quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

E O CARNAVAL À PORTA

" Na melhor das hipóteses, então, o anarco-primitivismo é um rótulo conveniente usado para caracterizar diversxs individxs com um projeto comum: a abolição de todas as relações de poder. Por exemplo, estruturas de controle, coerção, dominação e exploração. E a criação duma comunidade que exclui tais relações." (John Moore- uma introdução ao Anarco- primitivismo)
Correm uns boatos que cá no burgo vai haver repressão policial, pois uns querem proibir o Carnaval! Utla!... Tenho uma ideia! Fantasiarmo-nos todos de evangélicos ( Pessoal evangélico que conheço e que prezo! Digo isto, porque vocês bem sabem que há uns evangélicos chatos e invasivos que é de bradar aos céus!)
Não podemos esquecer que o Carnaval já foi entrudo e que as suas origens são pagãs, das quais a igreja católica se apropriou. No fundo, no fundo a maioria de nós é pagão reprimido.
Por outro lado o Carnaval serve para colocar a ordem social de pernas para o ar, criando espaços de fantasia e utopia.
Por outro lado ainda, e é aqui que quero chegar, o Carnaval é um deboche. Pois... Um deboche sexual também. Outro dia ouvi uma palavra maravilhosa! "Putismo". Assim: "O Carnaval é um putismo." Confesso que achei graça de tão certeiro que é. Mas agora digo ou pergunto: O putismo não é um perpetuar de relações de poder em que as satisfações carnais não passam de egos desconectados de si mesmos? Uma coisa estou ciente para mim, cada um sabe de si, putismo não é o mesmo que amor livre. Amor livre é nos realizarmos juntos, uns nos outros. Numa valorização e honra do outro e de nós mesmos. Já o putismo... É putismo, um estádio ainda por amadurecer em relação ao celebrar do desejo. É um ismo pautado por relações de pequenos, médios e grandes poderes do ego onde o medo e a insegurança, assim como a falta de amor próprio estão presentes. Que no fim da festa a pessoa pergunta-se: " E?..."
Assim como assim prefiro ser primitiva urbana, cosmopolita rural.
Ana Piu
Br, 02.02.2016


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