segunda-feira, 29 de outubro de 2012

THE CONTEX


Out of context
(S)he was out of context.
(S)he read a text in her own way.
He or she, doens't matter or matter everything
She or he only wanted to read what happens in the world.
He or she was in the other side of the mirror
She or he looked behind the mirror
There was another he or she over there.
Then they start to speak in their own way
With their glasses
With their vision of the worldy
Instead of they give up
They insist, in their own rythm
They “only” wanted to comunicate
They “only” wanted to understand if they were different or similar
If they were similar or similar
Similar in their differences
The life is a long shortness
And they started:


-Eman ruoy s'tahw?
-Saw?
-Name your s' what?
-Saw?
-Em Bob?
-Em Bob, too.
-Two.
-Yeah!
-Haey!

Yeah! Haey! She or he is Bob, too.
Two Bob.
Heay! The life is a such a Bob short longness thing
Thing?
Life is a thing?



A piU
Br, 28 de Outubro de 2012

domingo, 28 de outubro de 2012

AS AVENTURAS DA TURMA DO PEDRINHO I


Em 1500 Índios brasileiros descobriram Cabral perdido no mar. À deriva andava há coisa de 44 dias. Assim que avistou terra gritou:”Chamuça! Chamuça!” Não obteve resposta tentou outra palavra, pois soletrar “Chamuça” com a boca naquele estado não era fácil. E bradou:” Badia! Badia!” E no momento do “D” sentiu uma forte dor. Talvez aqueles indianos não comessem nem chamuças, nem badias... Não sabiam o que perdiam. Não se aventurou a soletrar “Garlica nan”, muitas consoantes para a sua enferma boca...
Pedrito só veio a terra para beber um suco de laranja, porque estava com escorbuto. Os índios que o esperavam ofereceram-lhe um suco com açúcar e muito gelo.. Pedrito sentiu alívio, mas aquele sabor tão adocicado era novo para Pedrito. Logo o corpo começou a relaxar. Um monte de índias rodeou, farejando a sua roupa de rendas fétidas. Mantiveram o seu sorriso diplomático, embora tivessem todas sentido náuseas. Levaram-no para um riacho ali próximo, bem no meio do mato. O rapaz assustou-se olhando aquela beleza luxuriante, aquela natureza indomável e guinchou:”Aaaaaahhhh isto é obra do diabo!!!” Mas pegajoso como estava com a sujidade que se diluia em suor, aceitou o convite deixando-se levar. Meloso estava também, sentia-se o maior garanhão de todos os tempos.
Já não via mulheres há um bom par de semanas. Achava que iria andar sempre junto à costa, já que seria esse o caminho marítimo para a Índia. Porém, certa noite, durante uma enorme tempestade Pedrito acordou em sobre salto!! Um sonho terrível agoirava infortúnio!! “Nãããããooo! Vamos passar ao largo do cabo das tormentas. Afastarmos-nos desses monstros terríveis que roubarão o nosso espírito e nos colocarão para todo o sempre! Vamos pelo meio do mar!” A sua turma, a turma do Pedrinho aceitou, aliás obedeceu entre rum e umas beliscadelas nas três mulheres que tinham trazido para uma tripulação de quarenta homens. Pedrito não se misturava. Homem de finos hábitos, deixara a sua noiva chorando em frente ao mar acenando um lencinho branco, enfiada num cinto de castidade. Não se sabe se chorava pela partida de seu ilustre noivo ou se pela revolta de estar trancada.
