terça-feira, 16 de março de 2021

NA RESILIÊNCIA SENTIMOS QUEM É QUEM


Á medida que conheço melhor a trajetória da compositora e cantora autoral islandesa Bjork mais a admiro. Ela é inspiradora. Uma mulher. Artista. Empreendedora que toma a sua trajetória profissional nas próprias mãos, enfrentando sexismo e também as tais das resistência de ser uma mulher e também estrangeira quando decide mudar-se para Londres nos idos anos 90, num universal musical predominantemente masculino. Em Londres, as primeiras parcerias são com emigrantes. Fenómeno comum e observável quando somos estrangeiras, nem que seja por sermos da cidade ou Estado vizinho. Imagina de país e até continente, mesmo com a mesma língua!!! ???? Urgências, entendimentos, solitude e solidão. Na resiliência faz nos sentir quem é quem.

Aqui vemos a Bjork profissional junto do diretor dinamarquês Lar Von Triers numa ocasião de condecoração do filme 'Dance in the dark/ dançando no escuro". Só ao fim de vários anos, década e meia mais ou menos, esta compositora, cantora autoral e empreendedora veio ao público avisar outras mulheres da experiência do que é trabalhar como atriz com um realizador/ diretor que usa e abusa do seu privilegio de ser homem branco, dum país europeu financeiramente rico. Não me vou referir por ora à orientação sexual, porque os abusos de status existem com vários contornos nos vários meios. Não sejamos ingénu@s.
A Bjork vem dum país ao norte da Europa, Islândia, e que por isso há uma exotização de quem lá vive e como pelo resto da Europa. ' É um país com neve, perto do Polo Norte onde vivem esquimós e gnomos..." Tá... Então, tá.... Eu também nasci duma carpideira, aquelas que são contratadas para chorar nos funerais de mortos desconhecidos, à beira mar dentro dum barco de pesca puxado a bois. Com muito choro, lamento e fado!.... Bom, no meu caso, há 100 anos atrás isso até seria possível. Ou quase possível. No caso da Bjork, nem ela nem os seus conterrâneos viram ou são gnomos e todos ou quase todos são louros de olhos claros. Ela deve ser uma lembrança de muito tempo atrás, de alguém que veio da Gronelândia ( à força ou não) para habitar uma ilha colonizada por noruegueses e dinamarqueses. Talvez seja esse o ajuste de contas ancestral com este famoso diretor dinamarquês.
ATÉ AO PRÓXIMO TEXTO!
Ler faz bem e escrever também.
A Piu
Campinas SP 16/03/2021


Sem comentários:

Enviar um comentário