quarta-feira, 20 de março de 2019

A sabedoria da floresta leva-nos com doçura pelos caminhos do coração. É só confiar no sábio tempo.

A Piu

terça-feira, 19 de março de 2019

O EROTISMO É POESIA. O RESTO É PORNOGRAFIA

Eh pá! Acabei de fazer uma rima ao querer iniciar este texto com aquele famoso poema do meu conterrâneo, tanto de país como de cidade, Fernando Pessoa! " Todas as cartas de amor são ridículas".

" O erotismo é poesia. O resto é pornografia." Fui eu que escrevi ainda agora, aqui ao computador! Até parece aquelas frases do  Paulo Leminski!!!!
Será que alguém já fez esta rima? Desconheço... Mas vai que! Vivemos no mesmo mundo e muitas vezes em universos oníricos semelhantes.
Quem nunca escreveu cartas de amor? Declarações. Eróticas ou não, mas declarações como quem diz por outras palavras: "Gosto de ti! Acho que gosto de ti! Posso te ver para confirmar? "
Quem nunca? Cri cri cri! Nem sabeM o que perdem! Por vezes podemos acertar no alvo errado, mas também podemos acertar no alvo certo. Por isso as cartas de amor podem ser ridículas. Acertar no alvo certo acontece quando o outro lado, quer nos corresponda ou não, sorri e acolhe. Já no alvo errado acontece a pessoa achar que pode  vulgarizar a carta e mostrar a outros em tom fanfarroneiro e ainda, atrás duma identidade falsa, tentar confirmar se nós escrevemos cartas de amor e/ ou eróticas para outros num estalinho de dedos.
Bom... Isso só significa que a pessoa transita ente a insegurança e a vaidade. Daí, podemos eventualmente ficar um tempo, por vezes até anos, a tentar entender o que aconteceu. No final, ao invés de catalogar o outro como ridículo, que até até pode ser como nós somos ao nos declararmos, percebermos que a pessoa não estava preparada para um gesto de afeto mais arrojado. Paciência. Há quem goste e não chateie tantos os miolos. Porque as cartas de amor são para se consumarem, caso contrário seguimos o exemplo de Fernando Pessoa que vivia um amor platónico com a Ophelia. Mas isso era lá com ele. Uma beijaça na pessoa certa valem mil cartas de amor ao deus dará.

A Piu
Buuuu lhon Giralden's 19/ 03/2019






Todas as cartas de amor são ridículas. principalmente aquelas que não foram enviadas. - Allan Caetano Zanetti 

Erotismo é poesia. O resto é pornografia. Ana Piu

MARCO- UM MARCO NA HISTÓRIA

Quem se lembra do Marco? Aquele melodrama em desenho animado que passavam às crianças na década de 70/ 80? Uma choradeira ca criança ficava sem saber se aquilo era realmente para a idade dela. Marco, uma criança, cuja mãe emigrava da Itália para a Argentina, e ele ficava para trás com o seu macaquinho, na sua humilde casinha. Ainda bem que eu tenho memórias vagas do navio a partir e ele, o Marco, como uns grandes olhos em estilo Manga a lacrimejar e em busca desesperada pela mãe. A música de entrada era: " Não te vás embora mamã! Não me deixes aqui! Adeus mamã a ver se me lembro de ti!"

Enfim, quantas mães deixaram para trás os seus filhos por faltas de condições na esperança de um dia revê-los? Quantas mães levaram os seus filhos enfrentando marés e tempestades? Não se trata de certo nem errado. O que se trata é de olhar para isso, não como um mero desenho animado, e sim entender onde as mães têm ou não apoio para continuarem a serem mães. Esta história passa-se no final do século XIX. Sendo baseada em histórias verídicas ou não ela é credível, porque com certeza aconteceu e acontece a muita gente. E ao invés de olhar com desprezo, e alguma vez escárnio, para quem está resiliente ou com aquela caridadezinha que reforça uma relação de superioridade não olharmos com olhos de gente de verdade e perguntar: ' Em que posso ajudar dentro deste sistema capitalista que o que conta é o lucro e o status, passando verdades falaciosas pela mídia em que pinta os países em alta ou em baixa?"

A Piu
Bólhan Gerralden's 19/ 03/2019


segunda-feira, 18 de março de 2019

PSST VOSSA EXCELÊNCIA TEM UMA COISINHA NOS DENTES

Bom... Como começar? A mim parece-me que num país riquíssimo, não só de recursos naturais como humanos, como o Brasil e talvez por isso também tão desigual socialmente alguém auto denominar-se da elite já soa um pouco... um pouco pouco ético. Vamos usar esta designação ao invés de começar logo adjetivar uma classe social que na sua maioria veio do nada, com uma mão à frente outra atrás, mas faz questão de esconder o seu passado e também não honrar os seus pais, avós, bisavós que chegaram aqui no Brasil com muita coragem e sacrifício. O povo brasileiro é muito corajoso! Dá para imaginar pessoas chegadas num navio, quando chegavam vivas, vindas do outro lado do mundo muitas vezes com uma língua e cultura totalmente oposta terem que começar do zero? Dá para imaginar a resistência e re existência dos povos que aqui foram subjugados e escravizados e mesmo assim continuam a cantar, a orar pela alegria no coração. Refiro-me principalmente aos povos ameríndios e afro descendentes. Dá para imaginar pessoas fugidas de guerra, perseguição, miséria e fome oriundas da Europa e outros continentes chegarem aqui e se reinventarem, lidando com os seus traumas? Relembrarmos isso não é ficarmos presos no passado e sim baixar a bola e honrar a vida sem caganças nem cafonices.

