quarta-feira, 3 de abril de 2013

O PONTO DE INTERROGAÇÃO ou O CHEFE DOS OUTROS DEDINHOS



Tou aqui com uma dúvida se é normal ter dúvidas. Duvido, todavia porém da normalidade. Contudo, no entanto hoje acordei duvidando de mim. Duvidando das minhas dúvidas. Mas o pior é que hoje ao me levantar dei por mim sem dúvidas. Olhei-me ao espelho e nem uma dúvida no olhar. Vasculhei as rugas de expressão e qualquer preguinha que surgisse timidamente do papo, antes de chegar ao pescoço. Mas nada! Nem dúvida, nem preguinha, nem papo. Tudo estático. Tudo certinho sem dúvidas. Por momentos respirei de alívio e conclui: "Se está tudo estático é porque vai ficar sempre assim como num retrato emoldurado." Saí de casa reconfortada. De repente parei. Senti um grãozinho de terra instalado entre a tira da sandália e o dedo chefe dos outros dedinhos. E agora perguntarão quem é esse dedo chefe dos outros dedinhos. E estará aí uma dúvida que passa a ser minha se eu não tivesse já resposta: O dedo chefe é o dedo pequenininho, o mindinho, aquele que nas horas de aperto, de quedas e catástrofes gravitosas se agarra ao solo, ao ponto fixo lembrando a nossa semelhança com beduínos, macacos e saguins. Hoje finalizo o dia com a dúvida se voltarei a ter dúvidas. Sacudo os bolsos e encontro um ponto de interrogação todo amarrotado. Amanhã de manhãzinha logo logo pela manhã, se o sol estiver bem disposto vou estender esse ponto amarrotado. Talvez precise de algum calor e ar fresco. Um alento para começar o dia logo logo de manhãzinha.

A piU
Br, Abril 2013

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