quinta-feira, 25 de agosto de 2016

PALHAÇO, IDOSO E DEMÊNCIA COM OLIVIER HUGUES TERRAULT


Para honrar a sua vinda alguns apoiadores e parceiros com a sua solidariedade e generosidade têm feito com que tudo isto seja possível e realizável.





SE NÃO GOSTARMOS DE NÓS MESMAS QUEM GOSTARÁ?

Bell Trana D'Tall ( Ana Piu) e Alinda Baker ( Herica Veryano) partilham entre si os segredos do sagrado feminino, conquistas amorosas e as nuances entre solidão e solitude.
in: IV MOSTRA Circo Além da Lona
Campinas SP 15.08.2016

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

terça-feira, 23 de agosto de 2016

UMA ATITUDE PUTCHI PUTCHI NA QUERIDURA DO SER

Ser e ter uma atitude putchi putchi é imprimir no tempo e no espaço um gesto que vai da relação do ‘eu’ ao ‘outro’ um “ oh tão fofinho! Vou ajudar, porque eu sou uma alma caridosa!” Geralmente esse ímpeto caridoso emana de quem não está necessitado, em muitos casos numa situação relativamente favorecida para intervalar com a sua alma de missa de domingo. Não é que não haja uma certa amorosidade, uma boa vontade em fazer bem ao próximo. Mas é inconsequente porque não tem continuidade no tempo e no espaço, logo não ajuda a resolver a situação em que o ‘outro’ se encontra. Pode-se também ter uma atitude putchi putchi com o pobrezinho da favela e do meio do sertão e não enxergar quem está ao seu lado, à necessidade dum amigo, dum irmão, dum colega. Isso se define por insensibilidade putchi putchi.
Há quem tenha em simultâneo atitudes fascistas e putchi putchi. Por exemplo, defender um golpe anti democrático, como o da trupe do brasileiro Temer, é ter uma atitude fascista. Mas isso não impede que logo de seguida o seu coração se compadeça diante dum faminto. Sim, os fascistas ou aqueles com atitudes fascistas também transportam dentro de si um coração. Só que putchi putchi. Um coração turvo nos sentimentos de justiça, igualdade e fraternidade.
Ana Piu
Braziule, vinti treish de a gosto de 2016


foto: Ralf Henze

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

SER OU NÃO SER

Há quem seja assumidamente fascista. Hoje esse way of life emerge... Ao fim de 70 anos emerge na velha Europa. Mais facilmente emerge na Escandinávia do que na traumatizada Alemanha. Lá as gerações seguintes cresceram com esse peso da memória e trabalhando pedagogicamente para que não voltasse a acontecer. O fascismo no Brasil também está eminente. Aliás! Uma terra de coronéis e ricalhaços de mansões, assim com uma PM que atua na sociedade civíl o fascismo nunca acabou. E isto tem de ser olhado de frente. Não pode ser tabu. Quem fala daqueles anos entre 64 até 89? Sim, porque se não carregar energias negativas é sambar com o esquecimento e com a violência, a mentira. E a mentira é uma violência. "O POVO CALADO SERÁ SEMPRE ENGANADO!" como cantam os homens da luta lá da 'nha terra.
Já ter atitudes fascistas são próprias do povo equivocada, calado, silenciado, propositadamente alienado pelos assumidamente fascistas que anseiam o poder através da segregação e ao limite higienização.
Ora o que caracteriza atitudes fascistas? A mais visível é ser racista, depois ainda há xenofobia ( mas a xenofobia pode-se caracterizar pelo facto de não se aceitar o diferente, mas quando este aculturado aí já é aceite), depois há o desprezo pelo trabalho do outro, achar que o trabalho do outro não tem valor e que se este não poder viver dignamente do seu trabalho... AZAR! É porque não merece... Não se esforçou o suficiente. Ser malandro, desonesto também é uma atitude fascista. Ser competitivo, comparar-se denegrindo a imagem do outro e olhar para o trabalho do outro com desdém além de ser medíocre também é, ao limite, fascista.
O que nos resta? Abrir os olhos, fechar olhos, respirar fundo e mergulharmos no fundo dos olhos uns dos outros. Como o Criolo canta:" As pessoas não são más, só estão um pouco perdidas. Ainda há tempo!"
Ana Piu
Braziule, 22.08.2016
foto: Ralf Henze



