terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

SER EDUCADO É SER EDUCADO POR UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE PARA TOD@s

A esta altura do campeonato a educação de qualidade para todos já nem deveria ser assunto. Mas é. Em toda e qualquer parte do mundo. Só que em algumas partes duma forma mais gritante. E o que é educação de qualidade? Resumidamente é dar ferramentas aos alunos para que estes autonomamente  e em diálogo se sintam estimulados a se aprofundarem no conhecimento. Quando as pessoas se sentem instigadas na sua área de conhecimento elas podem ir muito longe e quem vai muito longe quer ir junto. Pois o conhecimento é infinito e individualmente somos muito pouco.

A questão é que conhecimento nem sempre é sinônimo de sabedoria. O que encontramos muitas vezes nas escolas e universidades é uma feira de segregações sociais, culturais que se manifesta em autoritarismo como herança dum passado próximo que foi a ditadura militar e ao limite uma herança oligárquica colonial.

Como cidadã europeia de nacionalidade portuguesa só posso lamentar. Lamento pelos antepassados e pelos contemporâneos que dão continuidade à lógica de vassalagem.

Verdade seja dita que num primeiro momento pensei fazer mestrado em Berlim ou Copenhaga. Procurei escolas para as minhas filhas menores e eram as escolas públicas que me indicavam. Aqui quem entra normalmente na universidade pública vem da escola privada. E há uma estigmatização de quem vem da escola pública. Mau gosto. Mau gosto. Não esquecendo que a universidade pública é paga pelo cidadão comum que contribui com os seus impostos. Não esquecer nunca isso.

Ao chegar na Unicamp deparei-me com uma realidade da qual eu não estava avisada nos meus quarenta anos de existência e 20 como profissional das artes cênicas, querendo e desejando dialogar com a Antropologia Social. Agora não é o momento nem o espaço para dissertar sobre booling acadêmico e todas as violências psicológicas fruto duma feira de vaidades de mau gosto. Só espero que a geração dos nossos filhos e netos façam a diferença para um sistema mais "francês" ( visto ser tão chique citar a França) de liberdade, fraternidade e igualdade. E porque não fazermos um minuto de silêncio em memória ao pacifista e mentor da descolonização da Índia,  Mahatma Gandhi falecido a 30 de Janeiro de 1948?

Ana Piu
Brasil, 16.02.2016

Gandhi durante a juventude na Inglaterra, por volta de 1889.

Ver: http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,unesp-e-unicamp-tem-dificuldade-de-atrair-alunos-da-rede-publica-em-cursos-concorridos,1090707

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