quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O DIREITO AO VOTO



Os mais radicais acham que boicotar este sistema democrático falacioso é não ir votar. Refiro-me aos libertários que consideram que votar alimenta este sistema viciado de partidos, que mais parecem comadres a tentar manter o máximo possível o seu lugar ao sol. É de facto um sistema de comadres e compadrios. MAS O NOSSO DIREITO AO VOTO É UMA LIBERDADE CONQUISTADA.
E agora vou-me contradizer, ou não, pois foi um dos motivos pelos quais me cansei definitivamente de Portugal. No dia 4 de Outubro vai haver eleições. Não estarei para votar e verdade seja dita não me dirigi ao consulado mais próximo para o fazer. Sempre que posso exerço o meu direito de voto,porém a pessoa também se cansa de tanta lamúria e muita incapacidade do exercicio da democracia entre nós cidadãos. Na verdade nunca fomos educados para tal. CLARO! Não convém!
Quanto aqueles que estão no país ou se deram ao trabalho de ir ao consulado mais próximo desejo um voto consciente e já agora que o exercicio da nossa democracia um dia supere este sistema neo liberal que não está centrado nem no Estado, nem nos partidos e sim nas multi nacionais. Talvez o boicote deva ser ao consumo dos produtos destas últimas. Digo eu, como sempre pensei e tento fazer em muitos casos. Embora, uma água das grandes marcas e as respetivas gasolineiras estão sempre à perna. Mas se fizermos um pequeno boicotezinho vale mais do que não ir votar. Pois o não ir votar legitima os fascizoides avançarem. wink emoticon E eles andam aí.
Ana Piu
Brasil, 30.09.2015

Esta foto tem 40 anos, mostra uma fila para as primeiras eleições livres em Portugal, em 1975. A minha avó chamava-lhe «o primeiro dia em que fomos todos iguais.»

Custou muito, chegar aqui. Ricardo J. Rodrigues

AS CRIANÇAS LIVRES DEPOIS DOS QUARENTA E TROCA O PASSO

- E aí? Que tal é ter 42 anos e três dias de idade? Tudo em forma?
- Excelente! Fabuloso! Fabulástico!
- Não ficas com medo de te chamarem velha?
- Imagina! Eu?!?!?! Quem tem medo anda com um cão e quem me chamar isso é porque tem um medo terrível de envelhecer, porque no fundo a sua alma já tá velha sem sonhos de criança livre!
- Criança livre? Tu sentes-te uma criança livre?
-Bem, a minha criança livre está a crescer gradualmente. A primeira coisa para sermos crianças livres é discernir o que faz ou não sentido para nós. Por exemplo, não perder demasiado tempo ou tempo nenhum em lugares de rejeição, de negação. Isso é ser criança livre. Voar com aqueles que igual e realmente desejam voar. Ser criança livre é ficarmos quando sentimos  que devemos ficar e partir quando necessitamos partir, sempre escutando a intuição. Intuição, conceito que hoje os especialistas especializados na especialidade  chamam de inteligência emocional.

Ana Piu
Br, 30.09.2015








Mulher com 42 anos e 3 dias com um retrovisor para não se esquecer de olhar para si mesma  e olhar ao redor 
Quando for grande quero ser LIVRE A na








SORRIA, VOCÊ ESTÁ A SER FILMADO (série: xenofobias e as vicissitudes de se ser estrangeiro)

Na Escandinávia até posso ser escandinava. Isto dito por dinamarqueses. Sem abrir a boquita nem muito gesticular. Claro! Assim como em terras germânicas passo por alemoa, em terras francófonas franciu ou lá perto. Na Polónia sou da terra. E por aí vai. Mas vai que me faço acompanhar pela filharada! Oh lá! Aí é que a porca pode torcer o rabo! Logo uns olhares meio que do revés olham e pensam com os seus botões: Então esta anda metida com os árabes? (foi esse olhar que eu senti na Dinamarca para constrangimento meu que me fez decidir definitivamente não migrar para esse local. Lamento. Gosto de Copenhaga, mas lamento a onda de xenofobia e racismo). Esta anda metida com os ciganos ou "pretos"? (isto em Portugal, o dito país tolerante (?!) onde passo igualmente por bifa, estrangeira, gringa)
Já eu dizer que sou portuguesa, por exemplo em França ou no Brasil, pode virar uma piadinha que é preciso ter peito e muita presença de espirito. Mas como já disse anteriormente eu faço questão de dizer que sou portuguesa para sentir o grau de sensibilidade e humor dos demais assim como o seu nível de escárnio ou não, de respeito. Talvez se no Brasil me apresentasse como alemã ou francesa as coisas seriam diferentes. Mas não importa. Assim está bem. Só se aproxima quem dá valor e vice versa. smile emoticon Enfim. Sorria, você está a ser filmado. ;) 

Ana Piu
Brasil, 29.09.2015
Alguma coisinha? Sou da Abóboda city,do ladex da praia e da serra à cotê de la Lisabonne!

Eu sou descendente dos macacos, como nós todos. Quando tenho um pelito a mais gosto de imaginar que vivo no Neolítico, pois por vezes parece.

