quinta-feira, 7 de novembro de 2013

BIA

Esta é a minha mãe no dia 8 de Agosto de 1968 junto às ameias do Castelo dos Mouros em Sintra. Esta é a Bia ( 17.01.1947/ 11.01.1985). É a minha mãe naquele tempo dos happy sixtie mais do  Maio de 68. Só que em Portugal nada disso chegou. A noite obscura  do fascismo só veria a finalizar no dia 25 de Abril de 1974...

Ontem bateu umas saudades de Lisboa, dos meus amigos, das noitadas na minha casa com crianças aos pulos, muitos comes e muitos bebes. Das longas conversas. De nos rirmos juntos de nós mesmos. Acho que isso é uma caracteristica muito alentejana. Como eu tenho costela alentejana. Olha!... A coisa pranteia-se nestes modos. Senti saudades dos almoços domingueiros com a familia. Saudades do mar e de peixe fresco. Enfim, aqui a emigrolas "refugiada" mesmo não fazendo tensões de voltar de vez em quando tem vontade de uns miminhos. É bom tere miminhos. Já nem falo dos da mãe. Enfim, enfim dessa trago aqui, cá dentro.  Olha! Tenho uma ideia! Vou dedicar-lhe esta do Zeca, já que se apresenta diante de umas ameias e os tempos pedem utopia!


UTOPIA, José Afonso

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo, mas irmão
Capital da alegria
Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
É teu a ti o deves
lança o teu desafio
Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso, a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio, este rumo, esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?

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