"Ah! Eu seu país é lindo! Estive lá há pouco tempo e me ajudou a desfazer uma série de preconceitos!" Ãã... Ou " Ah eu estive na sua terra. Certa vez eu perguntei se a padaria abriria e me responderam que sim, mas hoje está fechada. Ahahah"
Enfim, todo um exercício que requer uma grande presença de espírito e muita ética. Vamos então à breve listinha de princípios éticos e seus procedimentos:
1. Quando escutar isto em qualquer parte do mundo, seja qual for a sua nacionalidade, respire fundo. Pode fechar os olhos por momentos ou fixar a sua atenção no centro da testa, o tal do terceiro olho. Por vezes eu esbugalho os olhos de surpresa, mas também funciona. Não se pode precipitar nas palavras e alguns casos a pessoa já saca e muda de assunto.
2. Pode perguntar com firmeza e cordialidade: Você tem ideia de quais os preconceitos que o brasileiro e a brasileira sofrem no resto do mundo? Desculpe, mas eu não compactuo com preconceito. São perpetuadores de violência.
3. Pode também responder que não entende esse escárnio, esse desdém vindo dos irmãos brasileiros, visto a maioria terem origem portuguesa. A única coisa que posso concluir é que há uma negação de si mesmo.
4. Pode explicar a lógica da resposta da padaria e seus subtis contornos. A mais inocente é: a padaria abre, mas hoje não. É lógico ou não é? Também pode estar de brincadeira, num trocadilho de ideias e lógicas. A mais maliciosa: há um certo desdém de parte a parte. O portuga que responde isso ao brazuca para o lixar ao ponto de nem lhe informar qual a padaria que abrirá nesse dia.
Resumindo e concluindo: já é tempo de pararmos com esse ranço histórico que só atrapalha e revela ignorância de parte a parte. E fica aqui o aviso em especial ao meu povo português, aqueles que nutrem preconceito e acham que Portugal deveria continuar esse Império Triunfante (?!) usurpador: Vão dar banho ao cão, pá! E nos entretantos bebam uma caipirinha para amaciar os nervos seculares! Ao povo brasileiro, principalmente os branquelas equivocados: Vão estudar um pouco das vossas raízes e não temerem limpar as teias da memória, pois muitos dos vossos avós que vieram da "santa terrinha" vinham na penúria. Eles merecem que honremos a vida. Voltamos para isso. Para rirmos e abraçarmos-nos duma forma saudável, com amorosidade.
Ana Piu
Brazili, 22.08.2016
foto: Ralf Henze

