quinta-feira, 30 de junho de 2016

CAZAR

"Para que é que se casam agora se logo a seguir se descasam?", assim perguntava a minha avó, a Rosarinha. Mas o que é facto é que dos quatro netos a sua alegria de ver um dos netos casar não era disfarçável. Escusado será dizer que eu não lhe dei essa alegria, mas dei outras alegrias. Umas besnetinhas. Ora toma! Na minha cabeça e coração aquela pergunta soava em tom de reprimenda e alguma nostalgia dos tempos em que as pessoas casavam-se e aguentavam-se, algumas ainda se aguentam, a vida inteira. A Rosarinha tinha razão. Aliás, o casamento tornou-se uma indústria como a maioria das coisas. E na verdade, aquela verdade verdadinha que aos quase 43 anos de idade ainda trago dentro de mim e escrevo aqui não para ofender os demais, mas porque acho isso do casamento tradicional: O casamento é careta! É uma negociata para agradar famílias naquele velho padrão do dia mais feliz da vida do casalinho que é príncipe por um dia. Desculpem, acho careta, antiquado. Depois da contra cultura, e das primaveras todas para abanar estruturas desde a metade do século XX até então é muito fora os velhos padrões ainda vigorarem. O mais giro, o mais belezura, o mais cómico é quando as pessoas, para mostrarem que são muito sérias, postam a foto do dia mais feliz da vida delas nas redes sociais, como se houvesse algum perigo de dúvida. Enfim, viva a liberdade de postagem, mas é pá... Tem assim tanta necessidade ou vivemos na lógica do adultério, das escapadinhas às escondidas? Se as pessoas estão juntas ponto. Tá tudo certo. Caso contrário... Não é uma hipocrisia?

Não quero com isto dizer que nunca fui 'casada'. Fui... Mas sem papel para que burocracia e outras dores de cabeça fruto da mesma se evitassem. E a ideia duma aliança oficializada para mim é... Sei lá... É que eu tive asma na infância. E gosto de andar com os dedos à solta, nem por isso vou deixar de ser confiável e vice versa. Quando a confiança se perde... Aí está tudo perdido!

Não quero isto dizer que também não curta uma bela festa na praia com fanfarra de uma semana no mínimo  para celebrar união com alguém à maneira. Alguém que tenha peito para a vida e esteja aí para as curvas, mais e menos acentuadas. Mas isso já é outra história. Assim sendo, só posso finalizar com esta exclamação da nha avó para mim:"Ai 'melher' nã tens juízo! És maluca e a família não sabe!' Ao que respondo: ' E os outros acham que são muito normais e por isso nem se dão conta da sua maluquês."

Ana Piu
Br, 30.06.2016



Aqui temos as noivas de Santo António, na minha querida Lisboa. Aqui estão as provas do motivo pelo qual o casamento é uma decisão delicada. Primeiro: a pessoa pode escorregar na linha do elétrico/ bonde. Segundo: a pessoa é mais uma entre tantas a casarem-se nesse dia. Parece uma fábrica de fazer noivos. Eu aprecio dias especiais e únicos. Terceiro: pela foto o estilo de noivos e noivas não faz o meu tipo. Quarto: pela aparência o casamento deve custar os olhos da cara. Com esse dinheiro viajo à grande e ainda alugo uma casa.

COPULANDO COMO PEIXES HIPNOTIZADOS*

Em algum momento, lá pelo final dos anos 60, descobri que estava rindo, inesperadamente, incontrolavelmente: primeiro um ganido de descrença, incrédulo, depois uma risada de verdade. Ah, meu Deus, mas é tão engraçado... O quê? O sexo. Essa risada está fora do seu devido lugar apenas em termos cronológicos, porque não era apenas para os 60 que eu estava olhando e sim também para os 50: como já deixei subentendido, o sexo não começou nos 60.
O que distinguiu os 50, e depois os anos 60, é que não havia regras. (...) Valia tudo. E não haveria regra nenhuma até o advento da AIDS, que restaurou a moralidade de um só golpe.
Eu diria que nos anos 50, no que diz respeito ao amor, ao sexo, o mais óbvio- óbvio mais tarde- é que as pessoas faziam porque era isso que se esperava delas. ( O Zeitgeist exigia). Algumas pessoas estavam copulando feitos peixes hipnotizados, que dão um encontrão na água. Curiosidade? Talvez, um pouco. Exaltação sexual, nem um pouco. Aqueles encontros não tinham nada a ver com o amor, e muito pouco a ver com sexo. Quero dizer, com a verdadeira atração sexual. Havia uma passividade geral.

