, relações de confiança e admiração mútua? Enfim, onde o respeito pelo trabalho do outro ser é o equivalente a irmos às urnas e votarmos em quem defende os direitos dos trabalhadores o naqueles que acham que só o trabalho deles é que tem valor. Bora lá respeitar as minas! Certo, mano? Bora lá ser do bem e não de bem! Sim, porque olhar só para o corpiche da mulher e achar que é tudo nosso, mesmo que numa fantasia fajuta, desconsidera que a sua esposa e filha não se incluem no grupo das vadias libertárias. Bom, esse texto fica para a próxima: qual a diferença entre ser libertária e libertina, assim como poliamor é já uma relação a seis. Isto é: eu me amo como sou, amo a outra pessoa como ela é, ele se ama como é, ama-me como eu sou e nós amamos-mos por nos amarmos mutuamente. Muita coisa não? Quando a confiança é mútua o resto é ruido e assim saímos vitoriosos desse engodo pequeno burguês moralista que projeta a sua sujeira mental nas mulheres, nos trans e nos homossexuais.
Homens do bem em vias de emancipação, como muitas mulheres: não compactuem com isso! É sensual e sedutor ser confiável e confiante sem estereótipos e narrativas de conveniência para amaciar o ego e jogar pedra na Geni.
NÓS SEMPRE COM AMOR!
A Piu
B'Olhão Geral Zen 12/11//2020
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terça-feira, 3 de novembro de 2020

CAMINHOS (DES)CONSTRUÍDOS


 Provavelmente Romano desconhece ou menospreza o poder de Celta e de suas semelhantes. Para Romano poder significava domínio, controle. Ainda precisava de viver mais um tanto para que outros caminhos com outros portais se abrissem diante dele. Despir-se  da armadura que se habituara a envergar, para assim conquistar um império que construíra na sua cabeça e que ao invés do tornar potente o enfraquecia no seu orgulho vão. E como todos os impérios, que são vãos porque orgulhosos do seu domínio efémero, mais tarde ou mais cedo caem em cacos, deixando na memória ruínas dum império que um dia faliu porque não se sustentava mais. Como todos os impérios

Ali estava ele deitado no chão e Suevo olhava para ele. Primeiro sem prestar muita atenção em cada detalhe, mas sabia do que Romano era capaz. No seu melhor e no seu pior. Talvez não soubesse que Romano tinha dificuldade em parar em saber parar. O que salvava e até protegia Romano era a imensa amizade que Suevo nutria por Romano. Ternura, como aquela que um irmão sente por outro irmão mesmo quando este faz burrada. Amor incondicional de querer o melhor para Romano. Mas Romano preferia manter-se cego e cabia a Suevo olhar no fundo dos olhos de Romano sem muitas palavras, sem nenhumas palavras nem justificações. A boçalidade, a insensibilidade não se justifica como um pano quente que omite e torna irrelevante o que terceiros sentem, seja amor, seja medo, seja desconfiança, seja esperança.

Suevo tomou essa responsabilidade, que era também um ato de coragem, de olhar para o seu irmão e ajudá-lo a se desenvencilhar dessa armadura. Debaixo desta encontrava-se um pedaço de lança enfiada no coração de Romano. Como uma lança atravessara a armadura e somente a ponta mantinha-se num dos lados do coração sem que este parasse ao ponto de Romano acreditar que esta fazia parte do seu organismo é um mistério. Pelo menos para Celta que mantinha-se do outro lado da montanha como proteção até que a decisão de Suevo em olhar nos olhos em silêncio fosse efetiva, incluindo Galego que aos poucos poderia adquirir a sabedoria de não se precipitar em suposições e conclusões acerca do que enxergava à superfície sem conhecimento de causa. Aos poucos Galego aprenderia a potêncoa do silêncio como um caminho para o discernimento.

