terça-feira, 29 de janeiro de 2013

ELE HÁ DIAS ASSIM (SÉRIE LOGIAS DO ESCATÔ)


Um bebé chorão de óculos. Imagine-se! De óculos! E chorão! Não é um bebé careca, não. A sua franjinha até dá para fazer crista! Iuuuuu O dito bebé chorão primeiro lançou seus gorduchitos braçitos para receber colo. E nada!  Depois fez uma longa careta e um longo som amarelo esverdeado, odorizando o espaço. O bebé chorou esbugalhando os olhos e o seu arfar comprometido embaciou seus óculos Armani. Depois fez beicinho. Um beicinho que percorria o rosto, das bochechas até ao queixito. Depois berrou! E mais berrou! unhéééé´E como ninguém parava para o aparar, o pobrezinho adormeceu com a fralda quentinha e transbordante coladinha à sua delicada derme. Do  seu traseirito repleto de  pregas uma etiqueta de reconhecida marca  espreitava. "Mother Care".

Depois os anos passaram-se. Tornou-se um atleta vespertino disciplinado. Todas as tardes depois do seu emprego, que num pálido sorriso afirmava que o fazia sentir-se realizado, lá ía ele correr por entre o trânsito na via rápida que liga a sua cidade à capital. Num passo de caminhada Olimpica bamboleava as ancas, chocalhando os dois litros de água recomendados e bebidos pelo seu querido amigo e médico.

Naquele dia bebeu três litros! Uma sedeeeee! Depois de ter discutido com o chefe do seu chefe que não era chefe dele, mas era como se fosse bebeu água até mais não poder. Depois lançou-se à caminhada vespertina por entre buzinas e fumo de carros. Eis se não quando, uma fina e persistente vontade de urinar apodera-se de seu corpo disciplinado. Mas está quase a chegar, pensa. Mas os três litros de água não param de mexer e remexer. Passa por um centro comercial de bairro. Corre pedindo o favor de poder ir ao quartinho das necessidades. Ao quartinho do quê? De banho; De banho? Aqui não se toma banho!. E o sujeito cada vez mais aflito... Ao dabliu cê! Quê? O sujeito solta um odor convidativo à resolução do problema. Entra finalmente no banheiro. Passa-se meia hora. Uma hora. Duas. Três. As lojas devem fechar. Duas lojistas batem à porta depois de andarem ali às voltas se vai uma se vai outra. Uma voz timidamente viril anuncia que não pode sair. Está tudo num estado miserável!... Diz que ao tentar solucionar a borrada ainda fez borrada pior. Que quando entrou já não foi a tempo de evacuar no local indicado... A partir daí foi de mal a pior. Quanto mais tentava limpar, mais a borrada se espalhava...

As mulheres que atentamente escutavam tal façanha fazem um esforço imenso para não rir. Depois de tudo limpo e resolvido o mulherio escracha-se no chão em imesuráveis gargalhadas.
Aliviado, o homem quer agradecer-lhes  pela ajuda naquele momento tão dificil de sua vida e pergunta:" Aceitam um convite para uma feijoada com caipirinha?"

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