Lessing, Doris "Andando na Sombra, segundo volume da minha autobiografia" Prêmio Nobel, Companhia das Letras, SP 1997.

* pergunta minha: E agora? Não é igual? Mais ou menos igual ou até mesmo acentuado visto a lógica consumista do descartável cheio de corantes e desconservantes estar ainda mais apurada? Embora, já haja um movimento inverso que timidamente avança, porque a essência não é iluminada com neons e boquinhas de bonecas de carne e osso osso dirigido a bonecos de peito inchado por receitas de academia ou simplesmente por uma inchação que vem do ego e ao ego regressa.  ( Ana Piu)




COPULANDO COMO PEIXES HIPNOTIZADOS*

Em algum momento, lá pelo final dos anos 60, descobri que estava rindo, inesperadamente, incontrolavelmente: primeiro um ganido de descrença, incrédulo, depois uma risada de verdade. Ah, meu Deus, mas é tão engraçado... O quê? O sexo. Essa risada está fora do seu devido lugar apenas em termos cronológicos, porque não era apenas para os 60 que eu estava olhando e sim também para os 50: como já deixei subentendido, o sexo não começou nos 60.
O que distinguiu os 50, e depois os anos 60, é que não havia regras. (...) Valia tudo. E não haveria regra nenhuma até o advento da AIDS, que restaurou a moralidade de um só golpe.
Eu diria que nos anos 50, no que diz respeito ao amor, ao sexo, o mais óbvio- óbvio mais tarde- é que as pessoas faziam porque era isso que se esperava delas. ( O Zeitgeist exigia). Algumas pessoas estavam copulando feitos peixes hipnotizados, que dão um encontrão na água. Curiosidade? Talvez, um pouco. Exaltação sexual, nem um pouco. Aqueles encontros não tinham nada a ver com o amor, e muito pouco a ver com sexo. Quero dizer, com a verdadeira atração sexual. Havia uma passividade geral.

Lessing, Doris "Andando na Sombra, segundo volume da minha autobiografia" Prêmio Nobel, Companhia das Letras, SP 1997.

* pergunta minha: E agora? Não é igual? Mais ou menos igual ou até mesmo acentuado visto a lógica consumista do descartável cheio de corantes e desconservantes estar ainda mais apurada? Embora, já haja um movimento inverso que timidamente avança, porque o que a essência não é iluminada com neons e boquinhas de bonecas de carne e osso osso dirigido a bonecos de peito inchado por receitas de academia.  ( Ana Piu)




COPULANDO COMO PEIXES HIPNOTIZADOS*

Em algum momento, lá pelo final dos anos 60, descobri que estava rindo, inesperadamente, incontrolavelmente: primeiro um ganido de descrença, incrédulo, depois uma risada de verdade. Ah, meu Deus, mas é tão engraçado... O quê? O sexo. Essa risada está fora do seu devido lugar apenas em termos cronológicos, porque não era apenas para os 60 que eu estava olhando e sim também para os 50: como já deixei subentendido, o sexo não começou nos 60.
O que distinguiu os 50, e depois os anos 60, é que não havia regras. (...) Valia tudo. E não haveria regra nenhuma até o advento da AIDS, que restaurou a moralidade de um só golpe.
Eu diria que nos anos 50, no que diz respeito ao amor, ao sexo, o mais óbvio- óbvio mais tarde- é que as pessoas faziam porque era isso que se esperava delas. ( O Zeitgeist exigia). Algumas pessoas estavam copulando feitos peixes hipnotizados, que dão um encontrão na água. Curiosidade? Talvez, um pouco. Exaltação sexual, nem um pouco. Aqueles encontros não tinham nada a ver com o amor, e muito pouco a ver com sexo. Quero dizer, com a verdadeira atração sexual. Havia uma passividade geral.

Lessing, Doris "Andando na Sombra, segundo volume da minha autobiografia" Prêmio Nobel, Companhia das Letras, SP 1997.

* pergunta minha: E agora? Não é igual? Mais ou menos igual ou até mesmo acentuado visto a lógica consumista do descartável cheio de corantes e desconservantes estar ainda mais apurada? Embora, já haja um movimento inverso que timidamente avança, porque o que a essência não é iluminada com neons e boquinhas de bonecas de carne e osso osso dirigido a bonecos de peito inchado por receitas de academia.  ( Ana Piu)




A ESPIRITUALIDADE ESTÁ NO AR

Apesar dos seus deslizes em termos de competição de quem é mais espiritualizada que a outra, Alinda Baker e Bell Trana D'Tall são inseparáveis amigas. Porque essa busca incessante duma transcendência maior, em que a energia vital é fundamental para enfrentarem o temporal do dia a dia assim como os dias luminosos resplandescentes de algo muito maior, muito mais que esses deslizes.
Ana Piu
Br, 30.06.2016
Ana Piu- Bell Trana D'Tall
Herica Veryano- Alinda Baker
Mas o que conta é o amor incondicional que nutrem uma pela outra. É isso que conta para Alinda e Bell Trana. — com Herica Veryano em São Paulo.