Naturalmente que quem se considera da elite fica muito ofendido por alguém dizer que a elite é cafona. Na verdade nem é necessário dizer, porque uma redundância. É como dizer à pessoa: " Olhe! Tem uma coisinha nos dentes" Quando na verdade não é uma coisinha e si uma faustosa folha de couve verde! Mas a outra sem perder a pose defende-se e diz que nós estamos a ser mauzinhos e que ela tem o sorriso lindo e está na moda usar dentes de ouro verde. 'Tá bem! Ok! Se ela se sente bem com uma couve verde gourmet na dentura quem somos nós para contrariar?

Já as implicações dos comportamentos da elite que acha que o seu mérito e merecimento é plausível, aceitável e inquestionável, por vezes não basta ser discreto como se vê nas fotos, temos que expor o ponto de vista para que a pessoa se preste a refletir. Tá bem! Não precisamos de chamar cafona! Há outros modos. Usemos a comunicação não violenta, onde a escuta permeia o dialogar.

Não se trata de se ter vergonha de ter nascido numa família rica ou de ter tido acesso a oportunidades que muitos não tiveram. Isso sempre aconteceu. Quando nascemos e crescemos num lugar que não uma favela sem as condições básicas de salubridade já estamos em vantagem em quem vive nessa favela. Mas isso não significa que sejamos da elite ou que é demais sermos diferenciados das pessoas que moram em favelas ou em situações menos favoráveis, que são aos milhares e milhões de milhares.

Daí a pessoa que se sente ofendida porque alguém diz que a elite é cafona, principalmente uma estrangeira e se for portuguesa a coisa afina, ela defende-se e diz, por exemplo como eu já ouvi:
" Cafona é você! Pois nós damos emprego!" Primeiramente a pessoa demonstra que toda e qual conversação ela leva para o campo do pessoal e daí ela já chama cafona à outra que não lhe chamou cafona, mas como a mesma se sentiu assim ela contra argumenta com esta preciosidade representativa dos resquícios escravocratas. Daí a estrangeirolas responde que empregos como faxineira, jardineiro, babá, manobrista. motorista em que a remuneração é constrangedora, assim como as condições de trabalho, pois há condomínios onde o ônibus não chega, devido a não se misturarem. Sabe? Isso é cafona! Achar que a pessoa tem que se virar sabe-se lá como e que a mesma não pode ascender a outro tipo de qualificação profissional. Mas mais cafona ainda é alegarem que frequentam as melhores escolas. Mas quando abrem a boca!.... Xina man! Atira-te ao mar e diz que te empurraram. Conhecimento de História quase nulo. Conhecimento do que se passa fora do Brasil e mesmo no Brasil na atualidade OH MY DOG!  Sabem umas coisas caducadas do tipo a culpa é toda da coroa portuguesa. Ehehehe é uma piada. De mau gosto, mas é uma piada. Normalmente, as piadas referentes aos portugueses são de mau gosto, principalmente porque quem as faz são descentes de portugueses. Então voltamos ao inicio: não honram os seus antepassados, mesmo que estes não tenham sido o Exemplo da inteligência por algum motivo, mas fazer essas piadas e ainda desconhecerem a sua própria História demonstra ainda menos inteligência. Mas nunca é tarde para  a pessoa se rever! De verdade! Sem cinismo! Com esperança que possamos superar a cada dia para uma vida emocionalmente mais sustentável e também com mais amorosidade. Vá!

A Piu
Bulhon Girralden's 18/ 03/2019

segunda tentativa de aviso

terceira tentativa de aviso

primeira tentativa de aviso





sábado, 16 de março de 2019

SOMOS VENTO, TUDO PASSA E O AMOR FICA SE O CULTIVARMOS

O que nos move? Como nos movemos com o que nos move? Há uns tempos um amigo dizia que preferia não meter a mão no vespeiro. O vespeiro daqueles que se consideram grandes, porque acham que detém o poder. Tudo isto é uma matrix.  O nosso dever é nos alinharmos com nós mesmos. Concordo em grande parte. Concordo em nos alinharmos, mas sem nos alienarmos. De que lugar falamos quando sentimos, pensamos e opinamos? De onde viemos? Quais as nossas raízes? Aceitamos ou renegamos e até desprezamos? Olhar para os nossos antepassados com coração cura  feridas profundas em que eles foram alvo ou alvejaram alguém.  Tudo passa  e o Amor cura.

Porque é que as utopias, as ideologias bem intencionadas que prometiam justiça e igualdade, não venceram na plenitude neste último século? Porque as ditas revoluções são movidas pelo ódio, pela raiva e pelo desespero, mesmo que camuflado de esperança. Ao final é uma disputa de poderes, o inimigo como espelho do inimigo, cara e coroa. Assim tem sido. Olhe-se para as grandes guerras do século XX, guerra fria e guerrilhas latino americanas, por exemplo. Todas estas apropriaram-se das necessidades dos mais desvalidos, explorados para exercerem violência com vista a ascender ao poder e se apegarem ao mesmo. Veja-se o Fidel de Castro em Cuba e o José Eduardo dos Santos em Angola. Já não falando do carrasco do Stalin.

Assisto ao filme do Sergio Trufaut numa sala de cinema dentro do edificio do Centro de Memória do Circo na República,  no Centro de São Paulo. Dois reais de meia  entrada e quatro a inteira!!!! Qualquer um pode assistir! Democrático. O filme passa-se no Alentejo dos anos 50, Alentejo dos meus avós e bisavós camponeses explorados pelo latifundiário. Baseado no romance do Manuel da Fonseca " Seara de Vento", que conta a história dum caso veridico passado nos anos 30, o filme tem o titulo de " Raiva". Embora eu preferisse o titulo " Dor", porque aquele camponês que faz justiça pelas suas próprias mãos sente amor e dor, mais do que raiva. Foi uma viagem a uma parte das minhas raízes e também a compreensão de muitas dores, uma delas  a dignidade de  não pedir esmola assim como algum complexo de inferioridade em relação aos ricos que exploram e acham que os pobres não valem nada além da sua mão de obra barata.

