terça-feira, 31 de dezembro de 2019

quando me vires não avises que me viste
quando não nos virmos fica no pensamento intimo de quem viu mas que fez que não viu
quando  nos virmos vimos mas é como se não nos vissemos mas vissemos
não alardeies
guarda para ti

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

RIR É UM ASSUNTO MUITO SÉRIO? - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A LIBIDO NO SEU ESPLENDOR

#eumeamo #eumecuido #eudecido

Estamos aqui na reta final de 2019. Vamos entrar nos loucos anos 20. Há cem anos atrás foi uma revolução sexual, antes da revolução contra cultural dos anos 60. Os anos 20 do século XX foi uma um respiro lúdico e esperançoso entre duas grandes guerras. Um século se passou entre mil e uma peripécias e a revolução sexual não se deu ainda na sua totalidade. Porquê?  A xô dótora Piu explica: porque enquanto nãos nos auto conhecermos e sabermos lidar com a nossa libido com leveza a guerra interna e externa continua. Rir de nós mesmxs é muito importante ao invés de escranecer dos outros só porque sim. Que riso seja uma ponte de mim até ti. Rir das nossas limitações, medos, bloqueios, neuroses ajuda-nos a curar de nós mesmxs.

Nestes dias soube da polémica do filme de Natal da Porta dos Fundos que brinca com a orientação sexual do Jesus. O caso é sério! É para rir quando os ivan bélicos que subiram ao poder atacam as religiões de matriz africana e homossexuais e trans são agredidos e assassinados diariamente no Brasil? Será tão necessário pegar na imagem de Jesus e na questão da homossexualidade para fazer humor de forma tão massificada ao ponto de estar no netflix? Uma coisa é brincarmos e sermos sarcásticos e politicamente incorrectos num grupo restrito de amigos e conhecidos ou num circuito alternativo acerca do fanatismo alheio. Porém, esse filme de humor o que pretende quando é colocado em praça pública? É uma ode ao amor ou ao ódio? Levanta a bandeira arco íris ou a bandeira que incita à homofobia, à perseguição ainda mais acentuada ao não hetero e a outras práticas religiosas e espirituais?

Ar Dulce Ar é um espetáculo de palhaçaria feminina que fala de relações abusivas e violência contra a mulher. Antes de tudo tenho observado que sermos mulheres, palhaças. atrizes não só no Brasil, mas principalmente no Brasil é um ato de coragem pois nós trabalhamos com o nosso corpo, emoções e ridículos. A nossa sensualidade vem do nosso ridículo e da liberdade de nos expormos naquilo que somos. Quem segurar a onda vai nos amar com confiança mútua em que aprendermos uns com os outros através da observação e escuta é fundamental.

Trabalhar esta temática da violência contra a mulher é igualmente um ato de coragem principalmente quando pontualmente somos ameaçadas pelos nossos ex companheiros, pais dos nossos filhos, que invadirão a sala de espetáculos, cena para nos humilhar. Logo, fazer humor com as nossas dores transformando-as em amor é um ato de coragem. Ex companheiros esses que além de mulherengos não suportam que nós temos as nossas vidas e que cuidamos dos nossos filhos e que os nossos amantes, namorados, companheiros a nós nos dizem respeito e que não são eles que vão decidir com quem nos relacionamos. " Ah! Porque além de não fazerem o seu papel de pais ainda saem-se com esta: Quantos pais a minha filh@ vai ter?" Utla!!! Essa é boa!!! Como mãe não procuro pais para as minhas crias, quanto muito selecciono os homens com quem me relaciono para elas saberem que existem homens íntegros. Ou termos o direito de estarmos solas sem ter que um companheiro nosso abrir peito para esses machos alphas que se acobardam na presença dum homem com firmeza que nem precisa de usar a força física.

No texto passado falamos de ciúme e sororidade, que é irmandade entre as mulheres. Agora falamos de ciúme que é somente um sentimento de posse obsessivo onde o amor é quase ou completamente inexistente. Ter ciúmes de alguém com quem não queremos manter relação, além de marado e absurdo, é risível. Isso sim precisamos de nos avisar e rir juntos, para não nos sentirmos isoladxs e sós. Agora mexer com a imagem de Jesus, que muita gente tanto fanática como "simples" no sentido do campo de referências estar restrito a uma crença pelas escassas oportunidades de abrir a cabeça, e insinuar o "seu desvio na orientação sexual"??!!! Bom, e o que é um desvio e o que nós temos a ver com as orientações sexuais alheias, sejam de pessoas carismáticas e icónicas ou não? Primeiro o homem anda com a Madalena, que não era muito confiável para muitos, agora um grupo de brasileiros quer irritar outros fanáticos brasileiros que ascenderam ao poder com essa? Mediram as consequências do discurso de ódio que daí pode vir? As perseguições a outras linhas religiosas e às comunidades gay?

Para todos os efeitos neste nosso espetáculo " Ar Dulce Ar" rimos do nosso medo. Pessoalmente não sinto ódio pelo algoz que um dia foi meu companheiro e que sonhamos juntos uma vida a dois, no caso a três porque apareceu uma cria fruto do milagre da criação ;) E este espetáculo é criado volvidas quase duas décadas sobre o sucedido. Importante sublinhar isso. Que rimos nos e fazemos humor levando para a cena quando nos sentimos seguras e acompanhadas. Aproveito também este espaço para escrever sobre outros assédios morais que ocorreram nos entretantos, na esperança que os assediadores concluam que ser macho alpha não compensa é muito mais prazeroso e orgásmico admirar e respeitar as minas.

ALÊ!! Boas entrada com mais paz, amor, discernimento, auto confiança e confiança naqueles em quem nos enamoramos para que os frutos sejam doces e suculentos.

 A Piu
Campinas SP Brasil 30/12/2019



Curta a página " AR DULCE AR" e se puder, quiser, se se tocar apoie este projeto de palhaçaria feminina sobre relações abusivas. https://www.facebook.com/AR-DULCE-AR-162965127817209/

HUMOR COM AMOR - NON, JE NE SUIS PAS CHARLIE

Dizem por aí que fazer humor é das coisas mais difíceis. Que fazer rir terceiros é um grande desafio. De que nos rimos quando nos rimos? Como nos rimos e com quem rimos? Rir é como brincar. Dá prazer. Muito prazer. Não? Em criança alguém nos ensinou a brincar ou nós fomos aprendendo a brincar que é uma forma de apreender e aprender o mundo. Partindo que nascemos inocentes os primeiros tempos vida, até ali aos 3/ 5 anos a criança mão tem malícia. Ela passa a ter quando começa a se sociabilizar de forma mais consciente e em determinados momentos ela tem brincadeirinhas cruéis para com os amiguinhos. Uma criança de 2 anos pode arrancar as asas dum bicharoco por curiosidade, talvez morda o amiguinho para marcar território, mas a crueldade ainda não está lá. Os primeiros anos de vida são cruciais para aprender os princípios de dar e receber amor. Uma criança mal amada, negligenciada tem fortes probabilidades de se tornar um adulto desequilibrado. Mas não necessariamente, se a pessoa também decidir recorrer a meios hábeis para superar essa dor. Alguém que é cruel não vibra amor, por algum motivo em determinado momento. Existem brincadeiras e humores que não são para edificar, através da desconstrução. Antes de tudo o riso deverá vir da empatia com algo, alguém e que deve brotar do amor e respeito pela vida, enfrentando a opressão. O riso é uma provocação. O que queremos provocar com o humor e riso? Reflexão ou discórdia pela discórdia? Não é mais interessante rir das nossas próprias vulnerabilidades, arrogâncias e medos assim como dos nossos autoritarismos e autoritarismos alheios? Rir das nossas crenças limitantes para nos desenvencilharmos delas ao invés de ofender gratuitamente as crenças dos outros? Existem pessoas que se sentem ofendidas pela alegria e liberdade alheia. A alegria é revolucionária porque nos liberta da negatividade. Algumas vezes essas pessoas tentam se aproximar de quem é irreverente por ser simplesmente quem é para escarnecer ou até mesmo destruir. Que doideira. Um riso destrutivo é saudável? Traz felicidade a quem? Se é para perpetuar discórdia, ódio e sofrimento o riso é dispensável. Ou não?

