De origem germânica achtung! servia como interjeção chamativa para perigos e paisagens deslumbrantes. Mais a norte, nos países escandinávos,ACHTUNG!! é considerado o espirro oficial dos vikings. Em terras lusas utiliza-se a expressão "Arre!!" quando alguém está arreliado. "Arretung!" é uma espécie de grito de guerra dos trabalhadores da classe precária, que desunidos nunca vencerão.
domingo, 31 de outubro de 2021
HONRANDO AS MINHAS RAÍZES - III
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
CARTA DUMA JOVEM AMIGA DA SANTA TERRINHA
Salgueiro, 14 de Agosto de 1991
Ana
Hoje estou na minha quinta#, fugi da minha aldeia, da minha família, dos meus vizinhos emigrantes e daquele francês estúpido mal falado.
Nunca pensei que estar aqui fosse tão bom, nunca pensei achar estas duas montanhas que tenho à minha frente são lindas, sempre achei que esta propriedade fosse igual às outras, no entanto hojer acho que é especial. Que estupidez! A paisagem é a mesma, o barulho da água a regar a erva é igual, os animais são os mesmos, continuam iguais, comem, berram, estão sujos, estão lindos.
Bom, acho que o mal é meu, pois só agora e que me apercebi daquilo que tenho à minha volta, à minha frente, campo, campo, a Natureza.... Isto é lindo. Devo-te isto a ti e aos outros, pois aprendi a dar mais valor a isto. Obrigada.
Talvez eu não me tenha revelado muito bem, não sei, por um lado acho que tens razão por vezes adquirimos outra linguagem, que não é a nossa, mas acredita que por vezes é sem querer, pois entras num grupo diferente, aprendes algo, mas a tua linguagem mas a tua linguagem vem sempre de cima ou seja acabas sermpre por mostrar aquilo que és. Pelo menos comigo é assim.
Talvez seja dificil de para ti perceberes isto, mas tenta ver as coisas desta maneira, eu sou alguém que tenta acompanhar duas realidades, a do mundo e a da minha aldeia,por vezes é dificil, pois se parares um pouco, perdes a pedalada e já acabaste como a maioria das pessoas, brutas, egoistas, estúpidas, - sei lá!Acho que é disto que eu fujo. E é isso que eu critico, mas por vezes dou comigo a reagir da mesma maneira como eles reagem, aí revolto-me, mas já é tarde...
Que confusão não é... deixa lá, eu sou mesmo assim, muito complicada, um dia eu explico-te.
É esta minha linguagem, confusa, sincera. Enfim, linguagem de " "Mariazinha",pois a minha cultura não dá para mais, ou talvez a minha imaginação seja preguiçosa, não sei. Espero que percebas, e que a sintas como senti a tua alma de poeta, admiro-te muito Ana, és dotada de uma sensibilidade que eu invejo, és aquele tipo de pessoas que eu julgava existirem apenas nos livros ( já sei, achaste piada, não é?) Continua assim que chegas lá, já chegaste? Se já, parabéns e felicidade. Continua lutar pelo teatro, que é uma das coisas mais belas que existe e que está tão mal tratado.
Já é noite, hoje durmo ao relento no meu terraço, o céu está lindo, acabei de ver uma estrela cadente, pede um desejo por mim.
Para ti Ana um grande abraço, um abraço dos meus brutos, lembras-te deles,não lembras? ;)
E.
# quinta: chácara
obs: repare-se no selo como tributo aos navegadores portugueses... As narrativas estruturais estão aí para desconstruirmos
quarta-feira, 27 de outubro de 2021
HONRANDO AS MINHAS RAÍZES - II
0
terça-feira, 26 de outubro de 2021
HONRANDO AS MINHAS RAÍZES - I
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
HÁ PIU
O meu nome é Piu. Espera! O meu nome é Ana, que pode-se ler da esquerda para a direita e da direita para a esquerda. De cima para baixo, de baixo e para cima e na digonal em todos os sentidos. Durante alguns anos, na escola, fui Teresa porque as mães das meninas da minha idade resolveram pôr Ana às suas filhas e T fica já no finalzinho do abecedário. Teresa é muito bonito e está lá nos documentos, mas o meu nome é Ana e também Piu. Piu está fora da identificação burocrática. YÁ! Piripipiu! Inicialmentente Piupiu, pintainho, Kalimero e Piu quando aos 18 anos cantei no meu primeiro curso de actores ou atores, ou actrizes ou atrozes a música do Sérgio Godinho: " O galo é o dono dos ovos", uma música feminista e anti fascista escrita por um homem português agora com os seus 70 e alguns anos. Para quem não conhece o Sérgio Godinho é um canto- autor esquerdum português,desertou da guerra de Portugal com as ex colónias e sobreviveu como porteiro e outros trabalhos para sobreviver, participou do Maio de 68 no Paris da França, viveu numa comunidade hippie no Canadá e participou do carismático filme " Hair" e participou do movimento artístico e cultural revolucinário português nos idos anos 70. Certa vez passou pelo Brasil, ainda durante a ditadura militar, em 1971, e foi preso. Segundo ele levou um choquezinhos no miolo para abanar, depois foi liberado para a sua terra natal... As noticias que chegaram é que ele portava maconha. Mas todes nós sabemos que os motivos foram politicos. Todes aqueles que conhecem a trajetória do Godinho, e dos movimentos anti fascistas portugueses. Hoje já estou avisada sobre a prática difamatória de alguns.
