terça-feira, 12 de julho de 2022

AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ

 Por acaso nunca fui adepta de me lerem a mão, de adivinharem o futuro numa bola de cristal. Talvez por receio de alguma supresa menos agradável ou por a profecia requerer uma dedicação tão alta que em algum momento eu receei dar conta do recado diante de tantas expecativas. O que é certo é que se me falassem há11 anos atrás como iria se passar ou deixar de passar... UTLA! Dava-me um fanico, uma sulipampa. Ficava esticadinha no chão com os olhos em cruz e a lingua de fora como a  Mafalda do Quino quando é pega de surpresa. 

Em 10 anos, que é o tempo que moro no Brasil, muitas mudanças, convulsões, indagações, crises existências, vá, aconteceram. Sim, as crises existenciais sãos direitos que nos devemos assumir sem receio que alguém diga: " Ah! Isso é mimimi! É para quem não tem mais nada que fazer!". Pois é, era assim que eu pensava também quando as minhas filhas eram pequenas, eu assumia inteiramente a responsabilidade delas, trabalhava e estudava e não parava para dedicar-me a mim e só a mim e até reunir energia para trilhar outros caminhos tantas vezes desejados, nomeadamente artistico profissioonais. Sunblinho os profissionais, pois nestes últimos 10 anos aprendi umas vezes até duramente a ter que firmar a minha, a nossa existência como profissional das artes. Como tal, artistas honrarem artistas ( mesmo que não apreciem o trabalho uns dos outros) e estarem cientes que somos todos trablhadores É FUNDAMENTAL.

Nestes dez anos fui criando e ainda estou a criar o meu repertório autoral, embora já tivesse algum, e adentrei pelo teatro de formas animadas, antiga paixão pelas artes visuais e construção que aos 16 anos fui diminuida e até intimidada por uma professora de artes que falou que se eu seguisse artes visuais ela me reprovaria naquele ano. Enfim... Existe uma malta, uma galerada que projeta as suas frustrações nos outros. O grave é quando estão num lugar de supostos pedagogos. Um professor de artes  que é ou não artista que despreza quem quer ser ou já é.... A arte não o salvou, se é que a mesma salva. 

Adentrei pelo teatro de formas animadas, dramaturgia, audio visual,arte terapia, muñecoterapia. Uma eterna aprendiz que aos poucos vai desbloqueando dessas travas de querer ser logo muito interesssante com um resultado virtuoso de cair o queixo. Para mim pintar, esculpir, construir bonecos tem sido uma jornada de entusiasmo, humildade, dedicação. As formas animadas são um mundo vasto que qualquer pessoa pode acessar. Para mim é assim. Todos são talentosos e habilidosos, depois o que diferencia é quem trabalha e se dedica ou quem vai fazer outra coisa ou faz sempre a mesma sem se reinventar. 

Não deixei de ser atriz palhaça, mas nestes 10 anos tenho vivido na pele, para não falar que só tenho pensado porque ísso é teórico de mais: que ser bom palhaç@ é uma mistura de irreverência,delírio, boas intenções e solidariedade. Isto para mim, claro! Onde há muita mesmice e disputa de ego há qualquer coisa, ou muita coisa, que se perde pelo caminho. Isto para mim, CLARO!

 A Piu

Br, 12/07/2022


Bonecas auto retrato realizadas durante a pos diplomatura em Muñecoterapia, Chile.

#muñecoterapia

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