NO DIA EM QUE OS CORAÇÕES DESCONGELARAM E AS MADURAS CRIANÇAS SE TORNARAM LIVRES

Na terra dos corações ardentes e vibrantes de atmosfera colorida
ora leve ora opaca com um filme super 8
não há perdedores nem vencedores
na terra vibrante não há corações gelados
porque os homens mergulharam para dentro de si
e ao chegar à tona beijam aquela sereia que aparentemente era de pedra
mas dentro um coração ardente pulsava na imobilidade
na terra dos corações ardentes e vibrantes não há leviandade
ninguém sofre de síndrome de Peter Pan*
todos são maduras crianças livres
* The Peter Pan Syndrome: Men Who Have Never Grown Up ou "síndrome do homem que nunca cresce", escrito pelo Dr. Dan Kiley.
Ana Piu
Br, 30.09.2015

terça-feira, 29 de setembro de 2015

ECLIPSE LUNÁTICO

surf in the light side of the moon (tradução piuzovski: surf no lado leve e luminoso da lua)

A lua é só uma, mas existem várias


Olhar para a lua sempre me transmitiu calma, até ao domingo passado alguém lançar uma ideia que me deixou de alguma forma em sobressalto, só de imaginar a possibilidade de tal. Alguém falou:'  Imaginem que a tecnologia fica tão avançada que será possível enviar satélites publicitários para a lua! Daí, quando olhamos para a lua podemos ver um M amarelo, por exemplo.'
MEEEEEEEEDOOOOOOOOOOOOOOOOOOO. Só de imaginar já me causa achaques. Fico aluada! Eclipsada das ideias! Até consigo imaginar começarmos a pagar créditos para poder olhar para a lua e sonhar um pouco, mas um sonho controlado por um chip ligado a uma central. E como alternativa a uma lua repleta de neons desenhar uma e pendurar numa árvore se ainda existirem. Ufff  Bom, agora vou voar um cadinho nas asas da fantasia dos Pink Floyd e sonhar que isso nunca será possível. Espero.
Ana Piu
Br, 29.09.2015


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

UM BELO PRESENTE MUITO BELO*

Renascer é sonhar e saber que já dormimos no colo e hoje temos as pernas muito compridas, mas mesmo assim ainda sonhamos. ( Ana Piu)


Pega no presente como se nascesses no Natal e não sofras com o que foi… que o que foi está longe como o que só foi agora uma vez.
Pega no presente e envolve-o lasso suficiente para caber quem gostas.
Pega no presente e começa de novo usando tudo para trás como informação tua noutra vida em que eras o mesmo… mas não tão perfeito.
Pega no presente e percebe que é o momento.
Pega no presente e sabe de cor interiormente, sem cábulas, tudo o que te aconteceu porque tudo o que te aconteceu fez sentido, e o sentido foi o que te trouxe até aqui, e aqui é perfeito para dar início a mais um momento áureo.
Pega no presente até ao infinito e perpetua o instante como o especial.
Pega no presente e torna-o tão único como a água e faz dele a pujança inequívoca de estar tão vivo como tudo o que é impressionante.
Pega no presente e pulsa o ritmo cadente de um músculo novo que nasce sem esforço porque se inventa como o vento e as marés.
Pega no presente e faz tudo de novo como se respirasses a coragem.
Pega no presente e acende-o como a luz faz ao escuro.
Pega no presente e mata o medo do teu vocabulário como se só tivesses cheta para um dicionário de bolso.
Pega no presente e faz dele o que virá. E do que foi soubeste ver tudo, gostaste de ver tudo, precisaste de ver tudo.
Pega no presente e sabe que o que se passou foi para te fazer e o que há-de vir há-de ser sempre já.
* muito obrigada pelo presente Joao Negreiros e por saber que se continua a escrever poesia em terras de Portugal, se é que a territoralidade é assim tão importante. Eu acho que não, mas a identidade acaba por ser sempre a identidade, mesmo que falemos que somos do mundo.

Nascer é alargar o quadril da nossa mãe e dizer: "AQUI VOU EU!" ( Ana Piu)


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

É NO AMOR QUE ESTÁ A EMANCIPAÇÃO? ( o regresso da Dótora Lorena)

Após longas ilações e hipóteses colocadas pela  pesquisadora analista Dótora Lorena  sobre relações entre sujeitos sociais, esta se propôs responder à pergunta de Claudia Naranjo: Porque se usa tão pouco a palavra amor no mundo académico?
Numa primeira fala Navarro responde que urge aprendermos a SER.

Segundo a Dótora os conceitos já anteriormente usados e abusados por instituições religiosas não podem cair em desuso. Há que reinventar o que é gratidão, perdão e compaixão. Quando utilizados por instituições religiosas e/ou ideológicas estes princípios estão grande parte das vezes ao serviço da perpetuação de poderes hierárquicos e repressivos. Mas estudos indicam, através de entrevistas quantitativas e qualitativas, que ao colocarmo-nos efetivamente no lugar do outro de forma solidária, sentir gratidão pela solidariedade que nos é concedida e não cuspirmos na sopa é efetivamente emancipatório. Assim como perdoar quem cospe na nossa solidariedade é igualmente emancipatório. Em suma, atos de amor. Deste modo, a pesquisadora analista Dótora Lorena considera que o Amor solidário é emancipatório e emocionalmente ecológico, logo sustentável.


Dótora Lorena, especialista em amorologia

Br, 25.09.2015

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

MAS AFINAL O QUE É O FEMINISMO?