O meu nome é Piu porque colocaram-me esse apelido, essa alcunha, devido ao narigão e 'aozolhos', assim como cabelo, a maioria das vezes curto. Piu com U, U de união que algumas vezes está mais em voga que outras, U de útero porque o tenho e mesmo quem não o tenha não deixa de ser mUlher com U. Gosto desse nome hibrido. E agora não sei maios como continuar o texto porque o horário da reunião está à porta e não cheguei sobre o que queria escrever que é sobre privilégio e oportunidades. Eu sou a Piu, Ana Piu que começa a falar duma coisa e enverda por outra. Quem me conhece "sabe-la". Ah pois "sabe-la"" Pronto! Até a esse tal texto; Tudo uma questão de marketing, já dizia o mê primo. Esse aí.... o sô dôtor kamarada João Micas tambémsaiu cá um com as suas teorias do marketing pós pós moderno!
Inté!
A Piu
Br, 25 /10/2021
crédito: Amanda Dumont
domingo, 24 de outubro de 2021
LIBERDADES, SEUS ABUSOS, E ACHISMOS
Em 1979 foi proclamado nas Nações Unidas o ano Internacional da Criança. Nesse ano eu ingressava na escola para aprender a ler e a escrever. Um direito que cobria, supostamente, todas as meninas e meninos da minha idade. No país onde nasci e cresci a liberdade de expressão tornou-se um direito conquistado 6 meses depois de eu ter chegado ao mundo. Durante a infância e a adolescência achei, repito ACHEI, que todas as pessoas no mundo tinham o direito à liberdade de expressão com base no conhecimento e não no achismo. Porém, fui entendendo que não era bem assim e que eu própria tinha os meus achismos e com toda a certeza ainda tenho. Achar que o que é evidente para mim é evidente para os demais. Isso é um achismo. Em criança não me ocorria que em Portugal, o meu país natal, ainda havia trabalho infantil e quando ia a inspecção geral do trabalho os patrões das fábricas escondiam as crianças. Mas depois isso passou a ser noticia nacional. Também achava e acho que o que está diante dos olhos das pessoas é tão evidente que não deveria haver espaço para o individualismo agregado à má intenção, maquiada de: " Ai eu não sabia! Eu não percebi!", assim como quando alguém fala algo nós escutarmos ao invés de reagirmos com a nossa criança ferida, o nosso ego, o nosso orgulho magoado.
O que aquele sujeito lia, entendia, compreendia quando vasculhava a intimidade de uma mulher que nem pessoalmente conhecia e se achava no direito de hackear as contas internauticas da mesma? Será que ele realmente lia, Já que vasculhava? Ou a sua obcessão era encontrrar algo hilário, pornográfico como a sua própria intenção? Como este se relacionaria com as pessoas, homens e mulheres, com quem convivIa no presencial? Ao mesmo tempo que dava uma de impostor anos a fio mesmo quando a careca da sua cabeleira farta tinha sido descoberta o sujeito era um tanto ingénuo. Teria consciência que existiriam uns impostores ainda mais da pesada do que ele, num país como o Brasil onde existem mais privilégios que oportunidades, e que caso insistisse poderia levar um susto? Como um teórico filosófico antropofrágico que come saladas e hamburgueres de soja talvez achasse que uma mulher era para comer mesmo e que passar a perna a todes, nomeadamente aos irmãos, e ainda passar por fofinho seria e será um privilégio de sabichão.