Tenho assistido de empréstimo a alguns filmes e documentários da netflix. Coisas muito boas desde Bob Marley, Nina Simone, Yoko Ono e Lennon a Bob Dylan, Laerte e outros. Curiosamente adormeci naquele filme de Natal da Porta dos Fundos que agora criou polémica. Mas também havia necessidade? Primeiro que tudo, vivemos tempos ideologicamente muito conturbados. É realmente necessário cutucar o leão dogmático, principalmente nesta quadra? Sinceramente, o Jesus não tem nada a ver com esta bandalheira toda de parte a parte. Porém não é importante respeitarmos as crenças alheias? Por outro lado, qual a intenção desse tal filme? É levantar a bandeira da homossexualidade ou da homofobia? Na verdade não entendi. A orientação sexual é uma escolha intima. Ninguém tem nada a ver com a orientação sexual dos outros. Não entendi, porque se pega na imagem de Jesus para brincar com a sua sexualidade nestes tempos que precisamos de mais amor e tolerância. Esse filme é para unir as pessoas de forma libertadora ou é para ofender quem acredita fanaticamente em algo ou alguém? Porque não rir dos nossos próprios fanatismos? Quando nos rimos de nós mesmos libertamos-nos do riso arrogante d apontar no outro o que provavelmente trazemos dentro de nós: ideias feitas acerca da nossa inteligência que não passa duma desinteligência.

Enfim, aconselho a assistir aos filmes acima mencionados. Tornei-me ainda mais fã, não fanática, do Bob Marley, do Laerte e do Mujica, o Pepe. Homens com uma visão e prática de amorosidade e união admiráveis. Subscrevo e inspiro-me.

Aquele abraço de One Love and let's get together and feel alright

A Piu
Brasil, 30/12/2019
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domingo, 29 de dezembro de 2019

PIU, A BUFONA MALUCA DA MONA

" Não há português nenhum que não se sinta culpado de qualquer coisa, não é filho? Todos temos culpas no cartório, foi isso que te ensinaram, não é verdade? Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular hã! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-fascistas, estas coisas até já nem querem dizer nada, ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole e o Zé é que se lixa, cá o pintas azeite mexilhão (...)
Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhe ofereças a Europa no Natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safado e meio, né filho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canadá ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acha normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai(...)
o Fmi é só um pretexto vosso seus cabrões, o Fmi não existe, o Fmi nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o Fmi é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe...
Mãe, eu quero ficar sozinho... mãe, não quero pensar mais... mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viagem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar... "
JOSÉ MÁRIO BRANCO
FMI ( concerto em 1979)
Três dias antes de 2019 acabar. " Mais uma corrida, mais uma viagem" como canta o o meu conterrâneo Sérgio Godinho. Um grande homem, muito maior que a Santa Terrinha que uns enxergam como sendo Portugal. Este ano partiram duas pessoas que considero queridas. Um grande parceiro e amigo do Sérgio, o José Mário Branco, apesar de não ter conhecido pessoalmente mas conheço o seu trabalho e ideologia desde sempre, que me influencia profundamente. Também partiu o meu querido amigo Cabeto Rocker, militante vegano brasileiro e grande amigo, cujo funeral foi naquele dia em Agosto em que o céu no Estado de São Paulo fiou escuro na sequência do desmatamento na Amazónia, que é um projeto secular com maiores proporções a partir dos anos 50, no governo do Getúlio Vargas em diante. Aqui ninguém é santo em nenhum governo, digamos. Seja à direita, ai centro, como à esquerda. E chega de papo furado que a culpa é da coroa portuguesa!!!!! QUE PIADA DE MAU GOSTO É ESSA? Repito: QUE PIADA DE MAU GOSTO É ESSA? ??? A coroa fez a sua m... e depois? São todos uns coitadinhos deslumbrados com os EUA ou com a URSS? A minha tia diria: VÃO CAGAR! Ihihi Eu prefiro amenizar a coisa e digo: VÃO MEDITAR!!! e como o kamarada José Mário branco diria: " NÃO ME EMPRENHEM MAIS PELO OUVIDOS".
Há 8 anos que vivo no Brasil. Conheço este território desde 1996 e até hoje procuro entender como se manifesta na essência a alegria, tristeza, a raiva e compassividade dum país que é bombardeado sistematicamente por narrativas e práticas imperialistas, seja de Portugal, EUA, URSS.
Este ano partirão para outro plano dois homens que admiro com sangue nas veias. talvez precisassem de trabalhar a serenidade da sua paixão militante que muitas vezes vira raiva, que é um sentimento nocivo. - mas aqui entre nós, também dá raiva aqueles espiritualizados que acham que é a raiva não é nada espiritual. VÃO CAGAR! - citando a minha tia ahahahah Não, vão primeiro passar necessidades, exploração preconceito e fome depois caguem o que daí aí vier. PESSOAL, ANTES DE EU SER ATRIZ PALHAÇA SOU BUFONA! TOMEM ISTO COMO PROVOCAÇÕES LIBERTADORAS PARA DESANUVIAR O RANÇO! Depois volto ao Om para me libertar como ser de luz. Ufa com é libertador mandar a hipocrisia à m... Fedra, digamos. E já que estamos nesse embalo... O melhor é ficarmos por aqui... Desejar ao brasileiros coxinhas que elegeram o Coiso e que emigraram para Portugal para usufruir da sua aposentadoria/ reforma?.... Que encarem um velho komuna portuga daqueles chatos e dogmáticos a viver no atual Portugal neo liberal esquerda esquizóide para os abanar as suas ideias feitas acerca de Portugal e Europa lá do alto da sua gourmice. Uhuhuh ahhahahaha ão ão EU SOU O FEMININO DO BUFÃO! SOU A BU-FO-NA!!!!!!
A narca PiOm
Brasil de todos e de tantos, mas na verdade do povos originários 29/12/2019

sábado, 28 de dezembro de 2019

CIÚMES, SORORIDADE E TAL

#euamo #eumecuido #eudecido

Tanta coisa, mas tanta tanta coisa para reprogramar na nossa vida!!! Eta façanha maluca!! Se não cuidarmos de nós quem cuidará? Se não nos amarmos como vão nos amar? Como vamos amar? Como podemos fazer escolhas, decisões alinhadas com a nossa essência, com o que realmente é essencial, importante para nós se passarmos por este plano feitas baratas tontas a medir forças entre a nossa tontice e a tontice alheia? No fundo isso é, no meu ponto de vista o ciúme e a inveja. Quando nós sabemos quem somos, mesmo quando um pouco perdidxs - o que também faz parte- não precisamos de competir com nada nem com ninguém. O que é para nós a nós está reservado e o que é para i, porque não é para nós, é deixar a ir. Isso tanto no campo da intimidade como na vida pública, profissional. Muito se fala hoje de sororidade, assim como de ancestralidade. Buenissimo. Porém muito caminho há a fazer. Levantar a bandeira da sororidade e não valorizar a mana ou só a valorizar quando lhe é útil para um suposto status social, um determinado prestigio em determinado circuito... Moça!!! Isso é sororidade!?!