A jovem Jacqueline Bouvier Kennedy à frente da Escola  Chapin School para meninas

Dando sequência à observação empírica desenvolvida pela pesquisadora analista Dótora Lorena, neste artigo a Dótora vai lançar para toda a comunidade as hipóteses que considera pertinentes ao século XXI no que refere à problemática do conceito teórico prático "feminismo":

1. O feminismo é o mesmo que machismo, mas com outro nome.

2. Todas as feministas são disformes. São sacos de batatas com duas pernas.

3. As feministas que se prezam não gostam nem de bailes de debutantes, nem de casamentos pois acham algo ultrapassado. Mas gostam duma boa festança.

4. As feministas são mulheres que estão sempre lado a lado umas das outras contra os malvados dos homens, que só pelo simples facto de coçarem as partes a sul do corpo já são uns grandes porcalhões. Aliás, mesmo quando o homem tem razão e está inocente não é razoável admitir. Será sempre um porcalhão.

5. Uma feminista nunca aceita que o homem aprecie a beleza de outra mulher.

6. Uma feminista que se preze é companheira dum presidente, pois é ela que dá conselhos para emancipar o mundo.

6. Ser feminista é ter bigode nas axilas.

7. O feminismo é uma falácia, pois não contempla o homem.

8.  Ser feminista é não ser feminista, mas posicionar-se sim num ' Já chega de mulheres e homens machistas! Basta de ismos que só nos infantilizam"

Dótora Lorena ao vosso dispôr

Br, 24.09.2015


 Alix and Ella - 1894.



Meninas na praia caminham de mão dada


MAS AFINAL O QUE É O MACHISMO? ( O REGRESSO DA DÓTORA LORENA)

Grete Stern


Após algumas observações empíricas, a pesquisadora coloca algumas hipóteses, num viés onde os conceitos "cultural" e "natural" se interceptam. A pesquisadora também terá o cuidado de não usar categorias redutoras como: primeiro mundo, países em vias de desenvolvimento e terceiro mundo. Embora a desigualdade seja determinante para uma efetivação do dito machismo, os que são considerados Primeiro mundo ou em vias de desenvolvimento também praticam turismo sexual com destino no suposto Terceiro Mundo.  Deste modo, a pesquisadora analista apresenta algumas hipóteses que democraticamente concebe que cada interlocutor terá a sua resposta:

1. O machismo existe porque se não era o feminismo que tomava conta disto tudo.

2. O machismo existe porque as mulheres continuam a assumir o papel de mãezinhas super protetoras que infantilizam o homem e o boçalizam ao achar que todos são iguais e só veem saias à frente de lá para cá.

3. O machismo é promovido pelas mulheres que dengozas competem entre si sofrendo dum síndroma do gostozice compactuando com aquilo que supostamente criticam.

4. O machismo é genético.

5. O machismo é cultural e é uma forma de mantermos a identidade dum povo e o seu território.

6. O machismo existe porque é um habitus, logo é chique ser machista porque ainda por cima habitus é uma palavra francesa do Pierre Bourdieu.


nota: a próxima análise será sobre o que é o feminismo


Dótora Lorena, uma dótora que não é loura nem é morena e não sabe dançar a macarena
mas gostava

Br, 24.09.2015


IHIHIHIH UHUHUH (série surrealidades)


- Da próxima vez, quando as interferências e incompreensões no diálogo sobre a prática da ética foram insistentes, tu dizes que és uma bruxa comunista! Vais ver como funciona! Vão dar três passos atrás mais meio para o lado direito ao centro enquanto voziveram uma rezinha de auto proteção!
- Boa! Boa! De seguida, para acalmar os ânimos levanto as duas mãos com os dedos em V e digo que afinal sou uma Barbie hippie a viver em casa dos pais!
- Sim, hão-de respirar de alivio, pois demonstras que não ofereces perigo.
- Sim! Sim! E depois, num golpe de mágica, salto para cima da minha vassoura super sónica e num voo piruético direcionando o nariz em voo picado com verruga do lado direito suficientemente visível, falo num riso esganiçado: ihihih DOG SHAVE THE QUEEN! SOU UMA BRUXA DÓTORA PALHAÇA!
Depois, na vassoura super sónica, dou a volta ao mundo à velocidade da luz para me aconchegar na lua em quarto crescente, que é onde as bruxas dótoras palhaças recarregam energias, dormindo um sono leve e sonhante.
Ana Piu
Br, 24.09.2015
foto: a bruxa dótora palhaça em Évora, cidade onde muitas fogueiras já aqueceram bruxas


