OS MOTIVOS QUE NOS MOVEM, DE QUE LADO QUERO ESTAR E AO LADO DE QUEM

Quando comecei a fazer teatro aos 16 anos na escola o professor que, por acaso ou não era de filosofia, orientava o grupo dizia-nos: " O que faz cada um vir para o teatro é variado. Uns querem se divertir, outros se desinibirem, outros veem como uma forma de expressão pois acreditam que a poesia pode mudar o mundo, outros porque querem aparecer e serem famosos (?...) 'Enfim, há de tudo. Porém, quando decidimos fazer algo e nos dedicarmos a tal essa é a grande questão! O que nos faz estar ali.

Pessoalmente não encontro necessidade panfletária e/ou partidária na arte.É redutor. Ah! Repare-se que durante vários anos nunca me apresentei nem como atriz nem como palhaça. Fazedora de teatro. Assim era!
Hoje não tenho problemas nenhuns de considerar que me dedico à arte. Quem se dedica à arte é artista. Sem caganças! Claro! Sem complexos de superioridade. CLARO!

Por outro lado ainda, como cidadã, mulher, mãe, trabalhadora, estudante e artista não posso aceitar o inaceitável que é silenciar-me a todo e qualquer tipo de guerra, regime autoritário e/ou totalitário. Seja da direita, esquerda e dos dois lados ao mesmo tempo. Se o fizesse seria negligente, compactuante duma injustiça. Acima de tudo hipócrita com valores que considero imprescindíveis como a dignidade humana, independentemente da etnia, credo e outros aspectos que nos diferenciam e assemelham uns aos outros.

Publicamente declaro que quero estar do lado de quem olha todos os lados e que não se silencia por conveniência individual. Pois no caso, MELHOR PALHAÇO MELHOR SER HUMANO. E isto aplica-se a todas as profissões. Que os judeus não sejam mais perseguidos nem que persigam os árabes. Que a velha Europa pare de ser arrogante e por aí vai.Agora não vou falar dos norte americanos porque o meu estômago anda muito sensível.
Em suma, que sejamos mais pacifistas.

Ana Piu
Br, 03.02.2016