sexta-feira, 18 de março de 2016

NOTICIAS DO BRASIL PARA ANGOLA E ARREDORES ( carta aberta a um amigo de longa data)

querido amigo,

penso que te encontras em Angola. Temos andado um pouco de saquinho cheio da velha Europa, pois não é? Escrevo deste jeito maneira do Brasil.

Hoje ao procurar uns documentos nas gavetas ( oh tarefa chata!) encontrei estes desenhos. Não estão assinados, mas tenho a certeza que são do menino Nuno. A letrita e o humor não enganam. E está assinado OCSAY (um trocadilho do espanhol yo que sei! Pois não é? Eu também acho que já não sei nada ou quase quase nada) Há mais de 20 anos que nos conhecemos. Espera aí! Há 24 anos!! Chiça! O tempo passa! Somos cotas. Somos coroas. Eu gosto. Continuamos aqui para as curvas e para as surpresas, olhando as plantas, sentindo a terra com as palmas das mãos e a fazer das nossas.

Ontem, por exemplo, ia na minha farronca, no meu calhambeque e na Avenida estava uma manif daqueles que saem à rua com a sua liberdade de expressão para pedirem a volta dos militares. Olha só o absurdo! Resultado: a velha Ana voltou a cena com os seus impulsos. De flor vermelha na cabeça, tal qual cravo de Abril, acenou com dedo do meio da janela fora com pequenitas cuspidelas. Utla! Nunca tinha sido protagonista dum fuga em jeito de filme americano. Um calmeirão fascizoide começou a correr atrás do meu chaimite. Varrrrrrrrrrrrrrrrrrrruuuuuuuuuuuuum não me deixou mal a velha máquina que de vez em quando para nas subidas e ainda dei oportunidade do marmanjo de barriga de mac donalds fazer um exerciozinho físico.

Eu sei que poderia ter passado com os dedos em posição budista, mas foi mais forte que eu. A próxima vou-me concentrar na cana do nariz onde se localiza o olho da consciência e canalizar a indignação duma outra forma. Mas uma adrenalina de vez em quando em nome da justiça, paz e igualdade também não faz nada mal. E o que é um dedo de "fuck you" duma punk do bem diante desta loucura toda? Mas uma coisa estou ciente: sem armas os desarmaremos. Com pacifismo e consciência de quem somos criaremos um escudo de proteção contra o obscurantismo.

Ana Piu
Brasil, 18.03.2016

"Que tudo corra bem, com ou sem surpresas"

Um palhaço olha dum arbusto uma menina que olha para uma flor. Um palhaço de nariz vermelho. Espero que o vermelho não ofenda ninguém nos tempos que escorrem! 

A mão duma mesa toca um sol que também pode ser um nariz vermelho. Espero que o vermelho não volte a ofender ninguém. 

"Piquenos burgueses". Pois é, neste sistema neo liberal quem não é ou ascende a ser "piqueno" burguês? Espero que ninguém se sinta ofendido e incomodado nas suas convicções. Perguntar não ofende!

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