sexta-feira, 11 de abril de 2014

INSPIRAÇÕES COM CORPO E ALMA

Hoje estive presente nos debates da hora de almoço. Debates informais, entre amigos. Mas um debate além de interessante, foi divertido porque me pôs a pensar em várias coisas. A discussão tinha a ver com "sacralizar" quem se admira e inspira, segundo um interveniente. E ele dava o exemplo do Che Guevara, da Frida Kahlo, entre outros. Para ele essas figuras deveriam ser uma fonte inspiradora e ser prestada homenagem. Fazerem museus deles, por exemplo. Para outro interlocutor venerar essas pessoas é uma contradição da proposta ideológica das mesmas, longo para ele não faz sentido 'santificar". Ainda nos rimos ao imaginar o Che Guevara com uma áurea à volta da cabeça e do punho fechado. Também consigo imaginar uma procissão com a Fridha e o Che feitos em cera em tamanho real. Seria interessante. 

Agora fora de brincadeiras. Fico a pensar, e porque não meditar, sobre a questão da espiritualidade e achoe tenho quase a certeza que todos nós temos necessidade de nos encontrar, de nos religar a nós mesmos. Como? Cada um encontrará o seu caminho e seus semelhantes para essa caminhada espiritual, que não tem que ver com dogmas, com verdades absolutas e certezas inabaláveis. Tem a ver, no meu ponto de vista, com uma escuta interna, com um silêncio que muitas vezes fica opaco no turbilhão das nossas ideias não respiradas. Tem a ver com estarmos ligados a nós e como uma folha branca estarmos disponiveis para que o tempo e o espaço se inscreva em nós nesse tal diálogo dialético. (ehehehe agora aproveitei para escrever sobre a dialética do diálogo, mas sem dicotomias. Aliás, elas até podem existir, mas não são estanques porque dialogantes. uffff uma viajem a na maionese, mas com algum controlo na loucura e no devaneio ;) )

Ontem encontrei uma frase do Saramago na programação de performances do SESC Campinas. Queria partilhar e escrever um pouco a partir dela. Procurei uma imagem do dito e fui dar a esta. E este senhor, que por acaso era ateu inspira-me bastante espiritualmente.  A frase fica para outro texto. Pois as inspirações são assim mesmo. Vão de texto em texto sem verdades absolutas. Caminhando com corpo e alma.

pipiripipiu
Brasil, 11.4.2014

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