quarta-feira, 20 de julho de 2016

UMA PORTUGUESA EM TERRAS DE BARÃO- algumas considerações sobre os conceitos de "cosmopolitanismo" e "provincianismo"

Ser provinciano não é obviamente viver fora dos grandes centros. Pode-se sim viver no centro da grande capital e ter um olhar tão estreito como quem nunca saiu do isolamento do alto da montanha. Viver no alto da montanha também possibilita um olhar mais abrangente e obviamente mais panorâmico. Já não lembrando que o silêncio é muito importante para ter um entendimento maior do que se anda por aqui a fazer, já que não viemos cá só porque sim.

Na mesa do lado uma conversa sobre o meio académico desenrola-se, entre uma jovem senhora dos seus 65 anos e um jovem moço dos seus 30 e tantos. Estou aqui vai que não vai para agradecer esse momento, em que como uma voyeur ouço a conversa. Rapidamente faço algumas anotações da mesma: "Não se restringir ao lugar. Fazer ligações com o que já se conhece. Você só É quando não se vincula por completo. / As pessoas só pensam em publicar e fazer carreira/
Amar sem amarras/ Sbjugar o conhecimento do outro é uma prática constante que é urgente erradicar. Não ter medo de questionar e enfrentar o provincianismo e as relações viciadas."

Nestas breves anotações praticamente tudo foi dito em relação ao que é ser provinciano e cosmopolita. Podemos dissertar acerca do assunto. Mas um pensamento enxugadinho com os seus devidos silêncios muitas vezes é muito mais efetivo.

Ana Piu
Brasil, 20.07.2016

A nau dos insensatos- Bosch



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