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

HÁ QUATRO DÉCADAS A VIRAR ANOS QUE ACABAM EM 5




Ora bem, em 1975 onde é que eu estava? Estava nesta casinha que se vê na foto com uma cristaleira com louça da Vista Alegre. Ao certo não sei o que aconteceu de relevante comigo além de me mudarem as fraldas de pano com alfinetes de ama. Tenho memórias imagéticas. Freud explica. Quem cuida de nós, nós lembramo-nos. Ah! O Novembro de 75, após o verão quentão de 75. Enfim, palavras para quê? Hoje vivemos num neo liberalismo que a todos nós é muito conveniente. wink emoticon
O ano 1985 não foi o mais vitorioso, a senhora minha mãe que está ali atrás a fazer croché com o seu cabelo emancipatoriamente curto e as suas jeans boca de sino despedia-se de nós, num sopro. Um ano depois aprendi a cantar aquela música da Elis: "Vivendo e aprendendo a jogar. Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar."
No ano de 1995 começava a viver do teatro, quando já levava 3 anos de formação teatral mais dois de teatro amador. Uma viagem sem retorno.
No ano de 2005 nascia a menina Flor, esse ícone, irmã duma outra (me)nina que nascera em 2000. Igualmente icónica.
Agora, 2015... Ano de viragem de há uns 3 a 4 anos a esta parte. Porém, todavia, contudo tornou-se mais claro, este ano, separar o trigo do joio. Uma questão de ecologia emocional como resposta à singela pergunta: o que me faz bem e quero para a minha vida?
A vinte e três de Setembro de dois mil e quinze, às catorze hores e cinco minutos do horário de Brasilia respondo: transparência, honestidade, sinceridade, coragem, amorosidade, inocência, liberdade e todas as coisa boas que nos fazem continuar a ter mais idade e maturidade. E se for necessário virar a cristaleira de pernas para o ar, em sentido figurativo, que assim seja. Mesmo que nos chamem de loucos e outras coisas uuuuhhhh. E assim a minha vista ficará alegre. E digo mais! Que eu cá digo muitas coisas, mas não me importo se são extensas ou curtas! É que... é que... as palavras brotam do fundo do meu ser.
Alé! Seja bem vindo quem vier por bem!
Se tudo correr bem, cá estaremos no ano de dois mil e vinte cinco. Quem sabe na floresta amazónica. Entretanto, mando noticias.
Ana Piu
Braziu, 23.09.2015

FACE TO FACE

O FACE tem mil faces.
é bocejante e lacrimejante
um grito em surdina quando indevidamente usado
cheira bem consoante as relações que estabelecemos
fede quando um poço de ostentações e de mal entendidos 
quando um muro de lamentações e lavagens de roupa sujas em público
"In vitro", vida! Sim, virtualmente verdade! Verdade?
Xiiiii, também esqueci que num cursor as verdades são múltiplas
a minha alma transpira amor
se assim não fosse que sentido faz toda esta loucura de viver?
a dor cada um terá de olhar para dentro de si e se auto faxinar
o face é belo quando o tratamos com beleza e mouco, bastante mouco quando nos reduzimos à na nossa mouquice
O FACEBOOK fez-se BOCA
para gente insana e para gente SAUDAVELMENTE LOUCA

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

GENTE DE VERDADE QUE AME POR INTEIRO


Na verdade nunca vivi uma guerra e espero não viver. Seis meses depois de eu nascer acabou uma em terras de África que durou 12 anos. Aquela, a colonial. Também tive a sorte de na minha infância ninguém na minha família ser traumatizado de guerra, pois não combateu no mato "a matar pretos" (passo a expressão, por ser tão racista e boçal). Mais tarde convivi com um "preto" traumatizado da guerra que continuou em Angola, depois da independência, a combater também. Temos a mesma idade, só que tivemos sortes diferentes. E só posso, de alguma forma, ser solidária com ele. Conheci-o em Lisboa, passados anos voltou para Luanda quando já não corria o risco de ser julgado em tribunal de guerra por ser desertor. Não sei se está em paz interior ou não. Espero que sim, mas não sei. Perdemos contacto. Lamento sinceramente.
Hoje sou eu que sou emigrante como muitos da minha geração. E certa vez recebi aqui um comentário que eu não considero de muito boa fé, principalmente vindo de alguém bem colocado na vida e com obrigação de ter outro tipo de abordagem visto ser antropólogo: "Kkkkk você é uma refugiada! Outro dia assisti no noticiário uma conterrânea sua falando que já não tinha dinheiro para a sopa!" Não quis acreditar no comentário e nem comentei.
E vamos combinar. Quando nos deslocamos dum lugar para outro desejamos profundamente ser acolhidos, recebidos e tratados com dignidade. Como tal, considero INADMISSÍVEL A POSTURA DE MUITOS PORTUGUESES E PORTUGUESAS AO SE RECUSAREM A RECEBEREM REFUGIADOS DA GUERRA DA SÍRIA! ESSAS PESSOAS COM CERTEZA NÃO SÃO MINHAS AMIGAS NO FACE NEM EM PARTE NENHUMA. A sorte, que não é sorte, é que felizmente não convivo com esse tipo de mentalidades. Uffff que alivio! Mas sempre olho vivo e pé ligeiro! Aqui comigo só gente de verdade que ame por inteiro!
Ana Piu
Brasil, 17.09.2015

Amor só por inteiro. Amor não rima com retalhos. Quanto muito rima com simplicidade e profundidade.
Somos do mundo, independentemente de credos, ideologias e outras manias que se não temos cuidado fazem-nos uns monstrinhos. E daí perguntamos cinicamente: " Como foi acontecer o Holocausto??!"

