A questão é que conhecimento nem sempre é sinônimo de sabedoria. O que encontramos muitas vezes nas escolas e universidades é uma feira de segregações sociais, culturais que se manifesta em autoritarismo como herança dum passado próximo que foi a ditadura militar e ao limite uma herança oligárquica colonial.
Como cidadã europeia de nacionalidade portuguesa só posso lamentar. Lamento pelos antepassados e pelos contemporâneos que dão continuidade à lógica de vassalagem.
Verdade seja dita que num primeiro momento pensei fazer mestrado em Berlim ou Copenhaga. Procurei escolas para as minhas filhas menores e eram as escolas públicas que me indicavam. Aqui quem entra normalmente na universidade pública vem da escola privada. E há uma estigmatização de quem vem da escola pública. Mau gosto. Mau gosto. Não esquecendo que a universidade pública é paga pelo cidadão comum que contribui com os seus impostos. Não esquecer nunca isso.
Ao chegar na Unicamp deparei-me com uma realidade da qual eu não estava avisada nos meus quarenta anos de existência e 20 como profissional das artes cênicas, querendo e desejando dialogar com a Antropologia Social. Agora não é o momento nem o espaço para dissertar sobre booling acadêmico e todas as violências psicológicas fruto duma feira de vaidades de mau gosto. Só espero que a geração dos nossos filhos e netos façam a diferença para um sistema mais "francês" ( visto ser tão chique citar a França) de liberdade, fraternidade e igualdade. E porque não fazermos um minuto de silêncio em memória ao pacifista e mentor da descolonização da Índia, Mahatma Gandhi falecido a 30 de Janeiro de 1948?
Ana Piu
Brasil, 16.02.2016
Gandhi durante a juventude na Inglaterra, por volta de 1889. |
Ver: http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,unesp-e-unicamp-tem-dificuldade-de-atrair-alunos-da-rede-publica-em-cursos-concorridos,1090707
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