terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

À CONVERSA COM PESSOA

Não sei quantas almas tenho.

Cada momento mudei.

Continuamente me estranho.

ALGUMAS  ME VEJO  E OUTRAS ME ACHO.

De tanto ser, só tenho alma. 

MAS TAMBÉM TENHO CORPO

Quem tem alma não tem calma.

QUEM TEM CALMA TEM ALMA

A ALMA TRAZ CALMA

POUSANDO NA MÃO, NA PALMA

Quem vê é só o que vê,

Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,

Torno-me eles e não eu.

NO NÃO LUGAR

SOU EU

SOU ELES, ÀS VEZES

SOU O NÃO LUGAR

Cada meu sonho ou desejo

É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem,

Assisto à minha passagem,

DiversA, móbil e só,

Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo

Como páginas, meu ser

O que segue não prevendo,

O que passou a esquecer.

PREVEJO QUE NÃO ME PREVEJO

O QUE PREVEJO QUE NÃO SEJA UM BEIJO

PELO INSTINTO ME AFASTO

ENQUANTO ISSO ME BASTO

BASTO-ME

Noto à margem do que li

O que julguei que senti.

Releio e digo: «Fui eu?»

SIM, FUI EU

FUI EU, SIM

COM EXPECTATIVAS ALTAS

E OUTRAS ASSIM ASSIM

SENTIMENTOS sabeM, porque escrevI, ESCREVO E ESCREVEREI.

(CONVERSANDO com Fernando Pessoa...)

Sem comentários:

Enviar um comentário