Tem a Seraphine, a Camille, a Francoise, a Olga, a Marie, a Maria, a Mariana Alcoforado, tem a Joana, a Simone, a Rita, a Elis, a Paula, a Rego, a Vieira, a Da Silva, a Hilda, a Hilst, a Lispector, a Clarice,Tem quem nem o nome será lembrado na História. Tem aquelas cujo nome será lembrado, mas com lacunas de memória. Tem as pensadoras, as amantes, as musas, as sonhadoras, as apaixonadas, as enlouquecidas por nunca poderem ter sido na plenitiutude o que desejam ser e eram realmente. À Paris, une village trés chique, que tem a o glamour que tem pelo fluxo de estrangeiros. Porque é mesmo assim! Os lugares crescem e ganham relevância pela diversidade. Ah pois é! O estrangeiro assusta, porque aparentemente diferente, mas os seus questionamentos, a sua energia que brota por não estar na zona de conforto é o tsunami que vem enriquecer o lugar. Quer se queira quer não. Bahhhh oui! Ecoute le monde! À Paris, que para alguns ainda é um deslumbramento à século XIX, tem o museu d'Orsay, o Museu Picasso, o Museu Rodin e outros tantos museus que fazem as maravilhas dos turistas como dos amantes e praticantes das Artes.
Mas quem está por detrás de Picasso, de Rodin? Que mulheres são essas que enlouqueceram, se suicidaram em função de relações com seres considerados geniais? Que preço tem essa genialidade a tocar a insanidade? Quem são essas mulheres, que por serem mulheres foram abafados pelo preconceito e os preceitos de épocas históricas especificas? Quem é essa Simone de Beauvoir que nunca teve filhos e foi emancipada? Quem é essa Anais Nin emancipada mesmo para os dias de hoje? Quem somos nós? Homens, mulheres que hoje deambulamos pela contemporaneidade louca e conservadora, a dar ares de emancipada que de maneira geral ainda castiga as mulheres por serem mulheres, que as castiga por terem filhos, que as castigas por serem ou quererem ser autónomas, que as castigas porque ainda vivemos numa lógica judaica-cristã com discurso diabolizante que a religião muçulmana é opressora. E nós? Nós, os ocidentais em pleno século XXI, não nos oprimimos mas de modo politicamente correto quase a estalar para o escancarado'
Váááá! Num vem qui num tem!
A piU
Br, 4 Agosto 2013
imagem: Camille Claude, escultora, amante e assistente de Rodin, internada num hospício durante 30 anos até à morte
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