Ainda permanecia a esperança de termos a oportunidade de nos olharmos nos olhos uns dos outros, com a vantagem da máscara destacar o olhar. e rirmos juntos como um mantra " Eu perdoo-te, tu perdoas-me por qualquer indisposição e mal entendido, assim como abuso de confiança. Eu liberto-me. Eu liberto-te. Tu libertas-te. Tu libertas-me."
A paisagem na foto é beirã, da região das Beiras em Portugal. Não tem nada de glamour para mim. Aliás, deve ter acontecido algo lá muito muito atrás em gerações passadas ou em vidas passadas, para quem acreditar com fundamento nisso, que me faz faltar o ar e uma imensa melancolia instalar-se em mim. Eu identifico-me com o sul, Alentejo, assim como com a grande Lisboa e igualmente não enxergo esssa identificação nem com glamour tampouco com vergonha das minhas raízes. Como diz José Saramago, prémio nobel da literatura, são as pessoas do povo porque é de lá que eu vim que me representam.
A memória daquela mocinha brasileira que foi estudar para uma cidade que eu estudei há trinta naos atrás volta a assaltar-me, de vez em quando acordo sobressaltada com essa memória duma mulher que por impulso e achismo desconsidera outra mulher sem a conhecer pessoalmente pela sua nacionalidade, cor e lugar onde mora atualmente. Tampouco conhece a história de vida da familia e de outros portugueses que lutaram e lutam pela sua diginidade com o seu trabalho sem explorar ninguém e na pior das hipóteses são explorados. Desconsiderando que muitos sofreram consequências fatais por serem anti fascistas, mesmo quando lhe é inforamado letra por letra. Ela representa uma mentalidade de alguns seres viventes de origens mescladas que não honram a ancestralidade europeia do povão embora queiram muito conhecer e estra na " Europa", sabendo lá o que isso dignifica para quem desconhece o dia a dia dos trabalhadores portuguesers.
Ter a oportunidade de estudar não deveria ser um privilégio e sim uma oportunidade de nos transcerndermos.Assim seja, assim é.
Paro. Olho para a minha paisagem interior e repito: " " Eu perdoo-te, tu perdoas-me por qualquer indisposição e mal entendido, assim como abuso de confiança. Eu liberto-me. Eu liberto-te. Tu libertas-te. Tu libertas-me." Rir e brincar junto dá saúde e faz crescer, combinando que tu não pisas nos meus calos nem eu nos teus. Gratiluz, Gratigrati. Gratinados.
A Piu
Br, 24/10/2021
sábado, 23 de outubro de 2021
CARTA ABERTA AO MISTER SPOCK
Caro Mister Spock, até hoje eu tenho as minhas dúvidas se és um personagem imaginado ou exististe mesmo. Tu e os estrumpfes - schtroumps- por aqui smurfs. Eu sou muito mais fã dos estrumpfes ao ponto de trazer na mala uma sérire deles que os reuno desde os meus 7 anos! Há maluquices para tudo. Mas tu sempre que aparecias não importarva o que fazia ou dizias. Sei que eu ficava ali de boca aberta a olhar para as tuas orelhas e imaginando que todos os seres humanos do futuro teriam umas orelhas de duende como tu e que voltariam ao lar estrelar. Também ficava impressionadissima com o teu telefone futurista que dava para ver outra pessoa no ecrã, por aqui tela, da tv. Hoje eu sei que isso é mais que ultrapassado diante do whatshapp com chamada de video, do tal do skipe que saiu de moda, do zoom e do google meet que estão em alta como outras plataformas que nos vemos todes ao mesmo tempo e até fazemos aulas de dança, mimica, construção de cenário e escultura, aprendemos a mexer em programas de edição de video e som! Sem sair de casa, só para te dar uns ralos exemplos. Uma loucura! Nunca pensei! Acredito que por estares muito à frente nem te surpreendas. Eu sempre me lembro de ti quando vou para alguma reunião, aula remota e ao mesmo tempo que te vejo muito à frente és datado. Quem diria isso há trinta ou quarenta anosa atrás? Já os estrumpfes são os meus amigos que começavam por habitar os meus bolos de aniversário e depois ficavam minuciosamente arrumadinhos numa prateleira do meu quarto, enquanto tu aparecias na tv. Hoje até faço pequenos episódios com os meus seres azulinhos e posto no you tube. Qual quer dia as minhas orelhas até se tornam como as tuas, igualitas aos duendes seres terrestres vindos das estrelas. Já não digo nada. Daqui a trinta anos ou até menos mando-te noticias acerca das transmutações genéticas durante o próprio ciclo da vida. Ah pois! Poizé!