 " Admitam. Não vos interessa se eles morrem ou não, mesmo que tenham partilhado a foto da criança morta na praia, acompanhada de uma citação de um site brasileiro. Admitam que são um bocadinho racistas, xenófobos e que não gostam de muçulmanos. Admitam e deixem de ser hipócritas."
http://porfalarnoutracoisa.sapo.pt/2015/09/10-razoes-para-nao-acolhermos-refugiados.html?utm_content=buffer9233c&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

LA GRINGA NA TUGOLÂNDIA NO PROCHAINE MONTH

Atão nã ei qu'eu vou na Europa?!?! Qui chique! Em chigando à Portela vou logo na Avenida de Roma, depois na praça de Londres e também na Praça da Espanha e à Suiça. À pastelaria Suiça beber um copinho d'água com um palito a nadar de costas ca vida num tá pra brincadeiras! Ah! E também vou à Avenida Estados Unidos da América! Ah não! Isso não é na Europa! Os Estados Unidos da América são um continente! AH NÃO! São um planeta que manda nisto tudo. Vou lá à loja dos chineses que também fazem parte desse planeta dos mandões contemporâneos!
Enquanto isso bebo um caldo de cana com gengibre que faz muita bem aos pulmanitos para respirar muita melhor!

 Piu in Braziu, 16.09.2015



terça-feira, 15 de setembro de 2015

INFORMAÇÕES ÚTEIS PARA O FACEBOOK ( SÉRIE LEGADO ÀS MINHAS FILHAS )

Como todos os dias, considerados úteis, acordo de manhãzinha para levar a minha filha à escola. De manhã começa o dia! É bom preguiçar, mas também é bom levantar com o nascer do sol. Acordo a pensar no que desejo para as minhas filhas, para os nossos filhos. aqueles que já cá estão e os que estão para vir.
Desejo, já que quero é muito impositivo mas por vezes necessário, que elas sejam autónomas, que cultivem o livre pensamento e a livre expressão. Que tenham sentido critico. E QUE! E QUE FAÇAM TUDO PARA ERRADICAR DAS SUAS VIDAS, DAS NOSSAS VIDAS, RELAÇÕES DE DOMÍNIO! Sim, sem panfletarismo sermos mais libertários. Já que mudar o macro é uma façanha quixoteana, mudemos o micro, aquilo que desejamos e queremos para as nossas vidas. E não nos melindremos por sermos vistas, por vezes, como aves raras e que tenhamos de caminhar solitárias por momentos. Não tenhamos medo, nem receio de recusar relações fúteis, boçais seja na escola, no ambiente profissional, pessoal e amoroso. Que todas as nossas relações sejam de amorosidade, em cada detalhe do dia a dia.

O carro falha, anda um pouco. Pára no meio da roça. O verde das árvores dá alento. Respirar fundo é importante assim como agir. Passado um pouco passa um carro dum vizinho que por acaso (existem acasos?) é mecânico. Pára. Leva-nos até à escola, depois até ao posto de gasolina, depois muda uma mangueira junto ao carburador, que de tão velha podia pegar fogo. E assim começa o dia. Entre pensamentos que verbalizados são um passo para mudarmos um curso da nossa História secular de colonizadores e colonizados, de dominadores e dominados (e vamos combinar. todos nós em algum momento transitamos nesses dois polos. Mas o desafio é recusar habitar esses lugares aprisionantes e tristes) para gente de verdade que se entre ajuda solidariamente. Aí reside amorosidade. O resto, io que não contempla amorosidade é a Humanidade em estado bruto, num nível obscurecido. E já é tempo de nos emanciparmos a nós e aos nossos filhos.

Ana Piu
Brasil, 15.09.2015

Portugal, 2006



segunda-feira, 14 de setembro de 2015

É PRÓ MENINO E PRÁ MENINA! OH OH



Mas afinal o que é ser feminino ou masculino? zzzzzzzz rrronnnnnn zzzzzzz rrrrroonnnnnn Se pensarmos que há um século atrás a mulherada andava de espartilho!... As finas,claro! Porque as do campo... Qual espartilho qual quê! Porém outros espartilhos tinham. Espartilhos mentais. Outras não. Essas eram bruxas. As espartilhadas de hoje agora que batem pala ao botox, ao silicone e outras cositas más muito naturais, próprias de quem cultiva mais o corpo  que a alma. Mas não podemos fazer juízos de valor! Cada um e cada uma sabe o que é melhor para si!

Pessoalmente gosto duma visão andrógena do mundo. Nem feminino nem masculino. E tudo ao mesmo tempo! Porque no fundo somos todos e todas esses dois polos. Então, até dá muita preguiça ainda estarmos nessa conversa de tentar chegarmos a um consenso sobre o fascínio pela androgenia que não nos faz menos sensuais ou menos viris, menos delicadas ou menos isto ou aquilo. E que assumirmos que a androgenia é imensamente bela, porque está livre de gavetinhas, é LINDO E LIBERTADOR! Sim, a preguiça é legitima principalmente quando estamos já em 2015 e parece que algumas vezes estamos 1915. Mas a História não é linear. Quando parece que passamos algumas etapas zás não! Ou quase não! Ou assim assim! Porque a liberdade desengavetada não dá tanto lucro e sermos mais nós não convém muito para quem quer manter poderes seculares. Diria até, patriarcais. Daí quem resiste a esses poderes das duas várias: ou é... lésbica? ou é... devassa? ou é... ressabiada? ou é... louca?   O mesmo serve para os homens. Um homem cavalheiro, de saia (porque não?), educado, atencioso é larilas? Não é maaaaaachoooo? Será isso? Caramba! Onde muda a página da História da Humanidade? Uffff que preguiça. zzzzzzzzzzzzzzz rrrronnnn zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz



Ana Piu
Brasil, 14.09.2015


Uma pessoa andrógina, para a moda, é aquela que usa peças feitas para o sexo oposto. A primeira mulher a aderir esse estilo foi a Coco Channel que, nos anos 20, cousou polêmica ao abandonar o espartilho e começar a usar calças e o cabelo curto.








