terça-feira, 16 de outubro de 2012

Obstinações obtusas


Da minha infância guardo algumas memórias. Umas obstinadas, outras obtusas. Obstinadamente tentava de pé, como o meu irmão e os meus primos a aliviar uma das principais necessidades fisiológicas (será que existe alguma destas necessidades que não é principal?). “Logicamente” que o resultado era catastrófico. Uma espécie de tsunami em ponto pequeno. Cócoras! Cócoras, menina!!!
Quanto à obtusidade surge aquele reclame (ããã gostaram da expressão vintage para spot publicitário?) do Restaurador Olex. Obtusidade essa que se veio a confirmar há precisamente 12 anos. De repente, na hora de dar à luz, aqui a menina, aliás o corpo da menina só pedia para estar de cócoras. Mas ele há razões que nem sei se a própria ciência desconhece ou conhece ou finge desconhecer. Tinha de me deitar com as malditas contrações e empurrar com as pernas e puxar pelos braços. Enfim, uma espécie de número de circo dum ginasta olímpico chinês que pratica a sua arte de contorcionismo e controlo físico desde os 2 anos e 7 meses. Já quase a chegar aos 3 com a mestria de tudo fazer na perfeição.
Eis se não quando sai de meu redondo ventre uma criatura de tez parda, de traços andinos... Aaaaahhhh a gringa andou fazendo das delas! E a gringa, muito a custo de lagrimita comovida no canto do olho, diz das dela:” Deixe-me só olhá-la e tirar-lhe a pinta para saber que é A MINHA. “ E a gringa de olho azul e branquela, depois daquela trabalheira de parir que é o equivalente a um sprint a um estádio Olimpico, nem pode recostar o seu bebe andino no peito, como vem nas revistas da especialidade. Bom, e se não é natural tudo o que o Restaurador Olex planfeteia, para a gringa o que não é natural é não parir de cócoras quando o corpo pede, é não cheirar e sentir o seu bebé depois deste ter andado uma catrefada de meses a fazer piscinas cá dentro. Bom, mas bom ele há há razões que a razão desconhece ou finge desconhecer.
Um brinde à Nina!

A piU
Br, 16 de Outubro de 2012

Sem comentários:

Enviar um comentário