terça-feira, 18 de junho de 2013

OH CIDADE

As ruas estão cheias. Massas de pessoas invadem ruas de muitas cidades quando se sentem invadidas. O que as move para sairem à rua? As massas assustam, porque poderosas.As redes sociais assustam, porque poderosas. No campus universitário o acesso à internet é suspendido por momentos. Coincidência? Quandoa as elites se levantam e se indignam o que acontece? Quem são as pessoas que sairam à rua e que encheram as praças, as ruas, as avenidas largas? Gente de todas as cores, tamanhos e feitios? E se abrissem as prisões onde 20 milhares de milhões de presos que por serem pobres e pretos (ai desculpem! não se pode dizer preto porque é politicamente incorreto e pode dar prisão! Mas não é politicamente incorreto o preto ser tratado abaixo de cão. Aliás há cães que são tratados como bonequinhos de luxo. Adiante) Quem saiu à rua? Foram os sem terra? Os sem abrigo? Mas esses na rua já estão! Quem saiu à rua? Foram os indios que desta terra pertencem, mais do que ninguém, mas que são tratados como intrusos inconvenientes? Quem saiu à rua deixou o alarme desligado dos seus condominios ou os dos condominios não saem à rua? As massas assustam. Se assustam. Formam opinião pública. As redes sociais assustam igualmente. Formam igualmente opinião pública. Que se saia à rua, que manifestemos a nossa indignação, que não tenhamos medo ou constrangimento de nos expormos nesse aspecto. A mim não me interessa que pratos comes, mas interessa-me se passas fome. A mim não me interessa que amigos tens, mas interessa-me se não estás só. A mim não me interessa onde passas férias, mas se tens direito ao lazer e a sonhar. Cada gesto quotidiano pode ser um gesto de mudança. Cada bater de teclado pode ser um gesto de mudança, nem que seja na reflexão. E que um dia, aqueles que nas ruas vivem ou em bairros degradados e insalubres possam também teclar e manifestarem-se com a mesma dignidade daqueles que ontem sairam às ruas das inúmeras cidades brasileiras.


A piU
18/06/2013


Oh cidade, ilusão
Que te veste de cimento e alcatrão
Não me encontro, nem a ti
Nos muros que fazem de ti prisão

Vamos fazer uma festa e dançar
Alegria de podermos cantar
Sem barreiras na maneira de pensar
E as palavras são montes a atravessar

Oh caminho, sem destino
Só tu sabes o que podemos esperar
Nossa aposta em criar
Novas formas de nos aproximar

Vamos fazer uma festa e dançar
Alegria de podermos cantar
Sem barreiras na maneira de pensar
E as palavras são montes a atravessar

Kumpania Algazarra

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