Alinda e Bell Trana comparam quantos dias a mais de espiritualização têm uma em relação à outra. — com Herica Veryano em A Próxima Companhia São Paul

quarta-feira, 29 de junho de 2016

MMMM MADELENA MENINA MOÇOILA MULHER

Madalena Surinaia Sheleka Van Dutra é uma pesquisadora que tanto escreve na terceira pessoa do singular como na primeira, levando o leitor a dobras da auto consciência coletiva. Recorrendo aos eixos categóricos da sua pesquisa, Madalena Surinaia disserta sobre a questão da convergência dialogante entre 'cultural' e 'natural'. O estudos de Van Dutra indicam, com base em pesquisas xamanicas, que o ser humano tem alma de papagaio e de pavão. Relativamente à alma de papagaio, Sheleka cita o poeta Sidónio Muralha: ' O papagaio é como muitas pessoas/ um bicho que faz banzé e que na mesma põe o pé em coisas más e coisas boas/ diz não, mas repete sim/ diz sim mas repete não/ só pensa no amendoim/ é um grande comilão"

No que concerne à alma de pavão, esta é sazonal. Consoante os contextos o ser humano pavoneia-se de peito inchado, ostentando um enorme leque de penas brilhante e vistosas. São variados os contextos de ato de pavoneio. Um deles é em ambiente profissional em que a vaidade abafa o orgulho de simplesmente ser, estar e fazer. Outro é em climas pegajosos de paquera que podem ou não estar relacionados com esse ambiente de trabalho, o que dificulta igualmente a simplicidade de ser, estar e fazer. Tem sido observado que quem se pavoneia não se deixa seduzir com a simplicidade da entrega do amor por si mesmo, pelo próximo e pela vida. Normalmente quem se pavoneia cultiva o ato da gostosize que segundo os neurocientistas é um síndrome que afeta as batidas cardíacas e o brilho do olhar, deixando-o turvo.

Há vários anos a esta parte Madalena questiona essa convergência e a eventual separação categórica do que é natural e o que é cultural, assim como o que é transversal aos grupos sociais do mundo inteiro e arredores.

Ana Piu
Br, 29.06.2016

terça-feira, 28 de junho de 2016

MMMM MADELENA MUITO MAIS MULHER

As melhores coisas da vida , não são coisas.¨# Madalena Surinaia Sheleka Van Dutra
Como emancipada que é e muito observadora na sua interdisciplinaridade dialogante entre sociologia e biologia, Madalena Surinaia Sheleka Van Dutra discute não só os conceitos categóricos analíticos 'cultura' e 'natureza' assim como estes estão articulados com a questão de género, do tipo gênero: ser um homem feminino não fere o seu lado masculino.
Em várias idas a campo, Madalena pode observar que uma grande parte dos homens como das mulheres, assim como daqueles que não se veem em tais categorias, levam em média 40 a 50 anos para saírem da primeira infância. Muitos poderão dizer e perguntar questionando com alguma surpresa: "Vero?" ; Madalena responderá com um aceno de cabeça e um breve movimento de pálpebras como quem diz:" Vero!"
Das suas saídas para campo, Madalena relembra as suas origens nórdicas, não fora ela Sheleka Van Dutra, e com um ar como quem diz" Was?!?!?", isto é: "o quêêêêêiiiiii?!" depara-se com climas pegajosos de paquera em que parece que todos se degustam uns aos outros, mas na realidade eles se desgostam uns aos outros. Pois fazem uso e algum abuso de parece que é mais não é, mas até é mas não é bem. Acrescido ao facto de competirem entre si chegando a pontos duma decadência moral indescritível, concluindo com unanimidade e até alguma jocosidade que todos não passam dos carentões, que é aquele estado de carência acumulada, fruto da falta de amor próprio que se manifesta galopantemente a partir dos quarenta anos em diante.
Madalena então pergunta, sabendo de antemão que ninguém nasce ensinado e que a sensibilidade não se aprende e não se ensina, pratica-se: Esses padrões de comportamentos são do foro da natureza e/ou da cultura?
# Esta frase Madalena leu na máquina de lavar a roupa da casa duma amiga, mas como não tinha citação apropriou-se da mesma.
Ana Piu
Br, 28.06.2016

