Nunca esquecer que lembrar de onde viemos, onde nos encontramos e para onde queremos ir dá mais clareza no caminhar. - A Piu 1 de Maio de 2017
Ontem veio aquele "ahaha", aquela sacada, aquele "é isso!" de algo tão evidente. Há um tanto de aninhos que a Aninha anda neste 'camenhari' e só "onte", há coisa de umas mãos cheias de horas é que ela percebeu o sentido explicito, escancarado, escarrapachado da palavra exótico, exótica. Uma ótica externa, exterior. OH MY DOG! A Aninha que já caminha há uns aninhos já sabia que exótico era algo diferente, um tanto distante do lugar de onde surgimos nesta luz sideral desta terceira dimensão, algo ao qual não estamos familiarizades. Vou usar aqui o "es" porque sim. Por existem outros géneros que pedem para serem incluidos e assim deixarem de ser exóticos. São seres humanos com direito
à inclusão como todo o restinho da Humanidade que ainda dança na melodia da separatividade.
"Todos iguais todos diferentes" este era o lema lá nos anos 90 em Portugal do SOS Racismo que estava associado a um partido, ao qual votei umas tantas vezes. Mas há muito que estou distante do que se passa em Portugal em termos partidários. Não vivo no mesmo e estou imersa em outras pegadas politicas, que não partidárias. Mas posso avisar que este ano vou continuar a marcar presença, como em anos anteriores, na Feira Anarquista de São Paulo.
Ontem começou o curso com Lau Santos " Da Elinga ao Oriki, ações contra coloniais em cena". Esse é um dos meus propósitos em estar no Brasil: ir ao encontro, conhecer, escutar, aprender, aprender a aprender com outras vozes, outras formas de fazer tantas vezes invisibilizadas e silenciadas, até perseguidas e subjugadas. Para mim o curso já começou bem quando o Lau Santos chama a atenção que falar de branquitude colonial tem a ver com uma ideologia e como esta é posta em prática e não com o fenótipo da pessoa, os seus traços e a sua cor. Ufa! Deu aquele alivio para me sentir bem vinda e não vista de forma atravessada e eventualmente confundida com alguém que vem por pura cusriosidade exótica e ao limite apropriar-se de conhecimentos e práticas teatrais que por detrás destas existe uma forte componente de resistência à subjugação colonial ,ancestralidade e espiritualidade.
Diante destes encontros, destes estudos como artista das cenas e roteirista e também aquela que escreve embora nunca tenha publicado nada, mas nunca é tarde, posso sim perceber como as minhas raízes, a minha ancestralidade dialoga com esses encontros que se reescrevem sem invasões, apropriações e subjugações.
Não esquecendo também a minha espiritualidade, mesmo que não siga uma religião em concreto porque espiritualidade e religião são coisas distintas embora possam-se ligar. Existem seres muito religiosos cuja espiritualidade, esse alinhamento consigo e com o entorno respeitando os semelhantes e os eventuais diferentes, fica num lugar um tanto duvidoso. E alguém que trabalha a sua espiritualidade sabe que a caminhada é grande e que a perfeição não existe, logo o trabalho é diário. Não vou agora adentrar pelo feminismo liberal e pelo sagrado feminino em que algumas mulheres defendem que nós somos as mulheres maravilha e que sozinhas conseguimos ter sucesso e sermos muito mas muito ricas desde que vibremos energias positivas, descredibilizam o ativismo, negam a existencia das desigualdades sociais e a importância das mulheres em cargos politicos. Enfim... Amadurecer também é uma prática diária até ao último sopro. Para todes nós, "ÓBVIULIUS"!
Bom, porquê esta foto? Porque sim. Porque me apetece homenagear a minha avó e todas aquelas que vieram antes de nós e que não tiveram a possibilidade de aprender a ler e a escrever. A minha avó alentejana, do Alentejo que é um lugar de encontros entre povos europeus e do norte de África. Só que da passagem dos mouros não reza a história nos manuais escolares, somente fala que eram invasores e infieis a Deus e que "nós, os cristãos" os derrotamos.
Bom, vou voltar aos estudos onde as batalhas e as perdas e os ganhos não são foco para outros entendimentos de "todos diferentes, todos iguais", numa in ótica, numa ótica de inclusão mútua. assim como respeito e insprações várias para uma nova ordem mundial no aqui agora.
