quarta-feira, 20 de julho de 2016

UMA PORTUGUESA EM TERRAS DE BARÃO

Ao que consta região de Campinas foi umas das últimas a erradicar por completo a escravatura. Isso não significa que outros módulos da dita escravatura não sejam aplicados, dada a lógica neo liberal vigente, em que a precariedade passou a ser algo quase natural nas relações de trabalho.
Barão tem uma especificidade, entre outras. Nela está localizada um campus universitário, suposto lugar de desenvolvimento do conhecimento. Já da sabedoria, vamos combinar que é algo que é em considerável parte menosprezado, visto a competição ser o mote.
Também podemos encontrar coletivos com espírito de cooperação. Obviamente os coletivos, assim como as instituições são constituídas por seres humanos, falíveis, com os seus egos por esculpir. Existem aqueles e aquelas que estão nesse caminho. No caminho do desapego do ego. Esse grande desafio duma vida inteira. Outros e outras ainda que em nome da transcendência exercem as suas pequenas relações de poder.
Como portuguesa, penso que tenho o dever de me posicionar e informar diante dos eventuais escárnios pela minha dita nacionalidade, assim como dos eventuais equívocos até respeitosos que o colonialismo foi e é exercido nas colônias com a lógica da vassalagem. Logo, existem outras frentes, outras resistências que não compactuam com essa lógica. Uma delas é compactuar com os latifundiários da cultura popular. “Ué! Como assim? A CULTURA POPULAR NÃO TEM DONO! POR ISSO É POPULAR!”, Dirá um senhorzinho lá do meu do sertão.
Assim deste jeito maneira, dedico este texto a todos nós que defendemos de corpo e alma a cooperação e a cultura, a arte como um bem essencial para todos. Sem latifúndios nem escravidões. E sim numa lógica de coletivo onde se troca construtivamente. Dedico em especial ao querido José Afonso, meu conterrâneo, pela integridade, anti fascista e anti imperialista que desde os tempos da dita dura reverenciou a liberdade.
Ana Piu
Barão Geraldo, 20.07.2016

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