segunda-feira, 27 de junho de 2016

NAMASTRETA EM SAMPA

Ser e estar Zen em São Paulo dá estilo mais que demais! Sempre conectadas com a mãe natureza, Alinda Baker e Bell Trana D' Tall são seres neons! Seres de luz incandescente como estrelas cadentes que vieram para ficar.
Ana Piu
Br, 27.06.2016

domingo, 26 de junho de 2016

MMMM MADELENA MUITO MAIS MULHER



Mulher militante da causa emancipatória, Madalena Surinaia Sheleka Van Dutra é uma pessoa reflexiva, que em estado semi meditativo é capaz de defender grandes causas sem sair do seu lugar. Questionadora dos padrões de beleza vigentes, Madalena ergue o punho para dar uma checada nas unhas, pensado qual a cor que condiz melhor com a situação da atualidade. Pois mudam-se os tempos e as vontades mudam. Porém, a coerência é o seu forte dentro das paradoxalidades pós pós modernas.

Ana Piu
Br, 26.06.2016


MMMM MADELENA MUITO MAIS MULHER

Mulher militante da causa emancipatória, Madalena Surinaia Sheleka Van Dutra é uma mãe dedicada. Engajada com a causa, ela tornou-se muito mais emancipada quando a sua... como denominar? A Cleusinha é amiga da família há duas décadas e Madelena paga o justo e Cleusinha pode comer em sua casa. Só não paga o décimo terceiro mês, pois Madalena como emancipada que é, renega totalmente o Natal. Embora faça ceia com peru de tofu que Cleusinha deixa cozinhado e congelado. Uma inovação! Desde que Cleusinha cozinha e congela Madalena é muito mais emancipada, podendo dedicar-se aos seus estudos enquanto seus filhos são entretidos pela babá que segue a pedagogia valborfiana.
Ana Piu
Br, 26.06.2016


NAMASTRETA UM ESPETÁCULO DE LUZ SOMBRA E POHESIA

Ontem aconteceu e foi assim. Esperamos por você hoje que é o último dia! Sim, você que está aí na frente da virtualidade do dia a dia de todos os dias num domingo aparentemente igual a todos os outros. A sua presença é especial. 
Ana Piu
Br, 26.06.2016

- O público chegou!
- Aaaaaahhhhh!!!


sábado, 25 de junho de 2016

As melhores coisas da vida , não são coisas.¨#
Madalena Surinaia Sheleka Van Dutra
# Esta frase Madalena leu na máquina de lavar a roupa da casa duma amiga, mas como não tinha citação apropriou-se da mesma.




Madalena Surinaia Sheleka Van Dutra, uma pesquisadora interdisciplinar nas áreas das ciências exatas e das que se desejam aplicadas, também lê búzios e cartas tarô com um referencial da neuro ciência mistica. Tem várias publicações sobre o capital cultural das andorinhas migratórias em paisagens áridas, verdejantes e oceânicas. 

Ana Piu
Br, 25.06.2016
Madalena Surinaia Sheleka Van Dutra, especialista em Bourdiô, desenvolve um estudo aplicado num diálogo interdisciplinar entre a biologia e a sociologia cuja questão é: Como se organizam as focas em climas temperados numa conjetura cosmopolita?
Ana Piu
Br, 25.06.2016

NAMASTRETA, UM ESPETÁCULO DE LUZ, SOMBRAS E POHESIA EM SÃO PAULO, BEM PERTINHO DE SUA CASA

segunda-feira, 20 de junho de 2016

ESSA CARA SOU EU! A MATÉRIA SOBRE MINHA PESQUISA FOI PUBLICADAAAAA NO JORNAL DA UNIPUNK!





Compartilho aqui algo que sei lá... Não sei, até sei, mais ou menos quesei. E eu que sei? Estou na mesma emocionada apesar de isto daquilo e do outro. A vida tem destas coisas porque na eternidade cabe lá todo o mundo!
Ana Piu
Brasil, 17.06.2016








http://www.unicamp.br/unicamp/ju/660/aqui-e-agora-entre-o-comico-o-onirico-e-eternidade

