sábado, 11 de fevereiro de 2012

Rio-me. Rio-me porque tenho fome.Fome d vida, fome de justiça. E o que é ser justo? Rio-me quando tenho sede.Sede de calor. Rio-me de mim. Rio-me com o outro. Rio-me, porque também choro. Choro de comoção,de dor, de alegria, dos abandonos vãos. Choro porque também me rio. Rio-me da minha sublime miséria humana. Quando escarneço rio-me por dentro. Quando estou a gosto todo o corpo se ri. Rio-me do absurdo das burocracias, das oligarquias, das boçais hierarquias. E o corpo move-se da mesma maneira como se tivesse a chorar. Rio-me, porque dá saúde e faz crescer. Rio-me como um rio que corre, refletindo nas águas límpidas e/ou turvas o espaço envolvente. Rio-me para me encontrar e não estar só. Rio-me, porque o riso é um contágio, não contaminante. Rio-me e ao rir-me relativizo vou mais  fundo. Rio-me para mergulhar para lá do riso. Rio-me, porque gosto de me rir simplesmente.