SUSPIROS DE AH MOR

Ah mor... se não fosse o humor o que seria do amor?
Ah mor! Humor sem amor que humor é?
Ah mor! Ah mor!
Hu! Ah!
Ha! Uh!

Hana Piuh
Brasiuhhhhh, 14.09.2015

PIU FROM BRAZIU OFERECE DE CORAÇÃO UM WORK CHEAP AOS SEUS CONTERRÂNEOS DE PORTUGAL

16 outubro, sexta-feira
14h — 18h workshop
Workshop de Palhaço — Ana Piu (PT/BR)
Teatro Municipal de Vila do Conde [10€]
Trabalhar o universo feminino com ambos os sexos e géneros existentes e assumidos; trabalhar a criatividade e a criação do ponto de vista da intuição e da sensibilidade. O nariz de palhaço é a máscara mais pequena do teatro. Em vez de cobrir, esconder, o nariz enfatiza o rosto e as emoções que se expressam através do olhar. Disponibilidade, vazio inocência, curiosidade, liberdade, compromisso, coragem, divertimento, disciplina, humor, imaginação, espontaneidade, prazer, esperança, amor, carisma são as forças motrizes que pautam o trabalho, sendo que a chave principal é prazer do jogo.
Ana Piu vive no Brasil. Frequenta a Pós-graduação de Antropologia Social na UNICAMP/São Paulo. Com o projeto Na Eternidade Cabe lá Todo o Mundo visita, com os palhaços do Grupo Gandaiá, dois asilos de Indaiatuba, no estado de São Paulo. Participa nos cursos de extensão promovidos pela UNICAMP, nomeadamente em Redação Científica (Instituto de Estudos da Língua), Movimento, Ação e Gesto (orientado pela atriz pesquisadora Ana Cristina Colla, do Lume Teatro, Instituto das Artes), e Pedagogia Freineit (orientado pela diretora da Escola Curumim, Glaucia Curumim, Instituto da Educação) Fez parte dos Doutores Palhaços, da Operação Nariz Vermelho, entre 2003 e 2011. Lecionou clown e teatro do gesto no Evoé, na Estal, Formação de Atores (Lisboa). Orientou workhops de clown em diferentes locais, nomeadamente no Teatroesfera, Mil e uma Danças (Lisboa/Portugal), entre outros. Apresenta o solo de clown As Aventuras e Desventuras de Maria Bonita.
em cabarés e festivais.

OFICINA DE PALHAÇO E CIRCO COM ANA PIU E RODRIGO SENDEN NO CONSERVATÓRIO CARLOS GOMES

MOVIFLOR, UMA MARCA DE TODOS OS TEMPOS. MOVIFLOR. UM CONCEITO. UMA ESCOLHA. UM MODO DE ESTAR NO MUNDO. ( série meditação sobre um copo de groselha)



A nova Moviflor pretende implementar um novo conceito de loja em Mobiliário e Decoração, procurando um público mais urbano, mais jovem e que dá valor a outros sentimentos que não apenas o fator preço.
A Moviflor posiciona-se através da sua notoriedade enquanto marca nacional, procurando criar uma nova forma de ver o setor do mobiliário e decoração, onde a envolvência e a emoção trabalham lado a lado, criando também laços de confiança com o cliente.
A nova Moviflor foca-se no “Design Confortável e Funcional” acessível a todos, procurando conjugar nas suas lojas um ambiente alegre e colorido adaptado ao estilo de qualquer um.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

11 DE SETEMBRO

Todos os anos tem um 11 de Setembro. Não falha nunca. Uns mais felizes que outros. Outros muito sinistros. Não há que temer as palavras. Sinistros. Histórias mal contadas ou por contar. Por coincidência ou não são 11 de Setembro ligados ao novo império, decadente, mas como uma barata sobrevivente à radioatividade mantém. Falo do império norte americano que foi  o principal responsável pelas ditaduras militares no século XX na América Latina em plena guerra fria. Como todos os impérios, o que vale é manter os seus interesses independentemente do valor da vida dos restantes seres vivos.

São os pensamentos líquidos, os sonhos líquidos que nos libertem da mentira, da ofensa, da violência. Que história é essa do Bin Laden? Mais parece uma história do Walt Disney no lado B. Uma história do lobo mau e os três porquinhos. O lobo mau é, claro, o Bin Laden e os seus amiguinhos treinados em terras norte americanos. Já os três porquinhos são os coitadinhos e inocentes norte americanos, europeus e latino americanos que fazem coro nesta missa cantada, neste xoróró que dá dó.

A 11 de Setembro de 1973 o presidente Salvador Allende era assassinado, muitos se seguiram por toda a América Latina. Desaparecidos até hoje. O poeta Pablo Neruda morreu logo a segur a 23 de Setembro de 1973. Há quem diga que a sua morte foi provocada na Clínica Santa Maria, embora tivesse cancro/ cancer na próstata. Que lhe deram uma injeção para acelerar o processo de descarte dos inconvenientes. Eu acredito.