Porém a vida continua e como somos vento que nos materializamos em algum momento viemos para honrar quem nos deu vida. Embora os materialistas tenham feito questão de querer aniquilar o divino. Esse foi um dos seus grandes erros, se não o principal. Sim, as Instituições religiosas apropriaram-se da espiritualidade e do divino de cada um para exercerem poder. Mas os materialistas, os que acreditam que somos somente matéria, consideram um pecado ;) acreditarmos que temos Budah, Tupã, Grande Espirito, Deus dentro e fora de nós.

 O Nietzsche matou Deus, mas também acabou os seus dias todos entravidinho do corpo e das ideias. Será que era porque não deu demasida importância à sabedoria do coração e ficou tudo muito na cabeça que os fuziveis queimaram?


Ainda a ler o livro do Fernando Morais sobre a Olga Benario Prestes digiro toda aquela violência de parte a parte, voltando lá acima: quando criamos inimigos este não é nada mais nada menos que o nosso próprio espelho. A transformação está no caminho da Respiração, do Amor a si mesmo e ao próximo, de coração, mas sem condescedências. Colocando limites , abrindo portas para que o Amor, a justiça, a liberdade, a igualdade habita antes de tudo dentro de nós sem impr nada a ninguém, tampouco punir simplesmente porque o outro é diferente de nós nos seus credos e modos de levar a vida.

Para finalizar nada melhor do que a frase pop do Gandhi: Seja a mudança quer que ver no mundo.


A Piu
Br, 16/03/2019



sexta-feira, 15 de março de 2019

ESPERA AÍ QUE EU JÁ ESTOU QUASE A CHEGAR!!! VITÓRIA AOS HOMENS COM H GRANDE!

É muito interessante ir a São Paulo. Em alguns casos até bom, dependendo do que se vai fazer. Mas como é bom ir, também é muito bom voltar para o lar doce lar, entre as árvores. Olhando a cidade no topo daquele que foi até aos anos 60 o maior arranha céus da América Latina penso na história do último século entre potências sedentas de poder, usurpadoras de sonhos e utopias.
Sim, aquele arranha céus ali na descida e depois na subida de quem vem do Largo do Paissandu, onde era o Banco de São Paulo e hoje um conhecidissimo banco espanhol que veio para ficar, penso que no auge da crise financeira no sul da Europa. Banco esse, entre outros mais os mecanismos oligárquicos nacionais e internacionais, foi um dos principais responsáveis por essa mesma crise que deixou muita gente no desemprego ou em postos de trabalho ainda mais precários. Isto aconteceu em Portugal, que muitos brasileiros hoje encontram a solução para a sua vida, face a um Brasil, que para mim em muitos casos ainda é um enigma como este é enxergado, lido, conhecido e reconhecido pelo menos no último século pelos seus conterrâneos. Nas últimas eleições percebi que em muitos casos uma grande parte do eleitorado desconhece a sua própria história com os seus complexos contornos. Por um lado fico mais "descansada",pois agora entendo que como poderiam saber efetivamente qual era a situação de Portugal quando aqui cheguei em 2012. Alguns, os mais elitistas sabendo vagamente do que se passava davam ares de arrogantes alegando que os portugueses eram refugiados no Brasil. Enfim... Sem comentários. Outros, ditos mais de... sei lá! Esquerda? A esquerda... Assim... Existe? Ou existem políticas um pouco menos medíocres que outras? O que é curioso é observar que alguns brasileiros coisinhos refugiaram-se num Portugal hoje com um governo de esquerda coligada, onde está lá o Partido Comunista Português ao lado do Socialista e do Bloco de Esquerda. Engraçado! Não sei se a esquerda efetivamente existe na sua plenitude, mas o individualismo esse sim existe com toda a certeza.
Não são só os fachos (  fachista ihihih )que têm comportamentos fachos , há quem os tenha, mesmo pondo a cruzinha em todos menos no coisinho. Por exemplos, alguém que acha que pode invadir a privacidade de outra pessoa e ainda ter informantes, amiguinhos, que dizem: " Olha! A tua amada, que não é tua amada está ali e consegui espiolhar o computador dela!" Isto é um comportamento facho de Karinhas Garotoides Bobalhões - ficamos pelos bobalhões para adocicar o termo babacões. Não sei o que ganham com isso a não ser um atestado de infatilidade mesquinha fanfarroneira sem graça. Mas podemos sempre dar a volta e urrar, fazer sons de macaco e outros trejeitos faciais e corporais, principalmente aos puxa sacos que se prestam a serem bufos. Sim, porque um déspota só é déspota porque os puxa sacos/ lambe botas/ bufos/ dedões duros existem.
Moral da história: cá se fazem cá se pagam. Mas podemos pagar com estilo. Não com a mesma moeda e sim transformar o ferro ferrugento em prata. escrevendo, cantando, pintando, atuando,rindo, urrando, fazendo Buuuuuh quando os bufos e os déspotas passam. E já agora desejar que os KGB se humanizem e se encontrem com o seu sagrado masculino. Podem acreditar que o horizonte se abre para lá da construção selvagem. Sim, porque o neo liberalismo é um projeto dos machos distorcidos. E é muito mais interessante abraçar Homens com H GRANDE, corajosos em se entregarem ao Amor Sagrado. Seja qual for a nacionalidade, idade, etnia, cor e estilo de vida.
ISSO É BÁRBARO!!!! É DEMAIS!!! VITÓRIA AOS QUE MARCAM ENCONTRO CONSIGO MESMOS, ANTES DE TODO E QUALQUER ENCONTRO!
A Piu
Buuuuuuhhhh lhão BR 15/03/2019











HANIKAH PIPIUH - nos idos 70's na Tugolândia dos cravos

Hanikah Pipiuh aos 2 anos bebe um sumo, um suco de laranja doce mediterrânica enquanto dá estalinhos com os dedos. Ou será que está a dançar o vira? Talvez o " Fungagá da bicharada" que sai das colunas de sonzeira, enquanto comemora uma festa. Enverga uma bluseta amarela, que para muitos significa prosperidade. Ou será cor de mostarda? Ao seu lado, onde só se se vê parte do braço, está a sua abuelita alentejanita que chama a Hanikah Pipiuh de Rabiteza! Porquê? Aqui até está com um ar comportadinho, mas quando lhe pisam os calos ela, a Hanikah, dá três cambalhotas no ar. Ah! Mas aqui ainda não tinha calos, mas já escutava o fungagá da bicharada, em que a faixa preferida era o " Cão Dom Pantaleão" do José Barata Moura. Agora está tudo explicado!

