No caminho de terra os pés sentem a sua maciez e a rudeza. Povo bonito é povo que dança e ri sem pedir autorização para ninguém. Povo bonito é povo que se mistura, dança e ri junto.
Ontem a chegar a casa os avisos eram claros que o apartheid vigora no Brasil e que se confirma irónicamente numa povoação onde se situa um polo de supostas cabeças pensantes. Um polo universitário. Mas não sejamos ingénuos !(confesso que eu sou, de vez em quando) Terconhecimento não significa ter sabedoria. Quando a lógica é de capital cultural a sabedoria é ridiularizada pelos doutos, pois para estes o que soa a auto conhecimento e auto ajuda é algo desprezivel porque nada cientifico (?!...)
Ontem a chegar a casa os avisos eram claros que o apartheid vigora no Brasil e que se confirma irónicamente numa povoação onde se situa um polo de supostas cabeças pensantes. Um polo universitário. Mas não sejamos ingénuos !(confesso que eu sou, de vez em quando) Terconhecimento não significa ter sabedoria. Quando a lógica é de capital cultural a sabedoria é ridiularizada pelos doutos, pois para estes o que soa a auto conhecimento e auto ajuda é algo desprezivel porque nada cientifico (?!...)
Ontem helicopteros sobrevoavam o lugar, por cima da minha casa. Uma sensação de estado sitio. Grupos de pessoas ( a maioria rapazes de tez morena e/ou negra) eram parados e colocados em sentido de mãos colocadas na cabeça pelas forças policiais na avenida e praça que antecede o meu bairro.
São nesses momentos que penso o que estou aqui a fazer no Brasil... EU AMO O BRASIL E ESTE POVO (os elitistas dispenso, mas não lhes quero mal. Somente desejo que abram o coração e a pestana). Por isso questiono essa barbárie que se naturaliza. Eu não sou adepta das forças de "segurança pública" seja aqui seja na Alemanha, França ou outro Estado considerado mais democrático. Quando as justiças sociais fazem parte das politicas públicas a violência é menor. Para todos os efeitos a violência normalmente começa de "cima", quando a educação de qualidade não é assegurada de forma democrática.
Vivermos a rua é ato de cidadania. Pessoalmente não curto pancadão, funki e essas sonoridades taquicárdicas. Mas quem curte que curta. Nós somos a música que escutamos e nessa música o que sinto é um grito do Ipiranga como era a música punk rock dos anos 70, 80 e 90. Essa eu curto. A punk rock. Estigamtizar as pessoas que escutam essa música gera violência. Quem se sente estigmatizado normalmente sente revolta e se for reprimido sentirá ainda mais. Parece-me lógico.
Ana Piu
Brasil, 06.02.2016
Brasil, 06.02.2016
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