Muito precisamos de esmiuçar nesta Nova Era. Sim, estamos em fase de transição para uma expansão da consciência e agora ou vai ou racha! Ou se evolui pelo Amor ou definhamos pela Mentira, cobiça e farsa.

O ciúme é uma farsa? Acho que sim...Existe o ciúme onde não há firmeza. Onde a confiança mútua não está ancorada existe o ciúme. Para muitos e para muitas o ciúme dá aquela pitadinha para o desejo... Aquele frim frim from que alguém sempre sai magoado. Mas pode ser... Mas não é um tanto cansativo usar terceiros para dar  as tais pitadinhas, além de desleal porque os tais terceiros não passam de pecinhas de jogo? Não será um joguete farsolas muito carente de amor próprio e inflamado de ego obscurecido pela vaidade efémera? Não será melhor demonstrar por gestos e palavras o quanto queremos bem, desejamos apertar e rodopiar do que joguinhos paralelos. Quem não curte ser paquerad@ com uma bela duma boa intenção sem pedras no sapato?

Bom, talvez essa tal de ciúme pela pessoa que sai por aí numa suposta liberdade com as mãos ávidas de pegar e pegar e pegar e pegar não será uma batalha inglória? Estar sempre em sobressalto, sentindo que é descartável é saudável? Ah! Ainda tem outra coisinha. Um detalhinho: aquele ou aquela parceira que está sempre com ciúmes infundados, além de insegurança não nos está a dizer que ela ou ele sim não é confiável? Não existem fórmulas para os relacionamentos e sim combinados que precisam de serem claros, transparentes. A partir daí tudo é possível, quando o acordo é mútuo de igual para igual. Caso contrário continuamos na lógica do tigrão, garanhão, comedor de saias e das mariazinhas assanhadas comíveis e cuspiveis. Neste caso falo de relações entre homens e mulheres que é o conheço melhor, logo é um lugar e um olhar com uma determinada experiência de vida e não uma verdade absoluta. Por outro lado, para rematar o texto com a questão da sororidade: não é tonto, imaturo, bobalhão descabelarmos-nos umas com as outras por causa de alguém, principalmente por um machinho alpha com contornos misóginos? Já é tempo de travar as relações abusivas, assédios e chatices infimas e grandalhonas. ABRIR O CORAÇÃO PARA OS HOMENS, MULHERES E LAERTES# QUE QUEREM IGUALMENTE SE EMANCIPAR É LIBERTA DOR!


A Piu
Brasil, 28/12/2019

# Grande Laerte! Uma inspiração de ser humano com coragem, humor e poesia!



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HONRANDO A ANCESTRALIDADE

direita para a esquerda: Bisavó paterna Júlia, Avó paterna Maria do Carmo ( 19 anos), primas por volta de 1944

Mãe Bia  ( 19/ 20 anos) por volta de 1966
Eu até posso dizer que está na moda falar em honrar a ancestralidade. Talvez esteja na moda para mim porque só há pouco tempo comecei a ouvir falar disso, como de sagrado feminino e constelações familiares. Talvez seja uma moda antiga e que por ser antiga não é moda e sim uma prática para curar o nosso inconsciente individual e coletivo.
Honrar quem veio antes de nós é antes de tudo olhar com olhos de ver e observar em que contextos e circunstâncias essas pessoas viveram. As suas oportunidades e limitações e fazer igual nos exemplos a seguir, assim como fazer diferente no que já não serve nem nunca serviu a não ser para uma lógica social, que no caso tem sido patriarcal.
Eu poderia de antemão, num soprinho de riso por dentro dando um ar focado, dizer que essa menina mulher moça que está em cima duma árvore, que é a minha mãe, é escandinava e que esta fotografia foi tirada na floresta Negra um pouquinho antes de ela virar hippie. Mas isso não é verdade!... Esta foto é tirada no pinhal da Abóboda, que é uma povoação a 5 km da praia de Carcavelos a 7 km da serra de Sintra e a 25 km da capital: Lisboa. Nesta época vivia-se fascismo, desde os anos 30, e uma guerra com os países africanos que lutavam pela sua independência de Portugal (1962/74). A minha mãe, filha de migrantes alentejanos que é o equivalente aos retirantes nordestinos em São Paulo, ia à missa aos domingos e estudava, ela e a sua única irmã. Diferentemente das outras meninas da região que não eram pobretanas como elas mas nunca sairam do mesmo lugar, tanto físico como intelectual como de certa forma emancipatório. Apesar de ter partido cedo, com 37 anos por questões de saúde, eu sei que ela nutria uma certa raivinha do lugar e das pessoas daquela povoação que acolheu a sua família nos idos anos 40 para 50. Raivinha pela arrogância e ignorância de olharem os alentejanos com desdém e fazerem piadas tontas e estigmatizantes. É tempo de não ligarmos para isso. O humor e o riso define quem somos e nós somos muito maiores que isso, mãe!!!  Não esquecer quem somos é libertador!
Na foto de cima está a minha bisa paterna, que nunca conheci, e a minha avó paterna ao lado que é a cara dela!!! Pleno fascismo português em que a o slogan: " Orgulhosamente sós" poupou a população portuguesa de entrar na II Grande Guerra mas não nos poupou nem da miséria, analfabetismo, fascismo e guerra colonial entre 1962 e 1974. Não sei se a bisa Júlia era alfabetizada. A avó Maria do Carmo não era. Cuidou dos irmãos, dos filhos, trabalhadora rural dum povoado bem do ladinho da Abóboda, Polima. Nada destes lugares, até hoje, tem aquele glamour que os brasileiros duma forma geral gostam de atribuir à Europa. Esse deslumbramento glamouroso que transita entre o carinho e o desdém pela santa terrinha dos seus antepassados é para mim risível e constrangedor. Risível porque além de ser eurocêntrico é um tanto cafoninha não admitir que as raízes da maioria de nós é humilde sem glamour além de sermos todos oprimidos, até um certo ponto, há séculos pelas oligarquias. Assim como fazer piada de quem é oprimido e deprimente. Piada de português não é do colonizador, latifundiário, escravocrata. Dessa também quero rir até não poder mais e cair para o lado.
Sinceramente, desejo que os brasileiros que voltarem à terra natal dos seus antepassados, seja Portugal, Itália, Japão, Líbano, Alemanha etc etc etc lembrem-se de coração de onde vieram e que continente os recebeu, seja América, África, Ásia, em momentos de esperança e desespero e honrem os seus antepassados que nem sempre agiram da melhor forma para com outros povos ou até agiram mas que não reza na história oficial. Como portuguesa, europeia, branca, com sobrenomes de origem judia e árabe escrevo às quinze e trinta e quatro do horário de Brasília no ano de 2019 no dia 28 de Janeiro: HOJE O BRASIL É A MINHA CASA. MUITO TENHO A APRENDER COM OS POVOS ORIGINÁRIOS DESTA TERRA E COM OS AFRO DESCENDENTES, ASSIM COMO ARTISTAS E PENSADORES DESTA TERRA IMENSA. E A MINHA ARTE É A MINHA PROFISSÃO ( REMUNERÁVEL) PARA TRAZER BENEFÍCIOS AO MÁXIMO DE SERES POSSÍVEL - Ah! os (pseudo) intelectuais de gabinete acadêmico dispenso porque carecem de energia vital vinda do coração mas desejo que um dia se encontrem no caminho do coração onde a meditação é mais importante que a retórica -.
VIVA NÓSOUTROS SEM NÓS E SEM OUTROS!!!
A Piu
Campinas SP Brasil 28/12/2019