Achtung! Mas depois que cambalhoteia no ar fica tudo na paz, no amor e entendimento. A isso chama-se resgate da nossa criança livre, que é a nossa espontaneidade amadurecida através da expansão da consciência. E saber dar cambalhotas com aquele estilo tipo Bruce Lee mas mais ou menos, dentro das medidas do possível da destreza do porte, é um treinamento energético duma vida inteirinha e mais um pedaço!


A Piu
Buuuuhhh lhão Xiralden's 15/ 03/2019

quarta-feira, 13 de março de 2019

Única no Brasil, revista Palhaçaria Feminina chega a sua 4ª Edição

Palhaça Bell Trana D'Talll- Ana Piu
Ana Piu
Palhaça Barrica- Michelle Silveira

Você já ouviu falar em uma revista que publica textos escritos por mulheres, refletindo sobre diversos aspectos da arte da palhaçaria e comicidade feminina, e que é única no Brasil e talvez no mundo?
Pois então deixe-nos lhes apresentar a Revista Palhaçaria Feminina, organizada pela atriz/palhaça Michelle Silveira da Silva/Palhaça Barrica, de Chapecó/SC, que em 2019, chega na sua 4ª Edição.
A revista surgiu a partir da criação de um blog, com o intuito de cadastrar as mulheres palhaças do país. O blog por sua vez, surgiu a partir de uma experiência riquíssima de Michelle, no Festival Esse Monte de Mulher Palhaça, organizado pelo grupo As Marias da Graça, no Rio de Janeiro/2009.
A publicação foi se desenvolvendo no decorrer do tempo e hoje está cada vez mais próxima de seus propósitos, de registrar, refletir, divulgar e contribuir para a qualificação do trabalho realizado por mulheres palhaças no Brasil e no mundo.
Escrita por mulheres, a revista reflete sobre experiências diversificadas na arte da palhaçaria, trazendo muita informação qualificada para quem está iniciando a sua pesquisa como palhaça (o), ou mesmo para quem está já em desenvolvimento.
Nessa edição além de artigos, relatos e dicas, a revista traz vários ESPECIAIS: sobre palhaças de circo, sobre os Encontros de comicidade e palhaçaria feminina que tem acontecido pelo país e semeado muitas ideias e novos projetos, sobre a Rede de Palhaças de Santa Catarina, Rede de Palhaças do Brasil, México e Portugal. ( Michelle Silveira)

ANA PIU, ATRIZ PALHAÇA BELL TRANA D’TALL, ESCREVEU PARA A REVISTA

O meu nome é Ana Piu, de Lisboa/ Portugal e estou vivendo atualmente em Campinas/ São Paulo. Sou  atriz/palhaça e fui convidada a escrever sobre a importância dos Festivais de Comicidade feminina com foco no pioneiro Festival no Brasil “ Esse Monte de Mulher Palhaça” realizado no Rio de Janeiro pelas Marias da Graça.
Desde já agradeço a honra de ter recebido esse convite vindo da Michelle Silveira, atriz palhaça e editora da revista Palhaçaria Feminina, para escrever na sua quarta edição.
Valorizar a arte da palhaçaria e no caso a palhaçaria feminina é urgente não só atualmente como desde sempre. Urgente porque este é o nosso ofício e profissão. Ofício esse que usa da linguagem artística para resignificar a vida, as nossas emoções, desejos, sonhos, brincadeiras e também preocupações; compartilhando assim com o público duma forma lúdica, poética e irreverente a lógica fora da casinha das nossas palhaças. Existem muitas mulheres palhaças por esse Brasil imenso e também no mundo inteiro que criam, realizam coisas maravilhosas pelo simples fato de acreditarem que podem fazê-lo.  A revista é uma manifestação, entre outras, de fortalecer a rede de mulheres palhaças no Brasil e também internacionalmente, dignificando ainda mais a nossa dedicação profissional e autonomia face a um mercado de trabalho que passo a passo vai-se abrindo para artistas que realizam trabalhos de autoria e que gerem a sua carreira artística, sendo em muitos casos produtoras do seu próprio trabalho. Além de servir como um registro do que se anda fazendo na área, a revista possibilita que artistas possam expressar através da escrita as suas experiências e reflexões. Que a revista possa chegar a todos os cantos do Brasil e também a outros países e que possam inspirar muitas e muitos artistas a continuar a acreditar que além de possível viver da arte, esta é necessária como função social para um mundo emocionalmente mais sustentável. Evoé à arte da palhaçaria feminina!!!( Ana Piu) 

A realização dessa revista deu-se graças aos esforços e generosidade de muita gente, muitos profissionais que se dedicaram para que ela ficasse perfeita em seus propósitos e também graças ao Edital de Concurso 032/2017 para Fomento e Circulação das Linguagens Artísticas do Município de Chapecó. Um edital cultural da cidade, que tem movimentado muito a criação e circulação de apresentações artísticas e no caso dessa revista, o edital financia um projeto para além dos limites de seu munícipio, de Chapecó para o mundo.
O lançamento oficial da revista será no dia 21 de março/2019, as 19h no Teatro Sesc Chapecó. Além do lançamento haverá uma mesa de conversa sobre comicidade feminina, apresentação artística e uma live para que todas as pessoas que não possam estar presentes no local, acompanhem ao vivo! 
( Michelle Silveira)