A Piu
Br, 23/10/2021
quinta-feira, 21 de outubro de 2021
POR HOJE É ISSO
quarta-feira, 20 de outubro de 2021
AMIGO É COISA PARA SE GUARDAR A SETE CHAVES
terça-feira, 19 de outubro de 2021
E ASSIM VAI A VIDA - baboseiras transcendentais de final de dia
sábado, 16 de outubro de 2021
O MEU ANO 2000 COMEÇOU COM A NINA
Já me salvaste a vida quando eu levada por umas enchentes. Se não fosses tu eu tinha ido pelas fortes chuvas tropicais. Já te posicionaste com mulheres que me destrataram por eu ser branca e portuguesa, mesmo eu estando do lado delas, entendendo a sua luta e me solidarizando. Já me fizeste virar do avesso. Quem nunca se virou do avesso com um filho? Eu sei que tu sabes que eu eu sei quais as motivações e intenções que nos movem neste grande desafio que é viver, amar, ser solidária, amiga nas horas das celebrações, dos apertos, dos preconceitos que nos assaltam quando desavisadas. AMO-TE NINA. A ti à outra chavalita que não aparece na photo. A mana Maria Flor, que no dia da vacinação levou trinta segundos para responder que era prada, porque antes de chegarmos ao Brasil nenhuma de nós precisava de afirmar a nossa cor, bastava sermos quem somos como sempre é e sempre será, acolhendo quem nos quer bem e desejando bem a quem está perdido em algum labirinto mental para que possa se reencontrar no seu coração.
A Piu
Campinas SP 16/10/2021
sexta-feira, 15 de outubro de 2021
ANITA NA SUA EUROPA
Eu nunca morei na Suiça.Tenho sérias, serissimas dúvidas se me adaptaria. Tão asséptica, tão bem comportada, tão clean, tão modelo, tão silenciosa, tão barulhenta controlada. Acho que surtaria. Pronto esta é uma ideia preconcebida que eu tenho acerca " Chuicha", que é como o tipico emigrante tuga da santa terrinha fala. Da Chuicha conheço os " chiclates", os " ralógios" e as "naifas" - naifa é uma giria que vem de knife que atalhando é "canibete", para os que trocam os vês pelo bês.
Nunca tive na Suiça, a não ser numa dessas escalas aeronauticas, mas nem saí do aeroporto. Logo da Suiça conheço pelos filmes e fotos. Também que é um paraíso fiscal, antro de dinheiros colocados em bancos fruto de corrupções várias de países espalhados pelo mundo, nomeadamente sob o jugo de ditaduras e genocidios. A Suiça dever ter uma enegia no campo dos copos subtis muita mas muita marafada, só que lá está a maquiagem social deve conseguir cobrir aqui e ali aos mais desatentos ou desavisados. Mas na Suiça existem várias organizações pela paz e o Carl Jung é de lá. Aí já a curiosidade emerge. Mas não sonho viver na Suiça, como não sonho viver na terra do Tio Sam. Gosto do Bob Dylan, da Patti Smith, da Susan Sontag, do Lou Reed, do David Byrne e até gostaria de conhecer NY, mas não morro de amores pelo American Way of Life. Mas se fosse para a Suiça ou para os States tentaria conhecer melhor a História daquele lugar, suas resistências e re existências e nutrir admiração e carinho pelo povo, mesmo que os seus manda chuva sejam de se jogar as mãos à cabeça e se arrote muita cueca cuela.
Tenho dificuldade de entender porque alguém pode ir para um país levando um ranço histórico assente na mentira. Como se irá relacionar com as pessoas que lá estão, com o lugar? Uma verdade não me ofende. O que me ofende é a mentira. Afirmar que a Europa causou profundos estragos nos outros continentes é uma verdade lamentável. Que o genocidio aos povos originários é muito maior que o Holocausto e ninguém fala publicamente para que todos entendamos com a devida seriedade é muito grave. Agora afirmar que o Estado Previdência de Portugal que é mais que manco mas que é fruto da luta dos trabalhadores é do saque do roubo ao Brasil?!?! ISSO SIM É OFENSIVO. Eu não quereria viver num país de cara lavada, mas cheio de manchas na pele escondidas com cremes cheirosos e caros, que vive da corrupção mundial ou de saques que aconteceram ou acontecem. Eu não me sentiria bem de estar num lugar onde o odor a podre sente-se a léguas e eu ainda distorço factos históricos porque nem me dou conta que o que me ensinaram na escola é mentira para servir justamente o poder. Vocè, sim você que é um tantinho reativo e gosta de ser beijado, fica ofendido por alguém chamar atenção? Chamar a atenção é um ato de amor com a esperança de sairmos da ignorância, se não os beijos sabem bem até um certo ponto mas traz sempre um traguinho de gosto amargo, azedo, estragado, fora de validade. Validarmos-nos mutuamente é muito bom. Dá saúde e faz crescer o amore.