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

BRASIL- 8 ANOS DEPOIS

Juro que depois desta não se fala mais nisso. Assunto encerrado. Espera aí... Quem mais jura é quem mais mente, já dizíamos no recreio da escola ou quando brincávamos entre nós. Juro não! Prometo!......... Prometo também não que essa coisa de promessas também pode sair o tiro pela culatra. Essa faz lembrar uma tia avó que fez uma promessa da família inteira ir a Fátima, não sei se a pé, de joelhos ou de carripana, se uma outra familiar ficasse bem. Pois tinham lhe dado uma meia dúzia de meses e a dita viveu mais vinte anos. Resultado: ninguém foi a Fátima. Talvez somente essa tia avó, mas ela não perguntou a ninguém se gostaria de estar incluído nessa façanha sacra.  Assim sendo o melhor é não prometer nada mas colocar como foco que este assunto que hoje aqui escrevo farei de tudo para não voltar a falá-lo, pois depois de dito muda a página, o capitulo e até o volume. Para repetir coisas que já foram ditas será a de dizer para alguém: continuo a pensar em ti, ou em você conforme o linguajar do local, mesmo com vários mal entendidos que tem acontecido entre nós e que nos ultrapassam. Mas a gente sabe-se telepaticamente, não é mesmo? Porque a gente saber-se telepaticamente não há espião ou espiona que resista. Muito menos que zombe.

Mas bora lá para que esta que trago aqui entalidanha no garganiço se desentale e bola para a frente!!! Antes de tudo vivemos tempos muito auspiciosos. No Brasil pelo menos. Porquê? Porque o que vem de cima é tão grotesco que é uma ÓTIMA OPORTUNIDADE de olharmos para dentro e perguntar: o que isto diz de mim? Eu quero ser assim? Eu tenho olhado realmente para mim e para quem está ao meu lado ou eu só levanto punhos e bandeiras mas sou igualmente individualista e um tanto... ( não diria odioso e sim desatento e egoísta com algumas fobias nomeadamente a quem se mostra em algum momento vulnerável ou estrangeiro) .

A lógica neo liberal vulnerabiliza as pessoas, porque estas deixam de serem vistas como pessoas e sim passam serem tratadas como meios de produção descartáveis. Mas talvez seja necessário muita gente ir ao fundo do poço para entender o quanto é importante o auto cuidado e a solidariedade. A mim, o que me pega mais não é nem os governos nem os patrões. O que me pega mesmo são os colegas de profissão, eventualmente amigos e familiares que se esquecem de não largar a mão de ninguém.
Vou dar então um exemplo muito concreto e depois farei tudo para não voltar a este assunto, porque na verdade ainda remexe os entrefolhos das minhas vísceras do lado direito, esquerdo e central do meu corpichi.  Quando em 2018 e 2019 alguém vem me dizer: " Tá todo o mundo indo para Portugal! Estão mais brasileiros que portugueses em Portugal!" ou um artista amigo que quer ir até Portugal pede contatos e eu dou de boinha mas penso e sinto com alguma tristeza no coração: " Caramba! Raramente eu escuto esse mesmo alguém dizer: " Em que te posso ajudar? Bora fazer uma pareceria maneira para cobrirmos as contas do mês? Eu vi o seu trabalho e vou te ajudar no que puder! Bem vinda ao Brasil! Me fale da sua trajetória? Trinta anos ? Caramba! Onde você trabalhou e com quem? Eu também curto muito morar no Brasil!" 
Mas esta resposta eu tenho de partilhar: " A sério que estão todos ir para Portugal? Como é que cabem todos numa santa terrinha? Deve ter esticado!" 

Não quero com isto dizer que não hajam pessoas queridas e amigas que apoiam dentro das suas possibilidades, mas o recorrente é a pauta individualista: cada um por si. E quando me falam da situação de Portugal atual e depois de ter presenciado a loucura das eleições há um ano atrás entendi que não era para levar demasiado a peito tanto desconhecimento. Isto é, tanta despolitização onde o que interessa é nos darmos bem e termos a nossa parte para gastar. O resto que se lixe! E isso eu saquei logo em 2012 quando cheguei ao Brasil. As pessoas não sabiam muito bem o que se passava no sul da Europa ( Portugal, Espanha, Grécia e Itália) gabavam-se de que tinham cartão de crédito e o dinheiro era mesmo para ser gasto. Tinham uma vaga ideia do que se passava em Portugal e algumas até tinham aquele traguinho perverso tipo: " Vai portuguesa pensa que a vida é fácil? "
Mas agora pergunto: o PT é komuna? O PT democratizou o cartão de crédito para irritação dos " diferenciados"! :D

Em 2011 o primeiro ministro português Passos de Coelho aconselhou os portugueses qualificados a emigrarem e irem dar aulas de português em África e no Brasil. Uma piada de mau gosto, claro! Mas também não deixa de ser uma piada de mau gosto coxinhas e não coxinhas emigrarem para Portugal e dizerem que lá é um país socialista seguro, uns até dizem que é komuna!!! ahahah essa eu também já ouvi!!!!! E sabem porque acho que é de mau gosto, porque afinal as pessoas tem o direito de emigrarem para onde quiserem principalmente quando as suas raízes se encontram nesse país e talvez seja hora de honrar os seus ancestrais ao invés e os chamarem burros? É de mau gosto porque carece de solidariedade com os portugueses que moram em Portugal e atravessaram aquele crise filha da mãe e com os portugueses e portuguesas como eu, que andamos cá fora a lutar pela vida com dignidade sem passar por cima de ninguém muito menos escarnecendo de quem nos recebe.

Assunto encerrado e VIVAM AS PESSOAS ESPECIAIS QUE ENCONTRAMOS PELO CAMINHO QUE NOS RESPEITAM E RESPEITAM O NOSSO TRABALHO!