Durante muito tempo Romano comprou e vendeu a ideia que todos os caminhos iam dar a Roma, pois no fundo nunca tinha olhado para o que lhe doía sem projetar nos outros sere human@s o seu desdém em construir amizades verdadeiras e profundas e o seu ressentimento em não conseguir ter na mão as conquistas e troféus que até então considerava importantes como vitórias para ostentar e de seguida menosprezar. Tinha a grande sorte de Suevo e também Galego gostarem dele esse trio formava um clã. Celta apreciava isso juntamente com o seu clã cujos princípios baseavam-se na ética e na liberdade de sermos quem somos sem oprimir nem permitir que nos oprimam. Também apreciavam, Celta e o seu clã, do sentido de justiça de Suevo.

Cabia a Suevo e a Galego tirarem essa ponta de lança do coração de Romano dando o exemplo do que é ser ser hu mano, onde se respeitam as minas e os manos.

Enquanto isso Celta mantinha-se do outro lado da montanha até que todos os muros construídos por Romano fossem derrubados e tod@s pudessem respirar de alivio sem dúvidas, desconfianças. Tod@s apaziguados com o que o já passou de negativo, rasteiro e malicioso até muito recentemente e que não voltaria a se passar. Para que isso acontecesse a palavra R-O-M-A teria de ser lida de trás para a frente. 

Agora Romano, assim como Suevo, Galego, Celta e todos os clãs saberiam sem sombra de dúvida: Todos os caminhos vão dar ao A-M-O-R. 

A Piu

Br, 03/11/2020

terça-feira, 27 de outubro de 2020

ABANANDO DESDE AS IDEIAS E A ALMA- RITA, A ROCKEIRA FEMINISTA


 Chata

Chata
Chata
Tão boazinha
Tão certinha
Tão discreta
Tão correta
Tão modesta
Tão honesta
Tão decente
Tão boa gente
Tão cordata
Tão sensata
Tão tão tão
Tão tão... chata, chata
Tão chata, chata
Chata, chata
Tão chata, chata
Tão risonha
Tão idônea
Tão sincera
Tão galera
Tão normal
Tão legal
Tão jovem
Tão nobre
Tão dotada
Tão centrada
Tão tão tão
Tão tão... chata, chata
Tão chata, chata
Chata, chata
Tão chata, chata
Tão gentil
Tão servil
Tão segura
Tão doçura
Tão cristã
Tão irmã
Tão na luta
Tão enxuta
Tão grata
Tão exata
Tão tão tão
Tão tão... chata, chata
Tão chata, chata
Chata, chata
Tão chata, chata
Cha-cha-cha-cha-chata
Cha-cha-cha-cha-chata
Cha-cha-cha-cha-chata
Tão boazinha
Tão certinha
Tão discreta
Tão correta
Tão modesta
Tão honesta
Tão decente
Tão boa gente
Tão cordata
Tão sensata
Tão tão tão
Tão tão... chata, chata
Tão chata, chata
Chata, chata
Tão chata, chata
Chata, chata

Rita Lee - Tão




Todas, todos e todes sabemos que a Rita é a p...ra louca ela é veio abanar as estruturas mentais e da alma. Ela é uma politicamente incorreta do bem!!! Ei sso faz também ser tão galera.!!! Ihihih  Vejam ela ri-se da antítese dela mesma que é também ela!!! Ri-se da sua antítese e da sua síntese. Quem conhece a biografia desta monstra do rock e também do pop sabe que ela é exemplo e não é para ela mesma e para todas e para ninguém. Ela é centradamente desconcertada, também é cintura e e enxuta e já foi tão cristã e tão irmã. Discreta não é, mas é doçura. Rita vem abanar as estruturas da bela, recatada, do lar ou não, politicamente correta e até espiritualmente elevada nos seus juízes de valor, como a Rita e como nós todos. Ela faz uma música sem mencionar quem é a chata. E isso é incrível, ético e ao mesmo tempo provocador. Quem não conhece uma chata? Quem nunca foi chata? Quem se chateia com as chatas? Quantas chatas nós já chateamos? A RITA É DIVERTIDA , É UMA MENINA OÇA MULHER ANCIÃ, E TOCA NAQUELE NERVINHO CENTRAL. IHIHIH

O ESTADO DE PALHAÇA NÃO SERÁ UM ESTADO ROCKEIRO DO BEM?

VIVA O ROCK E O RISO!!! PODEM SER EMANCIPATÓRIOS!

A Piu 
Br, 27/10/2020

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