sábado, 20 de agosto de 2016

PARABÉNS NA MESMO MEU POVO BRASILEIRO

É pá!... Eu não sei, pá. Acho que até sei, pá, mas às vezes, pá, nem queria saber, pá. Eu acho, pá, que essa coisa da competição aflora no pessoal o seu lado mais infantiloide, pois o pessoal é treinado para vencer e quando perde fica com um ar chorão e até mal educado. Vejam-se as vaias daqueles momentos patrióticos muito duvidosos. Manhosos. Esta foto foi tirada por um amigo alemão que vive há muitos anos no Brasil. Não é que hoje ele escreveu no face que já leu por aqui logo após o jogo: " Chupa Hitler!" Chaissa! Mil vezes chaissa!
Só para arrumar aqui o assunto a cidade do Rio de Janeiro parece que está em guerra com os seus exércitos camuflados. Outro dia na esta,ção de metro do Maracanã vi uns que pareciam os alemães da segunda grande guerra. E agora em que é que ficamos? A cidade está toda armada para todo e qualquer imprevisto vindo da parte de possíveis vilões
Da minha parte, em muitos casos, seria muito mais fácil e muito mais chique eu dizer que sou francesa ou até mesmo alemã aqui pelos trópicos. Por quê? Porque ter de escutar duma elite colonizadora que nós portugueses viemos colonizá-los... Chiça! Caramba! Já cheira a alho. Da minha parte, como cidadã do mundo, anti fascista e anti imperialista, lamento e peço desculpas sinceras pelos meus ancestrais históricos e lamento imensamente a falta de educação duma elite que desconhece ou finge desconhecer a sua responsabilidade histórica, tanto no passado como no presente.
Mas aproveito para parabenizar os brasileiros de terem ganho o jogo aos alemães. Que bom! Seria bem bacana, bem massa que esse sentido unitário fosse para todas as esferas do social e do politico. Aí sim diria que o Brasil não sofreria dum fascismo, ora subtil ora escancarado.
Ana Piu
Brazile, 20.08.2016

ESTRELAS NO CÉU DA MANHÃ


Quem não se lembra da mascote Misha dos Jogos Olímpicos de 1980? Falo, claro, aos jovens de hoje que já eram nascidos. Há também os legados históricos. Mas nada como uma memória de infância. Eu tive um daqueles cadernitos fininhos, tipo sebenta, com o ursinho a abrihantar a capa.
Anos mais tarde, lá pelo ano de 1992, assisti a uma peça de teatro do Aleksandr Galine " Estrelas no céu da manhã". Até hoje guardo na memória essa peça. Procuro na amiga net a sinopse só para confirmar a minha memória. A peça está traduzida nas edições Cotovia, lá do Portugal à beira mar plantado. Sinopse indisponível. Começo com as minhas teorias da constipação, visto a peça tratar da higienização da cidade de Moscovo para as ditas Olimpiadas. Além de que estes Jogos terem sido boicotados pelos brotheres yankies ainda na tal da guerra fria.

Enfim, muito se pode dissertar e conjecturar à volta deste grandioso evento que não é mais que um circo das nações em que os interesses políticos e económicos são mais importantes que a vida diária das pessoas e a sua dignidade. Já não falando das pressões que os atletas estão sujeitos. Que é um espetáculo lindo é, com os seus virtuosismos. Mas que tem as suas vicissitudes... Lá isso tem.

Ana Piu
Br,20.08.2016


terça-feira, 9 de agosto de 2016

AS BEBERAJES DE CANINA, UMA PUNK ROCKER ETNO DO BEM. HEY!

Canina é uma punk rocker etno do bem. Sim, considerando que todos nós temos um bom fundo segundo várias correntes espirituais às quais Rousseau vai beber. Mas nem todos estamos a fim de seguir o caminho do meio. De vez em quando a coisa descai. Mas Canina tá aí para as curvas. Ora vejamos Canina a beber de penalty, numa só golada sem piscar os olhos, uma garrafa inteirinha de pimenta. Arrrrrrgghhhhh Canina é trash! É o rouco do diabo do bem que faz TATUM TA TA TUM, EU E TU SOMOS MAIS QUE UM! Sim, porque Canina pode andar pelos quatro cantos do mundo, mas não se esquece de onde vem. Lá do fundo dos tempos pagãos que se fundem com o sonido do gallo negro latino americano para que o sendero fique mais luminoso. Um sendero de olhar límpido, de abraço enraizado, com voz e coração de fogo e ar. Para que o que não vier por bem... aaarrrgggghhhhh DRAGÃO FOGÃO! Essa Canina saiu-me cá uma!
Não se chamara ela Carla Sofia dos Santos Zapata.
HEY!
Ana Piu
Br, 9.8.2016





