Não se pode escolher idéias esperando que estas mudem. É necessário escolher condições de vida e de trabalho.
Deve-se ser "a-social" se quiser criar um exemplo contrário à sociabilidade da injustiça.
Deve-se ser "a-social" se não quiser aceitar as regras do jogo no qual você está perdido e amarrado. Deve-se tornar alguém se quiser romper ao menos uma malha da rede e encontrar outro espaço, outras relações.
Deve-se ser "a-social" se quiser transmitir sua presença e sua ação aos que amanhã poderão se confrontar com suas experiências, a partir do seu rastro.
Não deve reduzir sua presença ao momento presente, a este lugar, às suas relações atuais, às perguntas que lhe fazem hoje.
Talvez por isto você é apolítico? O que é a política? Não é a arte do possível?
Deve-se ser "a-social" para realizar o seu possível.
imagem: Odin Teatret, Roberta Carreri
in: BARBA, Eugenio "Além das ilhas flutuantes", Editora HUCITEC, Editora Unicamp SP- Campinas 1991
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