Munir Mustafá no pé tinha um espinho. Só ele, consigo mesmo, poderia tirar aquele espinho para continuar a caminhar. Os povoados já juntos faziam Naima projetar o peito no espaço como uma estrela cadente. Já não sabia onde começava e terminava um povoado, por que essas fronteiras deixaram de existir, se é que alguma vez existiram. Naima olhava nos olhos daqueles e daquelas com se cruzava. Se sorrisem sorriria, se não sorrissem ofereceria o brilho do seu olhar. Naima girava sobre si, em espiral. Munir Mustafá tinha um espinho no pé. Naima soprava de longe para aliviar a sua dor, mas seria ele que com precisão de um cirurgião feiticeiro que teria de tirar aquele espinho do pé, para depois deixar-se levar pelos seus próprios pés nos caminhos que dançavam diante de si sobre um céu aberto. Um céu imensamente abertoooo a perder de vista.
a piu
Br, 8.11.2013
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