A Piu
Brasil, 27/12/2019


terça-feira, 17 de dezembro de 2019

SAIR DA ESCURIDÃO

#eumeamo #eumecuido #eudecido
Eu disse pra ela/ele, que ela/ ele era especial
(...) O careta e o descolado
A beleza e o horror
Quem foi que definiu o preto e o branco
O que é mal e o que é santo
O ódio e o amor?
Bia Ferreira " Levante a bandeira do amor"
Um ano se passou aqui no Brasil depois daquele circo de horrores que foi a campanha eleitoral e o que se seguiu por consequência. Já terem escolhido umas eleições bem pertinho do Natal e reveillon com as respectivas férias de Verão comprometeu bastantes famílias. Inevitável? Não sei. Talvez.Sempre tive a sorte de ter uma família que é unânime em alguns aspectos do que significa a tríade: liberdade, justiça e igualdade. Então, de alguma forma, é-me difícil imaginar o que é uma ruptura drástica com familiares por motivos éticos, cuja a capa é partidária. A única ruptura drástica foi com um dos personagens secundários do espetáculo de palhaçaria femnina " Ar Dulce Ar" sobre violência contra a mulher, protagonizado pela palhaça Maffalda dos Reis ( Geni Viegas) e a palhaça Bell Trana D'Tall ( Ana Piu, eu própria). Ruptura essa que vem na sequência de dois anos de ralação com um sujeito que quis ser pai, mas depois afinal já não e não contente com isso tinha e tem comportamentos misóginos. Isto é, comportamentos intimidantes e destrutivos. E como nos livrarmos dum misógino? Uiiiiii! Boa pergunta. Por vezes passamos uma vida inteirinha a tentar perceber onde amarramos o nosso bode. Lemos, informamos-nos sobre as leis que nos protegem eventualmente, conversamos com outras pessoas, e por aí vai.
Partindo do principio que o Budismo, antes de ser uma religião, é uma prática espiritual de auto conhecimento, essa filosofia espiritual defende que as pessoas não devem ser rotuladas e congeladas nesses mesmos rótulos. Certo. Se por um lado devemos identificar o que ocorre em nós em termos emocionais e sentimentais dar nome às coisas não congela a nós nem aos outros numa condição. Porém os comportamentos, os transtornos comportamentais têm nomes. Ao identificar determinados padrões, características talvez fique mais fácil de resolver esse emaranhado que afeta não só a pessoa que se comporta duma forma nociva, como a parceira ou parceiro, familiares, amigos, colegas e etc e tanto.
Qual a diferença entre machismo e misoginia? Sumariamente machismo é quando se considera que os homens são superiores às mulheres e que estas devem ser inibidas de liberdade por uma questão de proteção ( paternalista, patriarcal). Já a misoginia é uma admiração distorcida do homem pela mulher com impulsos destrutivos. Há quem diga que é um ódio tremendo das mulheres, outros ainda dizem que é essa tal admiração distorcida e destrutiva resultado duma relação com o pai e mãe num ambiente pouco ou nada favorável a uma relação igualitária de respeito e amor. Um ambiente machista onde o pai é controlador subjugando assim a mãe. Ou a mãe é controladora e repressora. Ou o pai é ausente. Enfim. Na base está a relação com o pai e a mãe. Mas agora também pergunto: numa sociedade em que possuir, dominar, competir, onde o que é importante sempre vencer na vida e que são para os que possuem mérito - vai-se lá saber o que isso significa- é tudo responsabilidade da mãe e do pai que também são engolidos de alguma forma nessa mentalidade coletiva alienante? Ainda faço outra pergunta, ora raios pois pois bolas e bolonas: porque é que uns irmãos são mais agressivos que outros? Porque uns são mais egoístas que outros? Porque é que uns acham bonito serem agressivos e outros querem seguir o caminho da escuta, observação e amor?
Assim sendo inclino-me a responder: porque antes de tudo somos diferentes, sentimos de maneira diferente, mesmo quando temos os mesmos pais. E não somos educados de maneira igual porque viemos em momentos diferentes da vida e como foi dito somos diferentes por natureza. Somos únicas e únicos.Por outro lado, sempre podemos dar umas dicas uns aos outros demonstrando amor e colocando limites nos nossos irmãos e também permitir que estes nos ajudem a enxergar a vida. Isso é ser especial!!
Alguém que apresente traços de misoginia tais como a Lucy Serrano define: primeiro é um príncipe que faz a mulher sentir-se eleita, depois demonstra a sua imbecilidade fazendo a outra ou as outras pessoas sentirem-se culpadas de todos os seus infortúnios. Criando aquela interrogação no(s) alvos(s) atingido(s): o que foi que se passou ou o que se passa?; por fim vem a criança ferida que mostra-se arrependido e tal e quê. Quem não conhece esse quadro?
Esses comportamentos desviantes do que é ser feliz e proporcionar felicidade têm cura?... Se cair a ficha à pessoa que precisa duma boa terapiazinha que ninguém lhe pode ajudar a não ser o mesmo procurando ajuda exterior aos alvos atingidos. Por outro lado, alguém que manifesta traços de misoginia de alguma forma vai ao lugar quando outros homens por meio da coerção que não precisa de ser física nem judicial, colocam um BASTA. Não nos intimidarmos com um misógino, mesmo que nos persiga por muito tempo, é uma ajuda que lhe damos acrescida a pedirmos ajuda e criarmos uma opinião pública da reflexão. No meu ponto de vista e experiência é muito mais eficaz que acionar as leis logo de primeira. Por isso, não nos calemos!
Precisamos de nos avisar. As mulheres avisarem os homens de como gostam de serem tratadas. Os homens avisarem as mulheres de como gostam de serem tratados. Obviamente que todas outras identidades que não se encaixem nessa terminologia mulheres/ homens estão incluídos.
Cultivar a paz é não congelar as pessoas, mas colocar-lhes limites sem diabolizá-las. Mas também não lhes passar a mãozinha pela cabeça como se fossem umas crianças e não entendessem nada. Se as crianças entendem como é que um adulto não entende? Deixar-nos de nos infantilizarmos e termos a coragem de incluir todos nesta grande constelação sistêmica é um grande ato de coragem para não sermos governados por ditadores e medíocres - os ditadores são medíocres vá, assim como é medíocre apoiar a mediocridade- tanto no micro como no macro sistema. Somos muito mais do que seres competitivos e odiosos uns para os outros. Como diz o Gandhi: não existe caminho para a paz. A paz é o caminho.
Bom final de 2019 e excelente entrada em 2020 com mais leveza e riso são, que aquele que é para manter o preconceito é dispensável.
BEIJUSSSS
A Piu
Brasil, 17/12/2019
Misógino, quem é ele? https://youtu.be/7fwNmBLhAyI
Qué es un misógino? - Lucy Serrano https://youtu.be/0WlOXJlo0_k
Curta a página " AR DULCE AR" e se puder, quiser, se se tocar apoie este projeto de palhaçaria feminina sobre relações abusivas. https://www.facebook.com/AR-DULCE-AR-162965127817209/



segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

ESCUTAR COM OLHOS DE SENTIR

#eumeamo #eumecuido #eudecido

" Não são agora os brancos que vão decidir como nós manifestamos a nossa dor", escrevia Djamila Ribeiro num dos seus livros e que aqui parafraseio. Aquela frase tem vindo a ecoar e a ecoar aqui dentro deste meu corpo onde habita uma alma e um espírito. Um corpo com uma pigmentação para uns mais clara e para outros mais escura consoante a paleta cromática do lugar. Por falar em lugar! Sabermos de que lugar falamos e em que circunstâncias falamos é muito importante para não incorrer em equívocos e desmerecimento das dores alheias e das próprias dores que urgem serem olhadas, trazidas para a luz da consciência, e transmutadas em energia vital para desenvolvermos a nossa melhor versão que sirva ao individual e coletivo.

" Não são agora os brancos que vão decidir como nós manifestamos a nossa dor". Concordo. Porque não haveria de concordar? E mesmo que não concordasse quem sou eu ou somos nós para impedir que alguém que sofre há séculos não só preconceito, que é já uma violência, como subjugação, perseguição, exclusão não grite de dor e até imponha que, enquanto tira esse enorme prego do seu pé que traz há gerações e gerações, os brancos e as brancas mantenham-se a uma distância considerável e em silêncio para que possam escutar a sua dor sem contra argumentar.

Sim, as pessoas sentem dor e por consequência também raiva. É humano. Não permitir isso às pessoas é desumanizá-las. Para as mesmas livrarem-se de toda essa negatividade precisam de pôr cá para fora para que possamos caminhar juntos livres de ódios acumulados e até distorcidos porque nunca manifestados.

Grada Kilomba, nascida em Lisboa com raízes angolanas a morar em Berlim, chama a atenção para a seguinte questão: " Em vez da pessoa dizer que não é racista ela deve se perguntar como desmontar todos os resquícios de racismo estrutural que traz dentro dela."

