quinta-feira, 18 de abril de 2013

CHICLETE COM BANANA

CHICLETE COM BANANA era uma daquelas revistas que dava sempre jeito ter à mão de semear. Desenhos loucos com histórias loucaças. Um forte. Uma barrigada de sorriso e riso.Dava sempre para encontar no alfarrabista, sebo em terras brasileiras. Eu tive um monte e num gesto de generosidade impensanda emprestei e nunca mais as revi. Bom, quando cheguei en terras tropicais entrei num desses sebos e perguntei pela revista já extinta. Não conheciam. Pôôô eu venho lá de terras lusas e na terra do Angeli, do Glauco e do Laerte não conhecem a revista num sebo?!! Conformei-me inconformada. Ontem na revista Piaui li uma reportagem sobre a "semi transexualidade" do Laerte. Tudo bem. Tudo numa boa. Porque não? Quem sou eu ou qualquer um de nós para interferir nas escolhas individuais e intimas de cada um? Mas só houve uma pequena coisinha que me incomodou. Uma coisa pequenininha: sendo o Laerte, supostamente, um rapaz da cultura underground que apesar de ser proveniente da classe média alta esteve envolvido com ideias sindicalistas e de oposição ao regime ditatorial dá importância a um transplante de seios? Não sei... Parece-me que há preocupações identitárias que são reproduções do lado futil da questão. O artigo ainda esmiuça quanto o Laerte ganha por mês, quanto ele gasta no aluguel e o valor da cirurgia. Talvez seja muito interessante essa informação para os queridos leitores de esquerda caviar que gostam de saber que o Laerte tem um papar de mamocas, mas questiono-me sobre o porquê da revolta que eles criam nos mais desfavorecidos num país de marcadas diferenças sociais. Há quem diga que o feitiço se pode virar contra o feiticeiro. Neste caso é punk da pesada pode-se virar contra o punk que já não é punk ou que nunca o foi. Isso também pouca importa. Talvez as porraloquices mudem consoante os tempos, os ventos de mudança. Muito louco assistir a essa "inversão de valores". No meu ponto de vista. Claro!

A piU
Br, Abril de 2013



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