Ninguém
tem culpa de nascer planta carnívora, fungo, larva, carrapato,
abutre!... Urubu! Pobre urubu! Foi-se meter lá na fazenda do sinhô
Wanderley! Quingas! Primeiro levou uma fisgada do Cleiton, o filho mais
novo do sinhô Wanderley; depois a Jusiéli cortou a asa do pobre com a
tesoura de cortar os tecidos com que faz os seus colares. As penas,
aproveitou para fazer uns brincos.
O doutor João foi encontrá-lo naqueles preparos no meio do caminho. Dirigira-se à fazenda para tratar da ferida de um vaca. Profunda ferida criada às custas dumas bicadas valentes da sua amiga garça para lhe aliviar a coceira dos parasitas. Aquela garça era tão amiga e eficaz nos seus propósitos que já tinha criado uma ferida tal numa outra vaca, que tempos mais tarde viria a deixar-se abater por uma fatal infecção. Uma vaca belíssima! Como aquela não havia igual! Dela saía um leite!! Uma categoria! A pobre, num instante, foi devorada pelo bando de urubus. Aquele não teve tanta sorte... Gulosão! Garganeiro! Sempre de roda da pobre vaca que dela já só restava uma carcaça que nada tinha para degustar. Por detrás, o Cleiton fez pontaria, ao lado, Jusiéli de tesoura em punho cortou-lhe a asa.
Hoje, o urubu fica lá pousado perto do portão grande da casa. De asa cortada, de vez em quando, cai para o lado. Perde o equilíbrio e lá vai ele. Depois, pacientemente espera junto ao portão que o doutor João o deixe entrar. Adoptado, pelo doutor, o urubu é bem tratado. Redimiu-se. Tornou-se vegan. Nem ovo come. Só verduras. Coisas consistentes. Couve-flor. Cenouras. Batatas. Mas como já vai ficando velhote e cansado, pois isto de cair a toda a hora detona qualquer um, o doutor João cozinha a vapor os seus legumes preferidos. E assim, lá vai o urubu vivendo a sua nova vida.
Moral da história mais vale um urubu no portão que dois a voar.
A piU
Br, 9 de Stembro 2012
O doutor João foi encontrá-lo naqueles preparos no meio do caminho. Dirigira-se à fazenda para tratar da ferida de um vaca. Profunda ferida criada às custas dumas bicadas valentes da sua amiga garça para lhe aliviar a coceira dos parasitas. Aquela garça era tão amiga e eficaz nos seus propósitos que já tinha criado uma ferida tal numa outra vaca, que tempos mais tarde viria a deixar-se abater por uma fatal infecção. Uma vaca belíssima! Como aquela não havia igual! Dela saía um leite!! Uma categoria! A pobre, num instante, foi devorada pelo bando de urubus. Aquele não teve tanta sorte... Gulosão! Garganeiro! Sempre de roda da pobre vaca que dela já só restava uma carcaça que nada tinha para degustar. Por detrás, o Cleiton fez pontaria, ao lado, Jusiéli de tesoura em punho cortou-lhe a asa.
Hoje, o urubu fica lá pousado perto do portão grande da casa. De asa cortada, de vez em quando, cai para o lado. Perde o equilíbrio e lá vai ele. Depois, pacientemente espera junto ao portão que o doutor João o deixe entrar. Adoptado, pelo doutor, o urubu é bem tratado. Redimiu-se. Tornou-se vegan. Nem ovo come. Só verduras. Coisas consistentes. Couve-flor. Cenouras. Batatas. Mas como já vai ficando velhote e cansado, pois isto de cair a toda a hora detona qualquer um, o doutor João cozinha a vapor os seus legumes preferidos. E assim, lá vai o urubu vivendo a sua nova vida.
Moral da história mais vale um urubu no portão que dois a voar.
A piU
Br, 9 de Stembro 2012
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