FALANDO POLITICAMENTO CORRECTO, CORRETO, CO RETO

Desde criança que escuto: quando urina um português, urinam logo dois ou três. Optei pelo verbo urinar para não me chamarem de malcriadona, muito menos de provocadora de desacato! Nããã! Enfim, esse ditado popular dá que pensar, porque de facto é verdade! Quando alguém sente a bexiga a apertar vai tudo por contágio. Como o bocejar. Agora pergunto-me porque é isso não acontece em outras situações? Em situações de outros apertos que requerem solidariedade. Talvez esse grupo de portugueses e portuguesas tenham ido urinar ou até mesmo bocejar. Talvez os seus manifesto não passem de bocejos por quem tem co tem medo. Volto a dizer que usei a palavra co, porque pretendo ser politicamente co reta. E na hora de maior aperto, desaperta! Não é nada comigo! Resmungo e grito, mas não é nada comigo! Considero ainda, eu cá também considero muitas coisas, que as manifestações e revoluções de trazer por casa já cheiram a alho. Dá cá uns azeites! Só dá vontade de atirar pães ao ar! E eu que gosto tanto de pão com azeite e alho!... Mas a falta de solidariedade que se vive há décadas e décadas não é mastigável, muito menos cosmetivel e tragável. O senhor detido e algemado por apresentar um cartaz "Demissão já!" foi colocado na carripana da bófia sem que ninguém, nem uma alma, se atravessasse à frente do veículo para impedir a passagem. É assaz curioso. Será que era por ele ser comunista? Os comunistas comem orelhas de criançinhas logo pela manhã! Dizem. Mas não deve ser por ele ser comunista, não. Se bem me recordo há uns bons anos atrás eu frequentei uma escola de Artes Dramáticas que por acaso quem a dirigia fazia parte do Partido Comunista, mas seguia o modelo francês de seleção de alunos. Ao fim de um ano descartavam-se de um ou outro aluno alegando incapacidade. Lembro-me de uma colega que foi despedida, para indignação de todos. Porém, não me lembro de mais ninguém a não ser eu a expressar a minha indignação e a pedir revisão na decisão ao diretor da escola. Bom, isto só para dar um exemplo entre muitos e tantos durante as décadas da minha existência vivida. Será que a falta de solidariedade está na massa do sangue? Espero que não.

A piU

 

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