No Brasil pedirem de volta a ditadura militar só pode ser uma piada de mau gosto, de muito mau gosto duma elite sem educação e mas mais do que tudo embrutecida, pobre de espirito e violenta. Que se faça muita luz para esses, pois quero ainda concordar que as pessoas não só más e que só estão perdidas e cegas pela sede de poder e ganância dos seus interesses imediatos. Só que os seres humanos são efêmeros e a força da natureza é muito mais exuberante que a mesquinhez de alguns humanos. Que os pensamentos e as ações sejam líquidos para diluir, lavar, limpar as dores passadas que ainda se refletem no agora.

Ana Piu
Br, 11.09.2015




MAS AFINAL O QUE É UMA MENTALIDADE ADOLESCENTE CONSERVADORA? e algumas considerações sobre o síndroma da gostozura e moralismo


Então... Deixa eu pensar... Uma mentalidade adolescente é quando as nossas referências ficam à tona daquilo que é, mas que passa a ser porque alguém tratou de apagar a memória porque essa magana, a tal da memória, é potente!

Ter uma mentalidade adolescente conservadora é achar que o aqui agora é que é e que o passado está fora de moda. Mas mantem uns valores antiquados uuuhhhhhh Uns valores feudais, diria, revestidos com uma talha dourada de novo riquismo de gosto muito duvidoso.

Normalmente essa mentalidade tem como base a lógica do consumo descartável e juram a pés juntos que Jesus é de Washington e que ele escreveu a biblia na lua. Se não fpoi na lua, foi no minimo na Califórnia. Nessa visão de mundo e conhecimento existem sempre os bons e os maus. Os bons, coitadinhos, são trabalhadores e mesmo vivendo à custa do trabalho de outros trabalhadores eles são muito mais bonzinhos. Logo merecem que o seu trabalho seja mais reconhecido e mais bem remunerado que os demais. Já os maus são subversivos porque não fazem clipes de carrões de topo nem tem sorrisos alvos, emboras plásticos e acreditam que as politicas públicas devem ser para todos. Que educação, saúde, habitação e trabalho devem ser para todos. Esses, os maus, devem fumar charutos havana.

Dentro dessa lógica adolescente conservadora tudo é consumível, desde os bens materiais aos bens espirituais. Os seguidores dessa mentalidade padecem de síndroma da gostozura e do moralismo. Estes dois síndromas estão ligados. O síndroma da gostozura é todos se acharem o máximo da gostuzura e se disputarem entre si. Mas como qualquer disputa carece de verdade interior, porque a verdade interior é. Não precisa de competir. Já o síndroma do moralismo é uma visão que fica à tona do que é, mas que passa a ser porque alguém tratou de apagar a memória porque essa magana, a tal da memória, é potente! O síndroma do moralismo é próprio dos que devem e temem e tremem diante da sua verdade interior.

Ana Piu
Brasil, 11.09.2015

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

AMAR A ESSÊNCIA


Se dançar faz bem ao corpo ainda faz mais à alma.
Mesmo desafinada, cantar liberta ar contido no coração.
Acreditar é muito importante. Muito importante. Uns chamam de fé, outros de esperança e outros ainda acrescentam confiança. Se não tivermos confiança em nós mesmo quem vai ter? Eu parto do principio da confiança nos seres viventes, até sinais contrários. Ter esperança torna os dias coloridos e mais leves.
Encantarmo-nos pelas histórias é saber viver entre o sonho e a realidade. Fazer dos nossos sonhos realidade.
Silenciarmo-nos abre espaço para nos escutarmos interiormente e sentir o que é melhor essencial para nós sem precisar de livros de auto ajuda comprados num qualquer posto de gasolina.
Amar sempre. Sempre amar o que é melhor e essencial. Amar a a partir do fundo dos olhos. Amar sem medo de falhar. Quando damos uma ao lado é porque estávamos distraídos e na verdade a paixão não é o mesmo que o amor. Então, silenciamo-nos, rimos na medida do possível do que eventualmente fracassou e amamos sempre de dentro para fora. Amar a essência que a aparência como o próprio nome indica é aparente.
Ana Piu
Br, 10.09.2015

À CONVERSA COM O FACEBOOK

mê querido facebook
dá cá um bejinho à mana
nã sejas tã marafado
e até mesmo encanado!

ah mê querido facebook!
deves ter a mania que eu não te topo
deves ter a mania que eu não te saco
pensas muito, pá! e não sentes! que saco!

és fixe mas até podes ser infatiloide
entre mal entendidos e suposições
tu, pá! podes destruir corações!

dá cá um bejinho à tua amiga
e não me venhas com cantigas
olha aqui no olho e não te faças de zarolho!

dá cá um bejinho e liberta-te das tuas noias
aprender a nadar sem boias

agora meu monstrinho amoroso 
vou ali num cantinho
trabalhar um cadinho
e não te armes em piegas nem piroso!
que bregalhada e cafonice
não nos oferece sorrisos inocentes, traquinas de meninice!

liberta-te das tuas máscaras e medos
e!... aos teus amigos reservas os teus mais íntimos segredos
os outros!... os tais dos segredos "exposiveis"... chega aqui à parte...
TRANSFORMA-OS EM ARTE! 
se assim for possível,
MAS NUNCA BAIXES O NÍVEL!