Facebook: Palhaçaria Feminina (página)
Editora: Michelle Silveira da Silva
(49) 98866 4884

Ana Piu
whats: (19) 999 510919


Michelle Silveira editora da revista

segunda-feira, 11 de março de 2019

AS PESSOAS NÃO SÃO MÁS SÓ ESTÃO PERDIDAS - CRIOLO

Este texto dedico aos homens que hoje receiam que grande parte das mulheres sejam sexistas simplesmente porque querem virar a página da história, quiçá o capitulo e até mesmo o tomo. Respirem! Tá há mulheres que precisam de fazer uma desintoxicação profunda de todos os abusos que vivenciaram com a figura masculina. Mas atrás desses homens existem mães e avós  e os mesmos foram crianças inocentes em algum momento. Ok mulherada? :) Bem sei que o exercicio de compaixão nem sempre é fácil, principalmente quando o dito fixou que deveria não largar o osso. Isto é, não deixar em paz e ainda achar que por capricho a mulher não deve ter a vida dela,  muito menos se envolver com os homens que quiser e começar uma nova relação. Uma coisa doentia. Muitas vezes o mesmo ou já nem quer nada com essa sujeita individua cidadã ou nem nunca teve nada, nem nunca quis ter efetivamente! Mas insiste em querer controlar! Uma maradice! Uma esquecitice que há que sacar e não dar demasiada importância desejando que esse sujeito marque encontro consigo mesmo e entenda isso só traz sofrimento para o mesmo. Que a manipulação, nem a mentira, muito menos uma vida de ilusão emocional compensa.

Por outro lado, também precisamos de entender em que frequência estamos para atrair esses seres um pouco ou muito perdidaços. A segunda etapa é curarmos-nos, perdoramos e desejarmos que a pessoa seja feliz. Mas que seja realmente feliz para não infernizar a vida aos outros e achar que pode ser do jeito que ele acha que deve ser dentro dessa bagunçada emocional, onde o medo e a tristeza tomam conta do seu coração. Podemos sentir compaixão, mas até por desejar bem temos que colocar um BASTA! 

Se começarmos a olhar para todos os nossos padrões de comportamento, o tal do carma, evitamos muitos dissabores. Quando os dissabores insistem em ficar precisamos de pedir ajuda. Isso não é  sexismo nem paranoia,é amor á vida e desejo de estar em paz. 

Também tem mulheres que infernizam, mas alguns homens acham que são garanhões que podem ir com todas e que nenhuma pode ir com alguém. E ainda acharem que podem por e dispor. Que bizarraria! Quem nunca conheceu este prefil? Eu já! Mas também conheço homens super porreiros legais fixes bacanas! E com esses é bom estar! Ter amigos é bom! E um companheiro ou companheira mais intimo antes de tudo precisa de ser amigo. Evidente, não? Não... Nem sempre é evidente. Mas amar é um processo de aprender a aprender e a desapegar e a abraçar o que nos faz bem, quem nos faz bem e nós fazemos bem.

A Piu
Bolhão, Br 11/03/2018


Oh por favor, por gentileza, pode parar com essa brincadeira?



Acontece! Mas a pessoa olha e faxina.









E AÍ, TRANQUILO?- Hanikah Pipiuh aos 2 anos e 5 meses

" Vou andar de bicicleta e vou pedalando, na minha bicicleta quase vou voando. Numa bicicleta não me canso caminhar e já estou quase a chegar!" - música do lado do B do single da Pipi das Meias Altas (Portugal) ou Píppi Meialonga (Brasil) , no original em sueco Pippi Långstrump.
Kodak para mais tarde recordar!  Se a Kodak quiser patrocinar estas publicações é só entrar em contato. Temos que ser uns para os outros!


domingo, 10 de março de 2019

HONRANDO QUEM VEIO ANTES DE NÓS

Como portuguesa a viver há um bom par de anos no Brasil, um dos meus grandes interesses é entender como tem sido o processo histórico da condição da mulher e da sua emancipação tanto em Portugal como no Brasil. Conheço relativamente bem o Brasil e como a maioria dos homens se relacionam com as mulheres, como as mulheres se relacionam com as mulheres e homens com homens e outros géneros assumidos. Mas infelizmente ainda é gritantemente patriarcal. Porém ainda preciso de observar mais, escutar mais e vivenciar mais este imenso país duma diversidade imensa de trajetórias e modos de vida.
Como tal vou, de momento, focar-me na realidade de onde venho que é Portugal. Desde já devo dizer que é um enorme prazer mostrar ao Brasil que tem acontecido em Portugal nas últimas décadas como luta feminista, anti fascista e anti imperialista. Se por um lado considero que é um gesto generoso, considero ainda que é uma forma de desfazer alguns equivocos, logo preconceitos. O preconceito, por ser injusto, não é amistoso.
No inicio dos anos 70 as três Marias juntaram-se para escrever " As novas cartas portuguesas", assumindo o risco que corriam. Pois com um olhar critico em relação à época que se vivia duma guerra colonial, ao fascismo e à condição da mulher. Maria Teresa Horta escreve  " Senhora de mim" e é perseguida pelo PIDE e pelos mentalidadezinha portuguesa que tratava as mulheres como criadas, freiras e devassas. Isto em 1970/ 71.  Depois duma sova em praça pública resolve convidar mais duas autoras para escrever a três mãos " Novas cartas portuguesas", tendo como referência  as cartas ardentes da freira Mariana Alcoforado. Resultado foram processadas judicialmente pelo teor obsceno e subversivo do livro. Houve passeatas fora de Portugal, nomeadamente em Paris onde Simone de Beauvoir estava.
Obviamente, que para muitos em Portugal,  o Maio de 68, a contracultura, a revolução sexual antes de 74 passsou completmente ao lado, elas são umas devassas armadas em intelectuais.  Mas isso é próprio duma mentalidade mesquinha que enfatiza a cruz do sofrimento católico apostólico romano. E as mulheres que mexem com o poder das plantas, da inteligência emocional e que querem assumir a sua própria libido sem se submeterem são enviadas, ou tentam enviar, para a fogueira. Por vezes nem são enviadas para a fogueira, mas são alvo de escárnio daqueles que acham que as mesmas ou são mal comidas ou são umas devassas. Aqui no Brasil esse perfil másculo é bastante comum, mesmo vindo de homens aparentemente informados e emancipados. Já em Portugal, alguns, parecem assumir um arzinho de que não sabem do que se trata porque muitos acham um horror os jogos de  sedução então ficam só pelos juizos de valor e pelo " A credo! ". Os mesmos que comem nas beiradas dum casamento aparentemente estável e ainda metem a mão no peito e com aquele ar saudosista olhando para a torre de Belem choramingam: " Nós demos novos mundo ao mundo!" Mas resta lembrar que o projeto foi de saque até hoje no Brasil, por exemplo, assim como em Angola e que muitos dos aventureiros faziam com as nativas o que não ousavam fazer com as suas castas esposas que deixavam do o outro lado do mar com os seus elegantes cintos de castidade. ;)
Em suma, ainda há muito caminho a percorrer, pois o que demora mais nem é deixarem de existir cintos de castidade e sim mentalidades moralistas, por isso perversas. Cada uma e cada um terá de fazer o seu exame de consciência, porque esse formato já deu o que tinha a dar de sofrimento. E nós queremos é amor e prazer com qualidade. É ou não é?
A Piu
Bolhão, Brasil 10/3/2019

