sexta-feira, 29 de julho de 2011

Levantar voo

Morro de sede em frente ao mar
escuto as ondas, o seu bater
e silencio o meu coração

olho o movimento da luz reflectida sobre a água
e o meu coração abranda
bate de mansinho sem mais sobresaltos ou quereres
fundo-me na areia e sei que sou mais uma das particulas solitárias deste universo imenso, uno e fragmentado

deixo-me aquecer pelo sol
e esqueço-me de mim das minhas vontades vãs
simplesmente sou, mansamente
sou feliz sem expectativas nem desejos
deixando que a brisa leve a minha paixão embora
deixando que a brisa amacie o meu peito
limpando anseios e quereres

Respiro
Sem já nada a esperar
Apenas sou

Uma leve tristeza flutua sobre mim
acarinho-a e faço com que se enrole na areia fina para que o vento a leve.

Sinto-me leve e então levanto voo

Piu
Lisboa, Julho de 2011

Ses

Se quizeres eu quero
Se vieres eu espero
Se demorares eu esmoreço
Se acenares eu aceno
Se a tua inconstância for constante
largo os ses aos sete ventos e deixo-me enrolar na espuma dos dias
até que a areia absorva todos os meus desejos e vontades

Piu
Lisboa, 29 de Julho de 2011

Baixa as saias! Baixa as saias, Maria Bonita!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Paz e liberdade

Pensar o caminho para a paz, o caminho para a liberdade... Hmmmm. Posso pensar em termos teóricos ou pensar a partir da prática. E prefiro a última. A teoria da prática. Todos nós temos polos negativos e positivos e isto não tem nada haver com o bem e o mal que a religão cristã dita. Potencializar a nossa disponibildade ou a nossa obscuridade é a nós e somente a nós que compete. Todos nós temos lados obscuros assustadores. Afirmar o contrário seria hipócrita. Existem circunstâncias que nos condicionam, também. Mas acima de tudo cabe a nós mesmo, individualmente, colocar as lentes e a postura que queremos adoptar diante daquilo que se apresenta. "Precisamos de desaprender para começar a aprender a ser livres." (Pilar, jornalista e companheira de Saramago). A religião cristã açambarca sentimentos, valores tais como: amar o próximo, ter compaixão, não sentir ódio, and so on,and so on. Tudo isto está certo! Mas só poderá vir duma escuta interior que não se ensina com doutrinas, mas aprende-se em auto gestão.
Posso, então, sugerir (sem pretensões filosóficas) que só se pode atingir a liberdade quando estamos em paz com nós própri@s.