AS AVENTURAS DE PAULO E O AMOR

Paulo quer acreditar que o amor está no ar que o poliamor é caminho para os seus impulsos. Em criança em chegando a hora de almoço a mãe chamava-o da porta para a rua: 'Oh Paaaaalooooo! Paaaaloooooooo vem para casa ca comida tá na mesa! Não te aviso más vez vez nenhuma! Deixa o teu pai chegar a casa! Olha que ele não é de falinhas mansas! Ooooooh Paaaaalooooo Paloooooo!" 
E assim Paulo cresceu com estas pauladas de amor prometido. Aliás! O Paulo é Paulo porque sua mãe adorava o cantor romântico Marco Paulo:" Eu tenho dois amores que nada são iguais que nada são iguais.  Mas não tenho a certeza de qual eu gosto mais!" 
Enfim, Paulo cresceu nesse dilema de todas amar e não amar nenhuma. Porque se uma era loira toda ternura e loucura, já a outra era morena, embora mais pequena ela é a mulher que todo o homem quer pois é muito mais mulher.

E claro, todo este dilema de cardápio amoroso pode-se aplicar a todos os géneros e orientações. Assim vai o conceito de poliamor. E assim vai quem o profere e defende não sabe muito bem ou sabe mais ou menos  ou acha que sabe que ter um rol de catrapiscanços, vulgus paquera, é poliamor. Oh messa! Granda paulada no Amor que se quer com A grande que se quer com durabilidade, fruto da entrega, da admiração e respeito. Este século XXI saiu-me cá um magano! Ora a lógica consumista do descartável ainda singra, ora o Amor está no ar e dentro de nós. Mas aí já entramos no campo da espiritualidade, conceito também muitas vezes banalizado porque não vivido e também muito lucrativo. Enfim, enfim a sociedade da aparência é muita maluca e risível.


Ana Piu
Br, 20.06.2016






Sim Hi man! Qualquer semelhança com a surrealidade é pura coincidência do real ainda por amadurecer
Sonho um dia que os super heróis sejam representados com agentes cooperativos ao invés de competitivos com ou sem máscaras
As amigas Polly em traje de passeio. Alegres e livres juntas vão. Emancipadas são porque não significam ameaça umas para as outras

Cardápio  Tinder surpresa De todos os tamanhos e estilos a única coisa é que acabam sempre em princezinhas magriças duma elegância desmontável como se tratasse dum ovinho da hinder surpresa


quinta-feira, 16 de junho de 2016

CHORAR É SAUDÁVEL, PORQUE SE NÃO A PESSOA ENTOPE. E ISSO SIM, NÃO DÁ JEITO NENHUM*

Em 1958 calculo que tenha recebido uma média de vinte libras por semana, o salário de um trabalhador.
Como todos os autores, eu sobrevivia de cheque para cheque. (...) Uma vez a dívida prolongou-se até chegar a cinco semanas de atraso. essas pequenas lembranças nítidas corrigem generalizações do tipo: " Não ter dinheiro não me preocupava". ( Cheguei a dizer isso por uns tempos.) Mas houve épocas em que fiquei preocupada sim. Estava andando pela rua Church, depois de deixar o menino na escola, e chorava porque não tinha dinheiro para comprar comida. Um homem, que caminhava apressado em minha direção, parou e perguntou: Porque está chorando? Eu disse: Não tenho dinheiro. Ele tornou: Bem, anime-se, porque na semana que vem você terá, não é mesmo? Como era uma verdade, já que o dinheiro sempre aparecia de alguma parte, eu me animei.
Lessing, Doris "Andando na sombra, segundo volume da minha autobiografia, 1949-1962" Companhia das Letras. SP 1997.
* titulo de minha autoria em tom de "chorar como rir dá saúde e faz crescer" para dar aquela relaxada e animada para continuar e superar fases


É ISSO AÍ

Eu quero ter sucesso no sentido que encontro para o sentido que tomo. Como o non sense é um tipo de humor que me apraz penso que o que hoje o português da padaria contou tem a sua piada. Sendo meu conterrâneo, rimo-nos ambos do facto de terem vindo uns portugueses aqui no Brasil falar como superar uma crise financeira. Essa é de rir até chorar, do estômago ficar dum jeito como se tivessemos feito 50 abdominais mais 20 voltas a um estádio olímpico. Sim, eu quero ter sucesso mas sem passar por cima de ninguém. E quanto a essa experiência de passarem por cima de mim... A casca já tá um pouco rija. Depois duma crise financeira e dum nível altíssimo de desemprego na velha Europa EU QUERO TER SUCESSO SIM E GANHAR A MINHA VIDA COM DIGNIDADE. Rir, abraçar os amigos e até mesmo chorarmos juntos. Porque só assim faz sentido. Quando rimos e choramos, assim como quando abraçamos a alma fica mais limpa e leve.
Ana Piu
Brasil, 15.06.2015

