quinta-feira, 5 de março de 2020

UM POUCO DE PALHAÇA E OUTRO TANTO DE BUFONA

Photo : Slava Polunin ; Crédits photo : Vladimir Mishukov

Umx palhaçx não ataca jamais, sempre defende. O seu papel é de unir. X palhaçx é uma criança mimada do seu povo e da sua nação. Deixa que lhe façam tudo, pois está no comando da preservação do humanismo. - Slava Polunin


Apesar do espetáculo " Ar Dulce Ar" ser de palhaçaria feminina é importante, no meu ponto de vista claro, escutar os homens e outros generes, pois as relações abusivas, as eventuais violências tocam diretamente a todxs. O que nos une é muito mais importante do que o que nos separa. Olhar para o que nos une é olharmos com mais atenção para nós mesmas e apreciarmos quem está ao nosso redor. É continuar a depositar esperança na humanidade, para que a cultura de paz seja algo efetivo e não meramente retórico. É também inspirar com a nossa alegria de viver os demais e assim conectarmos-nos pela positividade. A alegria de viver é revolucionária. Alegria não é sinônimo de Oba oba. Oba oba é um paliativo duma tristezinha que não queremos olhar. Vejo assim

" Onde me coloco?", " Onde me colocam?" são duas perguntas chave que escutei há pouco tempo num espetáculo teatral sobre violência contra a mulher. Pois é, uns dirão que esse tema está na moda, mas enquanto a moda de maltratar as mulheres não se erradicar essa moda vai continuar. Infelizmente. E essa moda também atinge homens que bem intencionadamente querem fazer diferente e também estão a aprender. Todxs estamos a aprender a nos colocarmos num lugar que pela sua firmeza de sabermos o que nos faz bem e o que nos é tóxico não nos colocam tão facilmente num lugar que não nos é favorável, por isso desrespeita a nossa dignidade e o nosso poder de escolha. 


Não existem regras e padrões para nenhuma de nós se comportar e relacionar, assim como se vestir. Isso é muito chato. Ditarmos umas às outras como é ser uma mulher emancipada com o seu sagrado feminino lindo e resplandescentes é zzzzzzzzz. Agora, cada uma de nós terá de conhecer minimamente onde se pode bastar para não se meter em ciladas. Não tem problema nenhum andarmos de perna para fora com grandes decotes e dançarmos na boquinha da garrafa. Porém se escolhemos fazê-lo precisamos de estar cientes diante de quem e em que circunstância o fazemos, tendo sempre como garantia que podemos levantar a perna para dar um chega para lá ou dar uma de igualmente tarada que está doida para virem pegá-la. O sujeito até treme se vê uma louca mais tarada que ele nem que seja de encenação. Uma tarada com trejeitos entre a sensualidade feminina e um viril embrutecido. Ahahahah Talvez isso não seja palhaçx e sim bufão! Mas os bufões e as bufonas também têm coração e mesmo que não tão fofinhos eles amam a humanidade incondicionalmente. É isso que os diferencia da agressividade boçal e negativa, eles são provocadores , assustadores quando se metem com eles, mas com um coração enorme. SÃO ADORÁVEIS DE VERDADE!
Por outro lado, termos o direito a estar perdidas por momentos na vida, seja porque perdemos o emprego, porque vivemos lutos consecutivos de pessoas queridas, seja porque mudamos de cidade, de Estado, país e até Continente e desejamos ser acolhidas e entendidas a qualquer custo não significa que aceitemos a que nos coloquem em qualquer lugar. 


Eu ainda acredito na união, na reconciliação dos povos ( esta parece aquelas mensagens de Natal das bem intencionadas instituições!... :P) na reconciliação de entendimentos básicos como: respeito. Simples. Respeito é tudo! Podemos não concordar, não curtir determinadas formas de estar e pensar mas podemos respeitar. Se dá para conviver diplomaticamente 'belêlê'. Se a coisa é muito desafiadora e até tira do eixo: cada um e cada uma na sua 'quiu' o mundo é grande demais e a vida preciosa mais que demais para nos atazanarmos uns aos outrxs.

A Piu
Campinas SP 05/03/2020
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