Pretendo continuar a escrever sobre os 45 anos de independência dos países africanos de expressão lusófona que estiveram sobre o jugo daquele jardinzito à beira mar plantado com o complexo de inferioridade em relação à Europa ocidental e complexo de superioridade em relação às suas ex colónias. Esses complexos são de alguma forma semelhantes aos que se observam entre alguns brasileiros de olhar euro centrico ou com aquele deslumbre pela cultura do Tio Sam. ' Hey man, the idea of self made man it's very nice way of life, man. Chuac chuac' -esta é a onomatopeia de mascar uma chicla com aquele trejeito yanki. Venha o capeta e escolha. Ihihih O capeta nem deve ser tão mau rapaz, até deve ser um gajo às direitas pois faz o papel sujo do bode expiatório. Por exemplo, o Coiso é um bode expiatório para todas as capetices que muitos e muitas negam em ser e fazer. Mas o que é facto é que o seu papel social é importantíssimo!!! Ela mostra o que há de mais medíocre dentro de nós tod@s. Como o arquétipo, arquétipo não estereótipo do português em terras brasileiras que transita entre o colono malvado e o burro. O colono malvado até entendo. Embora esse colono malvado ainda ande por aí neste país de coronéis e de meritocratas. Já o português burro fica mais difícil de digerir, porque normalmente refere-se a um português que emigrou para trabalhar dum país rural, analfabeto onde as riquezas saqueadas por esse ex império sempre ficaram nas mãos de muito poucos e foi para esbanjar. Chapa ganha, chapa gasta. Nem na revolução industrial Portugal se dignou a acompanhar o ventos de mudança. Porquê? Porque é um país falido há muito, a dar ares de aparência. A ostentação endividada é uma prática secular. Como no Brasil. Só que o Brasil é maior, com mais recursos naturais que esse pessoal latifundiário, empresário e das multinacionais tem feito de tudo para sugar até não ter mais.
O que considero curioso é quando alguém de nacionalidade brasileira, com pigmentação branca, com sobrenome- sei lá! Português, alemão, italiano, espanhol- vem querer dar lições de moral a alguém de nacionalidade portuguesa, principalmente quando esse alguém tem uma educação de esquerda e que está a aprender a caminhar pelo caminho do meio, caminho esse de cor vermelha mas vermelho do coração sem dogmas. Por vezes esses moralistas que querem a todo o custo que os portugueses ou europeus confessem os seus pecados, admitindo que fizeram me...da nas ex colónias, nomeadamente no Brasil.... Moralistas esses que viajam pelo mundo como o português comum não tem possibilidades e ainda acham que eles sim são os colonizados... Há aí qualquer parte da narrativa que se silenciou, que ficou off por conveniência. Moralistas esses que atribuem a burocracia brasileira à herança da coroa portuguesa ao invés de olhar para as duas ditaduras do século XX: Getúlio Vargas e militar. Moralistas esses que se dizem de esquerda mas não abrem mão dos seus privilégios e já que tem a possibilidade de terem acesso a tanta coisa que a maioria não têm compartilhem. Cheguem mais perto das comunidades do povão e escutem o que eles têm para dizer e o que necessitam. AH! E quando forem ou decidirem morar em Portugal perguntem para um africano ou afro descendente como é viver em Portugal e o que significa bairro da lata e se existem muitos bairros da lata em Portugal. Se forem à chique Paris da França visitem o banlieu. Uma aula de sociologia, ciência politica ao vivo e a cores para que os moralismos se desfaçam e que a ética seja um porta estandarte para as pequenas e grandes ações e palavras do dia a dia.
An Arca
Campinas SP 11/03/2020
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