Por outro lado, depois da catarse de tirar o prego do pé, que é o trauma do racismo, da xenofobia, do machismo, da misoginia, da homofobia, e deixar a ferida cicatrizar precisamos de olhar realmente umas e uns para as/os outras/ outros e encontrar pontos em comum.

No Brasil as questões do recorte de classe social são muito fortes. Nesse aspecto ainda me sinto muito estrangeira para entender todos os contornos dessa mentalidade que ainda é colonialista, porque a criadagem ainda existe muitas vezes com escassas chances de sair dessa condição. De facto da  minha parte tenho alguma dificuldade, além de não me identificar, com os estilos de vida de mulheres brancas privilegiadas em muitíssimos sentidos e entender os seus discursos feministas. Soa sempre a uma lógica Maria Antonieta: " Ai nos anos 80, quando descobri que a minha funcionária ( é politicamente correto falar hoje assim da mulher que faz toda a lide da casa vai se saber se a sua remuneração e condições de trabalho são dignas) pode congelar as refeições. Foi uma descoberta muita emancipatório!" Eu ouvi isto há pouco tempo duma acadêmica paulista que faz parte dum grupo de estudos de gênero. Só um exemplo, entre vários, que presenciei na maioria das vezes calada entre a estupefacção e a intimidação. Nitidamente eu não fazia parte daquele meio académico constituído em parte por dondocas e outras carreiristas que somente pensam nas suas teorias e publicações mesmo que estudem nas Humanas. Sinto muito, mas esta também trazia aqui entalada principalmente quando me rotularam de incapaz. Isso é uma prática patriarcal que essas acadêmicas feministas perpetuam. Pela primeira vez tive a oportunidade de me confrontar com um meio acadêmico que na sua estrutura é reaccionário. Isso foi traumatizante!!! Assim como foi traumatizante estudantes homens brancos, desse mesmo instituto, me assediarem moralmente nas redes sociais invadindo as minhas contas de mensagens sem nunca se empatizarem com o facto de ser mulher, artista performática, mãe solteira, alvo de assédio pelo progenitor duma das filhas, estudante de mestrado de antropologia hoje de arte terapia. Estudantes esses que acham muito engraçado serem como aquelas vizinhas beatas que não sabem cuidar da sua vida e querem dar uma de misóginos para cima aqui da "coroa portuguesa Anarca", achando talvez que vão encontrar nudes para me expor. Eh pá, vão beber chá de erva doce para as cólicas passarem! Eh pá vão mudar a fralda que até essa face as minhas filhas já passaram e é para elas, para as meninas moças da idade delas e para nós todas e todos que escrevo. NÃO PODEMOS ABRIR MÃO DA NOSSA LIBERDADE E DESEJO DE EMANCIPAÇÃO COLETIVA E QUEM SENTE DOR PRECISA DE PÔR CÁ PARA FORA PARA QUE SEJAMOS PEGXS PELO AMOR SEM EXCLUSÃO DE NENHUMA DAS PARTES.

Para rir também precisamos de chorar. Para nos libertarmos precisamos de olhar para aquilo que nos aprisiona, nomeadamente os nossos preconceitos e não permitir que sejamos reprodutorxs de subjugação nem nos deixarmos subjugar por ninguém!!! E isto toca a todxs. Quem nunca foi preconceituoso e agressivo? Quem nunca foi alvo de preconceito e agressividade? Eu já, principalmente no Brasil, por ser branca, portuguesa, artista, trabalhadora, muitas vezes a contar os trocados para o básico e perder a vergonha na cara de pedir ajuda. Sinto muito por todxs nós, mas continuo a ter esperança na Humanidade!!!

Beijinhos e bom final de ano pleno de encontros auspiciosos no mundo inteiro e arredores e neste Brasil que tanto amo, respeito e estou grata por todas as oportunidades de crescimento espiritual, artístico e intelectual