Pedrito e a sua turma partiu de Belém no dia 8 de Março de 1500 pelas 7 e 5 minutos. Hora combinada por todos, no dia anterior. Muitos nem foram a casa, vieram diretamente da noite do Cais Sodré. Nesse mesmo dia, depois da caravela partir, a noiva de Pedrito organizou um grupo de mulheres, cuja a causa era:”Mulheres castas de Portugal inteiro, libertai-vos de vossos cintos!” A noiva de Pedrito, Maria Joaquina, já tinha alguns contatos feitos. Soldadores, arrombadores de fechaduras e barbeiros. Maria Joaquina tinha preparado um intenso projeto de emancipação. Além de se libertarem, temporariamente de seus cintos até seus noivos e maridos voltarem, tinha o ensejo de cortar o seu bigode e das suas conterrâneas. Tinha entrado em contato com as três mulheres que acompanhavam a tripulação. O combinado era comunicarem-se entre si através de breves mensagens em caldeirões. Tudo pela calada, claro. Porque se não já sabiam o que as aguardava! Um spa na fogueira mais próxima. Porém, até hoje é comemorado dia 8 de Março como o dia da emancipação das mulheres.
Entretanto uma das índia começou a dançar o samba e Pedrito logo se enamorou. As portuguesas não sambavam, aquelas choronas! As outras índias distribuíram-se pela turma do Pedrito. Não sem antes lavarem as suas partes baixas e altas no dito riacho. Há registos que aquele riacho foi o primeiro do planeta a ser fortemente poluído. Até hoje o planeta terra sofre esses fortes impactos ambientais devido a tal episódio.
Desencardidos os corpos, fizeram um churrasco e ficaram até altas horas da noite. Uns pegaram gripe... Foi aí que umas das três cortesãs teve uma ideia!! “Deem-me um punhado de açúcar para eu colocar sobre estas rodelas de cenoura! Verão que com esta mezinha curarei a vossa gripe!”clamou a portuguesinha atrevida. Nesse mesmo instante a pobre criatura foi acusada de bruxaria por seus compatriotas. E começado o churrasco aproveitou-se a deixa e naquele vai vem de primeiras entabulações regados com muito rum, a cortesã foi degustada para horror da turma do Pedrito. Assim, feitas e realizadas as primeiras entabulações perceberam que estavam na companhia de canibais.
Porém já era tarde. Essas entabulações deram origem a seres mestiços e a que os índios, ofendidos, na sua virilidade e no facto de não terem sido convidados para o banquete tenha causado tamanha revolta. Foi então que de flecha em punho confrontaram os copinhos de leite sabichões. Estes ainda imploraram clemência pois era dia 22 de Abril, dia da ressurreição do senhor, dia de Páscoa. Os índios não tiveram dó e limparam o sebo a quem não conseguiu fugir. Pedrito foi poupado pois a sua apaixonada índia era filha do cacique. Os sobrevivente, atordoados e amedrontados mandaram vir, de terras lusitanas, reforços. Franciscanos e Jesuítas galgaram o mar por aí afora. Para treinar o espalhamento da palavra de deus, começaram a pregar aos peixes.
Chegando a terra amuados os franciscanos seguiram um caminho e os Jesuitas outro. O amuo devia-se a uns defenderem que deveriam andar descalços e o outros achavam que pelo menos umas havaianas nos pés era razoável.
Assim que Pedrito foi avistado houve um tremendo choque. Estava irreconhecível. De tanga, tentando de cócoras caçar uma capivara. Urgia reconverter Pedrito. Foi assim que começou um longo processo de espalhamento da fé. Uns converteram-se, outros espalharam-se pelo o caminho, os convertidos espalharam-se igualmente pelo caminho.
Saia do seu lugar e volte, pois a saga continua.

Série:”As aventuras da turma do Pedrinho”
A piU
Br, 28 de Outubro de 2012

BOB


  • Eman ouoy s'tahw?
  • Saw?
  • Name your s' what?
  • Saw?
  • Em Bob?
  • Em Bob, two.
  • Too.
  • Yeah!
  • Haey!

