quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A LÓGICA DO PACOTE ( série: quando a liberdade e a repressão dançam juntas)

Hoje, às doze horas e quatorze minutos do horário de Brasilia, afirmo publicamente que é LIBERTADOR dançar debaixo de chuva, apesar de estarmos ladeados de mais 20 carros da policia para um número de pessoas que não justifica esse aparato. Bem feita para os comerciantes que apoiaram essa repressão e viram os seus estabelecimentos fechados mais cedo pela fiscalização, perdendo a oportunidade de lucrarem. O famoso efeito boomerang.
Enfim, voltando, essa é uma das belezas naturais deste país tropical. Dançar na chuva. Declaro ainda que além de me sentir uma criança pequena, daquelas que se divertem com a chuva quente e com as cascatas de água que atravessam a rua, É MUITO SENSUAL estar no meio de pessoas molhadas a dançarem, cantarem e tocarem.
Agora esta parte aqui da sensualidade tentarei ser clara para não dar azo a mal entendidos. Não sei se é da idade ou o momento da minha vida acrescido ao meu feitizinho, não quero ser confundida com putismo. Olha eu e os ismo!?!?! Oh lá lá! Para todos os efeitos é nessas alturas que eu me sinto de facto estrangeira e quem sabe uma ET.
Sensualidade são os corpos livres que se propõem e não se impõem. A sensualidade não é nem ostensiva nem predadora. Sensualidade é a liberdade e o desapego do ego, vaidade e caprichos de desejos imediatos em que o pacote está cheio de vácuo. Sensualidade é, para todos os efeitos, a criança livre que trazemos dentro de nós. É espontaneidade sem ferir o próximo. (esta última frase parece um pouco beata, mas acredito nisso). Liberdade e sensualidade é sermos quem somos sózinhos ou acompanhados com boa energia, sem competições e ansiedade, com respeito por si mesmo e pelo outro numa viagem de subtileza e delírio!
Ana Piu
in Braziu 08.02.2016


Quando a liberdade e a repressão convivem lado a lado tal qual condomínio fechado com favela.
Esta é a imagem que se vende do Brasil e da mulher brasileira para o mundo. Considero raso, pois é a lógica do pacote cheio de vácuo. É cultura de que todos e todas tem de ser muitos gostosonas e gostesões.. Ufa... que preguiça!



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