quinta-feira, 4 de abril de 2013

CRIANÇA ANARQUISTA

Well I´m just out a school
like I'm real real cool
Gotta dance like a fool
Got the message that I gotta be
A wild one
Ooh yeah I' wild one

Iggy Pop, Real Wild Child

E penso. Repenso. Corro mais um pouco e paro. Uma corpo fica parado num dúvida de algo que antes era óbvio. Ingenuamente achava que era óbvio o que não é óbvio para muitos.Uma vez mais um balde de água fria. Ingenuamente achava que estar na escola e aceder a uma série de informações libertar-nos-ia para tornar este ridículo mundo mais respirável. Mas como a ridículitude é uma roupagem que até me acenta bem!... Gosto de me olhar rir-me do meu próprio ridículo. Mas não é um ridículo qualquer! Não! Um ridículo que tenha algo de ingénuo, que tenha algo de um impudor inocente. E o que é a inocência? Bom, agora estou com preguiça para citar Rousseau. Teria de ir conversar primeiro com ele e agora estou aqui à conversa para quem tiver paciência de me ler, nestes tempos de excessos. Excessos de informação, excessos de mercadorias, excessos de emotividades muitas vezes vazias de emoção. 

Bom, mas vamos direito ao assunto já que é no meu blog é no grupo que criei Sopa na Mosca que nos encontramos. Andando eu que nem mosquinha esvoaçadeira por blogs, grupos facebokianos e afins enfiando o nariz onde supostamente não sou chamada confrontei-me com umas baldadas de água umas vezes mais frias outras mais mornas. Confrontei-me com grupos com anseios de se organizarem enquanto movimentos sociais. Confrontei-me com grupos académicos e intelectuais, que sendo reflexo de toda esta imensidão que é o planeta, terra existem pessoas com diferentes perspectivas do que é ser e e estar nesta terra imensa que é o planeta. Ora umas acham que são uma coisa e agem de um outro jeito, outras tentam agir conforme falam, outras não falam e agem, outras só falam mas não agem e há outras que nem falam nem agem. Mas destas últimas questiono-me se o coração delas ainda bate e se o lábio inferior não estará roxo.

Há uns dias atrás entrei num grupo, que não vem ao caso identificar, e sim reflectir em cima do acontecimento. Entrei num grupo e um rapaz, um ser pensante e talvez atuante chamava a atenção para a importância de agir segundo os nossos princípios. E como grupo especializado que era em Antropologia sublinhava a importância de sermos coerentes na prática com aquilo que defendemos na teoria e de não nos esquecermos da nossa criança anarquista. Deixá-la respirar dentro de nós. 
Abelhuda como sou, agradeci num comentário ao rapaz. "Obrigada. Obrigada mesmo. Obrigada pelo seu texto e fazer-nos sentir que não estamos isolados." Um dia mais tarde quis voltar ao texto e copiá-lo para mim com a devida identificação autoral. Oooops já não encontrei a publicação. Eta lé leca! Eu já vi este filme! O melhor é partilhar as minhas inquietações num grupo mais restrito não vão bloquear-me outra vez o blog e deixar de ter acesso a mais um grupo académico. Sim, porque a mim interessa-me aceder a publicações que considero de valor e nem todo o pessoal académico vive numa vida quadriculada. Mas os redondos ou com desejos a redondos que tiverem de se encontrarem, encontram-se.

Depois, por brincadeira alterei o meu prefil. Assim como assim, quem me conhece sabe que é brincadeira. Cachondeo. Ironia. Sarcasmo. Trelé lé. Lu lu. Alterei o meu perfil e passei a viver no Texas depois de ter nascido no Alasca e estudado numa escola de Rock Punk.

Mais tarde entrei mum outro grupo académico que ditava uma série de regras. Uma delas é que só se permitiam publicações de interesse académico. Perguntei-me quais os critérios. Depois que não valia promoções pessoais. Voltei a perguntar-me sobre os critérios. Será que este texto que agora escrevo é promoção pessoal? Eu considero que não, mas há quem possa considerar que sim. Depois quando veio a parte da não permissão de perfis falsos logo pensei:"Já fiz.... m....!" JÁ FIZ DAS MINHAS! Seus malcriadões que pensavam que ia dizer uma asneirola com merda! Oooops já disse!...

Ora o que é isso do perfil falso? E se eu disser que estudei na Cambridge School e que sou do Canadá e que vivi na Patagónia entre os indígenas? Quem vai saber? Desde que a abordagem no diálogo tenha o respeito contemplado pelas visões distintas deste ridículo imenso mundo... Não há lugar para todos? Ou tudo tem que ser muito sério e compartimentado. Ou conhecimento não será a troca entre saberes e viveres? Ou este viver tem de ser sempre à trolitada onde se confunde rigor com rigidez.

Quanto ao menino Iggy Pop, de quem muito admiro, aquela última parte do clip mais parece um menino mimado cheio de guitarras lá por casa. Acho que é isso, por vezes os mimados que também são crianças anarquistas tem medo das crianças anarquistas que não são mimadas, mas que de vez em quando até são e que abanam os meninos mimados que até gostavam de ser crianças anarquistas. ufff como categorizar este enleio todo? 

A piU
Br, Abril de 2013


Iggy Pop - Real wild child (Olympia)


http://youtu.be/YRPkiHd0Rzc

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