Olhem, aqui sou eu na minha Abóboda city, um lugar suburbano que por acaso é na Europa periférica, mas poderia ser aqui no Abc Paulista ou no interior de São Paulo. Sou eu, vestida de preto como muitos de nós já passou por essa fase dark side of the moon com as benditas botas alentejanas. Eu com o melhor amigo do ser humano: um cachorro. Mas mesmo assim eu continuo a amar e a acreditar na Humanidade de todes nós. Os cachorros não desenvolvem o sentido critico, mas dos humanos espera-se que aproveitem essa apetência. Uma apetência muito atraente e beijável
Beijus nos beiçus
A Piu
Campinas SP 15/10/2021
quinta-feira, 14 de outubro de 2021
MADAME CRÔQUÉTE'S CRÓNICA
Madame Crôquétes poderia ser ou é uma personagem ou persona dum qualquer roteiro de cinema mudo do Chaplin ao Eisentein. Sim, são dois realizadores europeus . Não há que sentir vergonha ou constragimento de se ser europeu. Vergonha e constrangimento é querer subjugar e desprezar terceiros.
O primeiro britânico foi perseguido nos EUA aquando, sim aquando é o meu jeito de fala r e escrever sem imposições respeitando a lingua viva que é no caso o português que também serviu para o projeto politico de aniquilar identidades e unir povos pela luta pela Independência - leia-se e conheça-se Mia Couto. Sair das polaridades é emancipatório. Já o Eisentein úm cineasta russo do inicio do stalinismo.
Madame Crôquétes foi criada por volta de 2001/02 em Portugal. Portugal agora 'tá chique, mas para os trabalhadores da cultura a m.. erda continua a ser a mesma. Será que algum petista do " não dá mais o Brasil" vem trazer alguma formula mágica para Portugal? Seja bem vind@ com a devida consciência de classe e da luta das classe trabalhadora portuguesa ao invés de assumir o papel de padreco de apontar podres a pessoas que nunca usufriram do colonialismo. Madame Crôquétes aa compreensão, entendimento e conhecimento histórico.
Madame Crôquétes é uma senhora que surge 100 anos depois da Belle Époque. Repare-se nas botas alentejanas, botas dos trabalhadores/ camponeses do sul de Portugal, região enclave entre a Europa e a África.
Madame Crôquétes com a sua bolsinha com a moeda anterior ao euro que depois da entrada na União Europeia tudo aumentou para o dobro, mas mesmo assim pagar com euros é chique, dá aquea sensação que estamos na Europa civilizada.
Madame Crôquétes ri mas ri de quem chama ao Alentejo, terra dos seus avós trabalhadores explorados de EUROPA. Ri mas abraça, acolhe por que estarmos informados é um movimento. Como Madame Crôquétes está do lado Movimento Sem Terra, dos Movimentos Indigenas, e Afro descendentes como também está do lado dos trabalhadores do seu povo, que no caso é o português. O preconceito fruto do desconhecimento é uma perpetuação da violência capitalista, obscurantista.
Prosperidade aos brasileiros e barsileiras , descendentes de portugueses, indigenas, negros e outros do mundo inteiro com conhecimento de causa que visitam, passam ou residem em Portugal. CONHECER A HIST[ORIA É UM ATO DE AMOR QUE NOS TIRA DOS DISCURSOS DE ÓDIO OU ODIOSOS ACHANDO QUE ESTAMOS A DEFENDER A JUSTIÇA E IGUALDADE. - Escrevo em maísculas como um sublinhar, não tomem com um grito descontrolado... Embora... Por vezes me descontrol diante das im´[umeras manid-festações de ignorÂncia e preconceito. EU HONRO OS MEUS AVÓS PORTUGUESES TRABALHADORES E ISSO NINGUÉM PISA!
