segunda-feira, 11 de julho de 2016

Ana Piu 6 h · AS GRANDES CAUSAS CUJOS EFEITOS SÃO FUNDAMENTALISTAS, acerca de Deus e Fidel, da fidelidade a Deus, da fidelidade a Fidel como um Deus, assim como o exemplo do Brasil e a sua resistência à verdade

O fundamentalismo é fundamentalmente fundamentar que todo e qualquer fundamento alheio a esse fundamentalismo é infundamentado. Grandes e nobres causas podem ser usurpadas e transformadas em fundamentalismo.
O fundamentalista pode ou não estar provido de argumentações aparentemente sólidas. Porém, essas argumentações não se sustentam porque obviamente são fundamentalistas, logo o oposto de dialogante.
Para defender essa nobre e grande causa, que é segundo o fundamentalista a saída para a Humanidade, toda e qualquer porém é refutado. Pode até haver provas que esse sistema fundamentalista, que dificilmente é proposto e sim imposto, tem as suas idiossincrasias. Mas! Como bom fundamentalista, este vai defender com unhas e dentes uma bela duma mentira aliado à injustiça causada por esta. E porque vai defender? Porque ou é conivente com essa mentira ou porque por desconhecimento defende uma causa maior. Normalmente as pessoas não querem ser desiludidas nas suas grandes causas. Veja-se o exemplo do intelectual de esquerda norte-americano que antes de virar costas à amiga cubana (de esquerda#, mas critica do regime de Fidel) do meu amigo respingou indignado que o que ela falava de Cuba era mentira. Que era mentira que as pessoas são iguais na escassez de bens básicos, que existe uma elite cubana e que o embargo é um álibi que já não serve. Mas para o convicto intelectual de esquerda dos States os 30 anos de vida num regime cubano não eram importantes diante das suas teorias e idealizações.
A mentira é um vício, um modo de operar. É muito fácil habituar um povo à mentira, à verdade como um tabu. Veja-se o caso do Brasil. É constrangedor a imagem que passam para o mundo. Em nome de Deus fazem um golpe anti democrático, incriminando uma presidenta injustamente por atos não cometidos, num consílio de torturadores da própria durante a ditadura militar que durou oficialmente entre 1964 e 1985. Isto é um exemplo da argumentação rasa que “vem de cima para baixo”.
Mais constrangedor ainda é perceber que muita gente no dia-a-dia comporta-se assim: na difamação, na mentira, no virar as costas ao que é justo que é vivermos do nosso trabalho com dignidade sem passarmos por cima uns dos outros. Podem até bradar a Deus, erguer o punho em nome dos trabalhadores do mundo inteiro, mas se o coração carrega mentira… Fundamentalmente é raso, com uma saída planetária muito estreita assim como para a Humanidade. Sim, porque não conheço nenhum outro animal fundamentalista, conivente com a mentira, além do bicho homem. E quando a base de tudo é o colonialismo secular temos de rever o karma individual e coletivo. Urge rever esse karma. É um direito e um dever que nos assiste. Porém! E esse porém é muito importante! O nosso trabalho, a sua qualidade, a sua honestidade fala muito mais alto que a mentira. Quando acreditamos no nosso trabalho nenhum artifício, nenhuma mentira pode derrubá-lo! Se o trabalho liberta, nós acreditarmos no mesmo e não permitirmos que o espezinhem ainda é mais libertador!
Ana Piu
Brasil, 10.07.2016
# Com brevidade, ser de esquerda é defender politicas públicas acessíveis a todos. A saúde, a educação, a habitação, assim como água potável e comida para todos. Assegurar a dignidade de todos aqueles que fazem parte dum sistema social e que trabalham para ele. O direito a ficar doente, envelhecer, engravidar e procriar com um respaldo social. Mesmo aqueles que querem estar fora do sistema, estão dentro dele duma maneira ou outra, embora possam propor para a sua vida algo mais sustentável. A questão da esquerda estar desunida é porque ainda não se erradicou as pequenas grandes relações de poder, fruto do ego.


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