Havia um
país que era o país das fadas. Aos seus habitantes disseram-lhes,
prometeram-lhes que viveriam felizes para sempre. No país das fadas a morte
anda escondida por detrás dos arbustros e todos achavam que ela não existia,
que era pura ficção. No país das fadas haviam duendes que diziam que nunca
ficariam doentes. Haviam também gnomos que comiam laranjas aos gomos e fingiam
que estas não azedavam. Nesse país também haviam ogres com corpo musculosos, esculpidos
e tatuados. Haviam, também,bruxas boas. Aliás boazonas. Umas brasas!
Enfim, o país
das fadas era um país onde todos viviam felizes para sempre. Ou quase quase sempre.
Pois certo dia alguém surgiu do horizonte com a roupa vestida do avesso,
alegando que desta forma afugentaria as bruxas. A morte de trás dos arbustro
riu, riu e riu a bandeiras despregadas. Gargalhou tanto, mas tanto que todas as
bandeiras despregou e esvoaçaram pelo ar em todos os sentidos sem eira nem
beira. Bandeiras aos sete ventos sem sentido. Já nada para dizer. Já nada para
afirmar. Tanto vento. Um temporal. Uma ventania que tudo destapou e a morte ali
ficou, esperando quem a viesse abraçar. Uns com medo dos ventos de mudança a
ela se abraçaram. Outros ergueram bandeiras a meia haste em memória dos finados.
E uma voz
fininha se fez ouvir:”Hei! Hei! Que é do rei? O rei fosse! O rei vai nu! Viva
eu viva tu!”[1].
Depois, aos
poucos, um aglomerado e mais tarde uma multidaão voziveirava: ‘DOG SHAVE THE
QUEEN! DOG SAVE THE QUEEN!”
A piU
Br, 5 de
Outubro de 2012 (comemorações da Instauração da República Portuguesa a 5 de
Outubro de 1910)
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