" Mariazinha fui, em Marta me tornei
Sei aquilo que fui e que jamais serei
Mariazinha fui, em Marta me tornei
Sei aquilo que fui e que jamais serei"

José Mário Branco




sábado, 9 de março de 2019

SER UM HOMEM FEMINISTA É MUITO SENSUAL

Queridos, caros homens( os fofinhos dispensamos pois de delico doces está o Inverno cheio e nós queremos é calor de Primavera e de Verão no peito), ser um homem feminista é muito sensual! Acreditem! Significa que vocês honram a vossa mãe, avós, bisavós , tetratetratetratraavós! Honram o útero que vos acolheu e gerou a vossa vida!
Se o 8 de Março existe é para lembrar que ainda vivemos numa sociedade que foi construída pela força bruta de saques, estupros, sangue e morte. Em que o a conquista ao " outro", a sede de poder e ao limite a mentalidade imperialista de tudo anexar desvastando o que encontrasse à frente é o foco. Isto dura há milhares de anos. Se no último século e meio as mulheres foram sendo mais protagonistas da sua voz e ações foi foi porque a sociedade se industrializou e elas tiveram acesso à educação. Elas assumiram papeis no mercado de trabalho, muitas vezes fruto de falta de mão de obra masculina por conta das guerras.
Porém, em muitos casos, os seus salários são mais baixos que os dos homens assumindo um mesmo cargo e a oportunidade de assumirem cargos altos ou chefias em empresas e decisões governamentais é menor e duro, pois para muitos homens é uma afronta serem dirigidos por uma mulher e lembrarando-se que estas são tão ou mais competentes que eles.
Por outro lado, o oito de Março vem lembrar que o femínicidio ainda existe assim como a subcarga de papeis e deveres que as mulheres assumem na sociedade contemporânea: trabalhadoras, estudantes, donas de casa, mães, provedoras dum núcleo familiar em que o homem em muitos casos se destitui de qualquer responsabilidade. Nomeadamente dar assistência aos filhas, seja esta afetiva como financeira Obviamente que existem homens que não são assim. Mas esses que levantem a mão e nos acompanhem,
Muitas feministas ainda seguem uma lógica patriarcal, muitas vezes inconscientemente. São competitivas, só consideram as mulheres bem sucedidas na carreira e finanças e o status que isso pode trazer para os seus próprios interesses. Também querem ser as pop star do feminismo alegando foram elas as pioneiras no seu reduzido circulo, face a um planeta terra imenso. Mas todas nós estamos a aprender aos poucops que não é por aí. Que a sororidade é não medir forças umas com as outras e sim ninguém largar a mão de ninguém, ficarndo sinceramente felizes com o brilho da nossa mana.
Também é bom lembrar que a revolução sexual é voltarmos a casa, acolhermos a nossa libido e sexualidade e o nosso feminino como algo sagrado. Muitas de nós quer fazer amor com plenitude. Caso contrário existem práticas individuais de prazer mais eficazes que a farsa dum suposto encontro de corpos para suprir carências.
Ontem, li alguns comentários sonsos de homens que perguntam porque existe esse dia já que gostam das mulheres e que eles também devem ser lembrados todos os dias, quando algum homem diz, solidário à causa das mulheres, que o dia das mulheres é todos os dias. A resposta está acima. Esses homens que duma forma indireta nos tratam como histéricas e loucas precisam de saber que muitas de nós não permitimos mais que nos coloquem no lugar onde estes querem para seu belo prazer. De preferência sem questionar muito ou nada.Somos seres vivos que geramos vida seja humana, seja criativa. Não somos bibelôzinhos e criadinhas para todo o serviço. APAIXONAMOS NOS PELA SENSUALIDADE DE QUEM NOS COMPREENDE E ESTÁ DISPOSTO A CAMINHAR LADO A LADO.
A Piu
Bolhão, Brasil 09/03/2019
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sexta-feira, 8 de março de 2019

EU TENHO FILHOS E TU?

Bom, parece-me a mim que ter filhos não é nada de outro mundo. Se fosse não estavamos aqui. A Humanidade seria algo muito remoto que inteligências outras se recordariam como recordamos a Era dos dinossauros. O que ainda pode ser de outro mundo, mas naturalizado, são os pais ou as mães abandonarem os filhos. Isso sim é esquizoide, mas a constelação familiar que o alemão Bert Hellinger desenvolveu como terapia poderá explicar.

