O mundo é redondo para muitos desde o Pitágoras. Piiiiiii!!!! Ágora para alguns muitos e tantos a terra voltou a ser plana. Existem ideias que uns e outros acham que é opinião. Ao ponto que se chegou duns comprovarem que a terra é redonda com estudos aprofundados e outros criam umas teorias para defender a terra plana e o criacionismo, colocando tudo numa apostila onde todas as outras cosmovisões são perseguidas com a tentaiva de aniquilar. No Brasil os terreiros são invadidos para meterem fogo, os povos da floresta ainda são assediados e invadidos pelos fanáticos estrangeiros e a História repete-se como uma roda que gira. Por falar nisso! Para essas pessoas as rodas são planas?
Achismo não é opinião, assim como preconceito.
Aqui temos a alemã do leste, cujos familiares foram vitimas do Holocausto, numa das sua célebres aparições no ano de 1980 na televisão francesa cantando " African Reggae". Esta mulher branca europeia que escapou da Alemanha Ocidental antes da queda do Muro de Berlim canta sobre a mutilação genital cometida em África. Ela é uma feminista anti racista como muitas outras brancas. Ela não doura a pilula do seu país, que é a Alemanha, tampouco do seu continente que é a Europa. Com certeza que como ela existirão muitos alemães e alemãs feministas anti racistas cujo dever ético é não dourar a pilula.
O que se vive até hoje na Europa, nomeadamente no Sul em relação a cidadõs africanos que fogem pelo Mediterrâneo para alcançar o dto velho continente É MUITO GRAVE. O racismo e o genocidio ao povo africano, principalmente sem situação de vulnerabilidade, É GRAVISSIMO. Bem sabemos que no Brasil é tudo às claras, mas não se iluda caro sul americano que tem a oportunidade de conhecer a Europa: os policiais não andam ostensivamente armados na via pública, mas de vez em quando a fuga de informação traz à tona os maus tratos que os negros e estrangeiros sofrem nas mãos dos policiais. Sem que estes deixem marcas no corpo. Olha o requinte!!!! Agora refiro-me exclusivamente a Portugal. Contudo, existem movimentos anti racistas portugueses. Há uns tempos atrás, não muito, alguns anti racistas portugueses foram ameaçados de morte por racistas igualmente portugueses.
Assim sendo, gostaria de deixar aqui registrado: mesmo tendo vivido uma outra relação abusiva com uma pessoa de pele escura EU IREI SEMPRE DEFENDE-LA QUANDO ESTA SOFRER MAUS TRATOS POR UMA VIOLÊNCIA LEGITIMADA PELO ESTADO E REALIZADA PELAS SUAS FORÇAS POLICIAIS. EU IREI SEMPRE DEFENDER UM HOMEM NEGRO DO RACISMO QUE SOFRE!
Então, não haja equivocos em relação a isso: uma mulher branca defender uma mana preta é o básico. Como também é o básico não compactuar com tudo com essa mesma mana. Ficar triste é um direito de todes nós. Não é um luxo. Como escrever e questionar se estamos realmente a ter discernimento ou se estamos no piloto automático não é uma prática de "mulherzinha desocupada burguesa previlegiada". Parar com os rótulos já um grande passo. Se nos colocam em causa precisamos de nos perguntar porquê e não achar que é contra nós. Por vezes é mais do que a favor de nós, embora não aparente. Escrever como fazer arte é uma resistência e re existência. Torcer por outra mana é avisá-la, mesmo por vezes duma forma atrapalhada, que observar e escutar com mais atenção torna-nos mais humanas e humanos. Mais justas e solidárias. Ser human@ é torcer pelo êxito alheio, mas que este seja baseado no que é justo. A mim não me ofende chamarem-me de branca. Como entendo perfeitamente a dor das pessoas não brancas. Porém, estas serem solidárias com as minhas filhas que são fruto de encontros de pigmentação já é uma vitória, diria, neste jogo da vida que não se deveria resumir a um tabuleiro de xadrez: brancos dum lado e negros do outros.
Não sei se dá para fazer humor de tudo, principalmente de algo trágico. Talvez dê. Mas necessita de muita sabedoria e amorosidade.
Sintam-se todes, sem excepção, abraçades honesta e sinceramente
A Piu
Campinas SP 01/10/2021
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