A revolução está cheia de clichés. A revolução deixa de ser revolução porque está cheia de clichés. E o conhecimento? Será, igualmente, um compêndio de clichés? A revolução são pacotes lindissimos, porém algumas vezes vazios? hmmmmmm pensando melhor... revolução é revolver as vísceras e deixar tudo como está. É berrarmos palavras de ordem, mas sem nunca nos ordenarmos numa organização orgânica. Numa organicidade sentida de dentro para fora, libertando o ser vivente do seu singelo, delicado e arrogante umbigo das maleitas por si próprio criadas. O anseio para uns tantos é que a revolução traga o antigamente. O conforto sem questionamento. O lugar ao sol. Uma carreira promissora num caminho sem sobressaltos.E então, num rompante de entusiasmo seja feito um brinde em copo de pé alto da Vista Alegre à Liberdade e à Revolução. A revolução está na moda. Mas o que será isto? Esta coisa que se denomina revolução? Oh messa! Saber dar? Saber receber? Saber receber... Saber esperar pela resposta, pelo retorno ao invés de propor em catadupa. Saber receber, disponibilizando-nos para outras propostas. Para propor. Valorizar as pessoas, mais do que ideias feitas. Ideias em pó misturadas com água a ferver.
A revolução precisa de líderes? E que líderes são esses? O pessoal quer líderes, mas não quer Quer, mas não quer. Não quer, mas quer. Talvez seja preciso haver uma revolução de líderes. E liderar o quê? Que vontades? Falamos todos a mesma língua? Comemos todos da mesma comida? O que nos une? A dificuldade de pagar a prestação ou a não vontade de estar dependente de prestações? Liderar e ser liderado é saber propor e saber aceitar e gerir propostas? Saber dar valor. Bom, nesse caso... Enfim... Partindo dos pressupostos e dos fins a revolução é um diálogo ou vários diálogos. É ter o prazer de conversar, de caminhar junto. Construindo o que se pode, como se pode e o que se quer poder. O poder de fazer sem anseios de vãos e mesquinhos poderes.
A piU
BR,20.01.13
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