terça-feira, 8 de março de 2016

PRECISAMOS DE FALAR UNS COM OS OUTROS ACERCA DAS RELAÇÕES ABUSIVAS

Falar de violência é tocar numa ferida, mas quando olhamos de frente essa ferida e cuidamos dela, estancamos o circuito da violência. A violência alheia também nos pertence. Se assim não é estamos, de algum modo, a compactuar com essa a violência. Muitas vezes viramos a cara para o lado, pois não queremos acreditar que algo tão assombroso possa estar a acontecer perto de nós, com pessoas queridas que nem suspeitávamos. Não queremos acreditar que aquele casal amigo nos intervalos dos encontros sociais a sua intimidade é pontuada por agressões verbais e/ou físicas. Agressões que passam a fazer parte duma relação que deixou de ser amorosa para passar a ser tenebrosa. E essa de que o amor é louco e insano é uma grande falácia. A paixão pode até ser cega, mas amor é um sentimento maior em que na base está o  respeito. Não tem essa que o amor cega as pessoas. Alguém que sente amor dentro de si tem discernimento. Quer bem ao outro.

Ninguém gosta de ser mal tratado. Se assim for é porque há um desequilibro profundo, em que falta de amor lá na primeira infância foi marcante para o resto da vida. Todos nós sabemos que a primeira infância define muito do nosso caráter, da nossa capacidade de receber e dar amor. Quem não recebe não pode dar. Parece lógico. Isso vem lá do tempo da gestação, quando andamos ali às voltas no liquido amniótico.  Depois tem todas as questões do que é aceite ou não socialmente. Muitas vezes naturalizamos o inaceitável.

São inaceitáveis as relações abusivas, em que o desprezo, a ingratidão, a humilhação estão presentes entre seres ditos humanos e vivos que por algum motivo se atraíram. São obviamente inaceitáveis os crimes passionais.

E quando somos protagonistas duma relação conturbada? Como nos vermos livres disso?.......................... Não é evidente, pois é uma situação que nos humilha tanto, que nos tira tanta energia que muitas vezes só queremos que aquilo acabe naturalmente. Mas não é evidente. Uma grande parte das vezes @ agressor(a) é cobarde. Manipula as opiniões alheias, mente, convence a vitima que ela provoca a situação e que até gosta de ser agredida. Ninguém gosta de ser agredido...E quem agride é alguém que sente dentro de si dor e raiva por motivos muitas vezes que nada tem a ver com a outra pessoa. Mas ninguém tem de ser o caixote de lixo emocional de ninguém, nem fazermos dos outros esse mesmo caixote.

Estarmos atentos uns aos outros já é um caminho. Estarmos atentos a nós mesm@s para não reproduzir abusos de confiança, em que a paranoia do ciúme lixa tudo. Sim, o ciúme é um gajo muita marado. Vamos combinar! Há seres viventes que adoram provocar ciúmes n@s seus companheir@s ou disputar pelo simples prazer de disputar. A isso chama-se insegurança, futilidade e infantilidade, pois há uma incapacidade em criar uma relação de confiança. Depois há aquele pessoal possessivo que não pode ver @ parceir@ falar com alguém. Novamente insegurança, futilidade e infantilidade.

Já é tempo de sermos Maiores com sentimentos Maiores. Amor, na sua essência é respeito pela vida. E por mais que queiramos possuir a vida à força, esta materializa-se na pulsação das nossas batidas cardíacas, no sopro que inspiramos e expiramos. É isso que nos pertence nesta efémera passagem por aqui, então que esta seja prazerosa. Ninguém é de ninguém como uma propriedade privada. Nem os nossos filhos! E estes merecem serem criados neste mundo louco com mais sustentabilidade emocional.


Ana Piu
Brasil, 8/3/2016
O meu corpo, o meu espirito, a minha alma são o meu templo.

Na verdade até gosto de receber flores e bombons. Sempre recebi de amigas. Gostava de saber onde andam os cavalheiros cool.

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