terça-feira, 31 de março de 2020

A RESPONSABILIDADE DE ESTAR DE BEM COM A VIDA É UM ATO POLÍTICO

Vamos partir do principio de quando se escolhe trazer um filho ou uma filha ao mundo @ mesm@ é desejad@. Seria uma redundância se assim fosse. Porém, na hora da verdade, do vamos ver, das noites mal dormidas, das economias apertadas, da rotina alterada, dos projetos ou alterados, adiados e mesmo cancelados porque agora existe um serzinho que depende de nós a coisa pia de outra maneira. Ninguém nasce ensinado. Ninguém nasce já educado ou a saber educar. Ao assumir isso também acolhemos que não somos perfeitos e isso é perfeito! Não ser perfeito não é o mesmo que ser negligente e ao limite não saber se retirar a tempo, pois não está dando conta do recado e torna-se traumatizante ter que lidar com um progenitor, seja mãe ou pai ou outro adulto que supostamente deveria cuidar, que não tem preparo para o empreendimento e começa a infernizar a vida de quem cuida e por consequência da criança que acabou de chegar ao mundo. Nem sei se esse adulto despreparado tem a noção real dos danos morais que isso causa a curto, médio e longo prazo.

Bem sabemos que existem muitos casos de abandono, principalmente por parte do pais. Não significa que não existam mães que não abandonem, mas o número é menor e não é naturalizado como com os pais. Existem mil e um motivos para as pessoas abandonarem. Talvez elas estejam a repetir um padrão de abandono que elas próprias vivenciaram na sua infância ou afinal a sua maturidade para assumir responsabilidades ainda estava um pouco para o verde. Penso que é muito mais honesto assumir a incapacidade e retirar-se do que atrapalhar e ao limite infernizar, projetando os seus medos, raivinhas e outras negatividades em quem cuida e na criança. 

Por vezes essa situação não acontece nem uma, nem duas, nem três vezes. Existem pessoas que espalham filhos pelo mundo, não se responsabilizam e ainda são capazes de surgir da penumbra, da neblina volvidos mãos cheias de anos na intenção de intimidar, distorcendo factos, de se vitimizarem e por aí vai. E isto com vários núcleos familiares que a pessoa criou. Deve ser muito cansativo viver assim e criar vínculos que não são vínculos e sim um estorvo. Que a se pessoa encontre a si mesma, que se abrace, que se cuide, que se ame. Nunca é tarde. 

Como rir disto? Como criar um espetáculo de palhaçaria feminina sobre esta temática vivida na primeira pessoa do singular e do plural? Uma das nossas premissas com a criação deste espetáculo é criar uma narrativa com a leveza que a linguagem de palhaçaria sugere, sem banalizar nem desmerecer o drama vivido por muitas mulheres, crianças e jovens. E avisarmos nos a tod@s que a arte de viver é a arte de nos auto conhecermos e não fazer das outras pessoas o nosso depósito de lixo emocional. A cura está dentro de nós.Uma questão de averiguar as múltiplas formas de se transcender para não se exceder, abusar de quem um dia confiou e nos amou ao ponto de escolher ter um filho ou uma filha. Estar de bem com a vida é saber quem se é e não colocar os outr@s para baixo só porque sim. Enquanto isso, rir do que nos oprime é libertador. Já rir sublinhando a opressão, a violência, a ignorância, o preconceito é um riso pesado. E ser leve é muito bom! Dá saúde e faz crescer!

A Piu
Campinas SP 31/03/2020

Curta a página " AR DULCE AR" e se puder, quiser, se se tocar apoie este projeto de palhaçaria feminina sobre relações abusivas. https://www.facebook.com/AR-DULCE-AR-162965127817209/

imagem: Sabrina Gevaerd

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