A PiuBr, 08/10/2021
Ontem veio aquele "ahaha", aquela sacada, aquele "é isso!" de algo tão evidente. Há um tanto de aninhos que a Aninha anda neste 'camenhari' e só "onte", há coisa de umas mãos cheias de horas é que ela percebeu o sentido explicito, escancarado, escarrapachado da palavra exótico, exótica. Uma ótica externa, exterior. OH MY DOG! A Aninha que já caminha há uns aninhos já sabia que exótico era algo diferente, um tanto distante do lugar de onde surgimos nesta luz sideral desta terceira dimensão, algo ao qual não estamos familiarizades. Vou usar aqui o "es" porque sim. Por existem outros géneros que pedem para serem incluidos e assim deixarem de ser exóticos. São seres humanos com direito
à inclusão como todo o restinho da Humanidade que ainda dança na melodia da separatividade.
"Todos iguais todos diferentes" este era o lema lá nos anos 90 em Portugal do SOS Racismo que estava associado a um partido, ao qual votei umas tantas vezes. Mas há muito que estou distante do que se passa em Portugal em termos partidários. Não vivo no mesmo e estou imersa em outras pegadas politicas, que não partidárias. Mas posso avisar que este ano vou continuar a marcar presença, como em anos anteriores, na Feira Anarquista de São Paulo.
Ontem começou o curso com Lau Santos " Da Elinga ao Oriki, ações contra coloniais em cena". Esse é um dos meus propósitos em estar no Brasil: ir ao encontro, conhecer, escutar, aprender, aprender a aprender com outras vozes, outras formas de fazer tantas vezes invisibilizadas e silenciadas, até perseguidas e subjugadas. Para mim o curso já começou bem quando o Lau Santos chama a atenção que falar de branquitude colonial tem a ver com uma ideologia e como esta é posta em prática e não com o fenótipo da pessoa, os seus traços e a sua cor. Ufa! Deu aquele alivio para me sentir bem vinda e não vista de forma atravessada e eventualmente confundida com alguém que vem por pura cusriosidade exótica e ao limite apropriar-se de conhecimentos e práticas teatrais que por detrás destas existe uma forte componente de resistência à subjugação colonial ,ancestralidade e espiritualidade.
Diante destes encontros, destes estudos como artista das cenas e roteirista e também aquela que escreve embora nunca tenha publicado nada, mas nunca é tarde, posso sim perceber como as minhas raízes, a minha ancestralidade dialoga com esses encontros que se reescrevem sem invasões, apropriações e subjugações.
Não esquecendo também a minha espiritualidade, mesmo que não siga uma religião em concreto porque espiritualidade e religião são coisas distintas embora possam-se ligar. Existem seres muito religiosos cuja espiritualidade, esse alinhamento consigo e com o entorno respeitando os semelhantes e os eventuais diferentes, fica num lugar um tanto duvidoso. E alguém que trabalha a sua espiritualidade sabe que a caminhada é grande e que a perfeição não existe, logo o trabalho é diário. Não vou agora adentrar pelo feminismo liberal e pelo sagrado feminino em que algumas mulheres defendem que nós somos as mulheres maravilha e que sozinhas conseguimos ter sucesso e sermos muito mas muito ricas desde que vibremos energias positivas, descredibilizam o ativismo, negam a existencia das desigualdades sociais e a importância das mulheres em cargos politicos. Enfim... Amadurecer também é uma prática diária até ao último sopro. Para todes nós, "ÓBVIULIUS"!
Bom, porquê esta foto? Porque sim. Porque me apetece homenagear a minha avó e todas aquelas que vieram antes de nós e que não tiveram a possibilidade de aprender a ler e a escrever. A minha avó alentejana, do Alentejo que é um lugar de encontros entre povos europeus e do norte de África. Só que da passagem dos mouros não reza a história nos manuais escolares, somente fala que eram invasores e infieis a Deus e que "nós, os cristãos" os derrotamos.
Bom, vou voltar aos estudos onde as batalhas e as perdas e os ganhos não são foco para outros entendimentos de "todos diferentes, todos iguais", numa in ótica, numa ótica de inclusão mútua. assim como respeito e insprações várias para uma nova ordem mundial no aqui agora.
A PiuBr, 08/10/2021
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