O VERDADEIRO E O FALSO
O falso pergunto ao verdadeiro:
- Porque me consideras falso?
- Porque não vejo o teu olhar.
- E não o sentes?
Aquele que verdadeiro se considerava calou-se. O falso que nada se considerava continuou:
- Eu sinto o teu olhar. Mas sabes o que acho de ti, que te consideras verdadeiro?
O verdadeiro, por se considerar assim, continuou calado. Aquele que
era considerado falso, apesar de assim não se considerar, sentia aquele
silêncio com algum desconforto. Gostava de dialogar. Há silêncios plenos
de comunicação, há outros silêncios que são silenciamentos, fugas para
parte incerta.
- Sabes o que eu acho de ti, que te consideras
verdadeiro? (...) (...) Não acho nada. Prefiro que achemos juntos alguma
coisa se é que é para achar algo ou simplesmente procurar sem nunca
achar. Sem nunca encontrar. Sè que no sè nada. Mas procuro saber.
Procurar em lugares improváveis outras verdades. Verdades momentâneas ou
verdades que sempre lá estiveram, escondidas por brincadeira. Só pelo
simples prazer de dar prazer a quem procura.
A piU
Br, Abril de 2013
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