segunda-feira, 8 de agosto de 2016

EM BUSCA DE UM HOMEM SENSÍVEL #

" A mulher do futuro que já começa a surgir, será completamente livre de toda culpabilidade da criação e do desenvolvimento da sua personalidade. Ela viverá em harmonia com a sua força, sem passar por ser masculinizada, excêntrica e antinatural. Imagino-a segura da sua força e da sua serenidade; ela saberá se dirigir aos homens e crianças, que às vezes a temerão. Os homens se sentem, em geral, perturbados diante da evolução da mulher; essa perturbação não se justifica, pois em vez de um dependente ele terá uma companheira. Alguém que não fará sentir sempre que ele precisa lutar contra o mundo para a sustentar a mulher e os filhos, ou uma mulher infantil. A mulher do futuro não será uma criança. Ela não tentará viver através do homem, levando-o ao desespero, em busca duma realização que apenas a ela cabe efetuar. (...) ela não e agressiva mas serena, segura de si, confiante, capaz de desenvolver seus próprios talentos e de conquistar seu próprio espaço. "
NIN, Anais EM BUSCA DE UM HOMEM SENSÍVEL, 1966.
# titulo do livro de Anais Nin
titulo da imagem: " music melts all the separate of ours bodies together'" " a música derrete tudo o que separa os nossos corpos juntos" ( tradução minha livre)

OH CANINA, PÁ! GENTILEZA GERA GENTILEZA! DEIXA O PESSOAL 'CÓRTIR'!

A Canina tem a mania qu’é má. É pá, ó Canina, take it easy, garina! Relax babe! Já tens idade pra ter juízo! O mundo não tá todo contra ti nem tens de estar contra todo o mundo! Ganda menina! Deves ser daquelas que veio da terra onde no tempo dos teus avós era uma sardinha para sete, depois, no tempo dos teus pais o pessoal já podia comprar nos hipermercados porque além de estar tudo à mão as promoções são um primor. O pessoal compra o que precisa e não precisa, porque dá sempre jeito ter um excedente. Vai que o mundo acaba! Ah pois! Só se salva quem tiver umas belas latas de conserva de sardinha e atum Bom Petisco! Vais me dizer que a crise que se vive no teu país não é uma crise gourmet? Aaaahh Esse é o grande enigma do século XXI! Como é que as pessoas continuam a consumir compulsivamente estando desempregadas?
E tu Canina!... Relaxa! Não sofras tanto todas as dores do mundo! Se não pareces um dragon ball com cabelos brancos. Ah Por falar em ball! Não venhas agora meter o dedo na ferida das Olimpíadas, mais a história da higienização compulsiva da cidade, como acontece em todo e qualquer lugar do mundo onde as Olimpíadas acontecem. Deixa o pessoal curtir! Cu pessoal quer é curtir! Como tu! Não é mesmo? Tu curtes curtir um som, uma cachoeira, uma prainha, um cimo duma montanha, uma cidade cosmopolita. Vai lá à tua vida. O que é que já fizeste hoje para bem da humanidade? Foste simpática com quem se cruzou contigo na rua? Gentileza gera gentileza. E isso é um belo cartão-de-visita em qualquer parte do mundo!
Ana Piu
Br, 0.8.2016


domingo, 7 de agosto de 2016

QUE ME CAGO EN EL AMOR (?!?)

Na sua adolescência usou alfinetes nas narinas, sobrancelhas e  na respetiva indumentária como manifestação de irreverência. Nunca chutou os caixotes de lixo na via pública! Valha-nos isso! Que é um sinal de irreverência que só demonstra imaturidade mimalha sem  consciência de cidadania. E essa aprende-se em casa! Ouvia em volume máximo Manu Negra e The Clash. Achava que tinha o mundo na mão, e que todos lhe deviam tudo pois a sua visão libertadora era suficiente para não sentir gratidão nem tão pouco agradecer a solidariedade dos demais. Com o passar do tempo, Carla Sofia dos Santos Zapata, Canina para os amigo, percebeu que se não mudasse de atitude a sua bundinha estaria sempre a jeito para um belo chute. Fosse ela libertária ou estivesse no caminho da luz de uma qualquer inha espiritualizante. Quem não tem a humildade de agradecer... Pimbas chute na bundex!