segunda-feira, 13 de junho de 2016

POEMA PARA O ZÉ RAMALHO, O COCO, ZÉ, O FERNANDO, O TOUCINHO DE CÉU in memorian



Já se passaram tantos anos
O
Senhor
É
Realmente
Atemporal
Mesmo
Aqui
Lembro-me
Hoje
O
Tanto
O quanto é
Unico
Carinhoso
Imensurávelmente
Naturalmente
Humorista
Onírico
Dou pelo tempo passar
Olho para ti
Como
És
Único
saudadinis saudadovskis leves e eternas
Ana Piu
Brasil, 13.06.2016




sexta-feira, 10 de junho de 2016

BANANA SENTIMENTAL

Naquelas voltinhas próprias de panfletagem para a divulgação duma apresentação teatral, lá fui entrado nos novos espaços veganos que existem por estas bandas. Lugares bonitos com pessoas bonitas que vislumbram serem saudáveis. Sim, é legítimo. Nós somos o que comemos. Nós somos o que consumimos e absorvemos: a música, o que lemos ou não,  a poesia e a falta dela, as emoções que alimentamos ou desnutrimos e por aí vai. Mas, apesar de ser mais correto ser palhaço do que bufão de vez em quando eu dou umas viradinhas bufonescas, mesmo que umas vezes tente dar um cunho mais na linha da inocência do palhaço,. Mas outras?... Vai que vai com a bufonaria.

E agora questiono e reflito: ser alternativo da new age é ótimo, mas de vez em quando demanda o bolso recheado. Enfim, tem a linha dos alternativos que cultivam a sua horta e tem ainda a linha dos alternativos gourmet. Ambos têm estilo e depois de hoje deparar-me com uma BANANA SENTIMENTAL no cardápio de um desses lugares fiquei a imaginar uma banana que em solidariedade aos seres vivos com batidas cardíacas falava numa outra esfera espiritual ao degustador: " Eu sacrifico o meu corpo, a minha existência para saciar a tua fome, mas não te esqueças que eu tenho sentimentos! E quando tirares a minha casca faz com delicadeza e atenção porque hoje tá muito frio!" Da minha parte considero que é muito importante dar voz a uma banana, pois elas também tem sentimentos. Oh! Veja-se as amoras da Vovó Donalda que cresciam junto à sua janela por ela cantar para elas com muito amor. O pior é quando vinha o bode comilão que até cadeiras comia. Mas pelo exemplo, deve ser um bode vegano muito à frente, porque depois de ter percebido que as amoras têm sentimentos hoje só come cadeiras. Da minha parte ainda trago o perfume nas mãos daquele sorvete vegano com sabor a abacaxi e gengibre com cidreira e laranja que não resisti a degustar nessas andanças da planfetagem. E comer cadeiras ainda não é a minha onda. Quem sabe um dia!

NAMASTRETA PARA NÓS TAMBÉM, porque rirmos de nós mesmo dá saúde e faz crescer


Ana Piu
Br, 10.06.2016
crédito: Amanda Dumond


terça-feira, 7 de junho de 2016

PAULO FREIRE NÃO SAI DE MODA, PORQUE NÃO É UMA MODA E SIM UMA URGÊNCIA

" Pensar certo (...) demanda profundidade e não superficialidade na compreensão e na interação dos fatos. (...) O pensar certo é dialógico e não polêmico. (...) Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar. "
Freire, Paulo "Pedagogia da Autonomia, saberes necessários à prática educativa. Coleção Leitura, RJ: 2000


