quarta-feira, 20 de julho de 2016

A ANÁLISE DIALÉTICA DA DECLARAÇÃO DE AMOR

Nesta sessão, Hossman vai analisar o sentido do amor com uma dialética cujo sentido da palavra quando inserida numa construção frásica altera a representatividade para o interlocutor.
Vamos então a dois exemplos: quando alguém declara para outro alguém: “ Eu te amo, mas não sei porquê.” E um outro alguém ainda declara para esse mesmo alguém que já escutara a primeira frase do primeiro alguém: “Eu acho que te amo”.
Ora vejamos. Segundo Hossman, o primeiro declarante demonstra nitidamente uma falta de foco no seu sentir. Diante da injustificativa, o interlocutor retira-se sem consequências de maior para um sentir mais profundo. Para a autora, que trabalha com conceitos Zimelianos e Lorizistas, o amor é a consequência duma admiração nutrida a médio, longo prazo e consequentemente um cuidado fruto dum bem querer.
Relativamente à segunda declaração: “Eu acho que te amo” . Estamos perante uma vacilação no sentimento. O interlocutor ama, mas não quer assumir. Fica em cima do muro observando as ondas temporais, correndo o risco de se dispersar facilmente, pois lhe é difícil assumir para si mesmo que ama. Nessa dificuldade a admiração está presente, assim como o cuidado mas numa espécie do tipo do género de ambiguidade interrompida e recuperada de quando em vez.
Se no primeiro caso a declaração é inconsequente, no segundo a consequência dá-se através das ondas temporais, do amadurecimento do sentir. Finalizamos assim a sessão de hoje citando Hossman: O amor é um gajo maduro.
Ana Piu
Br, 20.07.2016


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