Ana Piu
Br, 7.8.2016

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

NUNCA É TARDE!


Canina viaja ao interior de si e toca-se, não fora ela nascer no justo momento do ano da graça do senhor de 1974, em que na rádio o cantor cantava: " Quis saber quem sou. O que faço aqui!". Assim que a música começou as águas rebentam e sua mãe Maria Leonor Aljubarrota dá à luz Carla Sofia. Canina para os amigos. Nunca é tarde para olhar para dentro de si e rever num ar interrogativo com apontamentos de irreverência: "Oh messa! Há quem viva sem dar por nada! Há... quem morra sem tal saber! Onde é que eu tenha andado com a minha cabeça e o meu coração?" E assim Canina torna-se alguém com uma visão mais clara de si mesma e do mundo. NUNCA É TARDE!

Ana Piu
Br, 5.8.2016


CANINA PRÓ ZAMIGOS! CA CANINA NÃO PAPA GRUPES#



Carla Sofia dos Santos Zapata nasceu a 24 de Abril de 1974 nas Caldas da Rainha. Seu pai, Emílio da Ascensão Avante, filho de Libertário Carlos Marques. Libertário, seu avô, o é como nome de batismo anarco sindicalista no ano de 1911. Foi renomeado pelo santo padre de- João. Carla Sofia é conhecida por Canina por ser expedita e miudinha. Faz parte das Obrigadas Emancipatórias do qual coordena a unidade de artes marciais que dialo...ga com a biomecânica, do Meyerhold.
Ninguém a engana! Faz tantas contas, tanta contabilidade, que chega a ser enjoativa. Mesquinha. Afasta os mais bem-intencionados de grandes causas. Não fora ela filha de Emilio, que cansado do anarco sindicalismo do pai, João (Libertário), fazia contas a tudo sem enxergar as dificuldades do próximo. Enfim. Filho de peixe não sabe nadar, mas Emílio é hoje monge capitalista.
Esta é a Canina com a sua ancestralidade masculina, cheia de boa vontade mas com as suas vicissitudes. Mas ninguém a engana! TEMPO É DINHEIRO!, segundo Canina.


Ana Piu
Br, 05.08.2016

CANINA IS WATCHING YOU



Mas Canina sabe-la toda, não se chamara ela Carla Sofia dos Santos Zapata! Ela 'sábia' que se é olhada e observada também tem o olhinho vivo e pé ligeiro, como já 'dezia' o 'sê' avô Libertário. Ah não! Deves 'pensari'! 'Za' brincar ou quê? Hoje ela segue o caminho da luz mas sempre num 'tá quieto num me empurres'. Essa aí é expedita! 'Ganda' Canina!

Ana Piu...
Br,05.08.2016





quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O REGRESSO DE MORGANA, A CHIQUE ALTERNATIVA: QUEM É VIVO SEMPRE APARECE

Morgana sempre escolhe o caminho do meio. Silencia-se. Principalmente quando coloca aqueles óculos verdes de plástico adquiridos na conceituada na loja de shopping " Sempre em festa", pois o seu efeito dá aquele barato que a pessoa já nem sabe de que terra. Pode, eventualmente, falar coisas que são verdade mas duma maneira entre o psicadélico  ( psicodélico vá! que Morgana está nos trópicos) e rock progressivo. Pelo retrato dá para ver que Morgana está de olho fechado numa meditação transcendental cujo mantra é: O dinheiro não é tudo, mas dá jeito. Eu estou no caminho do meio, embora de vez em quando estes óculos possam dar uma debandada, mas a vida não tem tanta graça.sem um barato e um rock progressivo só para lembrar que os punks do bem não morreram e podem falar atropeladamente mas com o seu sentido, mais que profundo.