A Piu
Brasil, 16/12/2019





sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

A CURA DE NÓS #eumeamo #eumecuido #eudecido





" Quem entre nós, meus amigos, nunca usou transar como uma forma de aumentar nossa auto-estima? (...) Também usei sexo e a afeição de uma mulher como uma forma de amenizar minhas inseguranças e como unguento para minhas feridas de auto-rejeição. Em outras palavras, acho que as ações de Jared e Jacob estão em um continuum com minhas próprias atitudes e ações, o que me faz hesitar em me juntar ao apedrejamento público que parece estar em curso (...) O desenlace que gostaria de ver é de cura, tanto dos dois homens como das mulheres e da comunidade maior que machucaram. Muitas das pessoas que comentam no blog que expôs o caso acreditam que os dois homens apenas passaram a se sentir mal porque foram pegos. Mas talvez eles quisessem inconscientemente ser pegos.(...) Pessoalmente, eu gostaria de ver algo como uma comissão da verdade e da reconciliação surgir desse incidente. Eu gostaria de ver os homens confrontados por aquelas a quem fizeram mal e realmente ouvir como foi para essas mulheres ser humilhada, como foi para suas famílias e para a comunidade. Ser pego traz arrependimento. Mas somente sentir plenamente o impacto [das ações] de um sobre o outro é que traz remorso. E do remorso surge a possibilidade de cura. A sociedade está ficando ciente do estrago feito pelo patriarcado sobre as mulheres — da opressão econômica à violência doméstica, tráfico sexual, estupro e mutilação genital. Mas o patriarcado também arruina os homens. Muitos de nós cresceu em uma história cultural tóxica do que seja ser homem. Quando as mulheres são transformadas em objetos e o sexo é feito artificialmente escasso (tudo se torna escasso quando sujeito ao pensamento de propriedade), então, é evidente que os homens ficarão inseguros. (...) Tragicamente, o comportamento dominante, controlador e abusivo adotado por homens inseguros e estragados pelo patriarcado não satisfaz suas necessidades. Eles desviam a necessidade de intimidade para o sexo, desviam a necessidade de aceitação incondicional para o controle. Por isso, não importa o quanto transem, não importa quantas mulheres dominem, nunca será suficiente. Sempre precisarão aumentar a dose, elevar a degradação da mulher a novos níveis. E mesmo assim não será suficiente. (...) Eu gostaria de ver homens como Jared e Jacob em um círculo de homens que os oferecesse uma história do sagrado masculino em um mundo pós-patriarcal. Nesse mundo, um homem não domina nem abusa da mulher, mas busca protegê-la, apreciá-la, agradá-la, ser inabalável para ela, fazê-la rir, trazê-la presentes e, como em uma dança de salão, sentir para onde ela quer ir e convidá-la para lá com clareza e confiança. Ele coloca suas qualidades de linearidade, capacidade de decisão, humor, calma, solidez, direção, força, persistência, generosidade, mobilidade e assertividade a serviço da dança. Ofereço isso como uma descrição parcial do que um sagrado masculino possa ser, vivendo em diferentes graus dentro tanto de homens e como de mulheres (...) Eles não ficam impressionados com histórias de conquista sexual. Eles não ficam impressionados com fraqueza mascarada de força. Eles não ficam impressionados com insegurança expressa como dominância. Eles diriam, “Seja homem!”. Estou esperando muito? Imaginar esses dois chegando em um círculo de irmãos para cultivá-los em uma nova História da Masculinidade? (...)"
Charles Eisenstein é professor, palestrante e escritor especializado em temas que envolvem civilização, o inconsciente, dinheiro e evolução da cultura humana.
Misoginia e a cura do masculino http://www.justificando.com/…/misoginia-e-a-cura-do-mascul…/
Dando continuidade à escuta do que os homens tem para falar sobre misoginia, sexismo, machismo e cura do masculino compartilha-se aqui parte dum texto do Charles Eisenstein sobre um caso de dois homens que foram chamados ao lugar por terem um blog misógino.
Antes de tudo é reconfortante saber que existem homens como o Charles que tem A CORAGEM DE ASSUMIR QUE TODOS TÊM UM POUCO OU UM TANTO OU ATÉ MUITO DE MISOGINIA E MACHISMO. A questão é a pessoa tomar consciência que há milhares de anos, que não é um ou dois mas em torno de nove mil quando a caça começou a ser um modo de subsistência. Isso ainda é um outro texto e não há vida para ler mantas de texto em redes sociais, mas tem que haver vida para parar um pouquinho para refletir para decidirmos como nos queremos relacionar e com quem. Qual a qualidade qualitativa da vida dos sujeitos envolvidos nas tramas da relação que não precisa de ser uma ralação. Quando a coisa rala é sinal que precisa duma pausa com várias inspirações e expirações para que não haja piração.
A ESCOLHA DA MULHER É IMPORTANTE, KAMARADAS, KOMPANHEIROS, AMIGOS. Um " bom" machichi acha que ainda pode decidir e até boicotar as escolhas da mulher!!!!! Por vezes até acredita que pode formar um concilio entre amigos e familares para decidir as escolhas amorosas da mulher! Granda viagem na maionese! Estamos em que ano? Mais um pouquinho e já 2020!!!
Ah e também respirar de alivio por saber que há homens que já estão a fazer a sua parte para que outros seres viventes se possam contagiar e podermos respirar com mais ar. A História está em curso e depararmos-nos com um bom cafageste que muitas vezes faz pela calada e não tem bolinhas, vulgus colhonis, para assumir a porcalheira que realizou e/ou que tem vindo a realizar e pedir desculpa leva outros homens a perceberem que não querem ser mais uns cafagestes ou serem confundidos com aqueles que só pensam com a cabecinha de baixo como se isso lhes desse algum status e pudesse ser colocado no curriculo lattes. Até pode dar mas dentro duma lógica cafageste. E quem quer ser ou continuar a ser cafageste? Ninguém, não é mesmo?  
Aliás, assim, só para terminar, os homens atentos, sensíveis, que cultivam o auto cuidado e cuidado pelo próximo não necessitam de rivalizar com ninguém. Nem cabe. Além de não ser nada atraente, muito menos sexy, no meu ponto de vista claro! Quando as pessoas sabem quem são não se comparam e sabem para onde a química de corpos e almas fluem e aceitam quando essa química acontece ou não e aí seguem a sua vida sem infernizar as dos restantes, até mesmo invadir a privacidade. Quem invade a privacidade e não aprende nada do mundo da outra pessoa é porque não a ama, muito menos a respeita, e sim quer somente exercer um poder másculo que já não serve nos tempos correm ora rápidos, ora devagar. VITÓRIA À CONSCIÊNCIA! VITÓRIA À CONFIANÇA NA AMOROSIDADE QUE A TOXIDADE JÁ ESTÁ FORA DE MODA!!! E as modas são chatinhas porque não brotam do coração, por isso passam! Mas nós continuamos cá para reescrever a história.
Resumindo e concluindo: sabermos quem nós somos é muito sexy e respeitar a base de tudo. De tudo mesmo!!!!!
Beijos e abraços e até ao próximo texto!!
A Piu
Brasil, 13/12/2019
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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

AMAR NÃO É FEIO. FEIO É NÃO AMAR



Cada um é dono da sua história
Quantos gigas de memória você separa pra sua dor em?
Haja, sinta, ame do seu jeito
Tenha orgulho no seu peito
Se orgulhe do amor meu bem
Escolha pra sua vida, só aquilo que faz bem
Nunca mude sua cabeça por nada nem por ninguém (...)
Então ame, e que ninguém se meta no meio
O belo definiu o feio pra se beneficiar
Ame e que ninguém se meta no meio
Por que amar não é feio neguinho, o feio é não amar
* Bia Ferreira " Levante a bandeira do amor"
Por onde começar? Para erradicar algo tem que se começar por algum lado. Primeiro que tudo precisamos de escutar mais. O que está por detrás do silêncio dos homens que tanto falam, interrompem as mulheres, fazem piadolas acerca do QI das mulheres, da sua aparência, da ideia que fazem sobre o que é uma mulher ideal, a sua fofura, honra e decência. Muitos falam para sustentarem uma imagem. Muitas mulheres também fazem isso. Mas esses mesmos homens não estão habituados a falarem dos seus sentimentos mais profundos, a nomear as suas emoções. Se por um lado as mulheres não tem obrigação de educar um homem que já traz uma educação lá de trás e o que a maioria das mulheres almejam é parcerias, cada vez mais de igual para igual onde o entendimento seja mútuo, precisamos de conversar uns com os outros e nos avisar. Cada um com seus traumas mas ninguém pode ser obrigado a ser um vaso sanitário das dores alheias. Cada um é dono da sua história. Assim se evitam vitimismo, quando se traz isso para a consciência.
Essa conversa fiada, esse papo furado de mulheres afirmarem com soberba que homem nenhum as subjuga nem subjugará.. 'Tá até à próxima esquina, se não estiverem antenadas. A soberba é uma armadilha. Se realmente não nos cuidarmos, Não nos amarmos as nossas decisões podem ser uma grande mancada. Toca a todas se a intuição for menosprezada. Mesmo quando a intuição, aquela voz interna, fala: " Não vás! Não te metas nisso!" e o corpo também fala com aqueles gases intestinais, levando-nos noutra direção que não a do sujeito. Há quem tenha curiosidade do mistério e do charme que o sujeito transmite. Primeiro: atrás do mistério pode e normalmente está uma intenção duvidosa e até nefasta. Quem tem intenções transparentes não precisa de ser "misterioso". o MISTÉRIO DO AMOR É OUTRA CANTIGA. Segundo: o charme não cobre a nossa intuição. Porém, se a nossa curiosidade ingênua e carência forem mais fortes... Zás! Somos vitimas de nós mesmas, antes mesmos de nos colocarmos nas garras dum vampiro ou pseudo vampiro. Onde há luz os vampiros desaparecem, dizia há uns dias um professor de arte terapia.
A misoginia, o machismo, o sexismo tem cura? Preocupei-me em escutar e ler homens acerca do assunto. Uns dizem para nos afastarmos desses cafagestes o quanto antes e que não há salvação. 'Tá! Quem nunca pensou nisso, principalmente quando é pai dos nossos filhos que além de fazer filhos pelo mundo não tem a minima noção do que é criar um ser humano e ainda inferniza a vida das mães dos seus filhos? Quem nunca pensou nisso quando aquele homem que te quer dar uma rasteira na primeira esquina porque nós intuitivamente não quisemos nada com o sujeito e o sujeito tem uma enorme dificuldade em assimilar que temos filhos ou não e que temos a nossa vida, o nosso trabalho e profissão e nós é que decidimos com quem nos relacionar, até pode ser com um brother do mesmo, que ELE NÃO TEM NADA A VER COM ISSO E SEJA FELIZ! PROCURE AJUDA, POIS OS CAFAGESTES NÃO SÃO CAFAGESTES E SIM ESCOLHEM SER CAFAGESTES E SEMPRE PROCURAM PROVAS PARA AFIRMAR QUE A SUJEITA QUE ELES DECIDIRAM ABOCANHAR É DESONESTA E PU....NHA.
Ti tirititi Nós somos o que quisermos! Se quisermos andar de pelos e fazer trancinhas com miçangas nas axilas, nos calcanhares e no buço É COM A GENTE. Se quisermos andar de vestido curto ou de calças de homem É COM A GENTE! Se não nos quisermos casar ou quisermos e escolher seres que nos fazem bem SÓ A NÓS NOS DIZ RESPEITO. Se quisermos ter filhos ou não É COM A GENTE! MAS NÃO SOMOS VOSSAS MÃES! E uma mãe dum machista, misógino, sexista também está a aprender ser mãe da Nova Hera. Respeitar, entender e acolher essas mães de homens de bizarrarias insustentáveis é emancipatório. Essas mães que são mulheres e que nasceram, cresceram numa paisagem que hoje está em transmutação também é levantar a bandeira do amor.
ENTÃO, AME! AMAR NÃO É FEIO! FEIO É NÃO AMAR - como canta a Bia Ferreira. Oh! Bia é o nome da minha mãe. Ah poizé! As mulheres tem família, amigos, parcerias antes daquele que acha que a mulher está sozinha ou tenta isolá-la. Misoginia tem cura quando a pessoa tomar consciência que se pode curar. Torcemos por nós outros e por vós outros. Levantando a bandeira do amor.
A Piu
Brasil, 10/12/2019
Misoginia e a cura do masculino
Karnal: misoginia é um defeito moral e filosófico
https://youtu.be/eT9ubXRoI3E
O SILÊNCIO DOS HOMENS
https://youtu.be/NRom49UVXCE
Aos homens misóginos,a desesperança
https://blogdorodrigocaldeira.blogs.sapo.pt/aos-homens-miso…
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Misoginia e a cura do masculino