Ana Piu
Brasil, 10.09.2015


ERA UMA VEZ (série grito do Ipiranga)


Era uma vez um território, que hoje é um país, num continente com muita floresta. Um território imenso que transpirava espiritualidade xamânica. Espíritos ancestrais habitavam esta terra. Depois vieram uns outros de bocas com escorbuto e com chaves dos cintos de castidade, das suas ilustres e fieis esposas e pretendentes, no fundo das botas. Chegaram e logo afirmaram que quem aqui vivia não tinha alma. Depois segui-se o resto do que estava para ir.
Muitos desses espíritos xamânicos continuam resistindo. São o espirito da floresta. E mesmos os mais céticos terão, mais tarde ou mais tarde, de reverenciar à mãe natureza e ao povo que aqui já vivia e que continua colonizado, mas espiritualmente muitos resistem. Porque muito mais forte, como a natureza, o espirito não se deixa colonizar tão facilmente.
Ana Piu
Brasil, 7.7.2015

INSPIRADORA ANAIS NIN




“Eu escolho um homem que não duvide de minha coragem que não me acredite inocente que tenha a coragem de me tratar como uma mulher.”
Anaïs Nin

domingo, 6 de setembro de 2015

O AMOR DOMINADO, segundo Anais Nin

Um homem que domina é um homem que não ama. Tem uma tremenda vitalidade animal, uma força, capaz de conquistar. É um conquistador, as pessoas submetem-se-lhe, mas ele não ama ou compreende. É apenas uma força e encontra-se imbuído da sua própria força. Se chegar a amar, será uma força como a sua, pelo que, novamente, ama apenas uma espécie de força igual à sua, e não as outras, o que seria uma infiltração. Observe-se bem o conquistador; ob...serve-se o homem ou a mulher que domina os outros: não é ele quem ama. Aquele que ama é o ser que dominado."

Anais Nin, in "Carta a Henry Miller (1932)

UM AMOR LIBERTÁTIO, VÁ!, segundo a Piu

obs: Visto este texto ter sido escrito em 1932, à luz duma época, embora já se falasse em amor livre e outros movimentos de libertação e a filosofia tântrica é algo que não apareceu "ainda agora aqui ao tanque", vamos então fazer uma "leve" e considerável alteração na frase:
"Aquele que ama é o ser que é dominado" por " Aquele que ama é um ser que se entrega sem dominações de parte a parte. É um ser que se entrega a outro que igualmente se entrega. Sem relações de dominio.Um amor libertário, vá!"
Ana Piu
Br, 6.9.2015

ACERCA DO AMOR, SEGUNDO ANAIS NIN

O único transformador, o único alquimista que muda tudo em ouro, é o amor. O único antídoto contra a morte, a idade, a vida vulgar, é o amor.
(...)
O amor nunca morre de morte natural. Ele morre porque nós não sabemos como renovar a sua fonte. Morre de cegueira e dos erros e das traições . Morre de doença e das feridas; morre de exaustão, das devastações, da falta de brilho...
Anaïs Nin

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

CONCEITOS E PRECONCEITOS ( série DesconstrUÇÕES dO HaBItus)

Se o belo e o feio são conceitos culturais, vamos então citar aqui a modos que rápido sem nos determos em ostentações de capitais culturais, o tal do monsieur Pierre Bourdieu. Ora pois que o Pedrito Burdiô fala do habitus, aquilo que se torna um hábito cultural dum grupo social especifico e que em algum momento, para o senso comum, vira natural. Então, vejamos, temos mais dois conceitos: natural e cultural. E a coisa mistura-se num tal dum melting pot* onde o que para uns é natural e belo para outros é feio e nada cultural. E assim por diante. O natural é feio, o cultural é bonito e passa a ser feio conforme as tendências ou é feio e passa a ser belo, pelos mesmos motivos. E por aí vai.


Passemos ao exemplo, com uma foto making off a modos que provocação de todos esses conceitos que se não tivermos atentos e atentas ao melting pot, vulgus cosmopolitanismo rural, urbanidade natural viram preconceito num estalinho de dedos.

Temos aqui esta imagem desta jovem madura mulher, aliás desta quase madura ainda quase mulher nesta jovem vida efémera com uma maquiagem que para muitos pode ser grotesca para outros teatral com apontamentos de Lautrec e arte bruta. Reparem na quase ligeira penugem, que para muitos é uma selva amazónica incontrolável e de dificil evangelização, debaixo dos braços. Então temos a charada que cada um saberá responder segundo, naturalmente, as suas referências culturais e sociais. E agora ainda poderíamos invocar mais quatro conceitos que é o sujo e o limpo, o feminino e masculino. Mas isso fica para outra reflexão posterior a seguir.


Ana Piu
Brasil, 2.09.2015


No sentido figurado, a melting pot é qualquer lugar onde existem diversas pessoas, com diferentes estilos de vida, culturas, religiões e etnias. A expressão vem do significado original de melting pot, que é o cadinho onde são derretidos e fundidos vários metais ou outras substâncias. Em um melting pot, as misturas culturais e étnicas são fundidas e assimiladas por todos.