Por outro lado, a sua cadelita Alvorada do Amanhã Indigo reverencia Morgana. Morgana que chega a amar mais cachorritos e gatos que a se tocar com o número infidável de meninos de rua. Mas ninguém é perfeito e Morgana tenta manter-se  no caminho do meio. Talvez tenha de abrir um pouquinho mais o olhito e sair da sua bolha pseudo protetora dos animais, pois estes não opinam tanto como uma criança. Essa é a razão por Morgana gostar mais de animais do que de crianças. Mas quem sabe um dia Morgana se  transcenda realmente.


Ana Piu
Brasil, 04.08.2016

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

A VIDA É ASSIM E NÃ É DOUTRA MANÊRA!*, a equivalência entre bem querer e maturidade

“ E se o antes fosse depois: conexões transversais nas práticas telepáticas entre seres que se querem bem” ( Zuruparé, 2017)

Querer é querer bem. Querer bem é querer bem ao outro sem expectativa. Todos nós temos expectativas. Porque estas não e realizam? Porque não há conexão. Porque vivemos na cultura do imediatismo, na síndrome do Tinder em que somos todos bestiais e ao vivo, quiçá, umas bestas. Sorrimos para o ai fone, mas não sorrimos para quem está ao nosso lado? Não está na moda? Não está na onda ou é pura imaturidade emocional? Savaresi Telles faz uma reflexão profunda com base em estudos telepáticos para mostrar que o carnal faz sentido quando há conexão espiritual. Não confundir com santinhos e anjos alados com empatia à distância!, alerta Savaresi Telles!
* expressão idiomática alentejana proferida por Maria Armanda que usa chapéu de roça com lenço do deserto do Sahara, túnica indiana do mundo mix, xaile do Augustus (oh qui chiqiui!) tecido colorido oferecido por amiga inglesa a viver em Portugal e botas dinamarquesas para esquiar , ólicos multi robóticas. Postura trigueirina com gestualidade da zona saloia de Lisboa.
Ana Piu
Br, 3.8.2016

SANIDADE E LOUCURA: PRÉ CONCEITOS DE GRUPOS SOCIAIS ESPECÍFICOS

“ A vida dentro de mim é uma vida aqui: a fundação do eu numa conjetura macro” ( Campos Euristidos, 2016)
Savarei Telles disserta sobre a importância da consolidação do “eu” em relação com uma conjetura maior. Através das linhas do umbigo, Savaresi lê as múltiplas possibilidades da vida dentro do ser. Em diálogo com o misticismo e com a psicanálise que vai beber à primeira o conhecimento, a autora questiona o conceito de liberdade, de expressão e respeito, assim como a catalogação do outro enquanto louco e/ou normal.

Se numa sociedade em que as hierarquias são predominantes, embora a liberdade seja aparentemente defendida, como jogar o jogo social em que a liberdade de expressão seja algo libertário sem ser impositivo? A loucura e a sanidade são rótulos de grupos específicos fechados sobre si mesmos? Liberdade de expressão é terapêutica ou é terapia? Andamos todos doentes ou precisamos salvaguardar a nossa sanidade? E o que é a sanidade? Estas e outras perguntas trazem Savaresi ao mundo do auto consciente, sem facilitismo nem marquetismos de trazer por casa.

Ana Piu
Br, 03.08.2016


O AMOR NÃO SE FINGE NEM SE SIMULA e suas vicissitudes em relação à amizade e amor aparente

“ Amor: um constructo milenar” ( Santa Bárbara do Agreste, 2015)