    A piU
    Br, 28 de Outubro de 2012
     

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Pés e raízes



O longo pátio de pedra. Retalhos de pedra. Lages pequenas, grandes, de várias cores. Canteiros com roseiras e hortênsias. No centro do pátio uma ameixeira. Uma grande, linda e faustosa ameixeira.
Maria Isabel corre para abrir o portão grande de ferro onde estão duas letras embutidas no mesmo: V A. (Vivenda Anastácio). O Anastácio, ou melhor o Coelho, passa imponente. Com um penteado que o boi lambeu. Maria Isabel depois de ter puxado o lustre ao vistosos Mercedes preto e verde ainda retifica, depois do portão estar aberto, se o branco do T de TAXI está brilhoso.
E o Coelho passa dando ares de imponência. Nem um olhar dirige a Maria Isabel. Nunca tiveram filhos. Posses tiveram, nada ou quase nada desfrutaram ou ostentaram.
As folhas caíam, a árvore desnudava-se abrindo os seus braços para o pátio e para o céu. Depois voltava a nascer, aos poucos, outra folhagem. Pequeninas flores brancas prometiam doces ameixas amarelas.
Do outro lado do muro, e mais outro muro, na continuidade das suas propriedades havia uma figueira. Muitos anos se debruçou triste sobre um barraco construído no quintal dos fundos. Passados uns anos, de corpo envelhecido, o Ti Mário subia ao telhado do barraco para tratar da figueira.
Muitos figos alimentaram a vizinhança. Gordos, verdes e rósios.  Quando o o corpo envelhecido deixou de subir ao barraco a figueira ainda ofertou por mais dois anos saborosos figos. Depois secou de vez quando o envelhecido corpo se foi imóvel  e duro como uma árvore. Nunca mais rejuvenesceu. Até ser cortada. A ameixeira tomou  o mesmo rumo.
O táxi deixou de passar, o portão deixou de se abrir de par em par.
Maria Isabel ainda aparecia por detrás das grades onde estava inscrito VA.
Depois, mais tarde, as suas propriedades foram esvaziando.
Alguém, vindo de longe muito longe, passou para pegar suas memórias naquele espaço agora desolador. Inspirou e ainda sentiu um leve odor de fruta. Depois, abandonou delicadamente aquele espaço que pouco sentia afinidade. Levou consigo as memórias dos caminhos de ovelhas. Seus odores e sabores levava num bolsinho bem recôndito de si. Caminhos de ovelhas estrangulados por fábricas de agulhas, de queijos. Fábricas desativadas, mas proeminentes passando por cima do rio. Rio, agora seco, onde as mulheres cinco décadas atrás se encontravam para lavar a roupa, antes da construção do tanque/ lavadouro público. Este agora também desativado.
Levou consigo, também, o segredo que as árvores tombadas se espalhariam noutros caminhos de ovelhas e bicicletas desejando que fábricas proeminentes não estrangulassem mais esses caminnhos.
E seguiu caminhando com raízes nos pés.


Série: “Efemeridades eternas”
A piu
Br, 25 de Outubro de 2012

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

CINZAS

Imagem: Inês d'Espiney






“Está a arder! A biblioteca está a arder!”
As  suas pernas lançaram-se no espaço. Ruas, ruelas, ladeiras, avenidas lentas de olhos pousados nas montras.
Do outro lado do rio chamas. Muitas chamas.

E as pernas rompendo o espaço. O elástico preso no braço, comprimindo-lhe a pulsação. Atabalhoado tropeça sobre si próprio. Alguém lhe cospe em cima do rosto. Entre o nariz e a boca. Um cheiro nauseabundo. O mesmo cheiro das lágrimas do seu pai. Lágrimas de vergonha. Aquelas lágrimas que lhe cairam no autocarro quando alguém passou por eles e proferiu palavras de desprezo, de repugnância, de dor e raiva.

Correu. Atirou-se ao rio para mais rápido chegar. Foi contra um ice berg. Extasiado que estava com a vista sobre Lisboa, que não se cansava de apreciar. Foi contra um iceberg. Um iceberg mesmo no meio do rio Tejo. Policiado estava para que ninguém o derretesse ao toque de calor humano. Porém, de pulseira no braço, que lhe suspendia a pulsação, o seu toque era frio. Gélido. O seu lábio estava roxo de frio. E esbraçejou cada vez mais até alcançar a margem.