OSVALDO SIVIRA

Osvaldo já teria os seus 60 anos, mas aparentava ser mais novo. Um pouco mais novo, não muito, digamos. Dizem que os negros sempre aparentam ser mais novos...
Todos simulavam levá-lo a sério, mas de facto ele andava aos caídos. No final da semana era o momento que podia comer e beber sem se preocupar.
Osvaldo já pouco se questionava. Se o fizesse ficaria triste e indignado. E o que esperavam dele era alegria e bons momentos. Era essa a sua rotina: quebrar a rotina daqueles que não se preocupavam demasiado sobre o que iriam comer ou até mesmo onde dormir. Se no fundo sabia que isso não era justo, de não lhe darem a mão para sair daquela situação, por outro lado tentava convencer-se que ninguém tinha a obrigação de fazer algo por ele.
Tocava em noites de lua cheia, de quarto minguante, quarto crescente e mesmo quando a lua não se via. Osvaldo Sivira tocava na casa dos ricos e em botecos para os ricos darem aquele democratizada. Ele era como que a mascote. Uma mascote querida, mas carente de um abraço com o coração todo.
As festas iam até altas horas. Entre um " não posso ficar, moro em JassaNão!" e " viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar!" a madrugada ia entre olhares lânguidos e desejos embriagados, assim como risos despreocupados.
Osvaldo tocava, comia e bebia. Esse era o seu reconforto da semana. Assim que se punha a calcular no que se gastava numa só festa voltava ao seu violão para afugentar possíveis revoltas.
Nunca mais se ouviu falar de Osvaldo. Osvaldo Sivira voltara para as margens da margem da sua existência, porque lá encontraria tantos outros como ele. Cansara-se das festas regadas a cerveja e espetinhos de coração de galinha e coxinhas de mandioca com carne seca em que nas eventuais conversas a improdutividade do assunto sobre reforma agrária e imposto de renda era mais conversa de senhores que leem jornais e assistem tv mas não interpretam o entorno palpável. Mas mesmo assim Osvaldo Sivira sentia gratidão pelas madrugadas bem passadas e futilmente divertidas.
Ana Piu
Brasil, 06.06.2016

DIALÉTICAS

onde há luz há sombra
onde há sombra há água
onde há água também há pedra, nem que seja no fundo do mar
onde há fundo há distância até à superfície
onde há superfície há volume
o volume é consistência
a consistência é essência
na essência a sombra só existe porque há luz
Ana Piu
Br, 07.06.2016

sexta-feira, 3 de junho de 2016

COMO IDENTIFICAR UM MACHISTA

 


Por vezes @s machistas nem se questionam que o são. Isso pode acontecer pois como já o Pierre Bordieu o habitus é aquela base. A nasce e cresce num ambiente cujos valores se naturalizam independentemente da sua racionabilidade. A pessoa cresce a achar que pode desprezar o outro e que o outro é o seu cesto de lixo emocional, pois a visão de si mesmo é duma segurança tão insegura fruto da falta de Amor.

Muitas vezes a tendência é procurar a infelicidade ao invés da felicidade. Isso até pode ser inconsciente, mas essa tendência para o sombrio está lá. Não podemos nos deixar cair no canto da sereia! O Amor não é uma enfermaria para curar feridas sentimentais passadas. O Amor não é um placebo para as nossas carências afetivas. Por isso eu não curto o Tinder! O Tinder Surpresa. Sou antiquada. Pois sou. Mas o desafio de nos conhecermos pessoalmente sem máscaras é muito mais instigante e excitante também. Agora acampainha do fecho da biblioteca por motivos grevistas tocou. Tenho de ir! Mas quem é vivo sempre aparece!

Ana Piu
Brasil, 03.06.2016

APESAR DE TUDO ADORO VIVER NO BRASIL

Hoje comecei o dia a pensar qual o texto seguinte para dar continuidade à série ‪#‎NaoQuerSerMachista‬. Sobre aqueles machistas que chegam em pezinhos de lã tal qual Barba Azul em dias de nevoeiro ensolarado. Ah e pois que te dizem que somos o amor da sua vida e que muito nos admiram, para que à primeira oportunidade zás acham que podem pôr e dispôr do nosso tempo físico e mental. Achando que somos tod@s farinha do mesmo saco e que nivelar por baixo é mais fácil que nos admirarmos, respeitarmos e cuidarmos uns dos outros de verdade.
Mas eis se não quando recebo este elucidativo presente dum amigo tuga igualmente em terras brasileiras. Presente esse que é escrito pelo seu próprio punho. Amigo com quem celebrei no dia da minha defesa de mestrado o fim desse ciclo que mais parecia uma pedra no sapato da Cinderela. Brindamos os dois a nós e à vida e este ainda em jeito de provocação exclamou: "Para sermos explorados prefiro roubar!" Pois é, nós portugueses da geração do precariado que apesar de tudo tivemos acesso à educação e já viajamos por esse mundo somos assim! Somos da ala que viemos cutucar as oligarquias e outras ignorâncias inerentes à lógica das mesmas. Eu continuo a acreditar na força dos movimentos sociais e na escrita, assim como nas manifestações artísticas, como voz ativa no meio desta maluqueira toda. Nós os portugueses que não somos da ala dos colonizadores, tampouco dos imperialistas e até mesmo carreiristas.Aqui estamos. Viemos para ficar e cutucar! Seremos utópicos? Pode ser! Mas a vida sem aquela pitada de utopia fica insonsa. E aos sonsos e sonsas nós fazemos buuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuhhhhhhhhhhhhh.
Eu Ana, nome comum como Maria, partilho deste jeito maneira o artigo do meu querido amigo Manuel a quem chamo de Manuelson, pois Manueis portugueses no Brasil há muitos. E uma abrasileirada na nossa identidade não faz mal nenhum. Por exemplo eu sou Ana com B. É algo diferenciado, digamos. B de buuuuuuuuuuuhhh e de bunda no chão quando a situação desbunda! ehehehe
Boa leitura acerca da situação dos acontecimentos sucedidos.
Grande Manuel! Aliás MANUELSON! Et buala! ( modo de dizer no norte de Portugal Et voilá! Também está bem!)
Ana Piu
Brasil 03.06.2016