Cada uma e cada uma terá a sua forma de se relacionar com os filhos. Uns duma forma mais rígida, outros duma forma não tão rígida mas que também precisa de ter algum punho sobre a situação.

Imagino que para quem não tenha filhos dê que pensar se se quer envolver com esse pacote. Eu pessoalmente não sei se teria capacidade de enfrentar os dramas familiares alheios, se estes forem acentuados, acabadinha de chegar numa relação. Nunca experimentei, mas na verdade quero paz o mais possível na minha vida. Mas vai da paixão, do amor que uma pessoa sente e quer investir na outra.

Como mãe, de filhas relativamente já crescidas, não seria agora, a esta altura do campeonato, que sonharia em ter um pai de empréstimo para elas, muito menos que elas se intrometam na minha intimidade. Agora pergunto:  alguma mulher ou homem maduro que já encarou mancadas daqui e dali vai misturar águas? Quanto muito saber mais a fundo com quem se está a envolver para que a coisa flua. No meu ponto de vista e por experiência própria  de ter sido enteada ou os meus companheiros terem sido padrastos há algo fundamental: respeitarem o filho ou os filhos dos companheiros, a educação que lhes é dada e já agora também sentirem afeto. Parece que não custa nada, mas pode não ser evidente.

No caso, se quem é parceiro não entender que a pessoa precisa de trabalhar para sustentar os seus filhos e ter autonomia, assim como se dedicar aos mesmos, o melhor é escolher alguém que não percebe até ao momento que isso não é amor e sim subjugação. Essa faz lembrar uma charge argentina: apaixona-te pelo Che Guevara e depois queres lhe cortar a  barba. Assim funcionam, por vezes , os companheiros e companheiras. Apaixonam-se por alguém e querem moldar, podar ou desvitalizar as suas vidas, demandas, deveres e direitos adquiridos e desenvolvidos.

Ah! Por último ou penúltimo! É injusto e até pesado um companheiro ou companheiro saltar par o colo da sua parceria e querer assumir o papel de filho. Educar um marmanjona ou marmanjona é inglório. A educação tem de vir de lá de trás da infância e adolescência, assim como o auto conhecimento trabalhado no presente, para que possamos caminhar ombro a ombro ao invés de termos que aturar caprichos e birrinhas uns dos outros. Bora dar colinho uns aos outros doutra maneira? Colinho leve e  simbiótico.

Agora por último, quando as relações mais intimas chegam ao fim o ideal é a amizade se manter, mesmo que haja aquele período de luto, e já agora não misturar a relação de amizade com os seus filhos ou filhos dos companheiros com o término da relação amoroso.

Vivendo e aprendendo. Ninguém nasce ensinado, mas a diferença está em queremos aprender a aprender com as nossas sombras e luzes.

Vitoriosos aqueles que se amam auto conhecer e sem precipitações vão ao encontro de quem amam!

A Piu
Bolhão Geralden's 08/03/2019

Anita há uns anos atrás na cidade onde nasceu a Rita Lee, esse ícone porra louca mas também de amorosidade e emancipação da mulher

COM TANTAS MODERNICES QUALQUER DIA JÁ ANDAS DE BIKE

" Neste dia honramos  e agradecemos a todas as mulheres que antes de nós lutaram pelos direitos que disfrutamos hoje.  Se hoje você pode estudar, trabalhar, dirigir, possuir bens, votar e escolher seu/ sua cônjuge, deve ser grata a elas, que por amor a nós, as gerações seguintes, trabalharam para mudar o estado das coisas. Ainda temos um longo caminho de luta até que todas sejamos livres. Até lá seguimos juntas.  " ' Mandala Lunar


Antes de tudo passo a explicar o trocadilho do titulo que na minha terra natal era uma espécie de piada: com tanta modernice ( emancipação da mulher) qualquer dia já fumas. Bom, não é que um cigarro de vez em quando para relaxar não seja bom, mas pedalar é muito mais saudável e foi o que deu autonomia às mulheres no final do século XIX. Mas logo umas vozes assustadas com tal autonomia se levantaram.  O médico francês Phillipe Tissié : " Ai que isso faz muito mal às mulheres! Pode causar esterilidade!" Dito assim só desta maneira a pessoa fica a pensar o porquê.... Mas logo outras vozes que não credenciadas pela medicina poderiam justificar tal temor: " Andar de bicicleta é indecente, porque traria  prazer na "fricção nas partes intimas" !" Bom se é esse o motivo bora todas andar de bike com filhos e sem filhos! ihihih As mulheres não podem ter prazer acompanhadas ou sozinhas? Esse argumento de macho alpha só confirma o desconhecimento do prazer da mulher que vai para lá do genital. Por isso é que muitas relações se desgastam. Porque é o genital pelo genital. Os preliminares e outras carícias são esquecidos e a mulher das duas ou uma ou se aborrece e em algum momento vai andar de bicicleta sem retorno ou cumpre um papel de satisfazer o homem, tendo prazer até um certo ponto ou simulando... Mas para isso existem bonecas insufláveis. Pelo menos não opinam e cumprem o dever esperado pelo macho alpha. 

Como hoje é dia 8 de Março, dia Internacional dos Direitos da Mulher outros textos serão escritos em formato de coffe break. O das mulheres com filhos que na mesma são autónomas e não pretendem ter os seus companheiros ou companheiras como filhos e sim como companheirxs e muitas nem pretendem misturar a educação e dever para com os seus filhos com as novas relações. Parece quase óbvio. Assim como parece quase óbvio nós mulheres praticarmos mais a sororidade. Mas nem sempre é assim, mesmo com aquelas que se alegam feministas ou mulheres sagradas. Mas isso fica para os próximos textos.

