O povo está com o MFA, o MFA está com o povo. O povo juntou-se ao movimento das forças armadas para pôr fim a uma ditadura fascista de 48 anos. Quem desencadeiou esse golpe foram os miltares para pôr fim igualmente a uma guerra colonial de causa perdida, que já durava há 12 anos. Exilados politicos em França, na Bélgica e outros países também se movimentaram, assim como a resistência que vivia na clandestinade no país, mas foi o movimento das forças armadas que deu inicio ao golpe militar.
Volvidos 40 anos não contemplar os capitães de Abril nesse marco histórico de extrema importância é revelador do momento em que nos encontramos. Se por um lado a comunidade Europeia está a virar à extrema direita, por outro o que dá para adivinhar é um temor que as Forças Armadas voltem a movimentar-se para acabar com este capiatilismo selvagem, que se denomina de neo liberalismo, que está a empurrar a população para o fosso. Enfim, uma espécie de Holocausto com contornos ainda mais sofisticados, pois as pessoas vão morrendo aos poucos por dentro ou dão termo às suas vidas pelas suas próprias mãos.
É importante lembrar que o MFA em 1974 agiu pacificamente. Deve ter havido um dois mortos em situação pontual. É importante lembrar ainda que 25 de Novembro de 1975 foi um golpe da direita para pôr fim à revolução em curso (PREC). É importante lembrar ainda, apesar de muitos desconhecerem, que no final dos anos 70 e durante a década de 80 muitas pessoas foram presas em plena democracia por fazerem parte da oposição à entrada de Portugal na comunidade Europeia. Foram presas por se alegar que eram terroristas de extrema equerda. Muitas dessas pessoas nunca vieram a praça pública relatar a sua versão. Algumas delas já faleceram. Outras ainda estão vivas e provavelmente poderão temer abertura de processo. Não sei. Mas sei que urge estarmos atentos.
Ana Piu
Brasil, 27.4.2014
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