quinta-feira, 2 de junho de 2016

COMO LIDAR COM UMA ATITUDE MACHISTA

Nem sempre é visível de primeira uma atitude e/ou postura machista. Quem está mais desavisad@ pode até ficar, por momentos, paralisado e recorrer a um valente beliscão no seu próprio braço para confirmar se tudo não passa dum sonho de mau gosto. A esta altura do campeonato ele há coisas que a alma tenta compreender, mas não compreende de todo. É que a queima dos sutiãs já foi há 48 anos atrás. E dos longuíssimos debates acerca da caducidade da instituição casamento assim como do eterno amor muita saliva e tinta já foram gastos, impulsionando alianças e divórcios de visões e escolhas.

Para todos os efeitos uma atitude machista é fruto duma enorme carência afetiva. Um(a) machista precisa é dum valente, sincero e empático abraço com muita dose do humor e amorosidade. Se esse recurso for viável temos em mãos, em braços e no peito a alegre esperança que todos nós nascemos com bom fundo mas que ao longo da vida precisamos de limá-lo.

Quando isso não é possível o melhor é mantermos a distância com firmeza, pois um(a) machista não passa de alguém que com arrogância recorre ao seu pequeno mundo de referências para tentar subjugar. Porque acha que tudo pode decidir, controlar, desprezar e exigir atenção quando assim quer.

A primeira coisa para lidar com tal situação é afinarmos o olhar, a escuta e não temermos fazer tudo por tudo para não nos deixarmos isolar. Um(a) machista sofre de cobardia e quando a sua tirania é exposta e divulgada este mete o rabinho entre as pernas, mesmo que tente caluniar, vitimizar-se, manipular com as suas mentiras e infantilices sofisticadas.

Muita luz e paz para tod@s nós!

Ana Piu
Brasil, 02.06.2016


Sensualista (Las Luces Primeras) Cuidarmos uns dos outros é como cuidar duma planta. E isso é revolucionário!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

POR NÓS TOD@S!

Hoje na minha terra natal é dia da criança. Hoje também na Praça da Figueira, nessa cidade que se chama Lisboa e que deixei para trás,mas que continua no coração haverá uma concentração em solidariedade ao caso no Rio de Janeiro da menina que foi estrupada por 30 monstros, porque de Homens nada têm. Há quatro anos que vivo no Brasil e a minha alma ainda continua aparvalhada, abobalhada como a sociedade brasileira reproduz diariamente, em pequenos detalhes muitas vezes inconscientes, o seu conservadorismo e machismo.
Eu vim para trabalhar e é muito, mas muito chato MESMO ter que muitas vezes ser clara com as minhas intenções e que não entro em joguinhos de lençóis com trabalho. Muito menos de vassalagem. Desculpem aqueles que assim estão habituados. Enfim, estamos no país em que uma grande maioria considera-se uma gostozice sem precedentes. E isso é uma granda bosta! Porque geram-se mal entendidos, ficando num cacarejar de galinhagem de parte a parte. Esse síndrome de gostozice é uma manifestação de machismo reproduzido tanto pelos homens como pelas mulheres. Obviamente que existem excepções à regra e eu quero conviver então com as excepções, cuja inocência da nossa criança livre e madura faça a diferença. Enfim, eu não quero ser machista e faço questão de manter distância dos e das machistas. Daqueles e daquelas que acham que o outro tem de aturar abusos de confiança. E isso não é Amor, muito menos respeito. Ai sai daqui que nem este corpo nem esta alma e espirito te pertencem! EU ADORO, ADMIRO E RESPEITO HOMENS COM E DE EMANCIPAÇÃO E MULHERES COM L DE LIBERDADE DE SEREM, DE TRABALHAREM E AMAREM SEM MERDINHAS INFANTILOIDES, IMATURIDADES SECULARES ‪#‎NaoqueroSerMachista‬
Ana Piu
Brasil, 01.06.2016