terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

HISTÓRIAS SEM TABUS


É importante uma universidade acolher estrangeiros. Como é quase óbvio quem vem de fora tem uma perspectiva que pode transitar entre a familiar e o estranhamento. Acolher estrangeiros são lufadas de ar fresco, são como portas e janelas para abanar tudo o que estava ou aparentemente estava no seu lugar. Muitas vezes temos ideias pré concebidas daquilo que somos e do que o "outro" é. Porém, no ao vivo e a cores, no encontro e confronto com as semelhanças e diferenças talvez cheguemos à conclusão que o que pensávamos acerca de determinado assunto não era bem bem aquilo. Como europeia, portuguesa e porque não brasileira ? sinto algum constrangimento da História que se ensina na escola desde a mais tenra idade.Chega a ser uma piada de muito mau gosto.

No caso da História de Portugal o que se aprende são as batalhas, os reiizinhos e seus poderes aliados ao clero, E o "grande feito" que foi explorara as colônias e por aí vai... Porém quem estiver minimamente atento percebe que os imperialismos são saques e genocídios sem justificação que valha. Nada justifica um Império.

Quanto à História que se aprende no Brasil ainda estou tentando entender, mas parece-me que é igualmente uma piadinha de mau gosto onde os fatos são alterados ao ponto de o brasileiro comum, que até pode ser descendente de índio mas muitos não o são, acharem que foram colonizados... E nem sequer considerarem que esse projeto colonialista ainda continua em curso, matando diariamente índios, negros e pobres. Chega a ser constrangedor essa visão da sua própria História, como é igualmente constrangedor o português comum assim como o europeu comum olhar o emigrante brasileiro com preconceito e vice versa, o brasileiro comum olhar o português com preconceito, incluindo os latino americanos. Os franceses, alemães e outros cidadãos do dito primeiro mundo são vistos com deslumbramento como se a sua História não fosse imperialista e colonialista.

No fundo, no fundo somos massa do mesmo pão. Somos seres vivos que tendo oportunidade de mergulhar na vida, com livros, com praias, com matas e outros mares talvez nos possamos aproximar com mais qualidade uns dos outros. Sem preconceito e com um conhecimento mais curioso e quiçá mais generoso de quem somos e do que fazemos aqui.

A na piU
Brasil, 25.2.2014



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