Quem tem medo do amor não sabe amar
Autor anónimo- Cantigas de escárnio e de mal dizer século XIV
Em diálogo com Dora Hossman, Savaresi Telles vai discorrer sobre o sentimento de amor ao longo dos séculos até chegar ao Paleolítico fazendo um estudo comparativo com as girafas do Senegal Oriental que usam o pescoço não só para chegarem às folhas mas poderem também vislumbrar para lá do horizonte do seu dia a dia comezinho. Se outrora as mulheres eram arrastadas pelos cabelos da clareira da mata até à caverna. Hoje o amor para muitos é uma caverna psicanalítica. Se Freud e Jung fossem vivos enriqueceriam a vida inteira com seres que boicotam constantemente a sua felicidade e a dos demais, dos seus supostos amigos. Savaresi Telles define amizade como um laço social e emocional primordial para que o amor aconteça.
" Quem despreza quem ama é incapaz de amar na plenitude."
Zeribaia da Ascensão, escrava sem cor definida com um olho azul e outro verde acastanhado, Sanzala do Paraniguá ( 1735)
A autora faz vários estudos teórico práticos sobre a importância da confiança mútua para que o encontro se dê.
Como folclorista observadora participante, esta compreende que na maior parte dos grupos sociais, sejam eles micro ou macro, as relações estão viciadas. Nas relações de sedução a carência afetiva e falta de auto estima são o respaldo de aventuras desaventuradas. O facilitismo na troca de pares, achando que poliamor ou um sex appeal sem precedentes, é uma postura de garanhice com apontamentos de decadência. Por este meio, a autora conclui com dados quantitativos, isto é estatísticos, numéricos percentuais, que dificilmente assim o amor acontece. Nestas circunstâncias a autora fala dum amor, sucedâneo duvidoso, de boicote mútuo. O amor é algo que acontece ao nível espiritual, para depois se materializar. Quando a dialética é no movimento oposto é sol de pouca dura. Uma espécie folclórica de Vira e Vira que não sai do mesmo lugar. Nem o Freud, nem o Jung dão conta de tanta dança de samba bamba caramba, em que todos se mal dizem, fingem amarem-se muito, e comem-se sem se digerir e… maldizem-se. Isso é nefasto para o estômago! Assim como pode causar tumores internos o corpo! Alerta o neuro cientista Tó Daimanso. Que nesse aspecto e outros as girafas são muito mais inteligentes porque não auto destrutivas.
Segundo Savaresi Telles, isso não é amor é outra coisa. Precisa de ser curada com muitos abraços e beijos verdadeiros, dispensando virtualidades que induzem em erro e equivoco proporcionando aplausos nos mais desatentos ou formatados ao não questionamento.
Ana Piu
Br, 03.08.2016



terça-feira, 2 de agosto de 2016

ACERCA DA ÉTICA CONJETURAL EM ALTO ASTRAL



“ Nem tudo o que é luz é ouro: a honra como uma prática na palavra dada” (Alto Astral, 2014)
A partir do conceito de “honra” Savaresi Telles vai refletir e conjeturar em torno da ética e seus princípios envolventes. A expressão idiomática que manifesta indignação:” Palavra de honra!” é fulcral nas inquietações de Savaresi. Que sentimento gera nos sujeitos quando algo não é cumprido? Quais os motivos de indignação para que os interlocutores expressem a dita frase? O que os atores sociais entendem por lealdade? O oportunismo é compatível com a lealdade? Quais as diferenças e semelhanças entre o conceito de lealdade e fidelidade? O que realmente É e o que aparenta ser? Estes são os eixos desta obra escrita em Alto Astral no ano de 2014
Ana Piu
Br, 02.08.2016
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SILENCIOS E SONORIDADES

sou o excesso e a escassez
as nuvens que cobrem a lua que nos lembra que lá está há milhares e milhares de anos
lá, no cimo, incondicionalmente
sou a trovoada em dias e noites de paz podre
sou a pedra no nosso sapato e o abraco caloroso do que é essencial
sou tufao, relampago e céu azul sem nuvens
sou a pedra no sapato de quem nos quer silenciar
sou silencio para escutar o essencial e todos os movimentos da natureza que sao de catástrofe e bonanza
sou mala vida e buena vida
o excesso e o essencial
finitude e fóssil
natureza que se renova
Ana Piu
Br, 02.08.2016

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

TUDO É POLÍTICO? DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE POLÍTICA? VIVER É UM ATO POLÍTICO?

