segunda-feira, 21 de outubro de 2013

MUNIR MUSTAFÁ



Todos os dias Munir Mustafá aconchegava-se naquela árvore e sonhava. Quando muito calor estava ele ficava olhando as folhas ora paradas,ora batendo levemente levadas por uma morna brisa. De noite ficava olhando a chegada das estrelas e mergulhava o olhar num lua grande e gorda que beijava o horizonte de areia.

Sonhava com Naima. Naima era de outro povoado. Gostava de vê-la correr com o seu cabelo que parecia uma nuvem de pó. Naima corria incansavelmente em direção ao Atlas. Subia e do topo, entre macacos e neve, acenava para Munir Mustafá. E escutava as fábulas de Násser. Em pensamento Munir Mustafá pedia-lhe para voltar, receava que Naima mergulhasse numa fábula do óasis. Munir Mustafá e Naima eram do deserto. Naima sentia curiosidade pela grande árvore onde Munir Mustafá se aconchegava. Rondava a árvore ora aproximando-se, ora afastando-se com proximidade.
Naima voltava, mas era de outro povoado. As outras meninas do povoado de Munir Mustafá olhavam Naima com alguma desconfiança. E Naima rodava sobre si própria de braços abertos para ver o seu cabelo balançar.

Aos poucos as duas povoações foram crescendo tornando-se uma só. Naima e Munir Mustafá agora estavam mais próximos. Faziam parte da mesma povoação. Naima continuava a subir o Atlas para brincar com os seus amigos divertidos macacos. Munir Mustafá subia a árvore e ria-se. Já não temia que Naima não voltasse. Aliás! Prenderam um fio que ligava a sua grande árvore ao topo do Atlas. De lá de cima os dois funambulavam. De lá de cima poderiam olhar os imensos detalhes e o extenso céu. Agora Naima contava as fábulas de Násser a Munir Mustafá e ele até já tinha curiosidade de saber onde ficava o oásis.

Naima e Munir Mustafá, os filhos do deserto junto ao Atlas.


Munir = o iluminado
Mustafá = o escolhido
Naima= delicada
Násser = o criador de fábulas

pipiripiu
Barão, 18.10.2013

Sem comentários:

Enviar um comentário