http://www.justificando.com/2016/06/01/misoginia-e-a-cura-do-masculino/

Karnal: misoginia é um defeito moral e filosófico
https://youtu.be/eT9ubXRoI3E


O SILÊNCIO DOS HOMENS
https://youtu.be/NRom49UVXCE
Aos homens misóginos,a desesperança


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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

COM MURALISMO E SEM MORALISMO - série de que falo quando falo de falo

COM MURALISMO E SEM MORALISMO - série de que falo quando falo de falo
#eumeamo #eumecuido #eudecido
" A imbecilidade patriarcal e machista não respeita doutorados, como vocês já sabem na unicamp. O patriarcalismo não desaparece com o estudo. O patriarcalismo não some com a livre docência nem com a titulação. Pelo contrário. A posição e o cargo reforçam. (...) É preciso libertar o oprimido para libertar o opressor de oprimir.
Feminismo é obrigatório para homens e mulheres. "
" Nietzshe sente-se ressentido. Uma mente brilhante que quando vai falar de mulheres diz frases que poderiam sair da boca dum adolescente de 14 anos mal resolvido. É desonesto."
Leandro Karnal ¹
" Tumtumtátá tumtátá ahahaha sexo na rua ( e não sei quê lá. Não sei quê lá! ) a putinha e o putão... ( e não sei quê lá. Não sei quê lá! ) Tumtumtátá tumtátá oinc onc iô iô"
Que linda e inspiradora música para aquela pausinha para um cafézinho na porta dum tal de bandeijão duma conceituada universidade. A tal da unicampeona. Das duas uma: se a pessoa não comeu ainda pode correr o risco de ficar sem apetite, com a bílis querendo libertar-se de jorro. Se já comeu o estômago pode ficar todo embrulhado. E zás, também. Isto para os mais sensíveis. Mas como duma forma outra eu já me considero um tanto ou quanto bode velho ( velho não! com alguma estrada, um boode roots com uma fitinha na cabeça com uns óliculos malaicos) que de vez em quando viajo entre a Terra do Nunca tal qual Lucia no Céu com Diamantes e Cristais, chego perto da mocinha que anuncia uma daquelas festas universitárias cheias de pu....ria como a própria música indica e pergunto: " Pode explicar essa música aí? O que é sexo na rua?". Claro que deve ser um pouco bizarro uma coroa de idade indefinida com um sotaque diferente perguntar uma coisa dessas para uma jovem universitária com ar de nerd. " Ué sexo na rua é sexo na rua!" A sério? Não sabia! Sou mãe há uma mãozada de tempo e desta feita este texto vai para elas e para as meninas da sua idade e outra que com idade mais avançada, mas que se acham as tais. As " gestozas".
" Não lhe parece que essa música tem uma mensagem de cultura do estupro? Eu como mulher sinto-me ofendida. E se fosse homem também me sentiria. Pois reduz as pessoas a muito pouco." "É, realmente é uma música feia.", responde atrás dos seus óculos de estudiosa.
Se é feia e não joga a favor das meninas, mulheres, moças porque estas dançam e cantam e ainda convidam para a festa? Tanto " mérito"  para entrar numa universidade e não há uma reflexão acerca das narrativas? A esta altura do campeonato? É a idade? A minha? Ã ã! Olhando bem sempre vivi em várias cidades universitárias e com 19, 20 anos as musiquetas do meu conterrâneo Quim Barreiros nas festolas universitárias no Portugalito dos anos 90 já punham os pelinhos dos braços de qualquer pessoa atenta em pé. Mas pelo menos tinha algo de metafórico²  Certa vez até tive uma daquelas sacadas num desses concertos de estudantes que se achavam emancipados por beberem todas até cair para o lado e cantavam aquela bos.... Pensei:" Se aparecer agora aqui um doido tipo Adolfo este pessoal é muito bem capaz de ir atrás e cantar com ele. " Até um certo ponto não me enganei. Mas a esperança é sempre a última a morrer e ESTAMOS VIVOS ENTRANDO AÍ NA ERA DA CONSCIÊNCIA EXPANDIDA!!!!
Mural da história ou moral da história: Nós somos o modo como nos alimentamos. Seja comida de prato, seja música, palavras, pensamentos, imagens. É quase uma redundância, mas quando se naturaliza a pornografia e se confunde esta com libertação sexual é como dizer que o PT é komuna. Ihihih Madre mia quiu cachorro já pia. Ihihih Bora ser gente de verdade, pá! Gente que sabe que é muito mais que a mediocridade que se reproduz sem pensar e que dá lucro a uns tantos para melhor controlar duma forma fake!!!
Beijos e abraços com a confiança que podemos ser mais confiáveis uns para os outros. Se existem inimigos eles estão antes de tudo dentro de nós. Quando nos cuidamos e nos amamos de verdade decidimos com quem nos relacionarmos e como sem cair em tretas penduretas, Sermos especiais uns para os outros é antes de tudo nos olharmos com olhos de olhar. Sermos especiais uns para os outros é querer o melhor para a outra pessoa, mesmo quando esta anda um pouco confusa das ideias. Ser especial é sabermos que todos somos especiais e respeitamos o corpo, a alma, o espirito, a intimidade e privacidade nossas e dos demais. Sem moralismos, mas com algum muralismo artístico, diria.
A Piu
Brasil, 05/12/2019
1 Leandro Karnal " A Mulher na História" https://youtu.be/--V2VKvlSz0
² Quim Barreiros " A garagem da vizinha"
" Ponho o carro, tiro o carro, à hora que eu quiser
Que garagem apertadinha, que doçura de mulher
Tiro cedo e ponho à noite, e às vezes à tardinha
Estava até mudando o óleo na garagem da vizinha"
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pintura: Frida Kahlo