“Cantas bem, mas não me alegras: práticas do oba oba” (Rio de Fevereiro, 2013)
Partindo da Música Popular Brasileira e o impacto que esta tem tido desde os nos sessenta do século passado até à atualidade no mundo, em especial nos países lusófonos, Saveresi Telles vai discorrer sobre o modo com esta expressão musical chegou durante o fascismo, driblando a censura, e que depois torna-se icónica no consolidação da democracia, nomeadamente em terras portuguesas. Se por terras brasileiras a Bossa Nova, assim como Chico Buarque, por exemplo, são tidos como produto musical para uma elite equerdelhizada, no resto do mundo estes gêneros musicais são a promessa da qualidade musical aliada à democratização, assim como outros gêneros de música realizados até então.
Na segunda parte do livro, a autora vai etnografar como observadora participante o descaso que se tem feito nas duas últimas décadas da música popular brasileira, sendo as rádios invadidas por um gênero safadão, que incentiva à paquera como um sub produto da sedução, reafirmando a subalternidade de um gênero sobre o outro, em que a mulher é vendida para o resto do mundo num pacote carnavalesco, com os respetivos apliques e chumaços. Já o grito de guerra da safadice oba oba é: “E aí! Galeraaaaa! Tudo em cima?” Tudo o que for fora disto é pensar demais, logo não interessa.
No final do livro Savaresi conclui com brevidade que tudo é um ato político. O que comemos, o que vestimos e calçamos, a música que ouvimos, o modo como no relacionamos, o que pensamos e exprimimos. Isto é, o que ingerimos e digerimos ou não é um ato político.
Ana Piu
Brasil, 01.08.2016


OH AI OH LINDA! QUEM TE QUER COMO EU QUERO: SOCIABILIDADES E O DESMONTAR DE IDEIAS PRÉ CONCEBIDAS


“Oh ai oh linda: a tradição entre os que migram” (Bugio, 2011) 
Escrito em alto rio, vislumbrando ambas as margens, o livro inicia-se com a tradicional estrofe: “ Oh ai oh linda quem te quer como eu quero”. A autora oferece um leque de sentimentos e emoções como constructos sociais e culturais, assim como a necessidade que os agentes sociais teem em se desenvencilharem de pessimismo, falsos otimismos e promessas de ocasião, de “Pode contar comigo, vai dar tudo certo!”. Através de depoimentos, a autora disserta sobre a presença de espírito necessária daqueles que migram para enfrentar ideias pré concebidas e preconceituosas, piadinhas de escárnio e outras relações de pequeno poder. Presença essa que é uma nuance da igualmente necessária no seu país de origem. Concluindo ainda que sair da zona de conforto, do já conhecido, das relações viciadas é forte contributo para a transcendência do ser e do estar.

Ana Piu
Brasil,1. 08.2016



TOUREANDO O DESTINO E A IMPORTÂNCIA DAS REDES SOCIAIS

 “ Lembrando o presente: se não fosses tu o que seria de mim? (Ponta da Cana, 2010)

Migrar é um movimento correlato que não se realiza individualmente. As redes sociais, os laços sociais que daí se estabelecem são marcadamente importantes para a consolidação do individuo. A solidão é um sentimento milenar que tem-se vindo a acentuar com uma sociedade substancialmente mais individualista. Numa descrição aguçada, Savaresi Telles, alerta-nos para importância dum abraço sem julgamentos quando as circunstâncias assim pedem. A autora também chama a atenção para a tendência a quem já está estabelecido ou aparentemente estabelecido carecer de compreensão dessa necessidade de quem está chegando, mesmo que essa chegada aconteça há um bom par de anos.

Ana Piu
Brasil, 01.08.2016