As chamas eram cada vez maiores. Subiu escadas de pedra. Desceu escadas de madeira. E deslizou pelas escadas em caracol de ferro forjado.
Do lado da cabeça deitada do seu pai estava uma garrafa de uisqui. Um jornal semi queimado onde ainda se podia ler em letras garrafais:”A EUROPA É UM HOTEL DE LUXO MEDÍOCRE”. Tentou, desepera e inadevertidamente, apagar as chamas vertendo a garrafa. Num sopro brusco as chamas avolumaram-se.

Cinzas muitas cinzas como uma almofada de penas desfeita no ar.

Chorou de raiva, de tristeza, de alívio, de raiva de sentir alívio, de tristeza de sentir raiva.

Encostou-se a uma trepadeira que se insinuava pela parede da antiga cadeia. Fumou cigarro atrás de cigarro. Compulsivamente fumou. Primeiro em breves tragos. Depois, num longo e demorado bafo fumou um cigarro duma vez só. A cinza do cigarro pendente entre os dedos, apontando para o chão. Com o cérebro oxigenado puxa de outro cigarro. Dum só trago fumou em milézimos de segundo. E pouco a pouco foi-se fumando a si próprio. Ora em breves tragos. Ora em longos e demorados bafos.
Ainda teve tempo de olhar ao longe e perceber um resto quase ínfimo de iceberg. Aquilo que restava do mesmo. Pois não havia policiamente que valesse ao toque humano.

A piu
Br,25 de Outubro de 2012

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

PORTO DE ABRIGO


As pernas cresceram desproporcionais ao corpo. O corpo desengonçado enrolava-se no banco de trás do autocarro. Fechava os ombros e escondia a cabeça mo meio debaixo duma boina maior que a sua cabeça. Assim que ele se aproximava as pessoas afastavam-se. Sentia prazer em transmitir repugnância, assim como sentia repugnância das verdades absolutas praticadas pelo seu pai em nome da união do proletariado e do campesinato. Essa cegueira em prol do que deveria ser cegava-o de revolta. Para se afirmar escolheu o outro lado da vida, o lado escuro onde a lua sufoca o sol. E enquanto caminhava um uivo profundo e surdo vibravam nos seus movimentos direccionados ao nada. Até que foi cair redondo de ombros encolhidos com a cabeça dentro do seu peito na fossa. Uma fossa tão exequerável que as pernas desproporcionais lutaram para sair.
Uma porta fechada na cara. Bem no centro da cara. Choro, murmúrios do outro lado. “Vai-te embora. Vai-te embora. Não voltes.”
No meio do nada. No meio da avenida do nada ficou. Vazio. Perdido. As suas pernas desproporcionais bambalearam. Caiu. Tentou levantar-se, Voltou a cair. Vazio. Cheio de dor. Duma dor tão profunda que nem um uivo surdo saía. Estrangulado se ergueu lentamente com todas as forças que podia ter. Vagueou pela a Avenida do Nada. Desembocou num beco onde o sol batia. Fechou os olhos para sentir o sol sobre o rosto. Alguém o beijou prolongadamente. Quando abriu os olhos não viu ninguém. Entrou numa outra rua que aparentemente não era um beco, pois desembocava num baldio. Caminhou de olhos abertos. Beijou alguém no pescoço e de seguida empurrou antes que quando olhasse à sua volta se sentisse novamente sózinho. Várias ruas, vários becos, vários beijos. Uns mais longos que outros. Mas continuava de peito vazio num uivo que agora saía aos soluços, mas na mesma estrangulado.
Quando nos seus olhos outros olhos se pousavam vacilava, mas não fugia. Aos poucos os olhos amoleciam navegando, navegando. Navegando à deriva procurando um porto de abrigo.
Mais tarde. Muito mais tarde, quando o seu uivo já saía mais cadenciado encontrou um porto de abrigo. Feliz ficou. Muito feliz ficou. O seu peito abriu e a sua suas pernas , a sua cabeça, o seu coração enrolaram-se nesse porto de abrigo. Se as suas feridas sararam não se sabe. Mas muitas criaram crosta.
Uma das crostas saltou. Talvez fosse a crosta que ligasse a parte direita à parte esquerda do coração.
Deixou-se ir. Navegando, navegando em si mesmo mas com um porto de abrigo ou vários portos de abrigo que o ancoram à terra, mesmo deixando-se ir. Navegando, navegando. Até levantar voo.