Conhecer a História é muito sensual. Você sente tesão pela ignorância? Cri... Cri... Cri. E-U N-Ã-O!!!! VITÓRIA AO DISECERNIMENTO E A VIDA SORRI E ABRE CAMINHOS! Bárbaro isso, não? Sem nhanhanha.
Namachá, Namaçorda!
A Piu
Campinas SP 14/10/2021
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
IN ÓTICA
Ontem veio aquele "ahaha", aquela sacada, aquele "é isso!" de algo tão evidente. Há um tanto de aninhos que a Aninha anda neste 'camenhari' e só "onte", há coisa de umas mãos cheias de horas é que ela percebeu o sentido explicito, escancarado, escarrapachado da palavra exótico, exótica. Uma ótica externa, exterior. OH MY DOG! A Aninha que já caminha há uns aninhos já sabia que exótico era algo diferente, um tanto distante do lugar de onde surgimos nesta luz sideral desta terceira dimensão, algo ao qual não estamos familiarizades. Vou usar aqui o "es" porque sim. Por existem outros géneros que pedem para serem incluidos e assim deixarem de ser exóticos. São seres humanos com direito
à inclusão como todo o restinho da Humanidade que ainda dança na melodia da separatividade.
"Todos iguais todos diferentes" este era o lema lá nos anos 90 em Portugal do SOS Racismo que estava associado a um partido, ao qual votei umas tantas vezes. Mas há muito que estou distante do que se passa em Portugal em termos partidários. Não vivo no mesmo e estou imersa em outras pegadas politicas, que não partidárias. Mas posso avisar que este ano vou continuar a marcar presença, como em anos anteriores, na Feira Anarquista de São Paulo.
Ontem começou o curso com Lau Santos " Da Elinga ao Oriki, ações contra coloniais em cena". Esse é um dos meus propósitos em estar no Brasil: ir ao encontro, conhecer, escutar, aprender, aprender a aprender com outras vozes, outras formas de fazer tantas vezes invisibilizadas e silenciadas, até perseguidas e subjugadas. Para mim o curso já começou bem quando o Lau Santos chama a atenção que falar de branquitude colonial tem a ver com uma ideologia e como esta é posta em prática e não com o fenótipo da pessoa, os seus traços e a sua cor. Ufa! Deu aquele alivio para me sentir bem vinda e não vista de forma atravessada e eventualmente confundida com alguém que vem por pura cusriosidade exótica e ao limite apropriar-se de conhecimentos e práticas teatrais que por detrás destas existe uma forte componente de resistência à subjugação colonial ,ancestralidade e espiritualidade.
Diante destes encontros, destes estudos como artista das cenas e roteirista e também aquela que escreve embora nunca tenha publicado nada, mas nunca é tarde, posso sim perceber como as minhas raízes, a minha ancestralidade dialoga com esses encontros que se reescrevem sem invasões, apropriações e subjugações.
Não esquecendo também a minha espiritualidade, mesmo que não siga uma religião em concreto porque espiritualidade e religião são coisas distintas embora possam-se ligar. Existem seres muito religiosos cuja espiritualidade, esse alinhamento consigo e com o entorno respeitando os semelhantes e os eventuais diferentes, fica num lugar um tanto duvidoso. E alguém que trabalha a sua espiritualidade sabe que a caminhada é grande e que a perfeição não existe, logo o trabalho é diário. Não vou agora adentrar pelo feminismo liberal e pelo sagrado feminino em que algumas mulheres defendem que nós somos as mulheres maravilha e que sozinhas conseguimos ter sucesso e sermos muito mas muito ricas desde que vibremos energias positivas, descredibilizam o ativismo, negam a existencia das desigualdades sociais e a importância das mulheres em cargos politicos. Enfim... Amadurecer também é uma prática diária até ao último sopro. Para todes nós, "ÓBVIULIUS"!
Bom, porquê esta foto? Porque sim. Porque me apetece homenagear a minha avó e todas aquelas que vieram antes de nós e que não tiveram a possibilidade de aprender a ler e a escrever. A minha avó alentejana, do Alentejo que é um lugar de encontros entre povos europeus e do norte de África. Só que da passagem dos mouros não reza a história nos manuais escolares, somente fala que eram invasores e infieis a Deus e que "nós, os cristãos" os derrotamos.
Bom, vou voltar aos estudos onde as batalhas e as perdas e os ganhos não são foco para outros entendimentos de "todos diferentes, todos iguais", numa in ótica, numa ótica de inclusão mútua. assim como respeito e insprações várias para uma nova ordem mundial no aqui agora.
A PiuBr, 08/10/2021