A Piu
Br, 08/03/2019

foto e informação sobre o tema no link http://vadebike.org/2013/03/bicicleta-emancipacao-feminina/

quinta-feira, 7 de março de 2019

Sou a primeira mulher da minha linhagem a ter liberdade de escolha. A construir o futuro com bem entender. Dizer o que vier à minha mente quando quiser. Sem ouvir o barulho do chicote. São centenas de primeiras vezes pelas quais sou grata, cenas que minha mãe e a mãe dela não tiveram o privilégio de viver. É uma verdeira honra. Ser a primeira mulher da família que pode sentir os seus próprios desejos. Não é à toa que quero experimentar esta vida ao máximo, antes de mim tenho gerações de barrigas famintas. As avós devem estar gritando de tanto dar risada. Reunidas em volta de um fogão de barro lá do outro lado. Bebericando masal chail leitosa em um copo fumegante. Elas devem achar uma loucura ver uma das suas mulheres vivendo de um jeito grandioso. - Rupi Kaur
Amanhã comemora-se o dia Internacional da Mulher. Muitas coisas ainda estão por repensar em relação à emancipação da mulher e satisfação dos seus desejos e realizações. Escrever, refletir, falar sobre o que é ser mulher, trabalhadora, mãe, amante e outros papeis. Essa de ser mãe e ser amante será o próximo texto só para iniciarmos uma certa desconstrução de preconceitos em relação à maternidade . Separar águas e uni-las com sabedoria é um grande passo para a emancipação das relações que se querem saudáveis. Só para degustar: uma parte considerável das mulheres/ mães procuram um companheiro ou companheira do qual não sejam mães d@s mesm@s e sim companheiras. Também, muitas de nós não procuramos pais para os nossos filhos. Outras procurarão. Mas muitas de nós deseja, quanto muito afeto ou simplesmente respeito pelos nossos filhos que muitas vezes até já são crescidos e não estão nem aí para os companheiros e companheiras dos pais. Então essa de estigmatizar a mulher ou o homem que tem filhos vai de fazer a leitura mútua dos quereres.
A Piu
Br, 07/03/2019


quarta-feira, 6 de março de 2019

NA BOQUINHA DA GARRAFA




Pessoalmente tenho sérias dúvidas em querer compartilhar o meu erotismo e nudez com qualquer pessoa. E olhem que eu não sofro de negação do meu corpo, ainda para mais sendo atriz de teatro físico e palhaça, e sempre frequentei praias de nudismo! No Brasil nunca, mas gostaria de saber onde estão sem ser incomodada com engraçadinhos de gosto duvidoso. Não é nada agradável podarem a nossa espontaneidade com boçalidade.
Porém todavia, contudo ando aqui a pensar com os meus botões que estou um pouco escaldada de machistas. principalmente de esquerdo machos e moralistas adjacentes.Não sei se posso me considerar feminista. Dona da verdade não sou com toda a certeza!
Mas o que é um esquerdo macho? Vou dar um exemplo, entre muitos, é aquele macho que até tem um discurso articulado mas só pensa no seu próprio e único prazer e sempre se apoia numa ou em outra mulher para dar uma de solicitado, assim como de descolado.  Quem nunca vivenciou uma experiência dessas? Eu já! Algumas vezes e fico tão surpreendida que nem quero acreditar! E para nos livrarmos desses sujeitos?! Chiça penico! Chapéu de coco! ) esta expressão é da velha guarda da nha terra, mas eu curto! Significa_ CARAMBA! NINGUÉM MERECE! OH MY DOG! OH LA VACHE! C\EST CHIEN ÇA!
Piu, a portuguesa cidadã do mundo 
Já os moralistas adjacentes são aqueles e aquelas que em tudo enxergam malícia. Ou seja, a poesia é algo que não rima com erotismo. Fantasia para além do evidente: zero.Também são moralistas porque dividem as mulheres em categorias dicotomias: santa e devassa, burra e feia, emancipada e frígida e por aí vai. Entristece um pouco, mas estamos cá para dar um certo up à emancipação da libido.
Sinceramente não acho gracinha nenhuma aquelas danças da boquinha da garrafa. Enfim. Cada um e cada uma é livre de espetar a bunda em jeito televisivo para babar todo e qualquer homem, mas espero que saiba artes marciais se houver algum inconveniente! Ou então desfrute dessa safadice num contexto seguro. Da minha parte dispenso. É como assistir a uma publicidade de um refrigerante. Consome e joga fora.
Gato escaldado da água tem medo! Sim! Eu estou a aprender a ir devagar para que a intimidade não vire um deboche, uma vulgaridade. Um espectáculo de fanfarronice botequeira ou de conversa de ceia de Natal. Bigadu ma num pa mim!
Considero que observar e ir devagar para não cair em roubadas é muito importante. Também considero que competir um homem com outra mulher não é nada emancipatório. Aliás competir alguém com alguém é pouco~e raso. Muito mau! Estou fora! Não somos troféus de ninguém nem vice versa. Quem quer realmente estar junto faz esse movimento corporal, fisico, mental, espiritual. Quando é para acontecer acontece. Para isso temos que entender que nem todos são farinha do mesmo saco fora de validade. Refiro-me ao saco dos esquerdo machos, no caso. Eles não são logo identificáveis. Enganam. Como tal, precisamos de olhar de longe e de perto. Quanto aos direito machos fora da jogada logo de primeira. Mas os esquerdos iludem, por vezes até são mais maus piores ruins 
Ah! Dentro da lógica moralista os machos e fêmeas parecem que necessitam de provar ao seu grupo social e familiar que são castos e ousados. Enfim, grande loucura que talvez seja eu a louca no meio de tudo isto!
Da minha parte estar com alguém onde a admiração e o respeito sejam mútuos é fundamental, seja a relação de amizade, casal e/ ou profissional.
BEIJOOOOOOO
A Piu 
Bolhão 06/ 03/2019