A piu
br, 24 de Outubro de 2012


 imagem: Inês d'Espiney

BOSSA LIDADE

A- Leviandade. Transtorna-me a leviandade.
B- O quê? Levo o Andrade? Quem é o Andadre? É uma marca de fritos?
A-Leviandade e boçalidade. Já percebi o que me tira do sério.
B. Aaaaahhh boçalidade. Eu cá gosto muito de bossa nova.
A-Aquele achar que já se tem intimidade, mas nem há um par de horas as pessoas se conhecem, mas já vem e já chegam num tu cá tu lá, nivelando por baixo.
B- Olha! Eu outro dia fui à baixa e comprei um LP, chiça! um CD,de bossa nova. O Roberto Leal não é o pai do Bossa Nova? O homem da loja a teimar comigo que não, que não era. Olha só me apeteceu dar-lhe nos cornos! Ainda por cima a dizer-me:”Voçês, portugueses, que nos vieram colonizar!” Olha, eu sou gajo calmo. E desde que vou à igreja escuto e sigo a palavra do senhor, mas na verdade só tinha fé de lhe partir a crambalheira.
A- Cramalheira! Não é crambalheira!
B- Ai! Também tu? Tu queres ver?
A- Vais me dizer que me vais à carmalheira! E nem sabemos o nome um do outro.
B- Olha pois é! Eu sou Benjamim.
A- Joaquim!? Logo vi!
B- O que é que isso tem haver?
A- Nada, nada.................. ihihih Joaquim...............................ihih

A piU
BR, 24 de Outubro de 2012

Silêncio e chuva


Silêncio
Alguns minutos de eternidade em silêncio
Solenidade
Silêncio profundo
Silêncio leve e profundo
Silêncio de bem querer
Silêncio, que o excesso de palavras esvazia o sentir
A demasia no entusiasmo camufla a dor
Silêncio para que a dor percorra lentamente esses eternos minutos
Silêncio para que a alegria de estar e recordar flua genuinamente
Silêncio para que o pulsar dum coração e dum último sopro se perpetue e se torne melodia
Silêncio para que os gestos se imprimam no espaço justos com o sentir.
Silêncio e imobilidade para que o movimento se torne contínuo para todo o sempre
Sem afirmações. Sem banalidades. Sem egos. Sem imposições
Apenas a proposição do silêncio para que um sorriso, uma lágrima, um cair da cabeça sobre os ombros brote justo. Sem medos. Sem fugas de nós mesmos.
Silêncio para nos voltarmos a encontrar num movimento contínuo onde os minutos são eternos

a piu
br, 23 de Outubro 2012

Silêncio


Uma  gota.
Outra e outra.
Vento.
Primeiro uma brisa, depois um vento mais forte.
Brisa morna.
O olhar fixo no verde das folhas que balançam.
Paz.
Vento. As árvores abanam
Nuvens juntas. Muito juntas. Unidas.
Promessa de aliviar o bafo quente que cola a roupa aos corpos.
Uma gota.
Várias gotas.
Carga de água.
Alívio.
Fuga.
Resignação.
A roupa colada ao corpo.  
Muitas e muitas gotas.
Cabelo desalinhado.
As nuvens acalmam, mas ainda estão negras.
Chuva torrencial.
Pés na terra enlameada.
Reconforto de sentir calor.
Um manso calor no cabelo desalinhado com muitas e muitas gotas ora quentes, ora frias escorregando até ao chão para depois se erguerem formarem novas nuvens.
E outra vez brisa morna que aquece os corpos molhados e alinha os cabelos desconchavados.
a piu
BR, 24 de Outubro de 2012